Saturday, 27 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Site da Presidência corta trecho de discurso de Lula

Leia abaixo a seleção de sexta-feira para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Sexta-feira, 5 de dezembro de 2008


 


PRESIDENTE
Italo Nogueira


Mercado age como adolescente após ter diarréia, afirma Lula


‘O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o mercado financeiro, ao pedir ajuda ao ‘Estado que eles negaram durante 20 anos’, age como um ‘adolescente’ após sofrer uma ‘diarréia’. Ele se comparou a dom Quixote, o sonhador personagem de Miguel de Cervantes, por pregar o consumo durante a crise.


Em um discurso de 45 minutos repleto de metáforas, Lula ilustrou sua ‘campanha’ pelo consumo com a história de um paciente.


‘Imagine se um de vocês fosse médico e atendesse um paciente doente. O que você falaria para ele? ‘Você tem um problema, mas a medicina já avançou demais. Vamos dar tal remédio e você vai se recuperar’. Ou você diria: ‘Meu, sifu’ [corruptela da expressão vulgar ‘se fodeu’]’.


Na transcrição do discurso no site da Presidência, a frase foi reproduzida desta maneira: ‘Meu, (inaudível)’.


Lula falou da crise no lançamento do Fundo Setorial do Audiovisual, no Palácio Gustavo Capanema, no Rio. Em tom ora irônico, ora revoltado, o presidente comparou a relação entre Estado e mercado à de pai e filho.


‘Era preciso vender todas as empresas do Estado, mandar muito funcionário embora, aumentar tempo do trabalhador no trabalho, porque se aposenta com pouco tempo, e daí afora. O Estado não vale nada, só gasta. (…) Filho de 16 a 21 anos não precisa de pai nem mãe. Eles são onipotentes. Querem sair quando quiserem. Querem todo o dinheiro da gente e, por mais que a gente dê, acha que é pouco. Ou seja, o Estado é careta, não sabe de nada, não é moderno, não gosta de funk, rap… Filho, quando tem dor de barriga, gripe, não tem dinheiro, volta para casa. O que aconteceu com o famoso mercado onipotente? Quando o mercado tem uma diarréia, quem eles chamaram para salvá-lo? O Estado que eles negaram durante 20 anos.’


Ao incentivar o consumo na crise, Lula disse que trabalhadores serão demitidos se pararem de comprar. ‘Você tem o trabalhador da fábrica, que está ouvindo falar em crise. Ele fala: ‘Não vou comprar um carro porque posso perder meu emprego. Se eu perder o emprego, eu estou ferrado’. Precisa alguém dizer que ele vai perder o emprego exatamente por não comprar. (…) Às vezes eu me sinto como o dom Quixote, sozinho tentando pregar um otimismo de uma coisa muito prática, que é fazer a economia girar.’’


 


 


Caio Jobim


Lula defende aval a projeto para cota nacional na TV


‘Durante a cerimônia de lançamento do Fundo Setorial do Audiovisual, ontem, no Rio, o presidente Lula prometeu que o governo vai se empenhar na aprovação do projeto de lei nº 29, de 2007, que prevê a entrada das teles no mercado de TV a cabo e a criação de um sistema de cotas para garantir conteúdo nacional nos canais pagos.


‘A emenda 29 está pronta, ela está acordada, está acertada e nós já queremos colocá-la em votação na semana que vem’, disse Lula em seu discurso.


Mas a aprovação só deve ocorrer após o recesso parlamentar, afirmou o presidente.


Lula criticou a programação dos canais pagos. ‘Eu confesso a vocês que, quando a gente perde o sono e liga a televisão na TV por assinatura, a gente vê tanto mequetrefe, tanto filme vagabundo. Acho que é uma daquelas coisas feitas em Hollywood que o cara jogou no lixo, alguém passou, pegou, vendeu, e nós assistimos aqui.’


O Fundo Setorial do Audiovisual vai destinar R$ 74 milhões para produção e distribuição de obras nacionais para cinema e televisão. Os recursos serão aplicados em duas etapas: R$ 37 milhões estão disponíveis desde ontem e podem ser aplicados até o fim do primeiro semestre de 2009; no segundo semestre, será disponibilizado o restante. O aporte vem se somar aos já obtidos via leis de incentivo -em 2007, R$ 151,6 milhões foram captados.


‘O objetivo geral [do fundo] é tornar compatível um sistema de apoio público consistente ao audiovisual, com a mobilização de recursos privados e o compromisso dos agentes econômicos’, disse o ministro da Cultura, Juca Ferreira, em seu discurso de ontem.


Novo modelo


Para Ferreira, os motivos que estabeleceram um modelo de financiamento à cultura via leis de incentivo ‘envelheceram’ e geraram resultados contraditórios, uma vez que os produtores recebem investimentos a fundo perdido, sem necessidade de contrapartidas.


Em entrevista à Folha, o diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, destacou também que, com as quatro linhas de ação iniciais do fundo, o governo passa a atuar no conjunto da cadeia do audiovisual, e não apenas no estímulo à produção -como é a maioria dos casos com as leis de incentivo.


‘Duas das linhas estão focadas em distribuição, visam o fortalecimento das empresas distribuidoras brasileiras. Uma terceira linha está focada em produção de obras para a televisão’, ressaltou.


A outra é direcionada à produção de filmes de longa-metragem com orçamentos, segundo a Ancine, adequados às suas expectativas de retorno em renda de bilheteria e vendas no mercado externo.


O fundo chega em um momento de baixa do cinema nacional. Em 2003, 21% dos filmes assistidos no Brasil eram produções nacionais -cerca de 22 milhões de espectadores.


Em 2007, a fatia caiu para 11,6% (10,3 milhões), segundo dados da Ancine. Em 2003, foram lançados 28 filmes nacionais. Em 2007, 78.


Colaborou ITALO NOGUEIRA, da Sucursal do Rio’


 


 


CRISE
Clóvis Rossi


A rainha e eu


‘SÃO PAULO – Recebi uma surpreendente chuva de e-mails a propósito da coluna de ontem, em que defendi regras básicas e mais rígidas para que a Folha aceite palpites de economistas.


Surpreendente primeiro pela quantidade. Temas econômicos mobilizam menos o leitor. Surpreendente também por ter sido a primeira vez na vida em que todos os bilhetes eram favoráveis -até de uma economista (Maria do Rosário Peixoto, do Rio de Janeiro).


Mas o que me leva a voltar ao assunto é a incrível coincidência de o jornal espanhol ‘El País’ ter dedicado ao tema, no mesmo dia em que saiu a coluna, duas páginas inteirinhas. Conta inclusive que a rainha da Inglaterra fez uma visita solene à mitológica London School of Economics. Depois do protocolo de praxe, sacou da algibeira a seguinte pergunta: ‘Por que ninguém foi capaz de antecipar o que desabou sobre nós?’.


Pois é, rainha, fico feliz de ter sua nobre companhia. ‘El País’ foi bem além do que meu modesto espaço me permitia, para contar coisas do arco da velha. Como: 1 – Há um ano, pediu a 15 corretoras da Bolsa um palpite sobre o nível em que estaria a Bolsa madrilenha em dezembro. Na média dos palpites, deu 17,3 mil pontos. Na vida real, está em 9.000 pontos.


2 – Crédit Suisse, UBS, Citigroup, JPMorgan, Deutsche Bank, Goldman Sachs, BNP Paribas são mega-instituições que, em conjunto, analisam ações de 10 mil companhias.


Em junho (detalhe: um ano depois de eclodida a crise das subprimes), só 13% de seus conselhos eram para vender ações (a propósito, você reviu os conselhos do economista-chefe de seu banco?).


3 – Saindo do setor privado, o FMI dizia, em janeiro de 2007, que os Estados Unidos cresceriam 3% em 2008. Agora, a nova previsão é de magro 1,4%, a metade, portanto.


Repito: jogadores de búzios fariam melhor. E mais barato.’


 


 


TELES
Claudio Dantas Sequeira


Deputado defende CPI sobre fusão BrT-Oi


‘O deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) defendeu ontem a abertura de uma CPI para investigar a compra da Brasil Telecom pela Oi. Segundo o peemedebista, a lei de outorga foi modificada ‘para atender a um interesse comercial’. ‘Não tenho a menor dúvida de que houve tráfico de influência. Acho que seria fundamental que o Congresso Nacional apurasse essa fusão’, disse.


O negócio -estimado em R$ 12,3 bilhões- só depende de autorização formal da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que deve ser votada até o dia 15. Em 20 de novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto do novo PGO (Plano Geral de Outorgas), que deu base legal para a criação da ‘supertele’. A Oi captou junto a BNDES e Banco do Brasil um total de R$ 6,87 bilhões em empréstimos, para o financiamento efetivo da compra e a reestruturação societária da Telemar Participações, controladora da Oi.


‘O dinheiro público está sendo utilizado para patrocinar interesses privados. Se mudou uma lei por encomenda de empresários que desejavam fazer um grande negócio’, disse Itagiba, depois de participar do seminário ‘Usos e Abusos do Grampo Telefônico’, organizado por Instituto Fernando Henrique Cardoso, Instituto dos Advogados de São Paulo e Escola de Direito da FGV-RJ.


A CPI dos Grampos, presidida por Itagiba, foi ontem prorrogada por mais 60 dias.


Relatório


O deputado disse que se dedicará ao relatório final da investigação e à elaboração de um projeto de lei sobre escutas. Voltou a defender o indiciamento do delegado Paulo Lacerda, diretor afastado da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), mas descartou investigar o suposto vínculo entre o coronel da reserva Sergio de Souza Cirillo, ex-funcionário da Secretaria de Segurança do Supremo, e Daniel Dantas.


Na sentença que condenou Dantas por corrupção ativa, o juiz Fausto De Sanctis acusou Cirillo de ser aliado de Dantas no Supremo para ‘destruir’ a Operação Satiagraha.


O deputado antecipou que o relatório final da CPI vai pedir mais controle sobre teles. Segundo ele, as operadoras deverão informar ao Conselho Nacional de Justiça anualmente o número de interceptações, para cotejamento com os dados do Judiciário. Já o projeto de lei a ser apresentado determinará que grampos só ocorram com base em inquérito instaurado.


Inusual


O relator da CPI, deputado Nelson Pellegrino, por sua vez, disse que já tem um diagnóstico de que a Abin agiu de forma ‘inusual, atípica e fora dos padrões brasileiros de cooperação em inteligência’ no episódio em que agentes do órgão auxiliaram a PF na Satiagraha.


Ele afirmou que vai propor à CPI que peça esclarecimentos adicionais a Paulo Lacerda. Isto porque novos depoimentos à comissão contrariam a versão do diretor afastado de que a participação dos agentes se limitava a atividades de rotina.’


 


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Sem ar


‘Na submanchete do ‘Financial Times’, o ‘alerta’ de economistas latino-americanos de que ‘o excesso de títulos do Tesouro dos EUA sufoca o acesso da região ao crédito’. Em 2009, deve ‘sugar capital da América Latina’, explica o blog de Vinicius Torres Freire, que destacou entre os economistas Guillermo Calvo, de Columbia, e Ricardo Hassman, de Harvard.


Naquele momento, fim de tarde, o G1 entrou com a manchete ‘Dólar sobe e fecha acima de R$ 2,50’. Mas já pela manhã o blog de Luis Nassif dizia que ‘o perigo mora no fluxo de dólar e a saída começa a preocupar’.


De outro lado, o blog de Míriam Leitão comentou que ‘o que estamos vendo não é fuga de capitais como em 99’ e sim remessa de lucro e a compra de dólar por empresas ‘ainda encrencadas’ nos derivativos.


NÃO VENDE…


A queda na venda de carros ecoou por ‘FT’ e Dow Jones, com o número de novembro -e atenção à GM. E no final do dia a manchete da Folha Online ilustrou dizendo que as ‘Montadoras têm 300 mil veículos nos pátios’.


E NÃO PRODUZ


E outras estatísticas já surgiam no topo das buscas de Brasil no Yahoo News, com AFP, e nas manchetes daqui, com ‘Mais notícia horrível [dire] para o setor automotivo do Brasil’. As montadoras ‘pisaram forte no freio’.


DA ARGENTINA…


Enfrentando a alta do dólar por lá também, ‘La Nación’ e outros destacam o anúncio de novo pacote de estímulo. O ‘FT’ sublinhou que é para o setor automobilístico.


ATÉ OS EUA


Nas manchetes de ‘New York Times’, ‘Washington Post’ e ‘Wall Street Journal’, on-line, a volta dos executivos de GM, Ford e Chrysler ao Congresso. Os dois primeiros jornais avaliaram que o novo pedido de resgate estatal foi tratado com novo ‘ceticismo’ pelos parlamentares.


QUIXOTE


Lula posou com operários e crianças no Complexo do Alemão e defendeu os ‘jovens pobres’. Depois, falou de si mesmo como Dom Quixote por ‘tentar pregar otimismo’ em meio à crise


POR CHICO MENDES


Estréia na segunda-feira no teatro Young Vic, em Londres, ‘o show de Natal mais quente da cidade: Amazônia’. É como o ‘Daily Telegraph’ anuncia, em longa reportagem, a peça dirigida por Paul Heritage, que tentou ‘fugir dos clichês’ de futebol e Carnaval -e acabou na Amazônia, no dizer da BBC Brasil, ‘com suas lendas e mitos, sua música, seu povo’, mas também ‘seu líder, Chico Mendes’.


No dia 22 de dezembro se completam 20 anos da morte do líder seringueiro. Heritage diz que então ‘o Chico era um herói para nós’, estudantes ingleses.


POR JEAN CHARLES


Em sites de jornais ingleses como ‘Evening Standard’ e o tablóide ‘Daily Mail’, a revolta ‘silenciosa e digna’ da família de Jean Charles de Menezes, ontem, contra o ‘veredicto de morte ilegal’ ou ‘de homicídio injustificável’ que foi proibido pelo presidente do inquérito, Sir Michael Wright.


Ele impede o júri de condenar os policiais que mataram o brasileiro. Ontem, após verem os familiares de Menezes com as camisetas (acima), os 11 jurados abriram discussão do veredicto, que sai nos próximos dias.


‘FALL OF AN OPPORTUNIST’


Com o título ‘Queda de um oportunista’ e o subtítulo ‘Justiça para um banqueiro controverso’, a ‘Economist’, que já havia perfilado Daniel Dantas, noticiou ontem sua condenação a dez anos, ‘por subornar um policial’.


A revista avisa que a ‘Justiça no Brasil é estragada por cortes obstruídas e recursos sem fim’. Que ‘Tarso Genro diz que o julgamento mostra que as instituições funcionam’, mas ‘é muito cedo para saber se ele está certo’.


DO EMBLEMA À CPI


Meses atrás, o blog de Lauro Jardim informava que ‘a Record acaba de obter uma vitória emblemática contra a Globo’, o direito de transmissão dos Jogos Olímpicos de 2012. Ontem, o mesmo blog noticiou que ‘já há no Senado assinaturas suficientes para abrir a CPI do COB’, em meio a campanha que envolve até a ESPN.’


 


 


JORNALISMO
Folha de S. Paulo


Folha recebe Prêmio Direitos Humanos no RS


‘A Folha foi vencedora de três prêmios da 25ª edição do Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, no Rio Grande do Sul.


O trabalho ‘O Infiltrado – A PM por dentro’, de Raphael Gomide, da Sucursal do Rio, publicado em maio, venceu a categoria Reportagem. De Italo Nogueira, também do Rio, ‘Mãe investiga morte do filho e ‘condena’ PMs’ obteve menção honrosa na mesma categoria.


A reportagem ‘Os anti-heróis – O submundo da cana’, do repórter Mário Magalhães e do fotógrafo Joel Silva, editada em agosto, venceu a Premiação Especial pelos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem.


O prêmio é promovido pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos e pela OAB-RS, entre outras entidades.’


 


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


Filmes na TV paga crescem 14% em um ano


‘Os canais pagos exibiram 2.862 filmes de setembro a novembro, uma média de 31,5 por dia. O número é 14% superior ao do mesmo trimestre de 2007 (2.518), segundo estudo da PTS, empresa que monitora o setor.


Esse patamar de crescimento de filmes na TV paga é inédito. Trata-se de uma estratégia das programadoras para tentar inverter a tendência de queda de audiência dos canais pagos, iniciada no ano passado. Apesar do aumento do número de assinantes, a audiência está caindo.


Como os filmes são os produtos preferidos dos assinantes, e, por terem longa duração, os atraem por mais tempo, exibi-los pode melhorar a média de audiência do canal.


Há dez anos, pouco mais de uma dezena de canais apresentava filmes. No último trimestre, foram 26 canais, contra 24 no mesmo período de 2007. Além de novos canais de cinema (como Telecine HD e Megapix), canais de séries e infantis (Discovery Kids) estão aderindo aos longas-metragens.


O campeão de filmes é o Telecine Action, com 279 títulos no trimestre. Apesar do crescimento no total, canais de cinema, como HBO, registraram queda. Em compensação, o educativo Futura, que teve só cinco títulos de setembro a novembro de 2007, apresentou 30 filmes no último trimestre.


As estréias e reprises mantiveram-se estáveis. Na média, os canais repetem um mesmo filme 2,4 vezes no trimestre.


BAIXA


Poucas horas após ser apresentada à imprensa como integrante do elenco de 2009 de ‘Malhação’, a atriz Cássia Kiss deixou a novela-seriado, anteontem. Foi convidada por Benedito Ruy Barbosa para atuar no ‘remake’ de ‘Paraíso’, que deve substituir ‘Negócio da China’, a partir de março.


ALTA


Cássia interpretará a beata Mariana, papel que na versão de 1983 foi de Eloísa Mafalda. Mariana é mãe da protagonista Maria Rita, a Santinha. Natália Dill, que faz sucesso na atual temporada de ‘Malhação’, interpretará Santinha.


CÓPIA


A Band estreará em março uma versão do ‘Hoje Em Dia’, com Patrícia Maldonado. O ‘Atualíssima’ vai acabar.


FLOP


O retorno da Band à teledramaturgia não será mais em março, como a emissora anunciou ao demitir quase 250 profissionais da área. Ficou para o segundo semestre de 2009.


EMBATE 1


Em parecer divulgado anteontem, o Ministério Público Federal se manifestou contra o corte da MTV da grade de canais da Sky, após fracasso de negociação de renovação de contrato. Ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), o MPF recomendou que se determine o imediato retorno da emissora à Sky.


EMBATE 2


Para o MPF, o corte da MTV transgrediu decisão do Cade na época da fusão da Sky com a DirecTV. A Sky informou que só se pronunciará no Cade.’


 


 


Folha de S. Paulo


Programa procura por modelos ‘normais’


‘Como seu nome adianta, o reality show ‘Mulheres Normais, Modelos Reais’ busca entre garotas comuns modelos para grandes campanhas publicitárias, sugerindo uma versão mais democrática do ‘America’s Next Top Model’.


O programa, que estréia hoje à noite no GNT, é apresentado pela modelo Coleen McLoughlin, que está longe de ter medidas esquálidas. No primeiro episódio, ela deve encontrar uma modelo ‘orgulhosa e confiante dela mesma’, como pede uma grande marca inglesa de meias finas para a qual McLoughlin fará seu primeiro trabalho.


E lá vai ela pelas ruas de Londres à procura da modelo. Mas a tarefa não será tão difícil quanto parece. Logo em sua primeira saída, McLoughlin encontra um experiente caçadora de modelos, que lhe dará dicas sobre como abordar alguém na rua -o que acaba fazendo para a apresentadora.


Em seguida, McLoughlin se une a uma experiente produtora de grandes campanhas publicitárias, que a ajuda a organizar um encontro com várias candidatas. ‘Você está feliz com seu corpo’, perguntam às candidatas. As respostas são discursos afirmativos, que casam com o reality show politicamente correto.


MULHERES NORMAIS, MODELOS REAIS


Quando: às sextas, às 19h e às 2h


Onde: no GNT


Classificação indicativa: não informada’


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Sexta-feira, 5 de dezembro de 2008


 


DANIEL DANTAS
O Estado de S. Paulo


Oportunista caiu, diz ‘Economist’


‘A revista britânica The Economist deu destaque na edição desta semana à condenação de Daniel Dantas. Em reportagem intitulada ‘A queda de um oportunista’, o controlador do Opportunity é tratado como banqueiro talentoso ‘que lucrou operando no espaço obscuro em que negócios e política se misturam no Brasil’.


A revista lembra o caso Kroll, relata a Operação Satiagraha e traz uma explicação do esquema que, segundo a Polícia Federal, Dantas usava para lavar dinheiro. ‘É a suposta influência de Dantas no âmbito do governo que criou sua notoriedade’, avalia. ‘Desfrutou de fácil acesso ao governo Fernando Henrique Cardoso, incluindo encontros com o presidente. Influência que migrou para o governo Luiz Inácio Lula da Silva.’


Após registrar as alegações da defesa e a tática de desqualificar o processo, a Economist cita que a Justiça no Brasil é marcada por ‘intermináveis recursos’. ‘Grandes processos são comumente disputados na imprensa, para depois malograrem.’ O texto encerra dizendo que ‘é cedo’ para saber se o ministro da Justiça, Tarso Genro, acerta ao dizer que o julgamento mostra o bom funcionamento das instituições no País.’


 


 


TELEFONEMAS
Tutty Vasques


A voz do dono


‘A história da congressista americana que desligou o telefone na cara de Obama julgando se tratar de um trote parece coisa do tempo em que os poderosos cuidavam de viva-voz dos detalhes de sua administração, como tentou fazer o presidente eleito dos EUA ao teclar direto para o celular da deputada Ileana Ros-Lehtinen. Hoje em dia, como se sabe, quem manda tem assessor pra tudo.


Quando o poder era a presença do dono, volta e meia alguém cometia a gafe de destratar o chefe supremo ao telefone, crente que do outro lado da linha cairia a máscara daquele colega de trabalho metido a passar trote pra todo mundo. Ficou célebre entre os episódios do gênero a vez em que o doutor Roberto Marinho ligou tarde da noite para a redação de O Globo, e ouviu poucas e boas do plantonista a quem pedia informações sobre a primeira página de seu jornal. Quando, enfim, se fez entender ao subalterno, deu-se o seguinte diálogo:


– Você sabe agora com quem está falando? – apelou para a hierarquia.


– Sei, sim. E o senhor: sabe com quem está falando?


– Não.


– Graças a Deus!


E bateu o telefone na cara do chefe, rapidinho!’


 


 


Anne E. Kornblut, NYT


‘É o presidente? Não me diga…’


‘A deputada republicana pela Flórida Ileana Ros-Lehtinen desligou o telefone duas vezes na cara do presidente eleito dos EUA, o democrata Barack Obama. Antigas desavenças partidárias? Na verdade, Ileana simplesmente não acreditou que o presidente pudesse ligar para ela. ‘Ela achou que fosse um trote’, explicou, constrangido, um dos assessores da congressista.


Segundo a equipe de Ileana, a parlamentar recebeu o primeiro telefonema do escritório do presidente eleito em seu celular. O número de fato era de Chicago. Do outro lado da linha, alguém lhe informou que Obama queria falar com ela. Em seguida, um homem com a voz do democrata cumprimentou a parlamentar, mas ela rapidamente cortou a conversa. ‘Desculpe-me, mas acho que essa é alguma brincadeira dessas rádios da Flórida’, disse, desligando o aparelho.


A parlamentar recebeu uma segunda ligação do chefe de equipe de Obama, Rahm Emanuel, que estaria com o democrata. ‘Ileana, não acredito que você desligou o telefone na cara do presidente eleito’, disse ele.


A resposta, segundo os assessores de Ileana: ‘Desculpe, mas também não acredito que essa ligação não seja uma brincadeira.’ E novamente, a parlamentar desligou.


Para que a congressista acreditasse que Obama estava mesmo tentando falar com ela, foi necessária uma ligação do republicano Howard Berman, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados americana e antigo amigo de Ileana. ‘Se você é mesmo Berman, conte-me uma história que só eu e você saberíamos’, desafiou a parlamentar.


Foi só então que ela se deu conta, segundo seus porta-vozes, que havia mesmo desligado na cara do presidente eleito.


‘Quando Obama finalmente conseguiu falar com ela, disse que achou engraçado o fato de ela ter desligado duas vezes’, contou um dos assessores de Ileana.


A congressista parabenizou o democrata por sua vitória e o convidou a trabalhar com seus aliados em questões relacionadas a Cuba e Israel – em que ela está bastante engajada.’


 


 


TELEVISÃO
Etienne Jacintho


Moda em série


‘O canal FashionTV Brasil, que entrou recentemente na grade da Net, exibiu, de agosto a dezembro, três séries de documentários nacionais de diferentes produtoras como a Pindorama, de Regina Casé. Para 2009, o canal segmentado sobre moda, cultura e comportamento já tem mais oito projetos brasileiros em andamento.


Segundo o diretor da FashionTV Brasil, Daniel Conti, um dos projetos é a série Fashion Splash, co-produção com a Selva, em 13 episódios, que fala sobre itens da moda que todos querem ter, como os piercings que nasceram no underground londrino ou as populares Havaianas, que viraram hit. Irá ao ar ainda uma nova temporada do Estilo Brasil.


O canal surgiu em agosto de 2007, na Sky, com 34 mil assinantes, e encerrou o mesmo ano com 442 mil assinantes, um crescimento de quase 90%. Hoje, com a entrada na Net, o canal está com mais de 1 milhão de assinantes. Em agosto, a FashionTV sofreu uma transformação visual e de conteúdo e hoje não exibe mais produções latinas. As produções francesas vão ao ar na madrugada e a grade possui quase 40% de produção brasileira.’


 


 


 


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