Monday, 29 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Os perigos da internet para crianças e adolescentes

“Luciana fica até altas horas em seu computador trocando mensagens com mais de quinhentos amigos de sua rede de relacionamentos e interagindo com centenas de usuários de jogos online. Acha a realidade virtual muito mais interessante do que o chamado mundo real.” A cena, descrita no livro A face oculta – Uma história de bullying e cyberbullying, de Maria Tereza Maldonado, escritora e psicóloga membro da American Family Therapy Academy, é comum no dia-a-dia da maioria das famílias brasileiras. O que muitos pais desconhecem é o perigo que pode estar por trás do uso sem supervisão da internet e, principalmente, das redes sociais.

De acordo Maria Tereza Maldonado, escritora e mestre em Psicologia Clínica, os pais e a escola precisam orientar as crianças e adolescentes quanto aos perigos da internet. “A percepção do risco na criança é um processo em formação, pois o cérebro ainda está em fase de desenvolvimento”, destaca a psicóloga. Uma das dificuldades mais comuns encontradas pelos pais é como prevenir as crianças dos perigos da rede. “Os pais precisam ter acesso, abertamente, a tudo o que os filhos fazem na internet. Precisam saber o que as crianças fazem nas redes sociais e quem são os seus amigos”, alerta Maria Tereza Maldonado. A psicóloga destaca ainda a importância de saber por onde os filhos andam no que denominou de “praça pública do ciberespaço”.

A autoproteção na internet

Foi pensando em auxiliar os pais a proteger os filhos na internet que a Interage, desenvolvedora de soluções para segurança da informação, criou o serviço web Trevio. “Frequentemente, a mídia noticia histórias envolvendo crianças que marcaram encontros com desconhecidos pelas redes sociais e os pais aparecem sempre preocupados sem saber o que fazer para prevenir situações como essa”, comenta Ricardo Roese, diretor-executivo da Interage e também pai de duas meninas. De acordo com Ricardo, o Trevio é a ferramenta ideal para tornar a vida digital dos filhos mais segura. “Com o Trevio, é possível monitorar o Facebook, Orkut, Twitter, MSN e gerenciar a internet de maneira geral. Com esse controle, fica mais fácil proteger os filhos de pessoas mal intencionadas que circulam na internet com identidades falsas”, pontua Ricardo.

De acordo com a psicóloga Maria Tereza Maldonado, os pais são legalmente e amorosamente responsáveis por seus filhos. “Eles precisam ensinar às crianças a autoproteção na internet. Deixá-los utilizar a rede sem supervisão é ser negligente”, ressalta.

“Inventando perfis atrativos”

O que poucos pais sabem é que se o filho de até 17 anos cometer alguma difamação na internet quem pagará pela ofensa é o responsável legal. É muito comum encontrarmos nas redes sociais perfis criados exclusivamente para promover – negativamente – a imagem de uma criança, colega ou professora, por exemplo. “É muito importante ensinarmos a noção de respeito ao próximo. Durante o desenvolvimento há uma confusão de conceitos sobre os limites da liberdade de expressão e o respeito com as outras pessoas”, alerta Maria Tereza Maldonado em seu livro Bullying e Cyberbullying – O que fazemos com o que fazem conosco?

A noção de respeito em relação ao próximo e o alerta sobre perfis falsos na internet devem ser estar entre as preocupações principais dos pais e educadores na internet. “Com a face oculta, os bandidos seduzem facilmente inventando perfis atrativos nas redes sociais. Com isso, fica fácil conquistar a confiança de crianças e adolescentes”, finaliza a psicóloga.

Publicações da psicóloga sobre o tema:

** Bullying e Cyberbullying – O que fazemos com o que fazem conosco? (Editora Moderna)

** A face oculta – Uma história de bullying e cyberbullying (Editora Saraiva)

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[Marília Massochin é assessora de comunicação, Porto Alegre, RS]