Saturday, 05 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1308

Antatel só fará leilão para
banda larga sem as teles


Leia abaixo os textos de quarta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 13 de setembro de 2006


ELEIÇÕES 2006
José Álvaro Moisés


Artistas, intelectuais e democracia


‘A poucas semanas da eleição – cujo desfecho só será de fato decidido quando a vontade dos eleitores for registrada nas urnas -, o debate entre artistas, intelectuais e políticos começou finalmente a tocar em questões de fundo em jogo na atual disputa. Vinte anos depois de iniciada a sua democratização, para além da estabilidade, do controle da inflação e do crescimento econômico, o Brasil enfrenta o desafio de decidir a qualidade da democracia que quer ter e como pretende fazer para conquistá-la.


Como um sistema de autogoverno, baseado na vontade dos cidadãos, a democracia é diferente das alternativas que competem com ela por exigir que governos e políticas públicas sejam escolhidos por meio de eleições livres, regulares e competitivas. Desde Péricles, no século 5º a.C., a democracia foi definida como um sistema de governo baseado na igualdade dos cidadãos perante a lei, na sua participação em decisões relevantes e na sua capacidade de julgar governos e políticas. Mais tarde, na Idade Moderna, tornando-se inviável a participação direta, adotou o princípio de representação, com a condição de que as instituições traduzissem efetivamente a vontade dos eleitores e servissem ao propósito da sociedade de controlar o poder, especialmente o Executivo.


Eleições, contudo, não são suficientes para garantir que os governos respeitem o primado da lei, os direitos fundamentais dos cidadãos e os mecanismos de prestação de contas dos governantes – princípios que fazem da democracia a alternativa de realização do bom governo e da boa vida de que falava Aristóteles. O que define a qualidade da democracia, para além do mecanismo eleitoral, são os seus procedimentos, conteúdos e resultados viabilizados por instituições singulares a que recorrem os partidos e as lideranças políticas que assumem funções governativas. Sem respeito aos princípios e às instituições que dão vida a valores como a liberdade e a igualdade, a democracia se esvazia, impedindo os cidadãos de exercer o direito de julgar e escolher governos e políticas.


Estes temas foram abordados, recentemente, por artistas, intelectuais e pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a partir de premissas diferentes. Todos reconheceram, contudo, que o governo de Lula e do PT violou regras fundamentais de funcionamento da democracia, fraudando compromissos assumidos em 2002. A adoção da corrupção como método de fazer política, o desrespeito ao princípio de separação de Poderes, com a conseqüente desqualificação do Congresso Nacional e dos partidos políticos, e o descumprimento da noção de que todos são iguais perante a lei são exemplos. A violação dos direitos individuais do caseiro Francenildo Costa se tornou emblemática da visão de mundo do governo e do PT, como os métodos do candidato Lula ao demonstrar despreocupação em respeitar limites impostos pela legislação eleitoral.


Nesse ambiente político, que mistura uma retórica salvacionista com a noção conservadora de que políticos de esquerda podem burlar a lei porque seus objetivos são nobres, Paulo Betti, Wagner Tiso e Luiz Carlos Barreto se sentiram autorizados a naturalizar a noção antiética de que é inevitável sujar as mãos para fazer política, absolvendo o governo por recorrer ao mensalão, mas se esquecendo de que o PT nasceu proclamando querer transformar a natureza anti-republicana da política brasileira. A infeliz contribuição pouco serviu, contudo, para esclarecer a natureza da aliança do PT com políticos outrora denunciados como corruptos, como José Sarney e Newton Cardoso, sendo uma tentativa simplória de justificar o fato de a esquerda petista não se preocupar mais em diferenciar-se da direita.


A carta de Fernando Henrique, ao contrário, não se limitou a mostrar que Lula e o PT cometeram crimes políticos ao desmoralizar, por seus procedimentos, as instituições de representação, como o Congresso e os partidos. Essas instituições, na democracia moderna, servem ao desejo dos cidadãos comuns de criar maior igualdade política e social, contrapondo-se aos poderes fáticos que asseguram privilégios aos poderosos. Que dizer, então, quando as instituições, levadas a servir apenas a interesses privados, fraudam a confiança dos cidadãos?


A manifestação do ex-presidente é uma das mais corajosas autocríticas de um dirigente partidário brasileiro contemporâneo. Reconhecendo com clareza erros de seu partido que precisam ser corrigidos, ele vai além ao apontar as distorções institucionais que rebaixam a qualidade da democracia brasileira. A carta reatualiza o tema das reformas políticas ao admitir que os partidos, inclusive o PSDB, não atendem ao princípio de articulação e agregação de interesses da sociedade – tema de manifestações também de Geraldo Alckmin, Francisco Weffort e Ruy Fausto. Apontando as distorções do sistema de representação proporcional e uninominal, Fernando Henrique reabre o debate em torno do voto distrital, da fidelidade partidária e do financiamento de campanhas eleitorais.


Com efeito, só a existência de partidos fortes e de um sistema de representação efetiva são antídotos para o País enfrentar a volta à personalização da política, que, ao contrário do que supõe a democracia, é cada vez mais o caminho adotado por Lula. Mais do que o risco de neopopulismo, o País não parece ter compreendido as implicações da aceitação pelo governo do princípio de que ‘o que todos fazem, mesmo se imoral e anti-republicano, pode ser repetido e continuado’. Ao deixar desqualificar as instituições como mecanismo de mediação da sociedade, o que está em questão é a qualidade da democracia e isso exige um basta.


José Álvaro Moisés é professor de Ciência Política e diretor do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da USP’


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Candidatos à Presidência debatem hoje na TV Gazeta


‘Os candidatos à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB), Heloísa Helena (PSOL) e Cristovam Buarque (PDT) participam hoje, a partir das 22 horas, do debate promovido pela TV Gazeta, o segundo entre os presidenciáveis. Como já tinha ocorrido no debate da TV Bandeirantes, o presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não vai comparecer.


O debate terá cinco blocos, com duração total prevista para 1 hora e 55 minutos. No primeiro bloco, os candidatos terão dois minutos para fazer suas considerações iniciais.


Na primeira rodada do segundo bloco eles responderão sobre temas sorteados pela mediadora Maria Lydia. Na segunda rodada, cada candidato escolherá o oponente que responderá a sua pergunta, sempre com direito a réplica e tréplica.


No terceiro bloco, os candidatos farão perguntas entre si em três rodadas. Na primeira, um sorteio decidirá quem pergunta e quem responde; nas rodadas seguintes, cada candidato escolhe o oponente que responderá.


No quarto bloco, três jornalistas farão as perguntas, em três rodadas. No quinto bloco, os candidatos terão 2 minutos para suas considerações finais. O debate será transmitido pelo Portal Terra (www.terra.com.br).’


CHINA


O Estado de S. Paulo


Chineses defendem controle da imprensa


‘O Ministério de Relações Exteriores da China defendeu ontem a legalidade das restrições às agências estrangeiras no país, que não poderão mais vender suas informações diretamente aos clientes. Para evitar a veiculação de informações que ‘ameacem a unidade e segurança nacionais’, o governo chinês exigiu que as agências internacionais conduzam seus negócios através da agência estatal Nova China. A defesa das novas medidas anunciadas no domingo foi uma reação às críticas que o país recebeu da União Européia, EUA e grupos de defesa da liberdade de imprensa.


Mas mais do que ser apenas uma restrição à atividade da mídia, analistas e executivos do setor dizem que uma batalha por mais dinheiro está por trás das novas regras. Instituições ocidentais de mídia como Bloomberg News e Reuters vendem dados financeiros e notícias a bancos, corretoras e sites no país, um negócio lucrativo que Tian Congming, presidente da Nova China, prometeu capturar num pronunciamento público feito este ano.


‘O dinheiro na China está em informações financeiras e notícias, e é nisto que a Nova China quer pôr as mãos’, disse James McGregor, presidente da JL McGregor, uma empresa de pesquisa e investimento, e autor de One Billion Customers: Lessons From the Front Lines of Doing Business in China.


Vender informações financeiras na China é um negócio que está crescendo mais rápido até que a economia chinesa. No primeiro semestre do ano, a receita da Reuters na China cresceu 17%, superando o crescimento geral na Ásia, que foi de 7% (para US$ 428 milhões).


Steve Clark, um porta-voz da Reuters em Londres, disse que a companhia está estudando com atenção as novas regras. McGregor, que trabalhou como presidente executivo da Dow Jones na China de 1994 a 2000, comentou que a Nova China havia tentado exercer um controle parecido sobre informações financeiras em 1996, uma medida que ele e outras organizações noticiosas ocidentais enfrentaram com êxito numa batalha de dois anos.


Nos anos 90, conta McGregor, a agência chinesa teve de recuar da iniciativa pelo temor de que a medida desacelerasse o fluxo de informações financeiras. ‘Pessoas do mais alto escalão da Nova China perceberam que, quando se é um trader chinês em alguma instituição financeira, é preciso ter as mesmas informações que as pessoas do outro lado da transação’, relata. ‘E se a sua informação estiver vindo pela Nova China com atraso e censura, você ficará em desvantagem financeira’, diz McGregor. COM AGÊNCIAS E INTERNATIONAL HERALD TRIBUNE’


ESTADÃO PREMIADO
O Estado de S. Paulo


‘Estado’ vence 3 categorias do Prêmio Comunique-se


‘Os profissionais do Estado Arnaldo Jabor, Celso Ming e Reali Jr. estão entre os vencedores do 4º Prêmio Comunique-se de Jornalismo, anunciado ontem em São Paulo, em evento com mais de 600 convidados e apresentado por Zeca Camargo, Lorena Calábria e Marina Person.


Jabor venceu na categoria colunista de Opinião; Ming, na de jornalista de Economia em mídia impressa; e Reali Jr., na de correspondente brasileiro no exterior.


Também foram finalistas os profissionais do Estado Jotabê Medeiros e Ethevaldo Siqueira, nas categorias jornalista de Cultura em mídia impressa e jornalista de Tecnologia, respectivamente. Ricardo Noblat concorreu com o Blog do Noblat, hospedado no portal do Estado e com versão para a Rádio Eldorado, na categoria jornalista de Política em mídia eletrônica.


O Prêmio ocorre em três fases. Na primeira, são indicados dez profissionais para cada categoria, com base nas sugestões de jornalistas cadastrados no site Comunique-se. Na segunda etapa, os jornalistas escolhem três finalistas para cada categoria e, na última, os mesmos eleitores decidem os vencedores.’


INTERNET
Gerusa Marques


Anatel briga na Justiça contra adiamento do WiMax


‘A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) só deverá retomar o leilão das freqüências para exploração de serviços de internet via banda larga sem fio (WiMax) quando conseguir derrubar na Justiça as liminares que garantiram ampla participação das concessionárias de telefonia fixa na disputa.


‘Primeiro a gente quer derrubar as liminares, porque isso muda muito o espírito do edital’, disse o presidente da Anatel, Plínio de Aguiar Júnior. A agência quer manter as concessionárias, como a Telefônica, a Brasil Telecom e a Telemar, fora do leilão nas áreas onde elas já atuam na telefonia fixa. O argumento da Anatel é de que a proibição às concessionárias incentiva a competição, permitindo novas concorrentes.


As concessionárias detêm 93% do mercado de telefonia fixa em suas áreas de concessão e já oferecem serviços de banda larga com fio. Elas dizem que a proibição não é justa porque elas ficariam impedidas de atualizar tecnologicamente suas redes. Foi por isso que recorreram à Justiça e conseguiram o direito de participar do leilão.


No dia 4, cem empresas, entre elas as concessionárias, as operadoras de telefonia móvel e de TV por assinatura, além dos provedores de internet, entregaram propostas à Anatel. Mas a licitação foi suspensa pelo ministro do TCU Ubiratan Aguiar, sob o argumento de que o preço mínimo para as licenças está defasado. As concessionárias são apoiadas pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, que ameaçou reverter a decisão da Anatel por meio de portaria.’


TELECOMUNICAÇÕES
Renato Cruz


Venda da TIM reduz competição


‘A venda da TIM reduziria a competição no mercado brasileiro, caso ela fosse comprada pela Telefónica, que está no controle da Vivo, ou pela América Móvil, dona da Claro. ‘Com três ou quatro operadoras bem posicionadas e em boa condição financeira e grande dispersão de participações de mercado, o Brasil é um dos mercado mais competitivos do mundo’, afirmaram os analistas Mauricio Fernandes e Glaucia Renda, da Merrill Lynch, em relatório. ‘Uma métrica que gostamos de usar é a soma de participação das duas maiores empresas. No Brasil, o número está em 56%, enquanto no México, um dos mercados com menos competição no mundo, está em 91%. A diferença é evidente.’


A Telecom Italia, dona da TIM, anunciou na segunda-feira, em Milão, que vai transformar as operações de telefonia celular em uma empresa separada, que poderia ser vendida por cerca de 35 bilhões. A venda, que ainda não está decidida, incluiria a TIM Brasil, segunda maior operadora do País, com 25% do mercado em junho. Os maiores candidatos à compra seriam a espanhola Telefónica, sócia da Portugal Telecom na Vivo, e a mexicana América Móvil, dona da Claro. São os dois maiores grupos de telecomunicações na América Latina hoje. A Vivo é a maior operadora celular do Brasil, com 31%, e a Claro a terceira, com 23%.


A aquisição, no entanto, não seria simples. O futuro da Vivo também está em jogo. Hoje, a empresa é controlada pela Telefónica e pela Portugal Telecom. A Telefónica já declarou que compraria a participação de 50% que a Portugal Telecom possui na Vivo.


A Portugal Telecom, por sua vez, pode passar por mudança de controle em seu país de origem. O Grupo Sonae quer comprar a empresa e também já disse que compraria a fatia de 50% que a Telefónica tem na Vivo.


Há ainda restrições legais. A Vivo e a TIM possuem superposição de licenças, o que não é permitido. Para ficar com as duas, a Telefónica deveria devolver uma das licenças e migrar os clientes. As faixas de freqüência e as tecnologias em que operam as duas companhias, porém, são diferentes, e isso implicaria em troca de aparelhos de um grande número de clientes.


Também não seria fácil para aprovar a operação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), tanto para a Telefónica quanto para a América Móvil. Juntas, a Vivo e a TIM teriam 55% do mercado. Se o negócio fosse fechado com a Claro, a empresa ficaria com 47%. A Claro também teria que devolver licenças, mas o problema seria menor.


LÍDER


Para Júlio Puschel, analista da consultoria The Yankee Group, a grande questão é se a TIM Brasil será vendida separadamente, ou se a TIM mundial será vendida com um todo. ‘Acredito que será num pacote só, porque a Telecom Italia correria o risco de ficar com um mico na mão, se não conseguisse vender todas’, afirmou o analista. Neste caso, as principais candidatas seriam fundos de investimento, a Deutsche Telekom ou a France Telecom. ‘Dificilmente essas empresas viriam para montar uma operação nova no Brasil, mas a compra da TIM seria interessante, pois a operadora está para se tornar líder’, explicou Puschel.


O diretor de Governança Corporativa da Brasil Telecom, Fabio Moser, chegou a afirmar à agência Bloomberg que a operadora estaria interessada em comprar alguns ativos da TIM, para expandir sua cobertura de celular. Mais tarde, a assessoria da Brasil Telecom informou que a empresa não se pronuncia sobre o assunto.’


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TV paga vai à Anatel contra a Telefônica


‘A Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) entrou na Anatel com um documento contra os planos da Telefônica de prestar o serviço de televisão por assinatura via satélite (DTH, na sigla em inglês) no Brasil. Ela solicita que a agência impeça que a operadora, ou qualquer empresa do grupo, obtenha licença para o serviço, aplicando a proibição prevista pela Lei do Cabo, que trata de outra tecnologia de distribuição de sinais de TV.’


MÍDIA / EUA
O Estado de S. Paulo


NYT vai vender filial de televisão


‘A The New York Times Co. anunciou ontem que planeja vender sua filial de televisão, a Broadcast Media Group, que inclui nove emissoras afiliadas às redes CBS, ABC e NBC em vários Estados americanos. Com isso, a empresa espera se concentrar na atividade de jornal impresso e de informações eletrônicas. O Broadcast Media Group representa aproximadamente 4% do faturamento do grupo The New York Times.’


TELEVISÃO
Keila Jimenez


11/9 não rende ibope


‘Cinco anos após os atentados terroristas de 11 de setembro, a TV americana bem que tentou, mas não conseguiu ‘faturar’ mais em cima da tragédia. O destaque na imprensa americana ontem foi o fiasco em ibope da atrações dedicadas ao assunto. Os dois especiais sobre o 11 de Setembro, a minissérie The Path to 9/11, da ABC, e o documentário 9/11, da CBS, perderam em audiência para a abertura da temporada de futebol americano, exibida pela NBC.


Tudo bem que o concorrente era forte, mas a partida obteve o dobro de audiência das atrações sobre os ataques terroristas: média de 20 milhões de espectadores, ante 10 milhões sintonizados no especial da CBS.


Antes mesmo de serem levados ao ar, os especiais sobre o 11 de Setembro já encontraram rejeição das próprias redes de TV. E, acredite, o motivo não foi o receio por audiência fraca, e sim o vocabulário do documentário francês 9/11, considerado chulo por algumas afiliadas da CBS, que se recusaram a exibir o programa. Argumentaram que 9/11, que mostrou de perto da visão dos bombeiros em ação, traz muitos palavrões. Santo pudor norte-americano.


entre-linhas


Mesmo exibindo matérias requentadas e após ter sido retalhado, o programa Tudo a Ver, da Record, tem alcançado bons índices de audiência. Apresentado durante as tardes por Maria Cândida, na semana passada o programa ficou na vice-liderança durante todos os dias, batendo o SBT com média de 5 pontos.


Não é só na Globo que a cegonha desfalca novelas. Depois de Cláudia Abreu deixar Paraíso Tropical, de Gilberto Braga, Vanessa Gerbelli teve de ficar de fora de Vidas Opostas, da Record. Assim como Cláudia, a atriz também está grávida.


Fruto das reclamações do público ou não, o fato é que o personagem Greg (José Mayer) parou do nada de fumar em Páginas da Vida. No início da novela, o médico aparecia fumando em várias cenas.


Domingos Meirelles, apresentador do Linha Direta, recebe hoje em São Paulo, o prêmio Jabuti 2006, na categoria Ciências Humanas pelo livro 1930: Os Órfãos da Revolução.


A primeira novela de Ana Maria Moretzsohn na Record – ainda sem nome definido – deve ter cenas gravadas no Chile e na Argentina.


A Gazeta exibe hoje, às 22h50, debate com os principais candidatos à Presidência. Participam Cristovam Buarque (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Heloísa Helena (PSOL). Lula não confirmou a presença.


Por falta de um, três…


Para não dar briga, o VMB – premiação do videoclipe realizada pela MTV – terá três mestres-de-cerimônias este ano: Daniella Cicarelli (debutando no cargo), Cazé (que já apresentou o VMB em 1999) e Marcos Mion (que comandou a premiação em 2001).’


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 13 de setembro de 2006


INTERNET
Humberto Medina


Anatel diz que só retoma leilão sem teles


‘A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) só retomará a licitação para venda de faixas de freqüência para fornecimento do serviço de acesso à internet em banda larga sem fio se as teles fixas não puderem participar nas áreas em que já oferecem telefonia local. De acordo com o presidente da agência reguladora, Plínio Aguiar Júnior, o leilão será retomado quando as liminares que permitem a participação das teles forem cassadas.


‘Elas [liminares] complicam muito a realização do leilão. A gente primeiro quer derrubar as liminares, porque isso muda muito o espírito do edital’, disse Aguiar Júnior, após reunião no TCU (Tribunal de Contas da União).


Quando publicou o edital, a Anatel proibiu as teles fixas de comprar faixas de freqüência nos locais onde atuam. Dessa forma, a Telefônica não poderia comprar freqüências para fornecer acesso à internet em banda larga sem fio no Estado de São Paulo, mas poderia comprar, por exemplo, no Rio de Janeiro (área da Telemar).


O objetivo da restrição, segundo a agência reguladora, era estimular a competição. De acordo com a Anatel, a participação das teles fixas nas suas áreas de concessão causaria ‘concorrência predatória’ com as novas empresas que viessem a oferecer o serviço por meio da tecnologia sem fio (WiMax).


Ainda de acordo com a agência, as teles fixas são ‘praticamente monopolistas’ tanto no fornecimento de telefonia fixa como no de acesso à internet em banda larga. Atualmente, as teles oferecem o serviço por meio de suas linhas fixas (sistema ADSL).


As concessionárias recorreram à Justiça, individualmente e por meio de sua associação, e conseguiram liminares para participar da licitação e oferecer propostas, mesmo nas suas áreas de concessão.


A Anatel tentou cassar uma das liminares -da Abrafix (Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado)-, mas ainda não conseguiu.


No dia 4, o leilão começou com a permissão de as empresas de telefonia fixa participarem -elas ofereceram propostas. Logo após a entrega das propostas, no entanto, a Anatel anunciou que a licitação estava suspensa por determinação do TCU. O tribunal apontou erros nos critérios para formação de preço mínimo. Por causa desses erros, o preço mínimo teria ficado R$ 23 milhões inferior ao que deveria ser.


Ontem, o presidente da Anatel esteve reunido com o presidente do TCU, ministro Guilherme Palmeira. Amanhã, deverá se reunir com o relator do processo, ministro Ubiratan Aguiar.


Repercussão


A decisão da Anatel de não continuar a licitação enquanto as teles fixas puderem participar agradou à Abranet (Associação Brasileira dos Provedores de Acesso, Serviços e Informações da Rede Internet). ‘Acho louvável, porque mostra que a Anatel não está a serviço das operadoras [de telefonia fixa]’, disse Antônio Tavares, presidente da associação. ‘O mercado precisa de estímulo à competição. As operadoras de telefonia fixa dominam 78% do fornecimento de acesso em banda larga’, disse.


A Folha procurou a Abrafix, por meio de sua assessoria de imprensa, mas a entidade que representa as teles fixas não quis comentar as declarações do presidente da Anatel.


Mudanças


A Anatel também descartou mudanças no edital, pedidas pelo Ministério das Comunicações, para garantir o atendimento à pequenas cidades.


‘Esse espírito [de universalização] está mantido no edital. As bandas de freqüência saem muito baratas em cidades médias e pequenas’, afirmou Aguiar Júnior.’



Folha de S. Paulo


Apple lança downloads da Disney e iPods


‘A Apple começou a vender filmes da Disney na loja virtual iTunes ontem, aumentando o número de opções para baixar filmes da internet para os consumidores norte-americanos.


O anúncio era esperado pelo mercado, já que várias grandes empresas de entretenimento e internet oferecem downloads de filmes. A aliança com a Disney também era esperada, pois o presidente da Apple, Steve Jobs, é membro do conselho da empresa.


Nenhum serviço teve, porém, grande sucesso até agora. A Apple espera que, com a liderança do iTunes em venda de música e a possibilidade de assistir aos filmes baixados no popular iPod, possa atrair mais consumidores que outras lojas.


Steve Jobs também anunciou que a Apple começará a vender um dispositivo que permitirá assistir aos filmes baixados no iTunes na televisão. O aparelho, chamado iTV, será vendido a partir do primeiro trimestre de 2007.


O iTV é a resposta da Apple ao principal problema do modelo de distribuição de filmes pela internet e uma das razões de sua timidez até agora: como permitir que os consumidores assistam aos vídeos em suas televisões. A maioria dos filmes comprados pela internet não pode ser gravada em DVD, para evitar a pirataria.


Filmes


Os filmes dos estúdios Disney, Pixar, Miramax e Touchstone custarão US$ 14,99 (lançamentos), US$ 12,99 (lançamentos comprados na primeira semana) e US$ 9,99 (catálogos).


Por enquanto estão disponíveis 75 filmes, que demoram cerca de 30 minutos para serem baixados com uma conexão de banda larga. Assim como a compra de músicas pelo iTunes, a aquisição de filmes está restrita a países em que existem sites do iTunes -não é o caso do Brasil.


‘Em um ano, passamos da venda de cinco séries de TV para a venda de 220 séries, e esperamos fazer o mesmo com filmes’, disse Jobs. ‘O iTunes vende mais de 1 milhão de vídeos por semana e esperamos fazer o mesmo com filmes em menos de um ano.’


O iTunes popularizou a venda on-line de música, devido ao esquema de preço fixo, à facilidade de uso e ao funcionamento casado com o iPod, tocador de música líder do mercado. Alguns analistas dizem que a loja pode ter efeito semelhante no mercado de downloads de filmes, principalmente se tiver sucesso o aparelho para levá-los à televisão.


iPods


A Apple também lançou ontem novas versões de iPods. A versão que toca vídeos e músicas ganhou um modelo com capacidade de 80 GB, além do já existente de 30 GB.


O iPod Nano agora vem em cinco cores, com bateria que dura 24 horas. Os modelos têm capacidade de 2, 4 e 8 GB. O iPod Shuffle (sem tela) de 1 GB ficou menor e agora tem clipe para prender na roupa.


Foram lançados ontem também jogos para o iPod, como versões dos populares Tetris, Pac-Man e Bejeweled.


Com agências internacionais’


ELEIÇÕES 2006
Kamila Fernandes


Na TV, rivais põem Ciro xingando ‘politiqueiros’ em palanque no CE


‘Para atacar Cid Gomes (PSB), líder na disputa ao governo do Ceará, dois de seus rivais exibiram anteontem o trecho de um comício em que seu irmão, o ex-ministro Ciro Gomes (PSB), dirige um palavrão a aliados do governador e candidato à reeleição Lúcio Alcântara (PSDB).


A fala de Ciro, com imagens, foi usada no programa eleitoral de Lúcio e de José Maria de Melo (PL). O palavrão foi dito em comício, na semana passada, no município de Pacajus, na região metropolitana de Fortaleza. O ex-ministro, candidato a deputado federal, aparece rodeado de políticos e de duas crianças, com bandeirinhas.


As duas propagandas ressaltaram que, no momento do xingamento, as crianças, que se distraíam com as bandeiras, olharam para Ciro.


Em um palanque ornamentado com as fotos de Cid e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro esbraveja: ‘Porque o governante que está hoje no Ceará só tem força para comprar consciências, para distribuir dinheiro para politiqueiro filho da puta’.


O palavrão é reproduzido no programa do PL. No do PSDB, foi colocado um apito.


Após a exibição da cena, Ciro -cujo advogado quer direito de resposta- lamentou que tenha xingado para desqualificar seus rivais e até pediu desculpas.’


Folha de S. Paulo


Heloísa apela para doações pela internet


‘Sem dinheiro para a reta final da campanha, a candidata do PSOL à Presidência, Heloísa Helena, distribuiu pela internet um apelo a ‘cidadãos de bem’ para que a ajudem com qualquer quantia o mais rápido possível.


Na semana passada, acabaram os cartazes, adesivos e panfletos da candidata. Não há dinheiro para confeccionar novas peças.


O e-mail foi distribuído por sua assessoria no último dia 8. O título é ‘O Tostão contra o Mensalão’.


No comunicado, Heloísa Helena informa que não aceita doações de pessoas jurídicas, só de ‘cidadãos de bem sedentos de mudanças sociais’.


Em declaração financeira ao TSE no último dia 6, a senadora disse ter arrecadado R$ 62.200,75 desde o dia 6 de agosto, dos quais R$ 60.319,15 teriam sido gastos.


‘Vestidinho’


À noite, Heloísa disse em entrevista à Rede TV que, caso eleita, fará uma concessão a suas eleitoras e usará um ‘vestidinho’ no dia da posse.


No dia-a-dia, porém, a candidata afirmou que gostaria de continuar vestindo a calça jeans e a camisa branca pelas quais ficou conhecida.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Pesquisas e o mercado


‘Deu no ‘Jornal Nacional’.


Lula oscilou um ponto para baixo, Geraldo Alckmin oscilou um ponto para cima. Mas a blogosfera não se emenda. Começou no fim de semana, com ecos do Ibope que aponta oscilações bem maiores nos números, semana em cima de semana. E anteontem o blog de Luis Nassif se perguntava sobre ‘surpresas em final de campanha’ _argumentando que ‘pesquisas internas, contratadas por um grande banco brasileiro, indicam que Alckmin teria ganho três pontos e Lula teria perdido três pontos’. Daí, ontem, para o blog de Reinaldo Azevedo, que se questionava ‘e se… Alckmin tiver crescido’ _argumentando, na mesma linha, que ‘uma parte do mercado trabalha com essa informação’.


À tarde na Globo, a clareira aberta na plantação de eucalipto


TUPIS E GUARANIS


Nas palavras de Fátima Bernardes, ontem na Globo, ‘índios tupiniquins e guaranis avançam na destruição de uma área de eucaliptos da empresa Aracruz Celulose, no norte do Espírito Santo’. E o repórter, ‘usando facão e motosserra, já cortaram mais de 6 mil árvores e abriram, no meio da plantação de eucalipto, uma clareira de 36 hectares’. As imagens de helicóptero da emissora, ontem, mostravam as árvores caindo sem parar. Os tupiniquins e guaranis querem 10 mil hectares das terras ‘ocupadas’.


O PRÍNCIPE DO PALMITO


Lilian Ross, tida como a avó do ‘new journalism’, o jornalismo literário nos EUA, escreve na nova edição da lendária revista ‘The New Yorker’ sobre ‘o líder da única monarquia genuína nas Américas do Norte e do Sul, o príncipe dom João Henrique Maria Gabriel Gonzaga de Orleans e Bragança’. O texto, intitulado ‘Árvore familiar’ ou genealógica, é uma lista quase sem fim dos parentes _e registra curiosidades como a de que ‘ele ganha a vida desenvolvendo ‘resorts’ de turismo e vendendo palmito da ‘plantation’ de 800 acres’. E defendendo meio ambiente.


FUTEBOL…


Chegou ao Brasil a comitiva da Índia e, em sites indianos e agências como PTI e France Presse, o destaque vai para enunciados tipo ‘Primeiro-ministro vai pedir lições de futebol ao Brasil’ ou ‘Aprendendo com os mestres’, este um comentário de futebol.


É que o presidente da federação indiana integra o gabinete e, antes da viagem, fez o pedido. O primeiro-ministro, em entrevista coletiva no avião, em vôo, declarou não ver ‘nada de errado’ em negociar também as tais lições.


E A BOMBA


Já a BBC Brasil e outros sites indianos voltam os olhos para a notícia de que a Índia ‘deve buscar apoio do Brasil a seu programa nuclear’, nas negociações em andamento.


O país fechou acordo com os Estados Unidos para ter acesso a tecnologia atômica, mas precisa antes da aprovação do Grupo de Supridores Nucleares, NSG, uma organização multilateral que tem como presidente o Brasil, favorável à não-proliferação.


EVO VS. TELESUR


O blogueiro e jornalista do ‘Valor’ Sérgio Léo está na Bolívia para acompanhar as atribulações do governo Evo Morales. E relata ao menos uma evidência curiosa do quanto o presidente está perdido, em meio à ‘queda brutal nos investimentos’ e, agora, à ‘radicalização na luta política’:


_ Na segunda, Evo falou com a imprensa estrangeira, denunciou complôs da oposição e reclamou da cobertura da Telesur… Opa, da Telesur? É a TV criada com impulso de Hugo Chávez, um dos maiores aliados do governo Morales. É como ver Lula brigar com repórter da Carta Maior.


AO ATAQUE


No site da Carta Maior, o blog de Emir Sader iniciou um projeto de consultas, ecoando democracia direta. Perguntou sobre uma eventual invasão do Irã pelos EUA. Dos 1.334 que opinaram, 83% se disseram contra e 17% a favor.


O blogueiro que se prepare, agora, para os ataques on-line _a começar daqueles, de eco mundial, do blog Kibe Loco.’


VAZAMENTOS NA HP
Folha de S. Paulo


Espionagem derruba executiva da HP


‘A presidente do conselho da HP, Patricia Dunn, disse ontem que sairá do cargo em janeiro, em meio ao escândalo envolvendo a empresa. A HP contratou detetives para descobrir a fonte do vazamento de informações à imprensa, e esses investigadores, por sua vez, usaram técnicas possivelmente ilegais para acessar os registros telefônicos de diretores da empresa e de jornalistas.


A presidência do conselho da HP ficará com o presidente da empresa, Mark Hurd, que acumulará os dois cargos. Dunn continuará no conselho da HP.


O diretor George Keyworth, apontado pela investigação interna da HP como a fonte do vazamento, também renunciou a seu cargo. A empresa havia pedido que ele se demitisse em maio, mas ele recusou.


‘Estou agindo para garantir que técnicas investigativas não apropriadas não sejam usadas novamente. Elas não têm lugar na HP’, disse Dunn, ontem. Ela pediu desculpas aos diretores e aos jornalistas pelas técnicas usadas pelos detetives particulares. Dunn, porém, disse que a investigação interna era necessária porque os vazamentos poderiam ter impacto no preço das ações da HP e de outras empresas.


Os investigadores contratados pela HP se fizeram passar por outras pessoas para conseguir acesso aos registros telefônicos dos diretores e de jornalistas que faziam reportagens sobre a empresa.


Geralmente, os detetives ligam para as companhias telefônicas e se fazem passar pelo próprio alvo da investigação. De posse de alguns dados pessoais da pessoa, como endereço e às vezes parte do número de seguridade social, tentam convencer os atendentes de que são o titular da conta e, assim, obter dados sigilosos.


‘A invasão da minha privacidade e da de outras pessoas foi errada e inconsistente com os valores da HP’, disse Keyworth ontem. Ele também disse que a assessoria de imprensa da empresa pedia, com freqüência, que ele falasse com jornalistas. ‘Meus comentários [à imprensa] sempre foram elogiados por altos funcionários da empresa como benéficos à HP-o que sempre foi minha intenção’, disse Keyworth.


Outro membro do conselho da HP, Thomas Perkins, pediu demissão em maio em protesto, após saber da investigação interna. A HP também pediu desculpas a ele ontem.


Sob suspeita


O caso está sendo investigado pela Procuradoria do Estado da Califórnia, pela Procuradoria Geral da República na Califórnia e pela SEC (agência reguladora dos mercados financeiros nos EUA).


A HP contratou os detetives para descobrir a fonte de vazamento ao ‘Wall Street Journal’ e ao site CNET sobre reclamações de membros do conselho sobre a então presidente da empresa, Carly Fiorina.


Repórteres desses dois veículos, assim como um do ‘New York Times’, também tiveram seus registros telefônicos acessados pelos investigadores particulares contratados pela HP.’


TV DIGITAL
Diogo Moyses e Gustavo Gindre


TV digital na contramão do interesse público


‘O DECRETO presidencial nº 5.820/06, que estabeleceu o padrão japonês para a televisão digital brasileira e presenteou radiodifusores com mais uma fatia do espectro de freqüências, marcou a consolidação da aliança entre o governo Lula e o principal grupo de comunicação do país, bem como o rompimento definitivo com os compromissos históricos que o elegeram.


A escolha de um ex-funcionário da Rede Globo -e ele próprio um radiodifusor- para ocupar o Ministério das Comunicações apenas explicita tal opção, baseada no pragmatismo eleitoral em detrimento do interesse público. Forjado na conveniência mútua, o decreto mantém a sina das políticas de comunicação: primeiro, com militares, oligarquias e financistas; agora, sob as barbas de quem um dia ergueu a bandeira da democracia.


Para saciar o apetite dos radiodifusores, o governo, simultaneamente, afrontou a Constituição Federal, infringiu leis ordinárias e contrariou outros atos presidenciais, como o decreto nº 4.901/03, que instituiu o SBTVD (Sistema Brasileiro de TV Digital) e previa o uso da TV para a democratização da informação, o desenvolvimento de ciência e tecnologia nacionais, a inclusão social e a participação da sociedade civil por meio de um comitê consultivo.


Em ação recente movida na Justiça, o Ministério Público Federal apontou uma série de ilegalidades.


Não há, até hoje, garantia de incorporação das pesquisas nacionais -ao contrário, avanços como a modulação ‘Sorcer’, da PUC-RS, foram descartados sem justificativa. A concentração do espectro da TV (um bem público e finito) nas mãos do atual oligopólio privado tende a aumentar. O comitê consultivo deixou de ser convocado em 2005, no mandato do atual ministro -marcado pela total falta de transparência e por relações promíscuas com as emissoras-, sem concluir seus trabalhos. Nem sequer os documentos produzidos no interior do SBTVD foram divulgados oficialmente pelo governo.


A afronta à lei não pára aí. Uma das mudanças técnicas mais profundas na transição da tecnologia analógica para a digital é a capacidade de compressão dos sinais. Isso permite que, no mesmo espaço do espectro por onde hoje trafega uma única programação (o que hoje chamamos de ‘canal’), possam ser transmitidos simultaneamente até oito programações.


Essa seria a chance de desconcentrar o mercado e incentivar o surgimento de novas emissoras (públicas, privadas, estatais), permitindo que a diversidade de nossa cultura enfim habitasse a tela da TV.


O governo, porém, optou por entregar todo o novo espaço aos atuais radiodifusores. Em vez de novos produtores de conteúdo, veremos a multiplicação de cultos religiosos e vendas de tapetes feitos pelas mesmas famílias que controlam a TV brasileira. E, para entregar um novo canal de TV para as atuais emissoras sem a aprovação do Congresso (determinação da Constituição), cometeu dupla ilegalidade: apoiou-se na farsa jurídica da ‘consignação’ (legalmente aceitável apenas se o novo canal fosse um simples ‘espelho’ da programação analógica) e, simultaneamente, violou a lei nº 4.117/62, que impede a transmissão de duas ou mais programações pelo mesmo concessionário. Outra questão importante é a da interatividade. Ainda que o decreto nº 5.820/06 a apresente como uma das características da TV digital, a interatividade não pode ser utilizada com a atual legislação (de 1962), que define a radiodifusão como um serviço a ser ‘recebido’ -portanto, unidirecional.


Mas, mesmo que se torne juridicamente ‘possível’ com nova legislação, a oferta dos recursos digitais de interesse social não está nos planos do governo, que afirma ser a interatividade um serviço para o ‘mercado’ vender àqueles que podem pagar, criando uma nova categoria de excluídos: a dos que não podem pagar pelo canal de retorno, necessário para tornar a comunicação bidirecional.


(Não custa lembrar que, com cerca de R$ 350 milhões -menos de 10% dos recursos inutilizados do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações-, seria possível montar, segundo dados da Fundação CPqD, uma rede nacional de acesso banda larga sem fio que servisse como canal de retorno, permitindo à população de baixa renda acesso a serviços de educação, telemedicina, governo eletrônico, e-mail e serviços bancários, por exemplo.)


Em resumo, o decreto presidencial, além de ser um erro político, que desperdiça a chance histórica de democratizar as comunicações e incluir socialmente milhões de brasileiros, é flagrantemente ilegal, e, por isso, deve ser questionado na Justiça. Ao governo, resta defender o indefensável: o aprofundamento da concentração dos meios de comunicação e a manutenção da exclusão social, além de uma tese jurídica sem fundamento.


DIOGO MOYSES , 27, radialista, e GUSTAVO GINDRE , 37, jornalista, são coordenadores do Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação Social.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Filha de Silvio Santos pode assumir o SBT


‘Daniela Beyruti, filha de Silvio Santos que dirigiu o programa ‘Ídolos’, é tida no SBT como favorita a assumir a direção artística da emissora, que está vaga há duas semanas, quando o jornalista Ricardo Valladares foi afastado da função.


O diretor artístico é um profissional importantíssimo na estrutura das TVs. É ele quem lida com as estrelas do elenco e, em tese, dá a última palavra sobre o conteúdo dos programas.


No SBT, aposta-se que Daniela assumirá a posição lentamente. Primeiro, ela deverá entrar no conselho consultivo, na vaga que era de Valladares.


Esse conselho, atualmente, é composto por três executivos não especializados na área artística (um cuida do setor comercial, outro de tecnologia e o terceiro, das finanças).


O cargo de diretor artístico do SBT também pode ser ocupado por algum profissional do mercado vindo de outra rede.


Mas profissionais que acompanham o ‘estilo’ de Silvio Santos avaliam que a solução agora poderá ser ‘caseira’. A pista vem de discurso de Silvio Santos na festa de 25 anos do SBT, em agosto, em que ele disse que suas filhas estariam em seu lugar nos 50 anos da rede.


Daniela Beyruti, acreditam, é favorita porque já acompanha a rotina do SBT. Patrícia Abravanel (a que foi seqüestrada), especula-se, poderá assumir futuramente o comando do grupo Silvio Santos (ela é diretora do banco Panamericano).


INFLAÇÃO GLOBAL 1


A Globo acaba de lançar no mercado publicitário um pré-plano comercial em que oferece cinco cotas de patrocínio para as transmissões de futebol em 2007. Cada cota custa, à vista, R$ 97,4 milhões, um aumento de 17,3% sobre o preço praticado em 2006.


INFLAÇÃO GLOBAL 2


Os atuais patrocinadores do futebol da Globo têm até o dia 25 para manifestar o interesse em renovar o negócio. A Globo promete transmitir em 2007 um total de 100 jogos de futebol (sem contar o Pan do Rio).


HISTÓRIA DO BRASIL


Apresentador do ‘Linha Direta’, o jornalista Domingos Meirelles recebe hoje o prêmio Jabuti na categoria ciências humanas pelo livro ‘1930: Os Órfãos da Revolução’.


INTERFERÊNCIA


O juiz federal José Henrique Prescendo negou liminar, pedida pelo Ministério Público Federal, que obrigaria o governo a multar a Record por ter explorado, no ar, a imagem de uma criança com câncer.


COVA DOS LEÕES 1


Vai se chamar Daniel o personagem que Fábio Assunção interpretará em ‘Paraíso Tropical’, próxima novela das oito da Globo, que estréia em março. Será o mocinho da trama.


COVA DOS LEÕES 2


Gilberto Braga, autor de ‘Paraíso Tropical’, adianta mais dois nomes de personagens de sua novela: as gêmeas que Alessandra Negrini interpretará se chamarão Paula e Taís. A primeira é boa. A segunda é má. No começo da história, uma não sabe que a outra existe.’


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Eva Longoria diz que pára depois de ‘Desperate’


‘A atriz Eva Longoria, 31, que interpreta a espevitada Gabrielle Solis na série cômica ‘Desperate Housewives’, disse à imprensa americana que vai se aposentar da TV quando o programa acabar. Neste ano, ela fez sua estréia cinematográfica, ao lado de Kiefer Sutherland e Michael Douglas, no fiasco ‘Sentinela’. A terceira temporada do seriado começa no próximo dia 24, nos Estados Unidos.’


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