Friday, 03 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

As principais notícias do ano, segundo a AP

O furacão Katrina, que devastou Nova Orleans entre agosto e setembro, foi considerado por editores e diretores de jornalismo americanos a principal notícia de 2005, em votação anual organizada pela Associated Press. De 288 votos, os furacões que atingiram a região do Golfo do México – junto com o Katrina, os EUA ainda enfrentaram o Rita e o Wilma – receberam 242 indicações de primeiro lugar. Em 2002 e 2003, o Iraque foi votado a principal notícia; em 2004, venceu a eleição presidencial que deu a George W. Bush seu segundo mandato. Eis as 10 principais notícias deste ano, segundo a votação feita por membros da AP [22/12/05]:

1. Furacão Katrina

A população foi avisada de sua chegada com antecedência, e ele ainda perdeu força antes de atingir a costa, mas o impacto causado pelo Katrina foi devastador. Mais de 1.300 pessoas morreram em cinco estados americanos. Nova Orleans teve 80% de sua área total submersa pelas águas, forçando o maior deslocamento humano da história dos EUA.

2. Transição papal

A morte de João Paulo 2º deu fim a 26 anos de pontificado do primeiro papa não-italiano em 455 anos. Milhões de pessoas ocuparam a Praça São Pedro para velar o corpo e assistir ao funeral. A escolha do cardeal alemão Joseph Ratzinger para a sucessão indicou a continuação de uma doutrina conservadora na igreja católica.

3. Iraque

O país continuou a ser destaque em 2005, da onda de ataques suicidas às eleições por um novo parlamento. O número de mortes nas forças americanas ultrapassou a marca de 2.000 soldados, mas o presidente Bush insistiu que o exército dos EUA deve continuar no país até que as tropas iraquianas possam conter sozinhas os ataques de insurgentes.

4. Suprema Corte

Desde 1994 a Suprema Corte americana não tinha um lugar vazio. Em 2005, dois deles vagaram, com a morte do juiz William Rehnquist e a aposentadoria da juíza Sandra Day O´Connor. Bush indicou John Roberts para substituir Rehnquist, mas sua outra escolha, Harriet Miers, desistiu do cargo, antes mesmo de passar pela aprovação do Senado, diante de críticas de conservadores e liberais.

5. Preço do petróleo

O preço do barril de petróleo atingiu seu pico este ano, chegando a custar US$ 71 em agosto. O alto custo com a gasolina levou motoristas a repensar seus hábitos. A indústria aérea americana gastou US$ 9 bilhões a mais em combustível do que em 2004.

6. Atentados em Londres

Os ataques a três metrôs e um ônibus na hora do rush matou 56 pessoas em julho, incluindo os quatro suicidas que detonaram os explosivos. Autoridades britânicas afirmaram que eles tinham ligações com militantes islâmicos; três eram cidadãos britânicos com pais paquistaneses e o quarto era jamaicano.

7. Terremoto na Ásia

Violento terremoto na fronteira entre Paquistão e Índia, em outubro, matou mais de 87 mil pessoas e deixou mais de três milhões de desabrigados.

8. Terri Schiavo

Uma briga de família virou debate nacional – e internacional – quando o marido de Terri, que vivia em estado vegetativo desde que sofreu uma parada cardíaca há 15 anos, conseguiu permissão da justiça para remover os aparelhos que a mantinham viva. O presidente Bush, o governador da Flórida, Jeb Bush, e membros do congresso nacional se uniram aos pais de Terri para pedir que os aparelhos fossem recolocados. Terri morreu em 31 de março, 13 dias após a retirada dos aparelhos.

9. Vazamento da CIA

Lewis Libby, chefe de gabinete do vice-presidente Dick Cheney, foi indiciado e diversos jornalistas de peso foram intimados a abandonar seu compromisso de sigilo de fontes na investigação para descobrir quem vazou para a imprensa a identidade secreta da agente da CIA Valerie Plame. A jornalista Judith Miller, que então trabalhava para o New York Times, chegou a ser presa por três meses por se recusar a testemunhar.

10. Lutas de Bush

Diversos fatores, incluindo dúvidas públicas sobre a legitimidade da guerra do Iraque, a resposta falha ao furacão Katrina e uma indicação frustrada para a Suprema Corte, levaram o índice de aprovação do presidente americano a menos de 40%, o mais baixo de todo seu mandato.