Monday, 29 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

O que vem por aí

Há mais de 15 anos, o ConsumerLab da Ericsson estuda a relação entre humanos e produtos e serviços de tecnologia. Seu programa de pesquisa anual baseia-se em mais de cem mil entrevistas feitas em 40 países, com destaque para as 15 maiores cidades do mundo. É a partir deste material que os pesquisadores analisam as futuras tendências do setor. Sua previsão para 2014 e para os próximos anos foi divulgada recentemente.

1. Aplicativos que mudam a sociedade. Depois de descobrir o poder dos smartphones, os usuários querem usá-los para tudo, de compras on-line a informações sobre o trânsito. A tal ponto que, de tudo o que um smartphone faz, falar ao telefone começa a ser uma das coisas menos importantes. Aqui no Rio, então, onde é impossível conversar durante três minutos sem que a ligação caia cinco vezes, isso é cada vez mais verdadeiro.

2. A senha é você. Quem é que consegue se lembrar da quantidade de senhas exigidas pela vida conectada? Muito mais simples, e seguro, confiar essas informações às pontas dos dedos, às pupilas, ao formato do rosto. Segundo a pesquisa da Ericsson, 52% dos usuários preferem usar impressões digitais a senhas. No Brasil, este número sobe para 79%. Eu só queria conversar com os outros 48% (e 21%, respectivamente) para saber por que ainda preferem senhas.

3. Autoquantificação. Eu já entrei nessa: uso uma pulseira FitBit que, conectada ao meu smartphone ou tablet, informa quantos passos dei, que distância percorri, quantas calorias perdi e assim por diante. O resultado, até aqui, tem sido muito deprimente, mas está entre as minhas resoluções de Ano Novo melhorar todos os índices. Essa é, aliás, a ideia por trás desses produtos: botar os usuários na linha.

4. Internet em toda a parte. Uma tendência que dispensa comentários.

5. Inclusão digital via smartphones. Essa é uma pedra que já vem sendo cantada desde o aparecimento dos smartphones. Era apenas questão de tempo, e de barateamento de custo, para que eles viessem a substituir os PCs como porta de entrada para a vida digital, sobretudo em áreas carentes. Hoje, 51% dos usuários consideram o smartphone o seu produto tecnológico mais importante.

Qualquer lugar

6. Mais benefícios do que preocupações. As pessoas estão cada vez mais conscientes dos riscos que correm na internet (ou por causa dela); ainda assim, a imensa maioria acha que a vida on-line oferece mais benefícios do que riscos. Apenas 4% dos usuários ouvidos passaram a usar menos a internet por questões de privacidade.

7. Programação amiga. Quando se tratar de assistir a vídeos on-line, a opinião dos amigos é fundamental: 36% dos usuários assistem a vídeos recomendados pelos amigos; aqui no Brasil, 46%.

8. Dados visíveis. Os consumidores querem entender o seu consumo de dados, uma área ainda cinzenta para a maioria. Enquanto 41% apenas querem saber quantos dados usam, 33% querem ter certeza de que as faturas das operadoras estão corretas, ao passo que 31% se preocupam em não ultrapassar o teto dos seus planos.

9. Sensores onipresentes. Mais da metade dos usuários acredita que, até 2016, teremos sensores espalhados por toda a parte, da área de saúde aos transportes públicos; 66% acham que portas e portões em locais de trabalho se abrirão automaticamente para pessoas autorizadas; e 56% acreditam que, em breve, automóveis trocarão informações entre si para evitar acidentes.

10. Recomece em qualquer lugar. Hoje, 19% do total de tempo de streaming de vídeos é usado em smartphones ou tablets. A ideia é que todos os aparelhos com os quais o usuário interage estejam sincronizados, para que ele possa parar de assistir a um filme na TV de casa, por exemplo, e recomeçar de onde parou no smartphone, a caminho do trabalho.

A íntegra da pesquisa (em inglês) pode ser encontrada neste link.

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Cora Rónai é colunista do Globo