Thursday, 09 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

Jornalista do Guardian é expulso do país

Robert Tait, correspondente do jornal britânico Guardian em Teerã, foi expulso do Irã sem explicações do governo. Ele é o segundo jornalista britânico a ser expulso nos últimos seis meses. O correspondente, que trabalhava no país há mais de três anos, foi obrigado a deixar o Irã depois que autoridades locais se recusaram a renovar seu visto e licença de residência. Ele voltou na semana passada ao Reino Unido, juntamente com sua esposa iraniana.

O editor do diário, Alan Rusbridger, chegou a fazer um pedido para o Ministério da Cultura e Orientação Islâmica do Irã – que supervisiona as atividades da mídia doméstica e internacional – para que o repórter tivesse o visto renovado, mas não foi atendido. O Ministério não quis dar maiores informações, mas afirmou que o jornal estava livre para enviar outro jornalista para o cargo de correspondente no país.

A primeira vez que Tait recebeu uma ordem para deixar o Irã foi em março do ano passado, depois que autoridades expressaram insatisfação com sua cobertura jornalística. Na época, o Guardian solicitou que sua licença de residência fosse renovada, e ele conseguiu permanecer no país. Em julho, o correspondente do Independent, Angus McDowall, saiu do Irã depois que sua documentação não foi renovada. A expulsão de McDowall também não foi formalmente explicada, mas ele chegou a ser detido pela polícia por ter entrado inadvertidamente em uma zona militar.

Sem liberdade de imprensa

Diversos sítios e diários vêm criticando as atitudes do presidente Mahmoud Ahmadinejad em relação à liberdade de imprensa. Nos últimos meses, vários jornalistas iranianos foram detidos por ofensas, incluindo a publicação de ‘mentiras’. Dois jornalistas do Guardian já haviam sido expulsos do Irã: Geneive Abdo, em 2001, após entrevistar o dissidente Akbar Ganji, e Dan De Luce, em 2004, depois de viajar, sem autorização, até a cidade de Bam, atingida por um terremoto. Informações do Guardian [4/1/08].

ONG condena fechamento de semanário

A organização internacional Repórteres Sem Fronteiras [4/1/08] expressou sua insatisfação com a censura à mídia no Irã e condenou o fechamento do semanário curdo Karfto pela Comissão de Autorização e Vigilância de Imprensa, um braço do Ministério da Cultura e Orientação Islâmica. No dia 29/12/07, a licença do jornal não foi renovada, sob a justificativa de que ele não é publicado ‘regularmente’. Desde que foi lançado, em 2005, o semanário bilíngüe – em persa e curdo – só conseguiu publicar 62 edições devido a repetidas suspensões temporárias. Antes de ser fechado, o Karfto estava há 23 dias sem ir às bancas. Dois de seus jornalistas, Ako Kurdnasab e Kaveh Javanmard, estão presos por ‘tentar subverter o regime’.

A organização também condenou a sentença de prisão de um ano imposta a Abolfazl Abedini Nasr, do semanário Bahar Khozestan, que teve um julgamento realizado a portas fechadas na véspera do Natal, sem a presença de advogado.