Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

A história do maior ponto de encontro da literatura brasileira

[Do release da editora]




‘A Livraria José Olympio daria um romance.’ (Graciliano Ramos, 1942)


Na comemoração dos seus 75 anos, a Editora José Olympio conta a história da livraria onde tudo começou. Rua do Ouvidor 110 – Uma história da Livraria José Olympio, da jornalista Lucila Soares, neta do famoso livreiro e editor, narra o dia-a-dia da Livraria José Olympio, ponto de encontro dos grandes nomes da literatura brasileira dos anos 1930, 40 e 50. José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos, Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado (hoje, aliás, todos publicados pela José Olympio ou pela Record, editoras do mesmo grupo) e tantos outros se encontravam na casa de livros da Ouvidor 110, quase esquina com a Avenida Rio Branco, para conversar sobre artes, política e a vida em geral.


Todos esses relatos estão no livro de Lucila, que conta uma história que ela conhece desde menina – revisitada em oito meses de entrevistas e garimpo em acervos e bibliotecas. É uma elaborada e saborosa crônica que tem como pano de fundo o charme do Rio de Janeiro daqueles tempos.


‘Este livro conta a história – e algumas das muitas histórias – de uma livraria que sintetizou, como poucas, todas as definições que podem caber entre paredes cobertas de estantes’, escreve Lucila Soares. ‘Ela se passa num tempo, menos apressado que o de hoje, em que as livrarias eram muito mais do que lojas de livros. Eras espaços de convívio, de bate-papo, de troca de idéias, em que se encontravam desde a estudante à procura do livro escolar até o bibliófilo atrás de uma raridade. O livreiro era conhecido pelo nome, sabia das preferências de cada um de seus clientes mais assíduos, muitos deles fregueses de caderno. E seu estabelecimento fazia parte da vida da cidade.’


Como bem escreveu Drummond em crônica famosa sobre a Livraria José Olympio, a loja de livros da Rua do Ouvidor 110 tinha alma. ‘Com esse colorido de vanguarda, não havia outra casa no Rio. Mesmo tendo o hábito de percorrer livrarias, era naquela que o escritor pousava para confrontar suas idéias com as dos confrades, para se sentir, não um consumidor de livros, mas um ser caracterizado e participante, às voltas com as dúvidas e complicações inerentes à sua natureza imaginativa e hipersensível, e desejoso de apoio e comunicação.’


A carioca Lucila Soares nasceu em 1958, e é jornalista desde 1983. Trabalhou como repórter, redatora, editora e correspondente internacional em veículos como O Globo, Jornal do Brasil e Extra. É editora da sucursal Rio da revista Veja desde 1999.