Saturday, 27 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Para os rudes

Já em tempo tocar neste assunto. A TV brasileira vive momentos obscuros e precisa passar por um ‘renascimento’, antes que a tendência à entropia se generalize. Pouca criatividade, pouco bom gosto, pouco refinamento, nenhuma delicadeza, uma TV que é feita para rudes telespectadores… Subestima o tema quem pensa que o brasileiro está contente com isto! Valeu, Ricardo, tocou na ferida aberta.


Natália Sasso, jornalista


Falta ousadia no mundo da TV – Ricardo Chacur




Sem competência ou compromisso


Mídia podre. Infelizmente, essa é a realidade da TV do Brasil que, desesperada por uma crise que assola todos os seus compartimentos, inunda as telas da TV com péssimos programas que nada nos trazem de bom. Como telespectador reprovo a atual programação de emissoras capitalistas e interesseiras. Não basta fundar uma emissora de televisão e faturar, sem se preocupar com as pessoas, que exigem mais entretenimento, informação real, competência e compromisso. Uma vasta onda de malícias sexuais, apologia ao crime, troca de farpas e sensacionalismo está se tornando vergonhoso para a sociedade brasileira – basta fazer uma pesquisa popular: a reprovação será certa.


Edvandro Adolfo


Roda Viva, a ficha caiu


Sou professor de História, mas desde que descobri o Observatório faço o possível para acompanhar, pois o acho muito bom, bem como a equipe da Carta Capital, para ‘ver’ além da cortina de fumaça que a grande imprensa costuma colocar nos problemas da sociedade.


Venho há algum tempo observando que num certo programa – o Roda Viva –, toda vez que o convidado é uma pessoa ligada mais estreitamente ao governo, quando não é um ministro ou deputado de maior peso, a bancada de entrevistadores se compõe da nata da imprensa fernandista, podem sacar para ver, são sempre os mesmos, um tal de Reinaldo – da Primeira Leitura –, alguém do Estadão, do Globo, do Valor Econômico, dentre outros.


Então fiquei pensando, caramba, onde estão os representantes da Carta Capital, do Observatório, da Caros Amigos? Pois é, estou com isso na mente há algum tempo, quando me deparo com uma nota sobre a briga para a ocupação do cargo de chefão da Fundação Padre Anchieta, que controla a TV Cultura. Está lá que os pivôs da disputa são ligados aos tucanos. Aí minha ficha caiu e passei a ver além da cortina de fumaça. O dito programa não vem agindo com a ética que vocês tanto cobram.


Guilherme Souto




Burrice sem saída


Também vi, por alguns segundos, talvez um minuto (mesmo assim foi deprimente), a matéria(?) sobre o tema(?) na rede de comunicação(?) RedeTV!, no programa(?) da apresentadora(?) ‘La Gimenez’, em horário nobre(?). Como simples telespectador, e não como profissional de crítica, tinha o controle remoto a minha disposição, o que me fez sentir um tanto menos burro que Maurício Businari, que se indigna com a leiloada.


Lamentável mesmo é a emissora ter-se dado a ‘tal desfrute’. Como ponto de reflexão, podíamos usar o fato para responder às perguntas dos céticos quanto à existência de ETs: como poderiam eles, se mais evoluídos, se mostrarem quando ainda, em 2004, queimamos corpos de supostos inimigos religiosos, os expomos em praça pública e nos deixamos fotografar em danças lúgubres e lúdicas ao redor deles? Ainda precisamos de concursos de misses; ainda temos os políticos e outros corruptos; ainda existem Bush, Gugu, Márcia Goldsmith (acho que é assim que se escreve), Luciana Gimenez e outros tantos na TV. O pior de tudo é que nossa burrice não tem saída, pois não obstante optarmos por não assistir a tudo isso ainda assim tudo isso continuaria a existir.


Sergio dos Santos, redator/revisor, São Paulo


A mais nova baixaria do Superpop – Maurício Businari




Sofismas e falácias na Band


A Bandeirantes, via voz e vez do Sr. José Paulo de Andrade, tem algumas campanhas que são, no mínimo, falaciosas. Primeiro foi a campanha contra o desarmamento, usando de sofismas claros, visíveis por qualquer pessoa um pouco mais atenta. Bem, isso passou (mas tem seus efeitos, ainda). Até pessoas que nunca andaram armadas hoje são favoráveis à manutenção de armas nas mãos dos cidadãos comuns. Agora a outra campanha, ‘contra a indústria de multas’. A campanha (sinteticamente) alega que para ser multado o cidadão deverá ver o guarda, que deverá estar visível (ou o radar), com sinalização adequada (?) – quem sabe até com trio-elétrico, lampejos de holofotes, sirenes a um quilômetro de distância?


Poderíamos propor à Bandeirantes outras campanhas, que prestarão tanto desserviço à população quanto essas duas: homicídio – é proibido prender o cidadão presumível homicida, mesmo que encontrado armado, com sangue da cabeça aos pés, uma vez que não havia um policial no momento em que o crime foi cometido. Pelo mesmo motivo, sendo o cidadão equivocadamente preso (pela falta dessa primeira condição), o juiz deverá imediatamente soltá-lo, admoestando o agente de sua prisão e, quiçá, mandando-o ajoelhar-se no canto de sala, sobre milho. Faixa de segurança para pedestres – de agora em diante só deverão ser respeitadas (bem, nunca são mesmo) caso haja um policial ou agente do Detran fardado presente e visível ao motorista. Se o motorista alegar não ter visto o agente, deverá ser imediatamente liberado.


Jorge Carvalho Pinto, escriturário, São Paulo