Saturday, 12 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1309

Carmen Lúcia Nery

‘A Unicamp estruturou uma rede de TVs universitárias –TV UNIVAP, TV Unisinos, TV UNI-BH, TV PUC Campinas e TV UNAMA — para participar de um dos editais de TV digital. A proposta visa analisar a logística de redes de produção, armazenamento e distribuição de conteúdo digital e, ainda, discutir, desenvolver e testar estratégias para a migração da produção analógica de conteúdos para a produção digital, bem como, estabelecer parâmetros para o armazenamento e distribuição desses conteúdos através de redes integradas de diferentes tecnologias. Essa é uma das três propostas encaminhadas pelo Laboratório de Media e Tecnologias da Comunicação (Mediatec) que remeteu ainda uma proposta de pesquisa em inclusão digital e outra para o desenvolvimento de recursos humanos para TV digital, todas para o edital de aplicação e conteúdo. A Unicamp participa ainda através da Faculdade de Engenharia Elétrica que encaminhou propostas para os editais de modulação, middleware e terminal de acesso. Nos dois casos a universidade participa em consórcio com outras universidades e empresas mas esclarece que, ao contrário do que publicamos na semana passada, não está fechada oficialmente com nenhum o padrão de TV digital.’



Tela Viva News

‘Comitê trabalha para desenvolver emissora piloto’, copyright Tela Viva News, 17/09/04

‘Na mais recente reunião do Comitê Consultivo de TV Digital, realizada esta semana, ganhou força a proposta apresentada pela Sociedade de Engenharia de Televisão – SET, de montar uma emissora piloto para testar a TV digital no Brasil. O Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação (FNDC), que também participa do Comitê Consultivo, propôs então que a emissora piloto se destine também a experimentar conteúdos e linguagens a serem utilizadas na TV digital brasileira. A idéia ganhou o apoio dos representantes da área de software e também da própria Anatel, através do superintendente de serviços de comunicação de massa, Ara Apkar Minassian. De acordo com Daniel Herz, representante do FNDC, como até o momento supõe-se que a emissora piloto seria financiada por quem quisesse nela realizar suas experiências e testes, será necessário viabilizar recursos do Funttel para fazer os experimentos de conteúdo, área que, aliás, não foi ainda contemplada nos editais já propostos pela Finep sob orientação do Grupo Gestor. Na opinião de Herz, este pode ser um grande laboratório para a televisão brasileira testar propostas que não têm como ser feitas na televisão comercial e nem na televisão educativa. A próxima reunião do Comitê Consultivo será dia 28, quando devem se reunir pela manhã as duas câmaras (tecnologia/indústria e conteúdo) e na parte da tarde o pleno do Comitê.’



REDE TV!
MM Online

‘RedeTV! inaugura nova retransmissora’, copyright MM Online, 17/09/04

‘Inicialmente a emissora veiculará a programação nacional da rede e, em médio prazo, prevê uma equipe própria de produção artística e de jornalismo

A RedeTV! inaugura nos próximos dias, em caráter experimental, a retransmissão de imagens para Cascavel (PR) da RedeTV!, que vai operar pela TV Carajás, canal 22. Inicialmente a emissora veiculará a programação nacional da rede e, em médio prazo, prevê uma equipe própria de produção artística e de jornalismo. A TV funcionará nas antigas instalações da TV Carimã. A inauguração deve acontecer ainda este ano e deverá contar com a presença de artistas da emissora.

Vila Maluca

Paralelamente, a emissora distribui ao mercado nos próximos dias o plano comercial para venda das cotas de patrocínio do seriado infantil Vila Maluca, com estréia no dia 11 de outubro. A atração inaugura o segmento de teledramaturgia na emissora, em programas com histórias diárias fechadas. A divulgação deve ser feita nos próximos dias.’



ANIVERSÁRIO DA TV
Leila Cordeiro

‘O Aniversário Da Tv’, copyright Direto da Redação (www.diretodaredacao.com), 19/9/04

‘Passou quase despercebido o aniversário da televisão no Brasil que se comemora no dia 18 de setembro. Nesse dia, no ano de 1950, pela primeira vez, uma nova e poderosa mídia começava a engatinhar e pouca gente na época poderia imaginar a força do veículo que conquistou os lares brasileiros, modificando hábitos e criando uma linguagem muito própria que abalou os alicerces do rádio e determinou o fechamento de cinemas, até então as grandes diversões populares.

Mas antes que se tornasse tão popular, e quase imprescindível na vida das pessoas, a televisão era um privilégio de poucos, aqueles que podiam pagar um alto preço para ter um aparelho em casa. Foi assim que surgiu a expressão televizinhos, aqueles telespectadores que tiravam uma casquinha na TV do vizinho, todos maravilhados com aquela telinha mágica que transmitia som e imagens de fatos e pessoas.

Daquele início rudimentar e quase sem recursos humanos e tecnológicos, a televisão foi se desenvolvendo e conquistando tecnologias que a tornaram mais ágil e interessante para o público. Um desses grandes avanços, pouco notado pela maioria dos telespectadores, foi a chegada do videotape, o aparelho que permitiu a gravação das imagens e sepultou o improviso e as falhas da televisão ‘ao vivo’. Foi a partir do VT que as grandes novelas e programas infantis começaram a ser produzidos, aumentando a qualidade do veículo.

Como repórter contratada pela TV Aratu, de Salvador, em 1979, pude testemunhar uma das grandes transformações da televisão. Ainda não tinha terminado meu curso de jornalismo no Rio, quando surgiu o convite. Aparecer na telinha era então o sonho de dez em cada dez estudantes e o leitor pode imaginar a emoção que senti naquele momento. Passada a euforia inicial, comecei a avaliar a responsabilidade do trabalho que iria assumir. Transmitir os fatos com isenção e conquistar a confiança do público do outro lado da telinha.

Naquela época, o VT ainda não havia chegado ao jornalismo da Bahia e as equipes trabalhavam com as velhas máquinas de filmar. Na minha equipe, além de mim, saíam um cinegrafista e um assistente, com direito a usar a medida padrão de 400 pés de filme (equivalente a dez minutos de gravação numa fita de VT) e equipamento era uma 13 CP, uma máquina preta, grande e pesada. Foi uma experiência quase paleolítica que tive naquele início de carreira, mas que obrigou-me a aprender a editar em moviola as imagens do filme que levava quase duas horas para ser revelado e gravar o texto da reportagem em cima das imagens. Depois de finalizadas as matérias eram enviadas para o jornalismo da Globo via Embratel e depois de ‘julgadas’ pelo chefões do jornalismo no Rio eram aproveitadas pelos telejornais da Rede.

Não pense o leitor que sou tão ‘antiga’ como está parecendo. Devo esclarecer que a TV Aratu era uma afiliada pequena, de poucos recursos, com pequena produção local e a maior parte da programação vinha pronta da Globo. Seu equipamento geralmente eram câmeras usadas que já não serviam no Jardim Botânico e eram então repassadas às emissoras do interior.

Quando cheguei no jornalismo da Globo no Rio, um ano depois, fui apresentada ao vídeotape. Foi como se um mundo novo se abrisse. Tudo muito mais fácil e rápido. Nunca mais o filme, onde você não podia errar porque a máquina não voltava atrás. Nunca mais ter que voltar para a redação duas horas mais cedo do que o normal para ter tempo de revelar o filme e editar a reportagem. Enfim, um avanço tecnológico de infinitas possibilidades que facilitaram a vida da repórter e melhoraram sua performance como profissional.

Bem, caro leitor, a história é pessoal mas tem um sentido histórico que deve ser preservado, exatamente pela importância desse veículo tão presente no dia a dia das pessoas. O VT permanece importante na operação das emissoras, mas a transmissão das imagens via satelite colocou o telespectador no centro dos acontecimentos em tempo real. Hoje podemos ver, no mesmo instante em que estão acontecendo, em qualquer lugar do mundo, os jogos olímpicos na Grécia ou a derrubada das torres gêmeas em Nova Iorque. Tudo ‘ao vivo’ e em cores, cores alegres ou cores trágicas.

Com toda tecnologia disponível, a televisão não pode deixar de ser criticada pelo conteúdo ruim que oferece ao público na busca incessante pela audiência. Por isso, nesses 54 anos de TV no Brasil, não podemos perder de vista que televisão é concessão do governo. Os canais de TV pertencem aos contribuintes e como tal cabe a eles exigir programação de qualidade e informações corretas e isentas.

Apesar de tudo, vida longa à rainha.’



MEMÓRIA / MARIO GAROFALO
Edson Sardinha

‘Jornalismo perde Mario Garofalo’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 27/09/04

‘Foi enterrado na tarde desta segunda-feira em Brasília o corpo do jornalista Mario Garofalo. Ele tinha 84 anos de idade, estava internado há três meses no Hospital Santa Lúcia e não resistiu à parada cardiorrespiratória provocada por uma pneumonia.

Em 58 anos de jornalismo, Garofalo se tornou conhecido tanto pela cobertura de eventos históricos quanto pelo estilo atirado. Nascido em Fortaleza, filho de imigrantes italianos, ele fez carreira no Rio de Janeiro antes de se mudar para Brasília há 44 anos.

Com passagens pelo Correio da Noite e pela Rádio Continental, Garofalo realizou, em 1951, uma façanha que entrou para o folclore do rádio brasileiro. Ao entrevistar o presidente Getúlio Vargas durante a posse de seu segundo mandato, o repórter conseguiu transformar o ex-ditador em garoto-propaganda do patrocinador de seu próprio programa.

Pela Tupy, Garofalo fez a primeira transmissão de rádio e TV em Brasília. Entre 1960 e 1965, comandou o Correio Braziliense e a TV Brasília.

Em 1980, inaugurou a Super Brasília FM (89,9MHz) sob as bênçãos do Papa João Paulo II, durante sua visita ao Brasil. A emissora é conhecida principalmente pela programação musical clássica. Até julho, Garofalo apresentava ao vivo, de segunda a sexta-feira, às 18h, o programa ‘Um Piano ao Cair da Noite’.’