Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Imprensa espanhola já cerca seleção brasileira


Leia abaixo a seleção de sexta-feira (18/6) com artigos sobre a Copa do Mundo.


 


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O Globo


 


INTERESSE


Marcos Penido


Jornalistas espanhóis já cercam brasileiros


‘Brasil e Espanha ainda não estão classificados para a próxima fase.


Mas a possibilidade de as duas seleções se enfrentarem, se tudo correr bem para os dois lados, é grande. E já mobiliza, principalmente, os jornalistas espanhóis. Ontem, na entrevista coletiva da seleção, Robinho, que já atuou no Real Madrid, e Nilmar, que atua no Villa Real, foram os alvos.


Nilmar foi bem direto: — A Espanha errou e perdeu quando podia perder. Se houver o cruzamento com o Brasil será uma final antecipada.


São duas grandes seleções e não vejo favoritismo. No campo, quem se comportar melhor vai vencer.


Para o atacante Robinho, as perguntas foram bem mais incisivas.


Como o jogador chegou a pedir para deixar o Real Madrid e jogar no Manchester City, da Inglaterra, de onde foi emprestado ao Santos, o interesse era saber se ele teria alguma motivação especial para enfrentar a seleção espanhola.


Muito inspirado, Robinho ensaiou um drible.


— Não existe nenhum sentimento de revanche da minha parte. Fui muito bem tratado na Espanha e, se acontecer, será mais um jogo importante em minha vida. Nada além disso — afirmou Robinho.


‘A seleção espanhola é boa’ Quando insistiram em perguntar como o atacante via a seleção espanhola, Robinho engatou uma pedalada e tratou de encerrar o assunto.


— A seleção espanhola é boa. Mas nós, no Brasil, estamos pensando apenas no nosso caminho. Temos um objetivo, o de sermos campeões do mundo, e vamos fazer de tudo para conquistar este título. Para isso, vamos ter que vencer quem aparecer pela frente — disse o atacante.


Além de Nilmar, a seleção brasileira conta ainda com três jogadores que atuam no futebol espanhol: Kaká, no Real Madrid; Luís Fabiano, no Sevilla; e Daniel Alves, no Barcelona. O quarteto faz com que o número de jornalistas espanhóis que cobrem o Brasil seja bem maior do que o de outros países.


Como existe a possibilidade de uma seleção chegar em primeiro no seu grupo e a outra em segundo, é grande a probabilidade do cruzamento nas oitavas de final. Com isso, a pressão nos dois lados vai aumentar.


E os jogadores brasileiros que atuam na Espanha deverão sofrer marcação cerrada da imprensa espanhola. Nada que não estejam acostumados quando atuam por lá.’


 


 


PUBLICIDADE


Bruno Rosa


Copa do Mundo invade a publicidade, com futebol em metade dos comerciais


‘Em plena Copa do Mundo, a publicidade brasileira também só respira futebol. Nos intervalos comerciais, cerca de metade das campanhas faz alusão aos jogos, ao Mundial e à seleção brasileira, de acordo com estimativa feita pelo Projeto Inter-Meios a pedido do GLOBO. No vale-tudo para se aproximar do cliente e elevar as vendas, as empresas têm colocado os atletas para dançar, correr e, claro, fazer muitos gols.


O maior astro das campanhas é Pelé, com 11 delas. Para a Associação Brasileira de Propaganda (ABP), o campeonato é tão importante que as verbas de comunicação neste primeiro semestre estão 25% maiores em relação a 2009.


Segundo publicitários, as marcas pegam carona na Copa para passar mensagens de superação, desafio e vitória. Só assim conseguem estar presentes na cabeça dos brasileiros durante o Mundial, afirmam os especialistas.


É dessa forma que os jogos vão dar um empurrão extra nos negócios nos primeiros seis meses deste ano. Segundo dados do Projeto Inter-Meios, uma iniciativa do grupo Meio&Mensagem e dos veículos de comunicação, serão investidos cerca de R$ 12 bilhões até junho, uma alta de 25% em relação ao mesmo período do ano passado.


— O esporte mobiliza o país.


Por isso, há uma alocação de recursos para esse período. Hoje, metade das peças no ar faz referência ao futebol. A economia aquecida favorece o maior investimento em mídia — afirma Salles Neto, presidente do Grupo Meio & Mensagem.


Campanhas da Coca e da Seara são as mais lembradas Segundo pesquisa feita pelo Instituto QualiBest no início deste mês com mais de 600 pessoas, a campanha da Coca-Cola, com um garoto africano sem saber como comemorar o gol, é a mais lembrada por 22% dos brasileiros.


Em seguida, com 16% dos votos, aparece o trio Robinho, Neymar e Ganso, todos do Santos, dançando o hit ‘Single Ladies’, de Beyoncé, para Seara. Na lista estão ainda os argentinos da Skol (com 15%) e os guerreiros da Brahma, com 14%.


Mas, apesar de todas as campanhas fazerem menção ao que acontece dentro dos gramados, é o Pelé quem rouba a cena ao aparecer em 11 campanhas, como as da Vivo, Louis Vuitton, Sky e Mastercard. Em seguida, está Robinho em cinco comerciais: Volks, Samsung com Net, Nike, Seara e Rexona.


— Estamos em um momento em que todos se voltam para o tema futebol. Com os jogadores, as marcas conseguem criar uma conexão e falar direto com o consumidor. Com essa Copa, a verba aumentou em média 25% — avalia Cyd Alvarez, presidente da ABP e a agência NBS.


A Rexona, desodorante da Unilever, por exemplo, investiu R$ 17 milhões em um produto criado especialmente para o ano de Copa. As peças são estreladas pelo jogador Robinho.


— O Robinho é a peça-chave desta campanha porque ele tem um enorme carisma e representa desempenho e performance — diz Ana Carolina Jácome, gerente de marketing de Rexona.


No varejo, mais investimento.


O Bob’s está investindo R$ 3 milhões na Torcida Bob’s. Flavio Maia, diretor da rede, adianta que a empresa vai criar um sorvete verde-e-amarelo: — Vamos lançar o sorvete Brasileirinho que deve elevar as vendas da categoria em 10%.


Luciana Feres, diretora de Marketing da Coca-Cola Brasil, acredita que os momentos marcantes do esporte se eternizam na memória afetiva das pessoas.


Para Marcel Marcondes, diretor de marketing da Brahma, as peças refletem o fato de todo o brasileiro querer ver o país entrar em campo com garra. Hugo Janeba, vice-presidente de marketing da Vivo, que também é patrocinadora oficial da seleção e que contratou o jogador Pelé, utilizou as redes sociais como plataforma principal: CBF e Fifa notificam 96 por campanhas irregulares — Estamos manifestando a torcida através da internet, em uma estratégia que continua até a próxima Copa, no Brasil.


Entre as teles, a Oi, patrocinadora da Copa do Mundo de 2014, escalou o técnico Dunga para seus comerciais, enquanto a Claro joga com o jogador Ronaldo, que por anos foi o rosto da TIM Brasil.


Mas apesar de tantas campanhas, a CBF já notificou 32 empresas por uso irregular de seus símbolos. A Fifa fez 64 notificações este ano no Brasil por associação indevida


Pelé, o rei da propaganda


Cachê, de US$ 1 mil em 58, hoje é de US$ 2 milhões


Em 1958, na Copa da Suécia, Pelé assinou um contrato de US$ 1 mil com a Tetra Pak para estrelar uma campanha criada apenas para os jornais suecos. Mais de 50 anos depois, ele ainda é considerado o melhor de todos os tempos, com 11 campanhas simultâneas e um cachê que pode chegar a US$ 2 milhões ao ano. Das 11, três são apenas no exterior: Japão, Portugal e Angola.


Adilson Xavier, presidente e diretor de criação da Giovanni+ Draftfcb, responsável pela campanha da Sky com Gisele Bündchen, diz que Pelé é um símbolo nacional, por isso é sempre um dos nomes mais lembrados.


‘Eu espero que o mercado continue confiando em mim porque já são mais de 50 anos e isso significa que já se passaram quase três gerações que são fiéis a meus testemunhos. Nunca aceitei fazer campanhas de bebidas alcoólicas, por exemplo.


Espero que as novas gerações continuem acreditando em mim’, disse Pelé ao GLOBO, por e-mail.’


 


 


 


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Folha de S. Paulo


 


SEGURANÇA


Jornalistas do Brasil são furtados dentro de hotel


‘Quatro jornalistas brasileiros foram furtados em um hotel em Johannesburgo, sendo que três fazem parte da equipe da Folha que cobre a Copa-2010 -entre eles o colunista Juca Kfouri.


No total, o prejuízo foi de cerca de US$ 1.800. O dinheiro foi furtado dos cofres instalados nos quartos dos brasileiros. O furto foi percebido após o segredo dos cofres ter apresentado problemas, que impedia a abertura.


Ao ser informada do furto, a gerência do hotel disse que investiga o caso e procura imagens do sistema de segurança. O hotel fica em Sandton, uma das áreas mais nobres da cidade. Não foi o primeiro caso envolvendo jornalistas neste Mundial.


No dia 9, três jornalistas europeus foram roubados num hotel em Magaliesburgo. Deles, foram levados equipamentos, dinheiro e roupas. No dia seguinte, chineses foram as vítimas.’


 


 


ARGENTINA


Marcos Augusto Gonçalves


Quarto melhor da história, Maradona é adorado pela TV


‘As câmeras amam as grandes estrelas -e são correspondidas. Com Diego Maradona não é diferente.


Quarto melhor jogador de futebol da história, depois de Pelé, Di Stéfano e Garrincha, o gorduchito marrento é o darling da TV na Copa.


Dia de Argentina, como ontem, só dá ele. É Diego dando chutinho de terno, matando a pelota com categoria, comemorando com o banco e distribuindo pegajosos beijos e abraços aos seus comandados.


É um artista. E vai representando bem o papel. Antes eu estava inclinado a concordar com Renato Maurício Prado, que chamou a Argentina de ‘bando’ no ‘Seleção SporTV’ da véspera.


Mas a verdade é que eles gastaram a bola, amiguitos. Messi está difícil de segurar.


Duro é ver aquelas manjadíssimas reportagens sobre comunidades gringas acompanhando jogos de seus países no Brasil. :/’


 


 


MARKETING


Grazielle Schneider


Marketing de risco é destaque na Copa


‘A vedete do marketing na Copa do Mundo de 2010 é a promoção de risco. As empresas abrem mão de parte do faturamento ao oferecer produtos e até o dinheiro de volta, dependendo dos resultados do torneio.


A fabricante holandesa de navegadores GPS TomTom, por exemplo, promete devolver o dinheiro da compra de um modelo de aparelho -R$ 799- caso o Brasil conquiste o hexacampeonato.


Têm ainda motivos para torcer pela seleção os assinantes do Infinity, plano pré-pago de celular da operadora TIM. A promoção em que o usuário paga R$ 0,25 por ligação será prorrogada até 2014 se o Brasil for campeão na África do Sul.


Para Robert Alvarez, professor do Núcleo de Estudos e Negócios do Esporte da ESPM, em São Paulo, essas campanhas são reflexo não só da evolução do marketing esportivo mas da necessidade de inovação das empresas em ambiente competitivo.


Ele diz que o objetivo das companhias é passar para o público a mensagem de que compartilham os mesmos valores e de que torcem juntos.


IDEIAS PELO MUNDO


Esse tipo de promoção também ocorre no exterior. A fabricante de GPS TomTom, por exemplo, lançou a campanha em que promete a devolução do dinheiro em outros oito países.


Na Irlanda, a rede de pizzarias Pizza Hut aproveitou a revolta dos torcedores com a não classificação de seu país para o torneio.


A cada gol que a França levar na Copa (ontem, sofreu dois na derrota para o México) será oferecida uma pizza para cada uma das primeiras 350 pessoas que acessarem o Facebook da empresa.


A seleção irlandesa ficou fora do Mundial após sofrer um gol, nas eliminatórias, que começou com um toque de mão do atacante francês Thierry Henry.


Já a fabricante de eletroeletrônicos Toshiba usou o descrédito dos ingleses na vitória de sua seleção para desafiar: compre uma TV ou um laptop e, se a Inglaterra trouxer a taça para casa, devolvemos seu dinheiro.


‘Eu sou a favor de ideias que possam provocar o público e os clientes, desde que seja planejado o risco financeiro’, afirma Jony Lan, consultor em estratégia, marketing e novos negócios.


Alvarez não tem dúvidas de que existe a possibilidade de perda financeira em campanhas de risco, mas acredita que está devidamente mensurada.


‘As empresas não são inocentes a esse ponto.’


ZEBRA


A primeira ‘zebra’ deste mundial renderá um prejuízo estimado em 10 milhões de francos suíços (mais de R$ 16 milhões) à rede de supermercados Migros, da Suíça.


A promoção ‘Vitória da Suíça, 10% para você’ prometia desconto nas compras caso a seleção do país derrotasse um das favoritas ao título, a Espanha. Os suíços ganharam de 1 a 0.


Há também casos não relacionados ao torneio. Em 2008, a fabricante do refrigerante Dr Pepper prometeu uma lata da bebida para cada americano se a banda Guns N Roses lançasse o álbum ‘Chinese Democracy’ até o fim daquele ano, após 17 anos de espera.


O disco saiu e a companhia cumpriu a promessa: distribuiu milhões de latas às pessoas que assinaram um cadastro em seu site.


Outro exemplo em que o cliente saiu favorecido é o da Taco Bell, rede de fast food americana que aproveitou o World Series, série de sete jogos que decide o campeão de beisebol no país, e lançou a promoção ‘Steal a base, steal a taco’ (Roube uma base, roube um taco), em 2007.


Lanches grátis seriam distribuídos quando algum atleta de um dos times -Boston Red Sox ou Colorado Rockies- conseguisse ‘roubar a base’ pela primeira vez no torneio. A jogada havia acontecido pelo menos uma vez em cada uma das séries desde 1990.


Em 2007, a base foi roubada no segundo jogo por um jogador do Boston Red Sox. No ano seguinte, quando a promoção foi repetida, a jogada ocorreu ainda mais rápido: no primeiro jogo.’