Friday, 03 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

Lixo eletrônico subirá 33% até 2017

A China e outras economias emergentes superaram os países ocidentais em quantidade de lixo eletrônico produzido, desde aparelhos de TV a celulares, e vão encabeçar o aumento de 33% previsto de 2012 a 2017, segundo relatório de uma aliança ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). O estudo é o primeiro a mapear o lixo eletrônico por país e busca promover a reciclagem e o descarte seguro de peças que podem ser tóxicas. Os números mostraram como a ascensão econômica dos países em desenvolvimento vem transformando a economia mundial até em termos de poluição.

“O problema do lixo eletrônico requer atenção internacional”, disse Ruediger Kuehr, da Universidade das Nações Unidas (UNU) e secretário da iniciativa Solucionando o Problema do Lixo Eletrônico (Step, em inglês) mantida pela ONU, governos, ONGs e cientistas. O volume de eletrônicos descartados no mundo saltará para 65,4 milhões de toneladas em 2017. Foram 48,9 milhões em 2012. A maior parte do aumento virá dos países em desenvolvimento. Em 2017, aparelhos velhos como máquinas de lavar, computadores, geladeiras, brinquedos eletrônicos e outros equipamentos elétricos ou a pilha deverão ter peso equivalente a 200 Empire State Buildings ou 11 das Grandes Pirâmides de Gizé, segundo a Step.

Parte do lixo dos países ricos vai para economias emergentes, onde muitos trabalham em condições arriscadas e baixos salários no desmonte dos aparelhos descartados.

7 kg de lixo por ano/por pessoa

O lixo dos emergentes, incluindo Rússia e outras nações do ex-bloco soviético, superou em 2012 o total de potências ocidentais como Estados Unidos e União Europeia, Japão e Austrália. Nesse ano, as potências produziram 23,5 milhões de toneladas de lixo enquanto o total dos demais países chegou a 25,4 milhões de toneladas – uma mudança em relação ao cenário anterior quando as nações ricas eram responsáveis pela maioria.

Em 2017, o lixo eletrônico dos países desenvolvidos deverá aumentar para 28,6 milhões de toneladas, bem menos do que as 36,7 milhões de outros países, um efeito colateral da ascensão econômica de nações emergentes como Índia, Brasil e África do Sul.

O lixo pode ser valioso se reciclado. Um estudo estimou que 1 milhão de telefones celulares podem render 24 kg de ouro, 250 kg de prata, 9 kg de paládio e mais de 9 toneladas de cobre. O estudo mostra que as pessoas produzem em média 7 kg de lixo eletrônico por ano. Os americanos geram 29,8 kg por pessoa.