Saturday, 27 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

ONG aponta 66 jornalistas mortos em 2014

Balanço anual divulgado nesta terça (16) pela ONG Repórteres Sem Fronteiras –entidade de defesa da liberdade de imprensa com sede em Paris– revela que, ao todo, 66 jornalistas foram assassinados no mundo em 2014. No ano passado, foram 71 mortes.

Segundo a ONG, embora 2014 tenha registrado ligeira queda no número de jornalistas mortos no exercício da profissão, os assassinatos são mais violentos e instrumentalizados para propaganda.

“A decapitação de jornalistas em 2014 mostra a magnitude da violência contra as testemunhas indesejadas”, acrescenta a RSF, referindo-se aos assassinatos dos americanos James Foley, que contribuiu para a cobertura da AFP na Síria, e Steven Sotloff.

Os vídeos das decapitações pelo Estado Islâmico circularam por todo o mundo.

O relatório da RSF, “Balanço da Violência contra Jornalistas 2014”, revela ainda que, neste ano, 119 jornalistas foram sequestrados no mundo, 178 presos, 853 detidos, 1.846 ameaçados ou agredidos e 134 precisaram se exilar.

Dois terços dos 66 jornalistas morreram em zonas de conflito, como a Síria –país mais letal para jornalistas, com 15 mortos neste ano–, territórios palestinos, leste da Ucrânia, Iraque e Líbia.

A RSF cita as mortes de dois jornalistas brasileiros, ambas em fevereiro: Pedro Palma, do jornal “Panorama Regional” (RJ), e o cinegrafista Santiago Andrade, da Band, morto por um rojão durante protesto de black blocs.

Venezuela

A Venezuela figura em segundo lugar na lista de cinco países com mais jornalistas ameaçados ou agredidos, com 134 casos, atrás da Ucrânia (215).

“Na Venezuela, 62% das agressões a jornalistas durante os protestos foram cometidas pela Guarda Nacional Bolivariana”, afirma a RSF.

O país governado por Nicolás Maduro também está na lista dos que registraram mais detenções de jornalistas: quinto lugar, com 34 casos, atrás de Ucrânia, Egito, Irã e Nepal. Em 2014, ao menos 853 jornalistas profissionais foram detidos no mundo.

Outra ONG ligada à proteção de jornalistas, a Press Emblem Campaign, com sede na Suíça, divulgou relatório que lista, em 2014, 128 jornalistas mortos em 32 países, um a menos que em 2013.

A maior parte das mortes foi registrada em Gaza: 16, durante a Operação Margem Protetora, de Israel. O Brasil está em 10º nessa lista, ao lado da República Centro-Africana, com quatro mortes.

A metodologia da ONG inclui não só jornalistas mortos no exercício da profissão mas também mortes acidentais ou “não intencionais”.