Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Elogio ao vazio

‘A celebração de Celebridade‘ poderia ser um título à altura da fatuidade da espetacularização proporcionada pela Vênus Platinada na tarde do domingo retrasado, no equivalente fátuo Programa do Faustão. A tentativa do apresentador em rechaçar críticas dos ‘intelectuais sem intelecto’ sobre a inexistente (ou fragmentária) trama da novela reflete o grau de perniciosidade imposto pelo padrão Globo de qualidade, numa clara estratégia de manipulação e marketing para alavancar índices de audiência – afinal, quem não quer saber as surpresas e revelações dos últimos capítulos? Parece imprescindível descobrir quem assassinou Lineu – tanto que até mesmo o Fantástico (a atração depois do Domingão) dedicaria espaço a tais revelações. Tênue fronteira a da realidade e a da fantasia – triste constatação, reveladora talvez da face estupidificada dos espectadores pegos nessa armadilha. Mais não se pode dizer porque sempre resta a opção de acionar o controle remoto…

Afonso Caramano, poeta, Jaú, SP



Fervilhando de indignação

Ultimamente tenho andado com a cabeça fervilhando de indignação por enxergar algo e não ter meios para divulgar amplamente. Grande parte da população está totalmente ligada nos capítulos finais de Celebridade (sabem o nome de todos, quem vai ficar com quem etc.), enquanto poucos ‘desalienados’ acompanham assuntos como a batalha do valor do salário mínimo (não sabem quem é quem, quem ficou com quem – com governo ou com oposição).

Bruno Moura, estudante de jornalismo, Rio de Janeiro



PARADA GAY
Preconceito explícito

Mandei e-mail ao Jornal do Povo, pela matéria abaixo. Esse tipo de imprensa precisa ser questionada.

Pederastas, bichonas, lésbicas, fanchonas e congêneres simulam alegria na Paulista – Bichas e sapatas têm a auto-estima em mau estado (tanto assim que querem passar por uma coisa que não são). Quem não consegue se identificar com o seu sexo se frustra, perde a auto-estima e é ressentido por isso. Quem não tem auto-estima não tem alegria nem orgulho. O verdadeiro sentimento do gay é a tristeza. Alguns acham que podem negar isso simulando alegria. Ensalsar a viadagem é sabotar o desenvolvimento da personalidade; promover a frustração e a amargura. É política de capachos para quebrar a auto-estima do cidadão e do povo. P.S. Desses 1 milhão e meio que atribuíram à PM, a redação da Folha colaborou com pelo menos 1 milhão e 400 mil.

O e-mail ao jornal:

Não é fácil compreender a tese do redator da matéria de seu jornal, dia 16 de julho. Há um tom extremamente irônico, mordaz, que impede a compreensão do leitor. Além disso o didatismo do redator o faz uma espécie de dono da verdade. Como ele pode afirmar que gays e ‘congêneres’ são sempre tristes? Generalizações não são bem-vindas e nem esclarecedoras quando se trata de jornalismo, ainda que o seu seja um jornal voltado ao povo. Mas a que povo vocês se dirigem? O texto é intelectualizado, pois não? Lendo por alto fica a impressão do preconceito, aliás, passível de punição; aprofundando surge a tese do redator: o direito à própria sexualidade. Afinal, qual é a postura do seu jornal em relação ao homossexualismo? Como é que afirmam que todo gay é triste? Esse texto mereceria uma análise no Observatório da Imprensa… Um abraço, Rose Prado.

Rose Prado, professora de redação, São Paulo



DESCASO DA FOLHA
Jornal de variedades

Sobre o rompimento da barragem na Paraíba, foi grande a superficialidade da matéria da Folha, num caso de calamidade. Não divulgou o nome da empresa responsável pela engenharia da barragem, sem contar que a principal parte dessa notícia seria ouvir o construtor. Isso não apareceu no jornal. A Folha de S.Paulo está se transformando numa Veja, isto é, num jornal de variedades, e não um veículo de informação séria? Ainda não mudei de jornal porque ainda há alguma coisa boa…

Flander A. Calixto, professor, Uberlândia, MG



CIRCULAÇÃO DE JORNAIS
O Extra é maior 2

O último IVC editado refere-se ao mês de abril de 2004. Abaixo seguem os números da circulação paga dos principais jornais do Rio de Janeiro, por quantidade de exemplares vendidos. O total de exemplares vendidos é composto de vendas avulsas e assinaturas.

O Globo: 2ª feira, 236.972; 3ª feira, 230.742; 4ª feira, 236.071; 5ª feira, 234.386; 6ª feira, 239.011; sábado, 247.753; domingo, 351.962.

Extra: 2ª feira, 210.998; 3ª feira, 202,212; 4ª feira, 236.498; 5ª feira, 228.659; 6ª feira, 204.703; sábado, 210.601; domingo, 350.291.

O Dia: – 2ª feira, 155.901; 3ª feira, 157.203; 4ª feira, 175.154; 5ª feira, 188.396; 6ª feira, 153.220; sábado, 159.127; domingo, 287.706.

Jornal do Brasil – 2ª feira, 68.050; 3ª feira, 68.022; 4ª feira, 68.103; 5ª feira, 68.122; 6ª feira, 92.340; sábado, 83.428; domingo, 104.056. Abraços.

Cesar Pacheco Barros, publicitário, Rio de Janeiro