Thursday, 09 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

Tiago Dória Weblog

PREVISÕES
Tiago Dória

O que esperar de 2008?, 3/1

‘Vocês já devem estar cansados das listas de melhores disso e daquilo do ano passado. Mas existe algo mais interessante – as previsões para 2008 no setor de tecnologia e web.

Para variar, existe muita especulação neste tipo de material, mas, entre seleções feitas por empresas de mídia, jornalistas e CEO´s, separei o que há de mais concreto, com comentários meus. Veja o que acha, como toda lista muita coisa fica de fora.

IPTV – Um maior crescimento da adoção da tecnologia é esperada na Europa, mais particularmente na França, onde a IPTV já é usada por uma boa parte da população. Quando falo de IPTV, não estou citando os simplórios Joost e Babelgum, mas projetos maiores.

Em 2008, ficará mais evidente a discrepância entre os projetos de TV Digital – sem interatividade e preso em burocracias – e a IPTV – avançando mais rápido.

Vale lembrar que o grande rival da IPTV não são os downloads na internet, mas a TV a cabo. Você paga somente pelo que assistir, sendo que você pode escolher quando consumir. Ou seja, quebra o modelo da TV a cabo.

Simplicidade – Um nicho que terá mais espaço em 2008 será o de criação de ferramentas que são simplificações ao máximo das atuais. Versões enxutas e funcionais. A questão foi levantada por Evan Williams, co-fundador do Blogger e do Twitter, no ano passado.

Internacionalização dos serviços web – Continuará a tendência que começou em 2007 e se acentuou no 2º semestre, com o lançamento de versões brasileiras de serviços web. MySpace e Last.fm têm versões em vários idiomas, a serem lançadas este ano em diversos países.

Comunicação móvel [Voip] – Ainda não temos nenhuma aplicação mobile que seja disruptive technology, mas o conceito em si de comunicação móvel já está amadurecido. O grande avanço será na área de VOIP no celular, que permitirá fazer ligações com um valor bem mais baixo.

Twitter vai ser comprado – Pelo passado de Evan Williams, co-criador do Twitter, isso fica mais evidente. O americano criou o Blogger e o Odeo para depois vendê-los. Bem provável que o Twitter tenha o mesmo fim do del.icio.us. Não existirá conta premium nem SMS com propagandas [!]. Toda a sua operação será sustentada por quem comprá-lo. Quem sabe uma operadora de celular?

Serviços online e offline – Um dos motes de 2008 serão os serviços web se tornarem offline. A Google já lançou o Google Gears, plugin que permite acessar o Google Reader offline. Mas a idéia é que venha mais. Um Gmail offline?

Menos conteúdo pago para o usuário final – No 1º semestre deste ano, existe a previsão do jornal The Wall Street Journal liberar o acesso gratuito a todo o seu site. Vai sair do modelo de assinaturas para o de acesso gratuito, com conteúdo sustentado por publicidade. Para isso, precisará aumentar em 12 vezes o tráfego atual de seu site. Será a queda de um dos últimos ícones do conteúdo pago na rede.

Coworking – A idéia de ´open office´, um espaço colaborativo para reunir pessoas que necessitam de um espaço profissional, sem ser café ou lan house, começa a se tornar uma realidade mais próxima por aqui. O assunto foi destaque na revista Fortune deste mês. Além disso, deve ser inaugurado, ainda em janeiro, um espaço de coworking, no Brasil, em São Paulo, na Rua Bela Cintra.

Video on demand e High Definition – Os estúdios passarão a investir ainda mais em vídeo on demand, que é visto pela indústria como uma forma de escapar da pirataria e da cansativa guerra entre os formatos Blue-ray e HD-DVD. Hulu e Vudu, lançados em 2007, são apenas alguns exemplos do que vem por aí.

Tudo isso virá acompanhado do suporte a vídeos em High Definition – Videolog, Vimeo, e Stage6 já fazem os primeiros testes.

Melhorias no Google Adsense – A Google vai prosseguir no aprimoramento da qualidade do programa de anúncios baseado em CPC. Adotará mais ações para evitar os ´cliques bobos e inválidos` e penalizará ainda mais os sites que não seguem as regras do programa.

Se essas previsões realmente se confirmarem, 2008 não será um ano de muitas novidades, mas de ´amadurecimento` e de consolidação de algumas tecnologias e serviços já existentes.’

 

EUA 2008
Tiago Dória

Mashups e newsgames dão o tom das eleições nos EUA, 6/1

‘As eleições para a presidência dos EUA apenas começaram, mas já dão um bom panorama das novas abordagens que estão sendo feitas por candidatos e empresas de mídia. A imprensa menos especializada dá destaque ao uso de redes sociais – Facebook e Flickr – e YouTube por parte dos candidatos.

O que não é nenhuma novidade. Apesar de algumas abordagens interessantes, como a da Obama Girl, no YouTube, não existe nada de grande impacto. O uso de ferramentas colaborativas para fazer propaganda política e mobilizar militantes e eleitores já ocorria em pleitos anteriores, seja aqui, no Brasil, ou lá fora. Em menor escala, mas já existia.

A meu ver, os destaques nestas eleições são os mashups e os newsgames, jogos baseados em notícias.

Portais de notícias, por exemplo, investem neste último formato. O MSNBC lançou o Race to Whitehouse. Dois animais – um elefante [republicanos] e um burro [democratas] – tentam chegar à Casa Branca [presidência dos EUA]. No meio do caminho vão arrecadando dinheiro.

Por sua vez, desde junho do ano passado, a CNN está no ar com o Presidential Pong, no qual você joga tênis com os pré-candidatos à presidência dos EUA. Cada um tem as suas habilidades desenvolvidas de acordo com o andamento da campanha eleitoral, no mundo offline.

Já o USA Today foi mais ousado e lançou o Candidate Match Game, um jogo que ajuda os eleitores indecisos a escolher o seu pré-candidato às eleições nos EUA.

Na área de mashups, o grande destaque é o Election 08 Political Dashboard, feito pela Yahoo!. Reúne e cruza dados da agência Associated Press, da empresa de monitoramento Intrade, do agregador de notícias sobre política RealClearPolitics e do próprio serviço de busca da Yahoo!.

O mashup fornece em uma única tela o quanto de dinheiro foi arrecadado e como investidores do mercado financeiro e os eleitores vêem cada candidato, além de um ranking do Buzz Yahoo!, que indica quais candidatos são mais procurados no sistema de busca do Yahoo!. Essas tendências são mostradas em porcentagens e atualizadas em ´tempo real´.

Há ainda um mashup especial feito pela própria equipe do Google Maps, mas que, por algum motivo, não mostra os números da apuração das prévias eleitorais em tempo real.

E tem mais. O US Election 2008 Web Monitor, mais voltado para jornalistas e analistas, que mostra o desempenho dos candidatos na mídia. Revela quantas vezes um candidato é citado em jornais dos EUA, Canadá, Inglaterra e Austrália e em 1.000 blogs selecionados. Todos os dados reunidos são apresentados em formato de gráfico.

Os mashups são uma ótima ferramenta para ter em pouco tempo um panorama do desempenho dos candidatos. De repente, o cruzamento de vários dados pode revelar informações que antes eram desconhecidas.

No entanto, deve existir uma preocupação em escolher fontes confiáveis e deixar claro ao eleitor/leitor quais são essas fontes. Em caso de cobertura eleitoral, transparência é um aspecto mais do que fundamental.

Resta saber qual será o efeito de tudo isso na cobertura das próximas eleições por aqui, no Brasil. Será que vamos ver portais brasileiros de notícias experimentando e fornecendo aos seus leitores novos formatos, como os mashups e os newsgames?’

 

 

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Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

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