Wednesday, 04 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1316

Praga que se alastra

Esta praga que se alastra pelos veículos de comunicação, e influencia as mentes fracas da sociedade, me faz temer pelo futuro do jornalismo nacional e, por que não, do internacional. O colunismo social é algo – sem definição – que vem tomando o espaço de matérias de cunho social, que poderiam ajudar a comunidade. E, o pior de tudo, ninguém toma nenhuma providência. Os jornais impressos, em vez de vetar tal praga e dar mais espaço à informação, fecham os olhos para o papel principal do jornalismo – informar – e se preocupam com o retorno financeiro que essas colunas proporcionam. Para os jovens jornalistas, como eu, que se preocupam com o futuro da imprensa, o que resta fazer é tentar extinguir este tipo de jornalismo – se é que pode ser considerado jornalismo –, já que serve apenas para reafirmar as diferenças sociais.

Acho apenas um pequeno exagero afirmar que ‘num futuro muito próximo, os colunistas sociais serão os donos da mídia convencional e mudarão por completo a linha editorial de jornais, revistas e TVs’, já que uma grande parte de colegas meus recém-formados abominam este tipo de jornalismo, muito fluente aqui em Rio Preto. A medida mais correta a ser tomada para mudarmos o placar deste jogo, que o colunismo social vem ganhando por 1 a 0, é o de reestruturarmos a visão da sociedade. Caros amigos jornalistas, lutai pelo direito à informação realmente importante para a comunidade!

André Oliveira, jornalista recém-formado, São José do Rio Preto, SP

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Pequenas notinhas, grandes negócios – Alex Medeiros



Maravilha de jornalismo

Vejam que maravilha de jornalismo:

30/6/2004 – 10h43m (Luiz Ernesto Magalhães – O Globo)

Vira-lata de traficante é socorrido em posto da prefeitura

RIO – Um cão vira-lata, ferido na pata por uma bala perdida durante tiroteio entre PMs e bandidos na Avenida Brasil, está sendo medicado na manhã desta quarta-feira num minicentro veterinário da prefeitura, próximo ao Conjunto Amarelinho, em Irajá. De acordo com a secretária extraordinária de Defesa dos Animais, Maria Lúcia Frotta, o cão foi deixado no local por um traficante, preocupado com o estado de saúde de seu animal de estimação. O bandido teria inclusive assinado uma permissão para que o animal fosse tratado.

– Trata-se de um caso inédito para nós. Mas demonstra que o afeto aos animais atinge a todos – disse a secretária.

É ou não é para Prêmio Pulitzer, Prêmio Esso, Prêmio Observatório da Imprensa, ou outros que venham a ser criados? Com que preciosidade de notícia somos ‘brindados’ pela imprensa chapa-branca… Já dá para antever o que virá pela frente com o subsídio, perdão, socorro oficial, via BNDES, aos veículos de imprensa. O quanto se queimará, perdão, gastará de dinheiro público para que tenhamos esse tipo espetacular de informação. Sem ilusões.

Alguém está ganhando para publicar num jornal de grande circulação (descarta-se pensar em alienação generalizada!?) esse tipo de notícia. É melhor começar a enviar alertas a Augusto Nunes, Villas-Bôas, Marcos Sá Correa, Zuenir que eles estão com os dias contados. O que eles escrevem deve estar interessando cada dia a menos gente. Principalmente em determinadas redações. Aliás, vide o que aconteceu ao Dines no JB. O que eles querem é a proliferação desse tipo de jornalismo. Coisas rápidas, sem tempo para reflexão. Reflexão? É exigir demais, não?

Joana Freitas



Pura inveja

Danuza Leão perdeu uma grande chance de ficar calada. (…) É isso que dá contratar gente incompetente para macular o ambiente de trabalho de jornalistas, jornalistas que aliás sempre contribuíram para a democracia deste nosso país, atuando inteligentemente em prol da sociedade. Utilizar-se de um veiculo de comunicação respeitável para rir de nossa cultura, além de promover o ‘racismo’ contra nós, nordestinos, que construímos sua cidade, é inaceitável. (…) Não defendo aqui o Lula, mas sim o respeito a nossos pares. Uma sociedade justa e igualitária em valores éticos e morais certamente engrandece a nação e eleva o status de respeitabilidade. Outra coisa, certamente a D. Danuza não tem o que comemorar, mostrando uma pontinha de inveja pela comemoração dos outros.

Miguel Gomes, bacharel em Direito, Recife



Em outro país

Gostaria de enviar meus sentimentos por essa imensa falta de consciência. Fica difícil ouvir opiniões como a da senhora, que está envolvida com a elite da sociedade e não vê o mundo a sua volta. Acorde a senhora, que é brasileira, mesmo não querendo ou vivendo em outro país na sua cabeça. Acredito que pessoas como Danuza são o que há de pior: não reconhecem sua cultura e nem o seu povo, enquanto em países desenvolvidos o que vem em primeiro lugar é a cultura deles e sua história é valorizada a cada dia.

Adriano Sapia, subgerente, Osasco, SP

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Fala sério, Lula! – Danusa Leão [Entre Aspas]



Rumo ao descrédito

A grande imprensa anda meio perdida entre credibilidade e balanços contábeis, publicando muita coisa que vai de encontro ao bom senso e omitindo-se naquilo que nós, os leitores, julgamos fundamental ao exercício de informar. Cometem erros crassos que atentam contra a democracia, e ferem jornalistas, como no caso do Jornal do Brasil, que demitiu Alberto Dines. Não faltam injustiças de todo tamanho que levam a imprensa ao descrédito. Deveriam preocupar os profissionais do jornalismo e os levar a se organizarem, tendo como base a informação da sociedade.

Quando o presidente pede à imprensa mais criatividade para sugerir caminhos à sociedade, não mencionou o comportamento geral em face da expulsão do tal Larry Rohter, do NYTimes, medida correta que tem todo o apoio da sociedade, mas acabou sendo anulada pela gritaria dos jornalistas brasileiros.

Marcos Pinto Basto, São Paulo