Procuradores federais detiveram toda a força policial de um povoado do estado de Veracruz nesta terça-feira [13/1] para colher depoimentos sobre o desaparecimento de Moisés Sánchez, um jornalista sequestrado na sexta-feira por um grupo de nove homens armados que foram até sua casa em três veículos e o retiraram de sua residência à força.
Os 36 agentes policiais de Medellín de Bravo foram detidos em uma operação conjunta da Secretaria de Segurança Pública e o grupo de elite Força Civil, informou o procurador Luis Ángel Bravo Contreras. Na segunda-feira, outros dois agentes haviam sido detidos.
Segundo o procurador, uma das principais linhas de investigação aponta o ativismo social do jornalista contra o prefeito do município, Omar Cruz, principal alvo das críticas do jornalista, que escreve para o pequeno semanário La Unión.
De acordo com informações recebidas pela Sociedade Interamericana de Imprensa, Sánchez foi ameaçado várias vezes em 2014 pelo prefeito e por pessoas ainda não identificadas. “Ele escreveu diversas matérias que incomodavam as autoridades, entre elas o prefeito, que é um dos principais suspeitos”, afirmou Jorge Sánchez, filho do jornalista.
No entanto, Cruz afirmou que o interesse principal é “esclarecer o caso”, e garantiu que “as supostas ameaças são falsas”.
Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, de Nova York (CPJ), Veracruz é um dos estados mais perigosos do México para os jornalistas. Desde 2011, pelo menos três profissionais foram assassinados no estado por motivos relacionados com sua profissão. O CPJ também investiga outros seis assassinatos em circunstâncias não esclarecidas e os desparecimentos de outros três jornalistas.
O governador de Veracruz, Javier Duarte, minimizou qualquer vínculo possível entre os assassinatos de jornalistas e o desempenho da profissão no estado (com agências internacionais).