Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Cervejeiras derrubam
limitação à propaganda


Leia abaixo os textos de terça-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 20 de fevereiro de 2007


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Folha de S. Paulo


Suspensa liminar que proibia anúncio de cerveja


‘O TRF (Tribunal Regional Federal) da 5ª Região, em Recife (PE), suspendeu por 15 dias a liminar da Justiça Federal no Ceará que proibiu, em todo o país, propagandas de cerveja entre as 6h e as 21h.


A decisão beneficia, pelo menos, a Ambev, uma das atingidas pela liminar.’


VÔO 1907 & MÍDIA
Folha de S. Paulo


Colunista do ‘NYT’ defende pilotos do Legacy


‘O colunista do jornal ‘The New York Times’ Joe Sharkey, que estava no Legacy da empresa americana ExcelAire que colidiu com o Boeing da Gol em setembro do ano passado, comentou a reportagem de anteontem da Folha, sobre os diálogos gravados na caixa-preta do avião.


Em seu blog, Sharkey diz que a imprensa brasileira tenta ‘pegar como bodes expiatórios dois pilotos americanos enquanto acobertam as falhas evidentes do controle de tráfego aéreo brasileiro’.


A reportagem teve acesso às 290 páginas de transcrições das conversas dos pilotos do Legacy e dos controladores de tráfego aéreo brasileiros.


O conteúdo aponta dificuldades de comunicação entre os pilotos do Legacy e o controlador responsável pelo vôo que impediu a dupla -por três vezes- de esclarecer se deveria seguir a 37 mil pés de altitude. O plano de vôo previa mudança para 36 mil pés na região onde houve o acidente.


Sharkey não contradiz os dados da reportagem, mas defende os pilotos americanos Joe Lepore e Jan Paladino ao dizer que o controle de tráfego aéreo do Brasil ‘é uma bagunça’.


O colunista do ‘NYT’ insistiu que os pilotos não souberam no que colidiram até pousarem. Para ele, ‘ninguém sobrevive a uma colisão em vôo entre duas grandes aeronaves’.


Além do piloto, do co-piloto e do colunista do ‘NYT’, estavam no Legacy, no momento da colisão, dois executivos da ExcelAire e dois funcionários da Embraer -um americano e um brasileiro.


Blog


Joe Sharkey foi bastante irônico ao comentar trechos da reportagem em seu blog na internet (www.joesharkey.com).


Ele criticou o fato de as transcrições terem chegado à imprensa, a quem acusou de liderar uma ‘missão de pegar como bodes expiatórios dois pilotos americanos enquanto acobertam falhas evidentes do controle de tráfego aéreo brasileiro e controladores de vôo mal pagos e mal treinados’.


Sobre as dificuldades de comunicação entre pilotos e controladores, Sharkey é ainda mais irônico. Ele afirma ter conhecido Lepore e Paladino após o acidente e que ambos ‘são bons caras’, ‘pilotos experientes’ e que ‘falam inglês muito bem’, ao contrário dos brasileiros.


Dá-lhe ziriguidum…


No programa Estrelas deste sábado, Angélica e Edson Celulari vão até a Beija-Flor de Nilópolis cair no samba. A Beija-Flor é a escola do coração de Edson Celulari. Bem à vontade, ele tocou com a bateria da escola e contou como começou a se interessar pelo repique.’


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Associação ataca pilotos de jato


‘Para a vice-presidente da Associação dos Parentes e Amigos das Vítimas do Vôo 1907 da Gol, Angelita de Marchi, a transcrição dos diálogos entre os pilotos do Legacy e os controladores de vôo reforça a tese de ‘negligência’ da tripulação do jato.


Angelita, porém, atenua a responsabilidade dos controladores e ataca os pilotos. ‘Quem causou o acidente não foram os controladores. Eu não posso atribuir o problema a eles’, diz. ‘Mas onde estavam os pilotos que riam, que zombavam da aeronáutica?’, questiona.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


No Carnaval da Rede TV!, talento se mede com fita métrica


‘‘Estamos aqui com essa maravilhosa, tudo-de-bom-ponto-com, madame, senhora, senhorita, linda, namorada grande apaixonante do Brasil! Reeeeegina Duaaaarte!!!’.


Foi assim, com toda essa bajulação e um ‘Regina Duarte’ estridente, que a atriz Adriana Lessa introduziu uma ‘entrevista’ com a Helena de ‘Páginas da Vida’. Ainda assustada, com comida na boca e algumas rugas que a Globo não mostra, Regina reclamou que teria que acordar cedo para gravar novela às 9h de ontem. E foi tudo.


A ‘entrevista’, no início da madrugada de ontem, é emblemática da cobertura de Carnaval da Rede TV!.


Sem os direitos de transmissão dos desfiles, a emissora faz uma cobertura da periferia dos sambódromos. Em São Paulo, com a escassez de celebridades, investe tudo em ‘personalidades’ trash (tipo a atriz pornô Márcia Imperator, do ‘Teste de Fidelidade’, que apareceu em três ‘reportagens’ diferentes no sábado, numa delas exibindo a calcinha) e em foliãs anônimas seminuas. Neste ano, a Rede TV! não pediu para nenhuma delas tirar a calcinha, mas escalou uma repórter para medir, com uma fita métrica, todos os bustos de turbinadas despidas que encontrasse.


No Rio, a Rede TV! fez uma cobertura mais comportada do que em São Paulo. Lá, teve acesso a um camarote, o da cerveja Itaipava, onde Adriana Lessa se deliciou com globais do calibre de Regina Duarte. Na concentração, os repórteres da Rede TV! tiveram a sorte de encontrar atores perdidos, como Rafael de Almeida (O Luciano de ‘Páginas da Vida’, que também apareceu em três ‘reportagens’ na mesma noite).


Adriana Lessa, ruim como apresentadora em SP e péssima como repórter no Rio, é uma das âncoras dos ‘Bastidores do Carnaval’ da Rede TV!.


Nelson Rubens, o outro âncora, noticiara com sensacionalismo na noite anterior que Suzana Vieira tinha sido expulsa da Grande Rio. No domingo, eis que Adriana surge com o presidente da escola desmentindo tudo, quando começa a gritar: ‘Estão roubando a rainha, estão roubando a rainha!’.


A rainha era Grazi Massafera, que tentava fugir da roubada de aparecer na Rede TV!. Não teve jeito. Adriana esqueceu Suzana Vieira e deixou o presidente da Grande Rio falando sozinho. Foi bajular Grazi.


Trash por trash, o ‘melhor’ do Carnaval na Rede TV! é Léo Áquila, um fervido transformista que põe todo mundo para mostrar ‘samba no pé’. Deve-se a Léo a descoberta de que o senador Eduardo Suplicy desfilou todo de vermelho na Tom Maior, na madrugada de sábado, com sapatos de solas altas.


‘Pára tudo, o homem está de plataforma! Isso é coisa de drag’, entregou Léo Áquila. ‘Foi o único [sapato número] 43 vermelho que encontrei na loja’, justificou Suplicy.’


MERCADO EDITORIAL
Janet Maslin


Código de Brown já foi desvendado


‘DO ‘NEW YORK TIMES’ – Pegue um tesouro sagrado. Acrescente uma conspiração secreta. Vincule a ela um nome bem conhecido por acadêmicos -Dante, Poe, Wordsworth, Arquimedes, Maquiavel, Shakespeare, os Romanov, Vlad, o Empalador, ou qualquer outro, e inclua tudo isso numa história capaz de abranger tanto uma pistola Glock quanto o Santo Graal. Se ainda sobrar espaço para os Cavaleiros Templários ou amostras de DNA de figuras bíblicas, não pense duas vezes -junte tudo no saco.


Obrigado, Dan Brown. Veja o que você começou. No gênero soa-como-Brown as apostas em jogo são altas, os escrúpulos, inexistentes, e o plágio está fora de controle. O próximo livro de Brown (título possível: ‘The Solomon Key’, data de lançamento ainda desconhecida) já é um texto pré-sagrado. ‘The Solomon Key’ (a chave de Salomão) já está sendo esperado com tanta ansiedade que motivou o surgimento de um ‘Guia Para a Chave de Salomão de Dan Brown’, por sinal nada mau. Seu autor, Greg Taylor, fez pesquisas intrigantes sobre o tema e deixou um rastro de pistas na internet (é possível que os maçons e os fundadores dos EUA entrem na trama).


De modo condizente com seu material, Taylor está mais preocupado com criptologia do tipo interligar os pontinhos do que em realmente checar os fatos. Assim, ele não se deixa perturbar pela constatação de que sua fonte principal -ou seja, o livro de Dan Brown- não existe oficialmente.


Leitor pavloviano


Enquanto isso, há muitos outros que estudam suas táticas e copiam seus truques. Pegando carona em Brown, já criaram seus próprios relacionamentos pavlovianos com o leitor.


A muito imitada fórmula do escritor envolve alguns elementos específicos. O nome de um grande artista, artefato ou figura histórica precisa fazer parte da história -sem falar da capa. A narrativa precisa começar com um assassinato esdrúxulo cometido no presente, e então usar esse crime como justificativa para uma investigação do passado. E o passado precisa render um segredo tão espantoso e assustador que a civilização inteira pode ser modificada por ele.


Esta fórmula está claramente resumida na capa de ‘A Irmandade do Santo Sudário’, de Julia Navarro, plágio tão deslavado que conseguiu derrubar ‘O Código Da Vinci’ do primeiro lugar nas listas de livros mais vendidos na Espanha. É assim: ‘Um dos tesouros mais sagrados da história… Uma conspiração secreta secular… Agora a verdade é revelada…’.


Um texto de contracapa semelhante saúda ‘The Alexandria Link’ (O elo de Alexandria), de Steve Berry. A isca usada por Berry é a biblioteca de Alexandria, no Egito. O resumo da capa diz: ‘Está em jogo um documento explosivo da antiguidade que tem o potencial não apenas de transformar o destino do Oriente Médio, mas de abalar as bases das três maiores religiões do mundo’.


Os personagens de Berry são superficiais, mas ele é melhor do que a maioria dos escritores quando se trata desse tipo de narrativa. (Em termos de texto agradável de ler, Berry se aproxima de Diane Setterfield, cujo ‘A Décima Terceira História’ oferece uma versão mais comportada do formato busca-por-segredos-ocultos). Berry consegue brincar com termos como a Ordem do Velocino de Ouro, a Vulgata dos Setenta e o Boleto de Magalhães com facilidade impressionante. E seus livros avançam em ritmo alucinante, empilhando camada sobre camada de mistérios e explosões de violência.


Geografia


Um outro fator que esses livros têm em comum é a geografia. Não a geografia específica, mas a capacidade de saltar de um ponto a outro do planeta.


Assim, ‘As Pirâmides de Napoleão’, de William Dietrich, se desloca da França de Napoleão para o Egito, investigando um medalhão que ‘pode solucionar um dos maiores enigmas da história: quem construiu as Grandes Pirâmides, e por quê’.


Sua resposta, novamente de acordo com texto da capa, ‘é mais chocante do que qualquer um jamais poderia imaginar.’


‘The Fifth Vial’ (o quinto frasco), de Michael Palmer, ‘thriller’ médico envolvendo roubo de órgãos, salta de Boston para a América do Sul e de lá para Chicago e depois a Flórida. Apesar do cheiro de Michael Crichton, faz referências aos clássicos -os de Brown-, com personagens que se autointitulam Laerte e Sócrates.


Em ‘Os Crimes do Mosaico’, de Giulio Leoni, uma novidade até mesmo para este gênero repleto de novidades, Dante Alighieri faz um trabalho de detetive na Florença do século 14.


Qual o significado da morte de um artista que trabalhava sobre um mosaico misterioso? ‘Seria uma fórmula de alquimista para converter chumbo em ouro?’, indaga a contracapa. ‘Teria algo a ver com a bela e selvagem Antilia, que dança todas as noites em uma taberna pertencente a um cruzado?’


Dante soa poético, quando reflete: ‘Quantas vezes já questionei a perfídia humana? Agora me vejo diante dela em sua forma mais desprezível.’ E tudo isso nos traz de volta ao guia de Taylor para o suposto próximo livro de Brown.


Taylor especula tanto sobre o Olho da Providência contido no Grande Selo dos Estados Unidos quanto sobre o avental maçônico de George Washington, entre muitas outras coisas misteriosas. Mas o principal desafio que ‘The Solomon Key’ terá que enfrentar não será o de fazer uso engenhoso da simbologia. Será o desafio de soar mais como Dan Brown do que soam os imitadores do escritor.


Tradução de CLARA ALLAIN’


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 20 de fevereiro de 2007


INTERNET
O Estado de S. Paulo


Site exibe imagens inéditas de JFK


‘Um filme recém-descoberto, que mostra John F. Kennedy pelas ruas de Dallas e termina 90 segundos antes do assassinato do presidente, foi exibido ontem no site de um museu. Ele traz imagens ‘melhores e mais claras’ de Jacqueline Kennedy (foto). O autor, o fotógrafo George Jefferies, o manteve guardado por 40 anos. (Veja o vídeo no portal Estadão.com.br)’


EUA / RÁDIO
O Estado de S. Paulo


Rádios americanas anunciam fusão


‘A ‘Sirius Satellite Radio’ e a ‘XM Satellite Radio’, as duas principais rádios por satélite dos EUA, decidiram se unir, informaram ontem as emissoras em um comunicado conjunto. A nova companhia passará a ter um valor empresarial de US$ 13 bilhões, dos quais US$ 1,6 bilhão são de dívida líquida. A aprovação definitiva da fusão dependerá das autoridades de concorrência e antimonopólio. Uma das estrelas da ‘XM Satellite Radio’ é Oprah Winfrey. Por sua vez, o locutor Howard Stern é a voz mais famosa da ‘Sirius’.’


TELEVISÃO
Shaonny Takaiama


Record faz ‘estágio’ na CNN


‘A Record prepara mais uma investida para se firmar entre suas concorrentes. Desta vez, não na teledramaturgia, mas no campo do jornalismo.


Diretores do alto staff da emissora viajaram para Atlanta, nos Estados Unidos, no dia 7 de fevereiro, para conhecer os estúdios da CNN. A Record pretende lançar um canal de notícias 24 horas, o RecordNews, em estudo há dois anos. Corre nos bastidores da casa que o projeto sairá em agosto deste ano.


O diretor nacional de Jornalismo da Record, Douglas Tavolaro, disse ao Estado, por e-mail, que o objetivo da viagem foi não só reunir idéias para a criação do RecordNews. ‘A viagem serviu mais para o projeto de digitalização do Jornalismo da Record. A direção da emissora entende que o crescimento do Jornalismo da Record, tanto em audiência, faturamento e qualidade, exige novos investimentos.’


A digitalização a que se refere Tavolaro já está em curso em todas as emissoras e pretende transformar o atual sistema de edição das reportagens. Hoje em dia, na Record, o trabalho ainda é feito com fitas VHS. Com a digitalização, todo o processo passará a ser realizado por computador. ‘Conhecemos de perto o sistema digital de edição em funcionamento na redação da CNN. Trata-se de um dos projetos de tecnologia de jornalismo mais avançados do mundo e que desejamos instalar na Record’, disse.


O diretor não informa qual será o diferencial do RecordNews em relação aos canais GloboNews e BandNews. Sabe-se que ele ocupará os estúdios antes utilizados para a produção de novelas na Barra Funda. Fala-se na contratação de até 300 profissionais. Independentemente de contar com a boa vontade de operadoras, o canal deverá entrar no ar pelo canal que hoje exibe a Rede Mulher, sintonia aberta em UHF do grupo.


Entre-linhas


Amora Mautner, uma das diretoras de Paraíso Tropical, casada com Marcos Palmeira, está grávida, mas pretende trabalhar até a véspera do parto, que deve ocorrer quando a novela terminar.


A série Mothern ganhará nova temporada no GNT. A produtora Mixer renovou o contrato com o canal e deve produzir mais 13 episódios. A estréia está prevista para maio.


O TNT fechou suas cotas de patrocínio para a transmissão do Oscar, no dia 25. Os anunciantes são: Havaianas, Nívea Body, Bohemia, Mitsubishi e Ponto Frio.’


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