Monday, 14 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1309

Editores garantem a Lordes independência editorial

Editores dos jornais britânicos The Times e Guardian se apresentaram, esta semana, ao Comitê de Comunicações da Câmara dos Lordes. O depoimento deles faz parte de uma investigação sobre o impacto dos proprietários das empresas de comunicação nas notícias. Em sessões separadas, os membros do Comitê questionaram os editores sobre o declínio da circulação de jornais, o estado atual da indústria jornalística e suas relações com os leitores e com os diferentes donos.


Robert Thomson, do Times, defendeu a independência editorial do diário e garantiu a não-interferência do proprietário Rupert Murdoch. O editor afirmou ao Comitê que não consultou Murdoch antes de decidir a linha editorial na última eleição britânica, embora tenha ‘contato regular’ com o bilionário australiano. Ele descreveu o magnata como uma ‘pessoa muito curiosa’ em temas internacionais. ‘Sugerir que alguém além de mim, o editor, é responsável pelo jornal é errado. Murdoch tem uma relação diferente com o Times da que tem com outros jornais do News International’, ressaltou. O grupo News International, dono do Times, pertence ao império de mídia News Corporation, de Murdoch.


Já Alan Rusbridger, editor do Guardian, afirmou que não há uma autoridade suprema na estrutura de poder do diário. Segundo ele, a proprietária Scott Trust, organização sem fins lucrativos fundada em 1936, não tem influência sobre a cobertura ou os pontos de vista adotados pelo jornal. Sobre a crise na indústria jornalística, Rusbridger disse acreditar ser possível que os jornais se recuperem economicamente, desde que a confiança dos leitores seja reconquistada. O editor prevê que nos próximos anos a equipe do Guardian se tornará flexível entre os meios impresso e online, com os profissionais trabalhando juntos. Informações de Patrick Smith [Press Gazette, 18/7/07].