Friday, 26 de July de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1298

O haraquiri de um barão da imprensa mundial


Rupert Murdoch, um dos mais poderosos barões da imprensa mundial acaba de decretar a sua própria morte como dono de um império de empresas de comunicação. O polêmico empresário australiano anunciou bombasticamente o fim da era dos barões da imprensa, num discurso que fez na noite do dia 13/3 e que recebeu o significativo título de: A alvorada de uma nova era de descobertas: a mídia 2006.


Murdoch tornou-se um bilionário comprando jornais no mundo inteiro, especialmente na Inglaterra, mas hoje procura posicionar-se como o arauto de novos tempos na imprensa mundial, graças a frases de efeito como: ‘o público consumirá notícias como fast food no futuro’ ou ‘os jornais não terão outra saíde senão converter-se em sites noticiosos.


Algumas frases tiradas do discurso pronunciado na The Worshipful Company of Stationers and Newspaper Makers (Uma associação de empresas do ramo papeleiro na Inglaterra) mostram o estado de espírito do dono de jornais como o The Times e The Sun :


– ‘Sociedades e empresas que acreditam na possibillidade de que seu passado glorioso às proteja das mudanças provocadas pelas novas tecnologias acabarão fracassando e fechando’;


– ‘O poder está escapando das mãos da velha elite na imprensa, os editores, executivos chefes e, temos que admitir, também dos seus proprietários’;


– ‘Uma nova ageração de consumidores da mídia está em ascensão e exigindo conteudos personalizados disponiveis no momento e no formato desejado’;


– ‘Esta revolução do conhecimento deu força aos leitores, aos estudantes, aos pacientes de câncer, às vítimas da injustiça, enfim, qualquer pessoa que tenha uma necessidade vital por informações confiáveis’;


– ‘Nós ainda não tomamos conhecimento da empresa que será a maior do mundo no ano 2020. Talvez esta empresa nem exista ainda, embora eu espere que sim e que eu possa saber o seu nome’.


Ruperto Murdoch é um personagem controvertido na Inglaterra, onde os conservadores o adoram e os liberais o detestam por sua conduta arrogante e pelo capitalismo selvagem que pratica em suas empresas. O jornal The Guardian chegou a ironizar o discurso com uma matéria entitulada ‘Murdoch olha a bola de cristal’.


O dono do megaconglomerado News Corporation  contirbuiu poara a verve de seus criticos com frases grandiloquentes como ‘a humanidade está vivendo uma segunda era de grandes descobertas, comparável àquela dos grandes exploradores europeus, como Cristóvão Colombo que descobriu o Novo Mundo há 600 anos’.


Murdoch, cujos negócios começaram na Austrália, chegou à posição de barão da imprensa abrindo caminho a ferro e fogo entre os donos de jornais tradicionais na Europa e Estados Unidos. Agora reservou dois bilhões de dólares para investir na internet e tripudia mais uma vez sobre seus desafetos ao anunciar o fim de uma era da qual ele tornou-se um dos ícones. 


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