Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Acesso pago não afeta tráfego em sites de jornais


Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 19 de janeiro de 2011


 


INTERNET


Jeremy W. Peters, NYT


Acesso pago não afeta o tráfego em sites de jornais


Jornais de todo o mundo vêm se questionando sobre o que aconteceria caso cobrassem pelo acesso a seus artigos on-line, e algumas respostas começam a surgir.


O projeto Journalism Online, de Steven Brill, que desenvolveu um sistema que permite aos jornais cobrar pelo acesso de seus visitantes on-line mais regulares, constatou que, em média, a receita publicitária e o volume de tráfego dos sites não caíram significativamente.


A dimensão da amostra era pequena -cerca de duas dúzias de jornais, em geral pequenos e médios, que há meses cobram pelo acesso de leitores aos seus sites- e, por isso, é difícil discernir um possível padrão para jornais de maior porte.


Mas as constatações iniciais demonstram que os jornais conseguiram sucesso com o modelo de impor um limite conservador para o número de artigos que seus leitores podem ler gratuitamente a cada mês e ao deixar claro que a maioria dos visitantes não seria afetada. O Journalism Online informou que o número de visitas mensais aos sites caiu de zero a 7%, e o número de páginas visitadas caiu entre zero e 20%. Nenhum dos jornais participantes reportou queda em sua receita publicitária.


Ao contrário de um sistema rígido de acesso pago -que requer assinatura para que o usuário veja qualquer porção do conteúdo editorial-, um modelo como o do Journalism Online não bloqueia parcela considerável do tráfego de um site.


‘Se os jornais adotarem critérios cautelosos para a imposição de barreiras, elas são irrelevantes para 85%, 90% ou 95% das pessoas que visitam um site’, disse Brill.


L. Gordon Crovitz, antigo diretor editorial do ‘Wall Street Journal’ que está ajudando a dirigir o projeto, disse que uma lição é a de que os leitores estão dispostos a pagar por certas formas de conteúdo on-line.


Os consumidores ‘se dispõem a pagar pelas marcas noticiosas em que realmente confiam, se as usam bastante’, disse Crovitz.


Os participantes do projeto têm foco em notícias locais e incluem o ‘Columbus Dispatch’, do Mississippi, e o ‘York Daily Record’, da Pensilvânia.


Com a exceção do ‘Wall Street Journal’, os sites dos grandes jornais dos Estados Unidos até o momento se mantêm gratuitos.


O ‘New York Times’ se tornará o maior jornal americano a oferecer assinatura em seu site, ainda neste semestre, quando pretende começar a cobrar pelo acesso dos usuários mais frequentes.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


 


 


TECNOLOGIA


Álvaro Fagundes


Ação da Apple cai 2,2% após saída de Jobs


As ações da Apple chegaram a cair 6,5%, mas terminaram com queda de 2,2% no primeiro dia em que voltaram a ser negociadas na Bolsa de Nova York depois do anúncio de que Steve Jobs, seu presidente-executivo, vai sair de licença médica.


Ainda que tenha sido negativo, o resultado foi interpretado como sinal de que os investidores não estão tão preocupados com os rumos da empresa -ao menos no curto prazo.


Além disso, havia a expectativa de que a empresa apresentaria bons resultados no quarto trimestre de 2010 (o balanço só foi divulgado após o fechamento da Bolsa).


A empresa teve lucro recorde de US$ 6 bilhões no trimestre, um avanço de 78% ante o mesmo período de 2009. As vendas de iPhone cresceram 86%, as de iMac, 23%, e as de iPod recuaram 7% -o iPad começou a ser comercializado em 2010.


Um dos motivos para a menor preocupação é que não é a primeira vez que o executivo deixa suas funções por motivos médicos.


Ele fez o mesmo em 2004, quando descobriu que tinha câncer no pâncreas, e em 2009, quando passou por um transplante de fígado.


Em 2009, na vez anterior em que Jobs se ausentou, as ações tiveram queda maior no dia do anúncio, mas subiram mais de 60% nos quase seis meses em que ficou fora.


A expectativa é que, mesmo se a ausência de Jobs for prolongada, os resultados da Apple não deverão sofrer imediatamente, pois há aparelhos em desenvolvimento.


Porém, no longo prazo, há a preocupação de que a Apple não tenha alguém com condições de substituir Jobs: um executivo envolvido na criação e que tenta prever os desejos dos consumidores.


PRISÃO


As autoridades americanas anunciaram a prisão de duas pessoas acusadas de hackear o site da operadora de telefonia AT&T para roubar os dados de 120 mil usuários de iPad.


Os dois suspeitos teriam obtido os e-mails de clientes como o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg.


 


 


Vendas de tablets devem triplicar em 2011


As vendas de tablets devem mais do que triplicar neste ano, atingindo 57,6 milhões de unidades. Em 2010, foram 17,1 milhões de unidades comercializadas. Os dados são de pesquisa feita pela empresa IHS iSuppli.


O levantamento ainda prevê que a Apple manterá a liderança no mercado mundial, com 70,4% de participação esperada para 2011.


Já para 2012, a expectativa também é que o iPad mantenha sua liderança de mercado, com mais de 50% de participação.


Segundo o estudo, isso irá ocorrer apesar do aumento na concorrência no segmento de tablets. Além da Samsung, que já lançou seu tablet Galaxy no mercado, são esperados novos lançamentos de gigantes da indústria de eletrônicos, como HP, Research In Motion e Dell.


‘Acreditamos que, quando os competidores direcionarem seu foco para os tablets, a demanda por netbooks e notebooks vai diminuir’, disse Joe Abelson, vice-presidente de displays da IHS.


Abelson ainda completa que os fornecedores de displays serão forçados a ajustar suas produções às ‘projeções irreais’ de seus clientes.


Como consequência disso e da variedade de telas a serem produzidas, a indústria pode enfrentar excesso ou falta de estoque de material em 2011.


Outra tendência tecnológica para este ano, segundo a IHS iSuppli, são as telas de Amoled (Matriz Ativa de Emissão de Luz Orgânica por Diodo), usadas em telefones celulares e em televisores de última geração.


Atualmente, a Samsung é o fabricante que mais utiliza essa tecnologia em sua linha de produção.


De acordo com a pesquisa, a tecnologia 3D também deve aumentar sua presença nos lares em 2011.


 


 


TELECOMUNICAÇÕES


Autoridade reguladora nos EUA aprova controle da Comcast na NBC


A FCC (a autoridade reguladora de comunicação nos EUA) e o Departamento de Justiça americano aprovaram o negócio que dá o controle da NBC Universal para a Comcast, a maior operadora de TV a cabo do país.


Mas a concretização do acordo ainda depende de exigências como medidas para aumentar a disputa no mercado de vídeos on-line.


Caso atendam às exigências, poderão fechar o negócio de US$ 13,8 bilhões -o que pode ocorrer até o fim do mês.


As empresas haviam acertado no fim de 2009 a criação de uma joint venture em que a Comcast tem 51% da participação, e a General Electric (dona da NBC Universal), o restante.


A operação foi vista como uma mudança de modelo, em que uma única empresa tem nas suas mãos a distribuição e a produção de conteúdo.


A NBC Universal é dona da rede NBC, de canais a cabo como USA, de estúdio de cinema e de parques de diversão.


 


 


Embratel passa a deter 91% de participação no capital total da Net


A Embratel, do bilionário mexicano Carlos Slim, comprou mais 21,8% das ações preferenciais da Net, maior empresa de TV por assinatura do Brasil, ampliando a participação na companhia.


Em outubro, foi realizada na Bovespa uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) dos papéis preferenciais da Net pela Embratel. Os acionistas da Net que não haviam aderido tinham até o dia 13 para fazê-lo.


No capital total, que inclui as ações ordinárias (com direito a voto), a Embratel passou, com o fim da operação, a deter 91,2% da Net.


Embora tenha a maior parte do capital total da Net, o controle da operadora de TV por assinatura ainda pertence às Organizações Globo, por uma restrição legal.


Slim já deixou clara sua intenção de unificar seus ativos em telecomunicações na América Latina, criando um grupo capaz de oferecer telefonia fixa, móvel, internet e TV paga sob o mesmo chapéu. No Brasil, Slim também é dono da operadora móvel Claro.


 


 


CAMPUS PARTY


Camila Fusco


Governo deve saber usar a web, diz guru


A internet é aliada dos governos livres e deve ser usada pelos países para fornecer informações relevantes a suas populações, como dados de saúde, economia e clima.


Essas foram as duas constatações principais de Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA (1993-2001), e de Tim Berners-Lee, um dos criadores da web, durante palestra no segundo dia da Campus Party, evento que reúne apaixonados por tecnologia e entretenimento em São Paulo.


‘Há muitos dados interessantes de posse dos governos e recomendo fortemente que eles sejam compartilhados porque é de interesse público. Não digo sobre informações sigilosas, mas dados sobre clima, moradia e educação’, disse Berners-Lee.


Al Gore afirmou que a internet pode ajudar a transformar o cenário desfavorável de aquecimento global que o mundo vive atualmente.


‘As inundações épicas são reflexo da emissão de poluentes. Todos os dias despejamos 90 milhões de toneladas de poluição, contribuímos com o aquecimento global. Daqui a 20 anos isso ainda estará na atmosfera.’


Segundo ele, a internet tem o poder de reunir pessoas em torno de uma causa, e o combate ao aquecimento global pode ser uma delas.


LIBERDADE NA WEB


A liberdade da internet foi outro tema debatido pelos palestrantes.


Segundo o guru da web, esses dados podem ser aproveitados pelas populações para seu próprio benefício e fomentar a ‘revolução dos dados’ que os internautas vivem atualmente.


‘A forma como os aparelhos portáteis estão crescendo impulsiona o compartilhamento de dados móveis em várias áreas. É a democratização do acesso’, disse.


Al Gore aproveitou a apresentação para falar da internet livre e a relação entre os governos e a rede. ‘Internet é poder e governos livres não temem a internet, apenas os regimes totalitários.’


O ex-vice-presidente do governo Bill Clinton citou ainda a questão da Tunísia, que vive instabilidades políticas grandes. Segundo ele, a população tem nas mãos o poder de fazer uma revolução se quiser.


TERRITÓRIO LIVRE


O ex-vice-presidente Al Gore e Tim Berners-Lee falaram ainda sobre a importância de a internet ser território independente, sem controle de governos ou empresas.


A discussão vem em um momento em que a neutralidade da internet é questionada, inclusive por iniciativas de empresas globais sobre a possibilidade de priorizar conteúdo de acordo com a vontade do usuário.


Empresas de telefonia que barram o livre trânsito de vídeos ou conteúdo na rede como forma de ‘proteção’ à sua infraestrutura também têm esse tipo de interferência criticada.


Sob a ótica dos especialistas, todo conteúdo e toda navegação devem ser tratados da mesma forma, sem privilégios ou proibições.


‘Quando alguém tentar impedir que vocês acessem um conteúdo, protestem. Em paz, mas protestem’, disse Berners-Lee.


As formas podem ser diferentes, segundo ele. Pode envolver desde protestos silenciosos, como posts em blogs e no Twitter, ou também ganhar proporções maiores, como, por exemplo, reclamar com a companhia telefônica que bloquear o acesso.


A Campus Party espera até domingo 6.500 participantes, 8% a mais do que no ano passado.


 


 


Celebridades não defendem o WikiLeaks


Tim Berners-Lee e Al Gore evitaram fazer críticas diretas ao WikiLeaks, mas deixaram claro que são contra o roubo de dados sigilosos, independentemente da finalidade.


‘Algumas coisas precisam ser delimitadas. Informações roubadas e divulgadas na web são contra a lei’, disse Berners-Lee.


Baseado na Suécia, o WikiLeaks é um portal que divulga na internet informações sigilosas de governos e empresas.


Segundo Berners-Lee, é importante que os governos abram informações relevantes para a população, mas, assim como em outras organizações, devem ter dados a proteger.


O tipo de informação útil que os governos poderiam compartilhar, segundo ele é, por exemplo, a localização das áreas onde acontecem inundações.


Dessa forma, as pessoas poderiam ser guiadas pelos dados oficiais -e públicos- e nunca comprariam casas na região.


Já o ex-vice-presidente dos EUA e Prêmio Nobel de 2007 afirmou que vazamento de dados não é exclusividade da internet, embora a rede potencialize essa prática.


O político relembrou que o Pentágono viveu algo semelhante ao WikiLeaks anos atrás, quando documentos impressos vazaram. ‘Muitos justificam o vazamento dos dados com a importância do acontecimento, mas isso não é correto’, disse.


A posição de ambos frustrou alguns dos participantes, que esperavam posição mais contundente e até defensiva sobre o WikiLeaks, já que ambos pregaram em seus discursos a internet livre.


Al Gore defendeu certas formas de proteção aos usuários. ‘Precisamos de leis que protejam a privacidade dos usuários’, disse.


 


 


Diogo Bercito


No evento, participantes preferem o Twitter para interagir com vizinhos


Imagine 4.500 jovens acampando juntos. Agora risque algumas das palavras que apareceram automaticamente na sua cabeça, como ‘sexo’, ‘bebidas’ e ‘balada’. Apesar de os participantes da Campus Party estarem ‘in loco’, a interação rola principalmente on-line.


Os participantes se sentam lado a lado em grandes bancadas, cada um de olho no próprio monitor. A conversa, às vezes mesmo com o colega logo ao lado, é pelo Twitter.


Sob a hashtag #cpbr4, eles falam sobre tudo o que está acontecendo no evento.


Aos poucos, o site virou uma rede para a troca de informações. Onde estão os banheiros? Quando é que começa tal palestra? Onde estão vendendo refrigerante?


Internautas como Bruno Antunes (@quenerd), 19, aproveitam os textinhos para pedir ajuda. Ele tinha se esquecido de um cabo e perguntou se alguém tinha. Dez minutos depois, um desconhecido foi até ele para emprestar o equipamento.


‘Lá fora, somos as ovelhas negras. Aqui, somos um rebanho, temos de nos ajudar.’


Outro que tem usado o Twitter é o estudante Pedro Rangel (@PedroSMR), 24, que precisou de apoio para consertar um defeito no blog.


‘Pedi auxílio e rapidinho apareceu um cara para me ajudar’, conta. ‘Com milhares de pessoas acompanhando o evento pelo Twitter, é bem fácil conseguir apoio.’


COMENTÁRIOS


Ontem à tarde, em apenas cinco minutos, 120 tuítes foram postados com a tag #cpbr4. O tópico estava entre os mais comentados no site.


Essa lista de solidariedade inclui outros participantes, como @PaulaRiker, que pediu ajuda para abrir um cadeado, e @laurabuu, que procurava o dono de uma câmera filmadora perdida.


O consultor de informática Daniel Martins (@Skulltrail_BR), 26, por sua vez, postava à procura de uma namorada. ‘Há muitas mulheres bonitas, e estou solteiro’, diz. ‘Todo o nerd sonha em encontrar uma mulher que também curta PCs.’


Na Campus Party, porém, não há sinais de paquera, nem mesmo nas barracas do pacato acampamento.


Os tuítes fazem piada sobre o clima bem pouco sexualizado. Uns falam que, se dependesse do público, lotes de camisinhas ficariam encalhados.


‘Está todo o mundo isolado no seu mundinho’, critica o publicitário Matheus Costa (@30s), 33. ‘Quero conversar, mas as pessoas mal olham na minha cara.’


 


 


Falta de luz revolta os campuseiros


Duas quedas de energia em menos de 24 horas revoltaram os frequentadores da Campus Party. Na madrugada de terça, a feira ficou sem luz por três horas. Ontem à tarde, houve nova interrupção, e os participantes começaram a gritar. A PM chegou a ser acionada. Às 19h o fornecimento foi retomado.


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


TVs adiam estreias para fugir do BBB


Quem tem medo do ‘BBB’? A concorrência.


Record, SBT, Band e Rede TV! adiaram estreias só para não gastar munição diante da boa audiência do reality da Globo, que tem a final marcada para 29 de março.


Prevista para fevereiro,’Amor & Revolução’, nova novela do SBT, foi adiada para abril, fuga assumida da reta final do ‘Big Brother’.


O reality ‘The Phone’ (Band), já todo gravado, também fora adiado para abril, assim como a nova temporada de ‘Ídolos’ (Record).


Na RedeTV!, a decisão de estrear ‘Hebe’ só na segunda quinzena de março também foi pautada pelo reality.


GOGÓ


Marco Camargo (esq.) recepciona os novos jurados de ‘Ídolos’ (Record): o produtor Rick Bonadio e a cantora Luiza Possi; o programa estreia em abril


O NÚMERO É…


‘Insensato Coração’ estreou anteontem na Globo com 36 pontos de audiência, um a menos que ‘Passione’. (Cada ponto corresponde a 60 mil domicílios na Grande SP).


Alta A Band comemora o 2º lugar em audiência dos seus jornalísticos e do futebol anteontem: ‘Brasil Urgente’, ‘Jornal da Band’ e a partida Sub20 Brasil X Paraguai registraram média de 6 pontos.


A FRASE É…


‘Não gostei do parzinho romântico da nova novela, ele é um Sérgio Malandro melhorado e ela uma vendedora Avon. Ô boca!’


RITA LEE


criticando a estreia de ‘Insesato Coração’ (Globo) no Twitter


Debandada Depois de Ana Paula Arósio, outra que deve deixar o cast da Globo é Maria Fernanda Cândido. A atriz pretende fazer teatro e só fechar contrato por obra com a TV. A Globo, por sua vez, quer encerrar contratos longos de quem costuma recusar convites na emissora.


Fechada ‘Lara com Z’, minissérie de Aguinaldo Silva, estreará com seus 14 capítulos gravados. Wolf Maya, diretor da trama, aproveita as férias de outras produções para usar dois estúdios da Globo na empreitada. A ideia é ter tudo gravada até o final de março. ‘Lara com Z’ estreia em abril.


Vilania Além da crítica teatral Sandra (Eliane Giardini), ‘Lara com Z’ terá mais dois vilões: um casal rico vivido por Roberto Maia e Beatriz Segall. Seria a volta de Odete?


A PERGUNTA É…


Lázaro Ramos será Zé Mayer em ‘Insensato Coração’?


Confete A Band vendeu quatro cotas de patrocínio de sua transmissão de Carnaval, a R$ 24 milhões cada (tabela).


Arco-íris Jorge Fernando dirige ‘Ti Ti Ti’ até o final, em março, e começa a gravar a sitcom ‘Algo Errado’ (Globo), em que viverá um ex-gay. Ele disse à Folha que ficou ‘feliz pra caramba’ com o convite do diretor José Alvarenga Jr.


com SAMIA MAZZUCCO


 


 


Álvaro Fagundes


Piers Morgan se deixa conduzir por Oprah em estreia na CNN


A estreia era do jornalista britânico Piers Morgan, mas foi Oprah Winfrey quem ditou o ritmo do programa que substitui as entrevistas de Larry King na CNN. ‘Eu conheço esse truque’, disse Oprah sobre uma determinada pergunta de Morgan. Falou apenas o que quis, deixando claro que não responderia ao que não lhe interessava. Morgan não rebateu, parecendo estar satisfeito em entrevistar Oprah, independentemente do que ela tivesse para falar. Postura muito diferente do compatriota Ricky Gervais, com seus comentários ácidos na apresentação do Globo de Ouro, no último domingo. Gervais é o entrevistado de Morgan amanhã.


NA TV


Piers Morgan Tonight


Programa de entrevistas


QUANDO de segunda a sexta, 0h,


CNN International


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 19 de janeiro de 2011


 


VENEZUELA


Chávez proíbe novela com cão ‘Huguito’


O governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, exigiu que uma emissora de TV privada deixe de exibir uma telenovela colombiana na qual há um cão chamado ‘Huguito’. Segundo Caracas, o personagem insulta o povo venezuelano.


A novela Chepe Fortuna também tem uma personagem que é uma secretária fofoqueira chamada Venezuela. Em um episódio, Venezuela perde seu cãozinho Huguito e uma amiga a consola: ‘Você vai se libertar, Venezuela!’


‘Venezuela é repetidamente ligada ao crime, à ingerência e à vulgaridade, numa manipulação descarada que pretende desmoralizar o povo venezuelano’, disse a Conatel, o órgão estatal que regulamenta as telecomunicações. Na semana passada, a TV Televen deixou de exibir a atração. A novela foi censurada num momento em que os dois países retomam as relações diplomáticas. Críticos dizem que Chávez reprime a liberdade da mídia em seu país. Mas o presidente e seus partidários dizem que as críticas e sátiras ao governo são provas da pluralidade supostamente existente./ REUTERS


 


 


TECNOLOGIA


Gustavo Chacra


Ações da Apple caem 2,2% com saída de Jobs


Em meio a um crescimento de 70% no faturamento da Apple em 2010, os investidores parecem aos poucos se acostumar com a perspectiva de a empresa ficar sem o seu carismático presidente e fundador, Steve Jobs, por um longo prazo ou mesmo de forma definitiva. Apesar de as ações caírem 2,2% na Bolsa de Valores de Nova York, o impacto não foi similar ao de dois anos atrás, quando as ações despencaram, perdendo quase metade de seu valor.


Na Europa, as ações subiram 4% depois de queda de 6% anteontem – nos Estados Unidos, o mercado estava fechado na segunda-feira por causa do feriado, permitindo que os investidores digerissem melhor a notícia. Ao longo do último ano, a Apple teve uma valorização de 64% na Bolsa graças ao sucesso de vendas do iPad e do iPhone4.


De forma inesperada, Jobs anunciou na manhã de segunda-feira que deixaria a empresa para tratar da própria saúde. Sobrevivente de um câncer no pâncreas, ele também sofre complicações de um transplante de fígado. Diferentemente de janeiro de 2009, quando o executivo afirmou que retornaria em seis meses, desta vez não foi estipulada data. A falta de uma definição provocou uma série de especulações sobre o futuro da Apple.


Vendas. A licença de Jobs ofuscou o anúncio dos resultados trimestrais da Apple, que foram divulgados ontem. O faturamento cresceu 70%, para US$ 26,74 bilhões. Foram vendidos mais de 16 milhões de iPhones, 7,3 milhões de iPads e 4 milhões de computadores, de acordo com o anúncio da empresa.


O principal foco dos analistas ontem era em Tim Cook, que já dirigia o dia a dia da empresa. Ele deve assumir as funções de Jobs nos próximos meses e recebeu elogios de especialistas no mercado de tecnologia. Outras figuras importantes da Apple também são bem avaliadas. O consenso era de que a empresa suprirá a falta de Jobs com uma série de figuras que atuam desde a área de inovação, passando por negociação e administração.


‘A saída de Jobs é negativa, mas a companhia tem um grande time’, disse Shawn Kravetz, de um fundo de investimentos especializado em tecnologia, em declaração para a agência de notícias Reuters. ‘Mesmo grandes times podem perder seus capitães’, acrescentou.


Jobs, um dos mais visionários e inovadores executivos americanos, é admirado não apenas pelos seus pares, como também por consumidores ávidos por comprar produtos como o iPad, iPhone e iPod, que o consideram praticamente um guru. O executivo se envolvia diretamente na elaboração desses produtos e chegou a comprar brigas, como no episódio do mau funcionamento da antena do iPhone 4.


 


 


INTERNET


Publicidade rende US$ 1,86 bilhão ao Facebook em 2010


A receita do site de relacionamentos Facebook com publicidade aumentou 86% no ano passado, para R$ 1,86 bilhão, de acordo com uma estimativa da consultoria eMarketer. Com 650 milhões de usuários em todo o mundo, a empresa fundada por Mark Zuckerberg cresceu ancorada especialmente no mercado de pequenas e médias empresas, justamente o grupo que tem a menor verba para investimento em propaganda e marketing.


Nesse sentido, aponta a publicação especializada em publicidade AdAge, o Facebook está seguindo os passos do Google, ao fornecer a seus clientes uma opção ‘self service’ para a criação e veiculação de anúncios que têm como objetivo principal criar um relacionamento estreito e direto com o usuário. A publicação lembra que a estratégia ajudou a transformar o Google em um gigante digital de US$ 200 bilhões ao longo da última década.


Os dados sobre o crescimento do Facebook vêm para corroborar o recente frisson causado pelas notícias sobre uma possível abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) da empresa de Zuckerberg. Recentemente, a companhia já recebeu um aporte de US$ 500 milhões do Goldman Sachs e de um investidor russo, dando ao Facebook um valor de mercado de US$ 50 bilhões.


Para 2011, a expectativa é que o faturamento do Facebook em publicidade mais do que dobre, atingindo US$ 4 bilhões. Em 2012, a receita com a veiculação de anúncios deve superar a marca de US$ 5,7 bilhões, o que representará uma expansão de quase 700% em três anos.


A maior parte da receita do Facebook com publicidade veio dos EUA – US$ 1,12 bilhão, ou 60% do total -, mas essa relação deve mudar nos próximos anos. Até 2012, a expectativa é que a receita do mercado externo ‘empate’ com os resultados americanos em US$ 2,87 bilhões, o que resultaria em um faturamento estimado em US$ 5,74 bilhões.


Caso as expectativas de crescimento se confirmem, dizem analistas, a expansão do Facebook nos próximos anos rivalizará com o crescimento de 400% que o maior gigante da internet, o Google, demonstrava no início da década passada.


Brasil. O ano passado foi importante para o site no Brasil, de acordo com Gabriel Jacob, supervisor de planejamento digital e analista de tendências da agência Fischer+Fala!: ‘Foi o ano da consolidação e popularização do Facebook no Brasil, por conta de constantes transformações e inovações.’


Segundo Jacob, o Orkut ainda é uma ferramenta relevante, por oferecer comunidades bem divididas por temas e grupos de interesse, mas o Facebook foi além, ao criar plataformas específicas para fins promocionais. ‘A facilidade para se desenvolver e inserir aplicativos de marcas e atrair um grande número de pessoas para essas plataformas é maior no Facebook’, explica.


O publicitário diz que pelo menos 70% das empresas de todo o mundo já têm alguma estratégia nas redes sociais. Empresas de grande porte, como a gigante americana GE, já gastam o equivalente a 15% de sua verba com publicidade na comunicação direta com os consumidores.


‘As redes sociais são uma alternativa para a empresa que precisa otimizar a verba de marketing, pois têm um custo reduzido em relação às mídias tradicionais’, diz Jacob, lembrando que, por isso, a participação das pequenas e médias empresas no segmento é relevante.


O analista diz que o segmento já vê as redes sociais além do ‘complemento’ da mídia tradicional. ‘Tudo depende com o público-alvo. Especialmente se for um produto voltado para usuários de tecnologia e para um público jovem, o Facebook pode ser a ferramenta principal para o lançamento’, diz Jacob. / FERNANDO SCHELLER, COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS


Expansão


Facebook e publicidade:


US$ 5,7 bi


é a expectativa mundial de faturamento da rede de relacionamentos com publicidade em 2012


417%


é a previsão de crescimento do faturamento do site com publicidade nos EUA entre 2009 e 2012


1.468%


é a previsão de crescimento do faturamento do site com publicidade fora dos EUA no período


678%


é a previsão de expansão mundial entre os anos de 2009 e 2012


 


 


Rafael Cabral


Campus Party debate futuro da internet


No primeiro dia da Campus Party, em São Paulo, o evento mais aguardado da programação era a conversa entre Tim Berners-Lee, o pai da World Wide Web, e o ex-presidente americano Al Gore. Mas, antes que os dois tomassem o palco da Arena do Centro de Exposições Imigrantes, as conversas eram dominadas por queixas às longas filas que os campuseiros – aqueles que pagaram para participar das palestras – enfrentaram.


Berners-Lee abriu a conversa dizendo que, quando pensou em criar a World Wide Web – ele era, na época, empregado da Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN) -, imaginava a futura rede como um espaço aberto e de colaboração contínua, mas disse que não poderia prever a proporção que ela tomaria quando a maior parte da população estivesse conectada. A plataforma pensada por ele – já potencialmente transformadora desde a ideia de descentralização – se tornou revolucionária apenas quando as pessoas começaram a usá-la para criar mais e mais inovação. Quando nasceu, a rede parecia impressionante por si só, mas era só o começo.


‘A coisa mais interessante sobre a web é que ela se tornou a base para milhares de outras invenções tão importantes quanto ela. Várias tendências interessantes estão sendo lançadas agora, como o HTML 5 (que não é apenas uma linguagem nova para criar sites), ou a mobilidade, que levou a web até gente que não conseguia comprar um computador. Vemos indivíduos trabalhando sozinhos e outros colaborando com pessoas que conheceram na rede. As pessoas não param de criar coisas na internet’, disse.


Novo passo. Para ele, o próximo passo na evolução da internet é o aprimoramento dos sistemas democráticos. Entusiasta da liberação de dados de governos e criador do site Data.gov.uk (em parceria com o governo britânico), Berners-Lee acredita que a transparência através dos meios digitais pode ajudar a melhorar a governança dos países abertos.


‘Os dados produzidos pelo governo, pagos por impostos, devem ser abertos. Isso possibilita que as pessoas peguem os dados brutos e conectem os pontos de uma maneira nova, criando novos sentidos para entendermos melhor como o mundo funciona. Tudo tende a funcionar melhor dessa maneira’, argumenta.


O ex-vice-presidente dos EUA e ecologista Al Gore, que dividia o palco com ele, concordou e foi bastante aplaudido. Também apresentado como um dos vários ‘pais da internet’, Gore pode não ter parte no lado técnico da rede, mas foi um dos mais importantes apoios políticos para a sua disseminação e consolidação nos Estados Unidos.


‘Podemos construir uma verdadeira democracia, com mercados que de fato são abertos. A internet deve ser usada pelas pessoas para que o governo funcione como deveria. O governo não é eficiente porque ainda não se adaptou às possibilidades da internet e da web, e os cidadãos podem levar a essa revolução’, disse, para depois soltar um slogan que o fez ser ainda mais aplaudido pela plateia: ‘Defenda a internet, não a deixe ser controlada por governos ou grandes corporações! É uma rede de pessoas!’, bradou.


A empolgação de ambos cessou, no entanto, quando o mediador do debate, o editor da revista Wired inglesa, Ben Hammersley, fez uma pergunta um pouco mais difícil: o polêmico site WikiLeaks também se insere nesse contexto de democratização e transparência? Tanto Gore quanto Berners-Lee deram voltas e voltas argumentativas, mas não responderam à pergunta. Dados privados são outra história, disseram.


 


 


TELEVISÃO


Patícia Villalba


Vilão dita o ritmo de ‘Insensato Coração’


É injusto e errado julgar uma novela que terá mais de 200 capítulos logo pelo primeiro. É claro que todos os esforços se concentram para fazer da estreia um programa impactante, mas não há impacto maior do que o de um ator à vontade no seu personagem, o que realmente só acontece depois de algum tempo. Mesmo assim, é capaz que já dê para apostar que a história de Léo (Gabriel Braga Nunes), e tudo à volta dele, seja o mais interessante de Insensato Coração. A nova novela das 9 da Globo marcou 36 pontos de média no Ibope na estreia, segundo dados prévios, com 59% de participação na audiência (share) anteontem.


Vilania. Para quem acompanha sua carreira, não é surpresa que o vilão do autor Gilberto Braga seja o grande destaque da novela. Foi assim por exemplo com Vale Tudo (1988), palco de Maria de Fátima (Glória Pires) e Odete Roitman (Beatriz Segall), e, mais recentemente, com Paraíso Tropical (2007), na qual Bebel (Camila Pitanga), uma, digamos, semivilã, e Olavo (Wagner Moura) roubaram a cena dos mocinhos. Agora, assinando em parceria com Ricardo Linhares, Gilberto começou Insensato Coração pela ótica do Léo ainda criança, que compete em silêncio com o irmão bonzinho, Pedro (Eriberto Leão).


Em seguida, Gabriel Braga Nunes entrou em cena, ao som de Satisfaction, que parece resumir bem o personagem – a música nas novelas dessa dupla nunca vem sem significado. Chamado às pressas para substituir Fábio Assunção, que deixou o elenco, Gabriel deixou claro neste primeiro capítulo que fará um bom trabalho.


Sem emoção. Para Eriberto, entretanto, a tarefa é árdua – interpretar o herói é jogo duro, como se pode imaginar. Na que era para ser a grande cena, quando o avião em que ele e Marina (Paola Oliveira) estão é sequestrado, a coisa não rolou bem. O Jonas (Tuca Andrada) suando em bicas, um piloto morto no chão, o avião dando rasantes e os figurantes, no fundo do avião, bem, faltou emoção. Faltou também uma sonorização mais adequada. No momento em que os mocinhos se esbarraram, ouve-se o eco da voz de Paola. Eco em avião?


A se lamentar a morte do personagem de Tuca Andrada, em participação relâmpago, apesar de ela ser mesmo necessária para o andar da história.


Produção de arte. Fora isso, as cenas são lindas, mantendo o padrão das mega produções da Globo. A produção de arte é impecável, e há objetos lindos em cena – a novela, afinal, passa-se no mundo do design.


Só não deu pra entender por que ‘fãs’ estariam na porta de uma boate dando gritinhos para o André Gurgel. Será que o nível de tietagem sem noção chegou a isso? Ou será que as tietes pensaram que era o Lázaro Ramos?


 


 


 


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