Tuesday, 30 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Cobertura sobre Obama deve ser mais aprofundada

Quando as notícias econômicas não são boas, o ombudsman do Washington Post, Patrick B. Pexton, recebe muito feedback de leitores conservadores culpando o jornal, classificando-o de “mídia liberal” e acusando-o de tratar o presidente Barack Obama como um santo quando ele concorreu ao cargo, sem investigá-lo. Muitas destas mensagens chegam com linguagem agressiva e palavrões.

Para Deborah Howell, que foi ombudsman do Post de 2005 a 2008, “algumas das reclamações dos conservadores sobre uma inclinação liberal no Post são válidas”. Pexton analisou as 120 matérias publicadas sobre Obama de outubro de 2006 até o dia da eleição, em 2008, e observou que Deborah está certa. Houve também pouca cobertura do período em que ele era senador, tirando uma ou duas boas matérias. Foi publicada, entretanto, uma dura matéria sobre o trabalho de Michelle Obama no Centro Médico da Universidade de Chicago.

Olhar para trás

Na campanha de reeleição, o Post precisa oferecer contexto para colocar os últimos três anos em perspectiva. Obama foi eleito com a promessa de mudança e é preciso analisar o que mudou no país em seu primeiro mandato, defende o ombudsman. O jornal precisa mostrar os resultados das escolhas do presidente e do Congresso em relação à crise financeira, três anos depois. É necessário, ainda, examinar a reforma da saúde.

Outros temas de análise são as tecnologias verdes e as políticas de relações internacionais. Obama fez campanha para colocar fim à guerra no Iraque e para ampliar as ações no Afeganistão – o que aconteceu. Sob o comando do presidente, foi capturado e morto o terrorista Osama bin Laden, responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001; também em sua administração, foram mortos mais terroristas da al-Qaeda e do Talibã do que nos oito anos em que o republicano George W. Bush ficou no poder. A questão é se isto impediu mais atos de terrorismo ou piorou a relação dos EUA com o Paquistão e sua imagem para o resto do mundo. Algumas destas questões já estão sendo analisadas, mas os dados poderiam estar reunidos na web em um só local, sugere Pexton.