Tuesday, 30 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Campineiros revoltados

Estou revoltadíssimo com a Folha de S.Paulo por ter encerrado o caderno regional de Campinas, sem aviso prévio! Não tenho mais o direito às notícias de minha cidade e região e nem à programação de cinema, que tanto usava. Meu sogro já cancelou a sua assinatura da Folha. Estou pensando em fazer o mesmo, diante de atitude tão ditatorial! O que aconteceu? Alguém sabe?

Paulo Sakanaka, engenheiro, Campinas, SP



IstoÉ, jornalismo esquisito

Carta enviada à revista IstoÉ.

Antonio Fernando De Franceschi, São Paulo

São Paulo, 22 de julho de 2004

Ilmo. Sr. Hélio Campos Mello, diretor de Redação da revista IstoÉ

Prezado Senhor,

Em sua última edição (nº 1.815, de 21 do corrente), esta revista publicou, sob o título ‘Parcerias esquisitas’, matéria contendo afirmações falsas e caluniosas a respeito do Instituto Moreira Salles, sem contudo ouvi-lo, descumprindo preceito elementar do bom jornalismo. E porque o fez, por incompetência ou má-fé – ou por ambos –, solicitamos que esta carta seja publicada na íntegra e na próxima edição, para o registro da correta informação que IstoÉ sonegou a seus leitores.

1. Ao contrário do que diz a revista, o IMS não utilizou fundos gerados por incentivos fiscais para adquirir uma coleção de fotografias brasileiras do século XIX, mediante, como acrescenta IstoÉ, o favorecimento de funcionários do Ministério da Cultura. A coleção foi comprada com recursos próprios do Instituto, em virtude de sua importância e raro valor para a preservação da memória cultural brasileira e, portanto, sem favorecimento de quem quer que seja. O acervo adquirido é integrado por 2.464 imagens, todas originais (vintage prints), únicas em sua quase totalidade. Ressalta-se, no conjunto, a raríssima imagem produzida por Hercule Florence, em 1833, considerada o primeiro objeto fotográfico das Américas.

2. Igualmente falsa é a afirmação de que o IMS valeu-se de incentivos fiscais para editar um livro com as fotografias dessa coleção. Falsa simplesmente porque tal livro não existe, do mesmo modo como inexiste qualquer projeto nos arquivos do MinC de autoria do Instituto pleiteando fundos para essa publicação.

Caso a reportagem nos tivesse solicitado, poderia facilmente acessar os documentos probatórios do que sustentamos acima. Documentos, aliás, que continuam à disposição da revista ou de quem queira conhecer a história da construção do patrimônio cultural da nossa instituição. Ou, se preferisse, bastaria a mera consulta aos registros de projetos aprovados pelo MinC ou por qualquer outra fonte geradora de recursos fiscais para a cultura, para comprovar o que aqui vai dito.

Se tivéssemos sido ouvidos, os leitores de IstoÉ teriam certeza de que jamais deixamos de atender qualquer órgão de imprensa. E também, se já não o sabem, que somos uma instituição eticamente responsável, que se faz honrar também pela transparência de sua conduta, assim como são abertos e transparentes nossos livros contábeis e os registros de procedimentos operacionais.

O IMS possui a maior e a mais importante coleção de fotografias brasileiras do período que vai de meados do século XIX a meados do século XX, formada ao longo dos últimos 9 anos graças a um cuidadoso e permanente programa de aquisições e recepção de doações. Para a guarda e conservação desse acervo, construiu, com recursos próprios, um edifício de 3 pavimentos no terreno de seu centro cultural no Rio de Janeiro. Ali instalou sua Reserva Técnica Fotográfica, que constitui referência internacional por suas instalações, equipamentos e equipe técnica.

O mesmo fez para o seu importante acervo musical, hoje depositado na Reserva Técnica Musical construída, igualmente com recursos próprios, no centro cultural da instituição no Rio de Janeiro, e dotada das melhores condições técnicas para cumprir suas funções.

Todas essas coleções, além de outras que o IMS possui, sejam elas literárias, iconográficas, teatrais ou históricas, não têm qualquer finalidade senão preservar a memória cultural brasileira e abrir-se ao público para pesquisas e consultas, diretamente nos locais de sua guarda ou via internet.

Em linha com essa política de democratizar o conteúdo de seus acervos culturais – e apenas para dar uma idéia da magnitude de sua atuação –, basta dizer que o Instituto realizou, desde a inauguração, em 1992, de seu primeiro centro cultural em Poços de Caldas (MG), 223 exposições de artes plásticas e visuais de visitação gratuita; editou 676 publicações próprias, entre catálogos, livros e os Cadernos de Literatura Brasileira. Considerando seus 4 centros culturais, 2 galerias de arte e as 43 salas dos 13 cinemas que administra – que constituem o maior complexo privado de instalações culturais do Brasil – o IMS foi visitado nesse período por um público de cerca de 16 milhões de pessoas, sobretudo nos cinemas, que privilegiam filmes de qualidade, especialmente os brasileiros de produção independente, dificilmente encontráveis no circuito comercial.

E o Instituto não atua apenas no Brasil: nos últimos 2 anos realizou ou cedeu imagens para 12 exposições no exterior, a última das quais, em maio passado, a convite da Prefeitura de Paris, na cripta arqueológica da catedral de Notre Dame (mostra São Paulo 450 anos: imagens e memória da cidade no acervo do Instituto Moreira Salles). E, para os próximos 3 anos, tem marcadas 7 exposições que realizará a convite de museus ou entidades culturais do exterior.

Uma instituição com tal folha de serviços prestados à cultura brasileira não pode ser impunemente caluniada, como o Instituto Moreira Salles o foi por IstoÉ, com afirmações infundadas e um deliberado descaso pela ética – sem falar da incapacidade (para usarmos, de novo, termo benigno) de praticar um jornalismo investigativo responsável.

Esses são os motivos, Senhor Diretor de Redação, pelos quais o IMS fará valer, na Justiça, entre outros, os direitos que tem à publicação, pela revista, com o mesmo destaque com que estampou a informação falsa, dos fatos tal como realmente aconteceram.

Antonio Fernando De Franceschi, Superintendente-executivo do Instituto Moreira Salles

Nota do OI: A carta acima foi publicada na edição nº 1.816 da revista IstoÉ.



Feio é jogar bomba

Matéria tendenciosa e desonesta, ao coonestar a hipocrisia dos críticos ‘ocidentais’ da al-Jazira. Os EUA divulgaram, entre outras, as fotos dos cadáveres dos filhos de Saddam Hussein, mas não gostam que mostrem os seus. De mais a mais, feio não é a foto do menino mutilado pelas bombas despejadas sobre Bagdá. Feio é jogar as bombas. Apesar do tom condescendente da matéria, o noticiário internacional da al-Jazira é mais ético que o de muitos grandes veículos da mídia ‘ocidental’.

Walter Rodrigues, jornalista, São Luís

Leia também

Al-Jazira divulga código de ética – Monitor da Imprensa



O diferencial da Fox News

Para aqueles que têm acesso à televisão a cabo, é grande a diferença entre o canal Fox News e seu rival acessível aos assinantes de nosso país, a CNNinternacional: o primeiro aborda sempre o ponto de vista democrata e também o republicano, ou o esquerdista e também o direitista, dentro da dicotomia política do Brasil, enquanto o segundo aborda o ponto de vista democrata ou esquerdista e se esquece da alternativa. É tão clara esta distinção que quando um telespectador, acostumado com CNNinternacional ou com a Globo News, assiste a um programa como The O’Reilly Factor, se choca com a quantidade de pontos de vista diferentes dos do host que aparecem para o debate diário. Coisa nunca antes (e nem agora) vista nos canais rivais.

Italo de Sousa Lima Machado, estudante, Goiânia