Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Comunique-se

LEI DE IMPRENSA
Carla Soares Martin

Senadora defende lei contra abusos; presidente da ABI, lei de acesso à informação

‘Um debate, quatro opiniões distintas. A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), o presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Maurício Azêdo, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) e o advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira apresentaram quatro posições diferentes sobre a Lei de Imprensa, no debate do Comunique-se em parceria com a ABI, na sede da enteidade, nesta sexta (05/12), no Rio de Janeiro. Enquanto a senadora defendeu uma nova Lei de Imprensa contra abusos, o presidente da ABI, Maurício Azêdo, argumentou que, em vez de uma Lei de Imprensa, deveria se garantir o direito do acesso à informação.

‘Queremos regular o direito de informar’, afirmou a senadora, acrescentando que seu projeto e emenda, apresentados em outubro deste ano, que revoga totalmente a Lei de Imprensa de 1967 e propõe uma nova, são passíveis de mudança. ‘Pedimos a participação da sociedade no Projeto de Lei’, disse.

Maurício Azêdo empenhou-se, durante o debate, em contrapor a posição de Serys. ‘Precisamos de uma lei de defenda o acesso à informação’, disse. Azêdo lembrou que, durante as últimas eleições, houve apreensão de veículos que apenas informaram sobre os candidatos, sem que houvesse publicação de material que os difamasse.

Miro Teixeira diz que Lei de Imprensa é desnecessária

O deputado Miro Teixeira disse, durante o debate, que a Lei de Imprensa é completamente desnecessária. ‘Não devemos ter uma lei’, afirmou. Segundo ele, as autoridades querem o fim da Lei de Imprensa para que deixem de ser fiscalizadas.

‘Não há nada, como o direito de resposta e o sigilo da fonte, que não esteja coberto pela Constituição. Que querem nesta nova lei, prisão para jornalistas?’, perguntou à mesa Miro Teixeira.

Manuel Alceu Ferreira afirma que Lei de Imprensa é ‘indispensável’

O advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira é contra o fim da Lei de Imprensa sem nenhuma que a suceda. ‘É indispensável que a existência da Lei de Imprensa. Precisamos saber a qual estamos nos referindo’, afirmou.

Críticas ao projeto da senadora Serys

Manuel Alceu Ferreira e Maurício Azêdo pontuaram críticas ao projeto da senadora. O advogado citou o artigo 1º da lei, que informa que todas as pessoas são livres para se expressar sem censura prévia no âmbito administrativo. ‘Poderia no âmbito judicial?’, perguntou Alceu Ferreira.

O presidente da ABI ressaltou que é contra o artigo que transfere a responsabilidade das reportagens dos jornalistas para os veículos de informação. ‘O controle da empresa ficará acima do que já é feito (pelos meios de comunicação)’, afirmou.

A senadora Serys Slhessarenko disse estar aberta para propostas da categoria e da população, para aperfeiçoar o projeto. ‘Nós queremos a participação da sociedade na nova lei’, disse.’

 

PERMISSÃO
Comunique-se

Argentino pode exercer profissão de jornalista no Brasil

‘O argentino Eduardo Alfonso Raimo poderá exercer a função de jornalista no Brasil. A decisão é do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF). Morador do Rio de Janeiro e formado pela universidade Estácio de Sá, Raimo não havia conseguido seu registro profissional por não ser brasileiro.

A proibição do exercício profissional foi decidido pelo Departamento Regional do Trabalho, com base no decreto nº 83.284/79, que determina a prova de nacionalidade brasileira para a obtenção do registro de jornalista.

Segundo entendimento do relator do processo no TRF, Sérgio Schwaitzer, a legislação utilizada para proibir que Raimo exercesse a profissão ‘não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988’.

‘O conteúdo normativo (…) proclama em prol não só dos brasileiros, mas também dos estrangeiros residentes no país, as garantias fundamentais estipuladas em seus incisos, (…) que assegura (m) a todos, independentemente da nacionalidade, a liberdade do exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas, apenas, as qualificações profissionais estabelecidas em lei’, afirmou o relator em seu voto.’

 

TV POR ASSINATURA
Comunique-se

Lula declara apoio ao PL 29

‘O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou, na quinta-feira (04/12), em cerimônia de lançamento do Fundo do Audiovisual, seu apoio ao PL 29. ‘A Emenda 29, como disse o Juca (Ferreira, ministro da Cultura) aqui, está pronta, está acordada, está acertada, e nós queremos colocá-la em votação’, disse o presidente.

Lula informou ainda que entrará em contato com o deputado Jorge Bittar (PT-RJ) para conversar sobre o projeto de lei de sua autoria. Jorge Bittar, contudo, vai deixar a Câmara e assumir a secretaria de Habitação da cidade do Rio de Janeiro.

O projeto de lei 29, de autoria do deputado Jorge Bittar (PT-RJ), prevê a entrada das empresas de telecomunicações no mercado de TV por assinatura, além de cotas de produção nacional para cada canal de TV a cabo.

Para o presidente Lula, a aprovação do PL 29 contribuirá para melhorar a programação das TVs por assinatura no Brasil. ‘Eu confesso a vocês, que quando a gente perde o sono, liga a televisão naquela TV por assinatura, a cabo, a gente vê tanto mequetrefe, a gente vê tanto filme vagabundo. Se o filme tiver um bom enredo, você pode até não gostar, mas o filme você respeita. Mas tem uns que não têm absolutamente nada. Eu acho que é uma daquelas coisas feitas lá em Hollywood, que o cara jogou no lixo e alguém passou, pegou e vendeu. E nós assistimos aqui’, afirmou o presidente.’

 

ANNA POLITKOVSKAYA
Comunique-se

Morte de jornalista russa teria custado US$ 2 milhões

‘A morte da jornalista Anna Politkosvkaya teria custado US$ 2 milhões. Foi o que disse uma das testemunhas durante julgamento do assassinato da jornalista russa. ‘A testemunha interrogada hoje declarou ter se inteirado pelo grupo de instrução que pelo assassinato de Politkovskaya se pagaram US$ 2 milhões’, contou um dos participantes do processo, citado pela agência Interfax.

Nesta sexta-feira, foram interrogados Lom-Ali Gaitukayev, tio do acusado Rustam Majmudov -que está foragido-, e de dois de seus irmãos, no banco dos réus como supostos cúmplices do crime.

A imprensa não teve acesso ao julgamento de hoje porque as informações que Gaitukayev, condenado a 12 anos de prisão pelo assassinato de um empresário ucraniano, poderia fornecer informações consideradas segredo de Estado.

Serguei Sokolov, redator-chefe da revista quinzenal Novaya Gazeta, onde a jornalista trabalhava, também foi interrogado. Ele contou que Anna foi seguida por seus assassinos e agentes dos serviços secretos. ‘Segundo nossos dados, houve dois grupos de acompanhamento. Um, dos que preparavam o atentado, e o outro de agentes do Serviço Federal de Segurança (FSB, ex-KGB), que realizavam a perseguição oficial’, contou ele.

Segundo o redator-chefe, Lom-Ali Gaitukayev, tio do suposto assassino, Rustam Majmúdov, e dois de seus irmãos, que também estão no banco dos réus como possíveis cúmplices do assassinato, estudaram encomendar a morte de Anna.

‘Pelo caso Politkovskaya se interessavam vivamente membros do crime organizado, concretamente Gaitukáyev. Segundo minhas fontes, ele tinha estudado a encomenda (do assassinato) no final da primavera e começos do verão de 2006, e tinha atraído para isso todos seus conhecidos’, manifestou Sokolov.

Anna teria sido detida várias vezes por militares e agentes secretos criticados em suas reportagens. Ele contou também que a jornalista foi envenenada no avião em que viajava para mediar no seqüestro da escola de Beslan.

‘Ela sobreviveu por milagre, mas as análises que foram feitas desapareceram, por isso que seguimos sem saber com que foi envenenada’, afirmou Sokolov, que denunciou que as autoridades nunca investigaram as denúncias postas por ela.

Anna foi assassinada em outubro de 2006. Ela se dedicava a reportagens sobre torturas na Chechênia.

As informações são da Agência EFE.’

 

INTERNET
Bruno Rodrigues

O mistério da intranet da Caixa, 2/12

‘No último sábado, o caderno Economia, de O Globo, publicou mais uma matéria sobre o tão falado empréstimo da Caixa Econômica Federal a Petrobras. Trabalho de rotina, não fosse uma questão que me incomoda desde então: como o jornal conseguiu o texto da intranet da CEF que reproduz na matéria – como ilustração, inclusive?

Todos sabem (mas é bom lembrar) que uma intranet é, por definição, uma rede interna de uma empresa e, portanto, não pode ser acessada externamente. Em suma, para O Globo ter conseguido não só acessar, mas reproduzir visualmente o texto no jornal, há duas possibilidades: ou quem produziu a matéria esteve na CEF e de lá trouxe o material, ou alguém da empresa forneceu o texto.

Algum problema? Sim, alguns. Primeiro, que fique claro que não serei bobo a ponto de achar que, na calada na noite, alguém de O Globo esteve circulando entre os computadores da CEF. Eles não precisam disso. A resposta para o ‘mistério’ está, sem sombra de dúvida, em uma das hipóteses que apontei.

Ou seja, o ponto crítico aqui é: por que a Caixa Econômica Federal não encara sua intranet como uma área restrita apenas à sua força de trabalho? Não deveria ser assim? Afinal, no mundo inteiro é hábito que as redes internas das empresas sejam espaços de trabalho, relacionamento e comunicação – mas tudo isso voltado para o público interno. E é bom lembrar que nas intranets circulam informações sensíveis, não exatamente ‘secretas’, mas que interessam apenas ao público interno.

Se a intranet da CEF não é assim, por que ela não é pública, então, disponível via internet? Que abram o conteúdo para que todos possam acessar, ué!

Mas não é o caso. Bem sabemos que foi um erro o que aconteceu, pelo menos do ponto de Segurança de Informação. Uma intranet não é um house-organ, um veículo interno que circula de mão em mão, podendo sair da empresa. Uma intranet lida com informações muito além das institucionais.

O.k., a CEF deixou que O Globo entrasse, lesse e copiasse um texto da intranet. Mas por que, então, O Globo de sábado reproduz o texto como se fosse algo precioso, quase informação privilegiada? Afinal, se alguém quiser, também não é nada extraordinário conseguir uma informação de uma intranet em uma empresa – infelizmente.

Esta é uma história que gostaria que fosse explicada melhor, não pelos motivos que tornam atraente um ‘film noir’, mas porque tenho certeza de que a Caixa Econômica Federal ou O Globo não tem a mínima idéia para que serve realmente – ou deveria servir – uma intranet.

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Esta deu aqui no ‘Comunique-se’, então você mesmo pode checar: o ex-ministro Pedro Malan, em visita à Associação Nacional de Revistas, deu a seguinte declaração: ‘O pensar exige peso, papel’. Conclui-se, então, que a internet não é terreno propício para o pensar, e os e-books não são livros porque não são de papel. O próprio colunista que vos escreve não pensa, então, assim como toda a equipe do Comunique-se. Teria sido apenas uma frase de efeito do ex-ministro? Seja o que for, isso, sim, gera um film noir – e da pior categoria.

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A próxima edição de meu curso ‘Webwriting & Arquitetura da Informação’ acontece em fevereiro no Rio. Para quem deseja ficar por dentro dos segredos da redação online e da distribuição da informação na mídia digital, é uma boa dica! As inscrições podem ser feitas pelo e-mail extensao@facha.edu.br e outras informações podem ser obtidas pelo telefone 0xx 21 2102-3200 (ramal 4).

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1. Para quem não conhece meu blog, dê uma checada no http://bruno-rodrigues.blog.uol.com.br.

2. Gostaria de me seguir no Twitter? Espero você em twitter.com/brunorodrigues.

(*) É autor do primeiro livro em português e terceiro no mundo sobre conteúdo online, ‘Webwriting – Pensando o texto para mídia digital’, e de sua continuação, ‘Webwriting – Redação e Informação para a web’. Ministra treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior. Em sete anos, seus cursos formaram 1.300 alunos. É Consultor de Informação para a Mídia Digital do website Petrobras, um dos maiores da internet brasileira, e é citado no verbete ‘Webwriting’ do ‘Dicionário de Comunicação’, há três décadas uma das principais referências na área de Comunicação Social no Brasil.’

 

GAZETA E TRIBUNA
Milton Coelho da Graça

Trinta demissões em busca de explicação, 1/12

‘Ana Géia foi convidada a deixar seu emprego por um diretor da Gazeta Mercantil, que lhe ofereceu o cargo de editora-chefe. Para convencê-la, além da melhoria salarial, garantiu-lhe o mínimo deum ano de permanência no jornal. Ana Géia foi demitida na semana passada, três meses apenas depois de aceitar o emprego na GZM. Só recebeu um mês de salário até agora.

E não saiu sozinha. A nova lista de demissões atinge 20 profissionais de redação e produção (alguns dos outros demitidos: Marcelo Seabra, Antonio Furtado, Eliane Bittencourt, Fernando Ribeiro, Fabiana Gitsio, Simone Cavalcanti e Sheila Horvath).

Há muitas versões sobre as razões desse novo passaralho em empresas do sr. Nelson Tanure, porque a lista da GZM coincide com outras demissões, até agora oito a dez, no carioca Jornal do Brasil, mais a desativação de várias revistas da Editora Peixes (restaram apenas cinco).

A explicação mais concatenada e oficial é a de que uma coisa nada tem a ver com a outra. A lista da Gazeta e o encolhimento da Peixes teriam o comum objetivo de ampla reformulação editorial da CBM – Companhia Brasileira de Multimídia – guarda-chuva de todas as empresas do sr. Tanure. E o JB estaria passando também por uma recauchutagem geral, com a substituição de profissionais em várias áreas tanto na redação como na área de vendas, com a criação de quatro novas unidades de negócios, cada uma sob o comando de um bamba da publicidade.

Mas há outra versão renitente sobre as mexidas no JB – que curiosamente incluem acordos e mudanças da empresa em suas relações trabalhistas, inclusive com profissionais sendo chamados para trocar a situação de PJ pela ortodoxa e legal CLT. O objetivo seria reorganizar e deixar sem problemas jurídicos o jornal porque sua venda já estaria sendo acertada com uma empresa de mídia ou de telefonia (nesta hipótese envolvendo a Interlig, também controlada pelo sr. Tanure).

Tentamos sem sucesso falar com os responsáveis pelas direções dos dois jornais. 30 ou mais novas demissões não são propriamente novidade nesses jornais, mas, em tempos de crise perversa e sem complacência com o espírito de Natal, sugerem que há algo no ar além dos aviões de carreira, como diria o barão de Itararé.

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Para O Dia, tudo bem em Casa e Vídeo

O jornal O DIA, provavelmente para não perturbar os leitores, prefere levar ‘furo’ nas histórias sobre os problemas das lojas CASA E VÍDEO com a Polícia Federal.

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Agora se admitem erros em manchete

Antigamente não, mas o computador hoje assume a culpa por nossas mancadas. Um dos nossos grandes jornais mudou a geografia sul-americana carimbando o Equador, em grandes letras, como ‘país vizinho’. Poucos dias depois, antecipou a reforma ortográfica, anunciando algo ‘inadimissível’ na manchete esportiva.

(*) Milton Coelho da Graça, 78, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se.’

 

Eduardo Ribeiro

Dezembro esquisito, 3/12

‘Do Correio Braziliense vem a boa notícia de que o jornal vai pagar a todos os seus funcionários ainda esta semana a primeira parcela do 14º salário, uma bonificação extra pelos bons resultados do ano. O valor dessa primeira parcela é o equivalente a 1/3 do salário. A segunda parcela, com os restantes 2/3, será paga em março de 2009.

Essa é a boa notícia da semana. Mas há duas outras que trazem um considerável grau de preocupação para os jornalistas: a suspensão da circulação da Tribuna da Imprensa, no Rio de Janeiro; e a reestruturação anunciada pela CBM da Gazeta Mercantil. Vamos começar por esta última.

Buscando até onde pode se supor potencializar os ganhos de suas três empresas jornalísticas (Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil e Editora Peixes), Nelson Tanure resolveu que a partir de agora a CBM terá de montar um exército de vendas, uma verdadeira máquina de negócios. Até um pacto de crescimento ele fez com seus executivos, com o objetivo de fechar bem o ano de 2008, condição que impôs para aportar R$ 15 milhões na organização.

As primeiras mudanças foram realizadas na Editora Peixes, com o fechamento de cinco revistas e a demissão de pelo menos dez funcionários, com vistas a obter um corte de 50% no custeio da empresa. Agora, a reestruturação pegou a Gazeta Mercantil. Boatos também circularam no Rio de Janeiro, acerca de possíveis ajustes no JB.

No caso da GZM, a decisão envolveu o corte de 70 funcionários em toda a empresa, 15 deles na redação, além de uma reestruturação na área de negócios. Nesta terça-feira (2/12), em informe publicado nos dois jornais do grupo, Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil, a CBM anunciou a contratação de 75 profissionais multimídia para as suas unidades, compensando desse modo o passivo das demissões da semana passada. Mas nesta leva de contratações, pelo que apurou esta coluna, não há reforços para as equipes editoriais, e sim para as unidades de negócios, como destaca o texto mais adiante.

Demissões – Deixaram o jornal Ana Maria Géia, Edilson Coelho, Fabiana Gitsio, Simone Cavalcanti, Elaine Bittencourt, Antonio Furtado, Sheila Horvath, Márcia Maria, Fernando Taquari, Romualdo Ribeiro e Rubens Ribeiro da Silva. Neste grupo há predomínio de pessoas que tinham cargo de editor, com salários maiores. Essa parece ter sido a lógica: pegar salários altos, para demitir um número menor de profissionais.

Exército de vendas, máquina de negócios – O CEO da CBM, Marcos Troyjo, em comunicado interno, informou que as equipes do grupo passam a ter as seguintes configurações: na área de Negócios, Hélio Rubens Nobre fica como diretor de Negócios das marcas relacionadas ao Jornal do Brasil e Jackson Fullen, da Gazeta Mercantil. Terão a missão de estruturar as respectivas áreas de acordo com os princípios das ‘Quatro Caixas’ (Publicidade, Especiais Editoriais, Eventos/No Media e Digitais) e das Unidades de Negócios (UNs). A apresentação feita aos executivos da empresa diz que ‘o mandamento filosófico da CBM é Vender’ e que ‘temos que transformar a CBM num exército de vendas, uma verdadeira máquina de negócios’. E é para pôr em prática esses novos conceitos que a empresa sinaliza com a contratação de 165 profissionais, especificamente para a sua área de negócios.

Integração de mídias – Na área de Conteúdo, Tales Faria fica como diretor de Conteúdo das marcas relacionadas ao Jornal do Brasil e Marcello D´Angelo, da Gazeta Mercantil. José Aparecido Miguel ocupa a Diretoria de Integração de Mídias. Neste novo modelo, os diretores de Conteúdo passam a responder não apenas pelo conteúdo no papel, mas também pelo online, tendo, nesse contexto, o apoio do diretor de Integração de Mídias.

Pacto de crescimento – Em comunicado simultâneo ao de Troyjo, Tanure anunciou a formalização de um compromisso entre seus principais executivos, denominado Pacto de Crescimento. O acordo envolve metas financeiras para este último trimestre do ano (faturamento pouco superior a R$ 48 milhões) e leva as assinaturas de Marcos Troyjo, Eduardo Jácome, Jackson Fullen, Helio Rubens, Ricardo Carvalho e Luiz Otavio. A contrapartida é a Companhia Docas, controladora da CBM, fazer um aporte de R$ 15 milhões na organização. ‘Havendo êxito neste pacto, a companhia terá um final de ano muito saudável’, diz Tanure.

Esta coluna apurou também que a empresa já se debruça sobre mudanças no JB Online e no site da Gazeta Mercantil, bem como na produção de um megaportal de entretenimento, com títulos da Editora Peixes. E que proximamente deverá anunciar uma parceria de troca de conteúdo e publicações especiais com a Gazeta da Federação Russa (Rossiijskaya).

Os percalços da Tribuna da Imprensa

A editora Regional deste J&Cia, Cristina Vaz de Carvalho, escreve que Hélio Fernandes anunciou, nesta segunda-feira (1º/12), em editorial que ocupava a capa do jornal, a interrupção temporária da circulação da Tribuna da Imprensa. Pressionado por débitos em todas as esferas, Fernandes tinha esperança de quitá-los com o desfecho favorável de uma ação pedindo alta indenização por prejuízos sofridos durante a ditadura, e atribui o impasse em que se encontra ao protelamento da questão. Parte do texto diz: ‘a Tribuna da Imprensa não será fechada pela indolência da Justiça, que, sem perceber, a castiga tanto ou mais do que a ditadura (…) Assim, suspenderemos por alguns meses a circulação deste jornal, que entra, coincidentemente, no ano 60 da sua existência. 14 com Carlos Lacerda, 46 com este repórter’. Circula no mercado a interpretação de que Fernandes pretendeu transferir a responsabilidade de não poder cumprir com suas obrigações, sem ser acusado de má gestão, e se coloca como vítima quando, na verdade, seu estilo personalista e pouca visão empresarial teriam levado a tal desfecho. Ao mesmo tempo, sua história de jornalismo de oposição, opinião e resistência aos ataques é lembrada neste momento.

Os funcionários, ao que parece, se apegam à promessa de reabertura do jornal, não querem romper o vínculo que lhes garanta o pagamento dos atrasados e, por conta disso, até relutam em procurar outro trabalho. A Tribuna emprega 68 pessoas, sendo 32 delas jornalistas (20 na redação e os demais como colunistas). Hélio Fernandes Filho – que administrou o jornal nos últimos anos –, depois de um desentendimento com o pai, adoeceu e se afastou do negócio. O Sindicato dos Jornalistas vinha negociando desde outubro o pagamento de salários atrasados. Em reunião nesta terça-feira (2/12), com a presença também de pessoal administrativo, discutiu-se que a possibilidade de reverter esta situação é muito remota. O Sindicato calcula agora o montante da dívida trabalhista, e vai entrar com uma medida cautelar para impedir a empresa de se desfazer do patrimônio que poderia garantir esse débito.’

 

JORNAL DA IMPRENÇA
Moacir Japiassu

Globo Esporte condena atitude do craque Riquelme, 4/12

‘Não estoca minha

ferida nem ri

quando o sangue jorra

(Nei Duclós in Cartada)

Globo Esporte condena atitude do craque Riquelme

O considerado Janelson Medeiros Lima, artista gráfico no Rio de Janeiro, garante que, no programa de 2/12, ao noticiar a quase-briga de Riquelme com um torcedor, em partida do campeonato argentino contra o Racing, a apresentadora do Globo Esporte censurou a atitude do craque e disse, a franzir o nariz: ‘O torcedor tinha só 15 anos…’:

‘A moça deu a impressão de que, aos 15 anos, um torcedor argentino é apenas uma criança inocente. Pois deveria acompanhar o noticiário do Jornal Nacional para verificar que, nessa idade, jovens assaltam, estupram e matam. Perturbar os craques até em treinos, brigar e machucar faz parte do dia-a-dia dessa cambada!’

Janistraquis jura que já foi apresentado a anjinhos de 12 anos que estupram, assaltam e matam; e adorariam pegar Riquelme numa esquina.

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Boa notícia

O romance Avante, Soldados: Para Trás, do considerado Mestre Deonísio da Silva, acaba de ser traduzido para o italiano, com o título Avanti, Soldati, Dietro-Front: la vita e gli amori al tempo de la guerra.

Como já havia ocorrido em Cuba, em 1992, e em Portugal, em 2005, o romance é apresentado por José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura, que presidiu a comissão julgadora que conferiu ao romance o Prêmio Internacional Casa de las Américas.

No Brasil, o livro está em 9ª edição e sobre ele já foram escritas inúmeras monografias, dissertações e teses.

Avanti, Soldati foi traduzido por Giovanni Ricciardi, da Universidade de Nápoles, e publicado por Tullio Pironti Editore.

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Flamengo, não!

Vascaínos que honram o passado de glórias jamais torceram nem hão de torcer pelo Flamengo, nem mesmo quando a vitória deste nos beneficia. Portanto, domingo estaremos ao lado do Atlético Paranaense. Se o Vasco tiver que cair para a Segundona, que caia com a dignidade dos velhos e bons tempos.

A coluna aproveita para cumprimentar nosso sempre polêmico comentarista Luiz Oscar Matzenbacher e todos os torcedores do Inter pela conquista (suadíssima) da Copa Sul-Americana, ontem à noite diante do Estudiantes de La Plata. Segundo Janistraquis, os gaúchos venceram porque são professores; os adversários, o nome já diz: são estudantes…

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Bafos do inferno

O considerado Gilson Caroni Filho, professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), do Rio de Janeiro, publicou na Agência Carta Maior, sob o título AI-5, 40 anos e uma chance:

Quando se observa uma clara tendência, na imprensa e em certos círculos acadêmicos, de recontar a história e absolver os seus algozes, não podemos deixar passar em branco o dia 13 de dezembro de 1968: data da edição do Ato Institucional nº 5.

(…) Luis Inácio Lula da Silva é um símbolo. Ele e seu partido, por muito tempo, galvanizaram uma insatisfação geral, uma vontade de mudança e, mais ainda, uma vontade de participar da mudança. Por isso, está coberto de razão o ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos) ao defender punição dos torturadores em nome da biografia do presidente.

Leia no Blogstraquis a íntegra do controverso artigo que põe os quartéis à luz do sol.

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Quatro meses

O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal em Brasília, de cujo varandão debruçado sobre a preguiça e a mentira observa-se o presidente da República a limpar a roupa manchada da lama daquele vôo de helicóptero em Santa Catarina, pois Roldão despacha de seu escritório esta obra-prima da publicidade pátria:

‘A Chevrolet Captiva acaba de ser eleita o utilitário esportivo do ano. E olha que ela só tem 4 meses de Brasil.’

É assim que começa o anúncio de duas páginas publicado na imprensa (Veja 3-12-08, p. 118/119). Eta, que português ruim! Lembro logo da letra da música do Roberto Carlos. Afinal, Chevrolet é feminino? Se os jornalistas têm obrigação de escrever bem, os publicitários mais ainda.

Janistraquis acha que o português é ruim porque o Chevrolet Captiva só tem 4 meses de Brasil…

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Luiz Paulo Horta

O Blogstraquis transcreve a íntegra do discurso do considerado Luiz Paulo Horta na cerimônia de posse na Academia Brasileira de Letras. É alentado texto que o leitor pode copiar e ler com calma e atenção. Começa assim:

Este é um ano solene para a Academia Brasileira de Letras, em que ela completa 111 anos de existência ao mesmo tempo em que registramos o centenário de falecimento do nosso

patrono e fundador.

Por todo este ano, descrevemos círculos em torno de Machado de Assis, sem que a esfinge machadiana, como de hábito, e apesar da qualidade das palestras e debates, revelasse os seus últimos segredos.

Com esse mistério ainda conviveremos, ao que tudo indica, por muitos e muitos anos.

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Nei Duclós

Leia no Blogstraquis a íntegra de Cartada, cujo fragmento é a epígrafe da coluna. Insere-se no livro No Mar, Veremos, lançado pela Ed. Globo em 2001 e cujos versos situam o autor entre os melhores poetas do Brasil.

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Ladeia venceu!!!

Deu em 29/11 no Diário Oficial de Pernambuco:

Prêmio Elpídio Câmara Categoria Teatro, obra vencedora: ‘Passos de Ontem’, inscrita sob pseudônimo de Dídia, de autoria de Luiz Carlos Ladeia.

Ladeia, leitor e colaborador desta coluna, comemorou naquele seu jeito sempre bem-humorado:

Somente agora, já coroa e mais quebrado que arroz de cesta básica, estão descobrindo que eu tenho ‘algo mais’: ganhei o prêmio; é mole? Passos de Ontem narra o drama de uns indigentes que sobreviveram à chacina da Sé, em São Paulo). Espero que, um dia, isso vá aos palcos.

A coluna cumprimenta o autor e pede o envio do texto premiado.

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Botafogo sacaneou

Janistraquis está convencido de que o Botafogo entregou o jogo do final de semana (3 a 1 para o Figueirense em pleno Engenhão!!!), só para sacanear o Vasco:

‘A gente correu e correu pra ganhar do Coritiba e, quando a rodada acabou, estávamos no mesmo lugar, pois havíamos corrido numa daquelas esteiras ergométricas de consultório médico. O Botafogo, que já teve craques com bola no pé e vergonha na cara, nos deixou com as calças nas mãos.’

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Alto astral

Nosso líder não fez como Bush em Nova Orleans e levou seu alto astral para sobrevoar o que restou de Santa Catarina. Janistraquis aprovou a decisão, mas levantou questão vital:

‘Você não acha que o guia genial dos povos deveria ter mandado Petúnia Roussef passar o fim-de-semana em Itajaí ou Blumenau?’

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Direitos dos índios

O considerado Celmar de Souza Prates, empresário paulistano, ficou revoltado com matéria já amarelecida publicada na Folha de S. Paulo, cujo texto ‘é um acinte à inteligência do leitor’. Ele se refere ao que está escrito sob o título Decreto de Lula contraria tratado da ONU sobre direitos dos índios:

Assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho, decreto que determina a instalação de postos do Exército em todas as terras indígenas localizadas em faixa de fronteira contraria a Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas da ONU.

A declaração recomenda a desmilitarização de terras indígenas. Foi aprovada na Assembléia Geral da ONU em setembro de 2007, com voto favorável do Brasil. O documento diz que ‘não se desenvolverão atividades militares nas terras ou territórios dos povos indígenas, a menos que essas atividades sejam justificadas por um interesse público pertinente ou livremente decididas com os povos indígenas interessados, ou por estes solicitadas.’

Prates aponta o absurdo:

‘Bom, se o documento diz que ‘não se desenvolverão… a menos que essas atividades sejam justificadas por um interesse público pertinente’, o Exército pode, perfeitamente, criar os tais postos, pois a questão é de segurança nacional!!!’

Janistraquis tem opinião formada a respeito, ó Souza Prates, mas escolhe o silêncio:

‘Depois do enlouquecido protesto dos gays contra aquele texto dalgumas colunas atrás, é melhor ficar calado por uns tempos, né não? E se aparecer um índio veado disposto a fazer justiça com tacape e flechas encharcadas de curare?!?!’

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Nota dez

O considerado Clóvis Rossi escreveu na Folha de S. Paulo:

As indicações do presidente eleito Barack Obama para as áreas de relações internacionais, defesa e segurança, somadas às já conhecidas no campo econômico, parecem definir claramente o que significava para ele a palavra ‘mudança’: trata-se de voltar ao passado, mais exatamente para a era Clinton.

A volta para o passado inclui ainda uma leve pitada de conservadorismo, com a manutenção de Robert Gates no Pentágono.

Modéstia à parte, antes mesmo da posse o leitor desta coluna já estava alertado para o fato de que a única novidade de Obama é ser o primeiro presidente americano negro. Leia no Blogstraquis o excelente texto de Clóvis Rossi.

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Errei, sim!

‘CAPONE’S STREET – Deu na Folha da Tarde, cujos redatores viajam muito: ‘(…) Com a virtual saída de Phoenix do mapa da F-1, três cidades já esquentam os motores na briga para sediar o GP dos EUA em 1992: São Francisco, na Califórnia; Dallas, no Texas; e Chicago, em Ohio’.

Embora considere o assunto uma besteira, Janistraquis garante que Chicago não fica em Ohio, mas no estado de Illinois. ‘Ali na esquina de Capone’s Street com Ronald Big’s tem uma pornoshop sensacional’, esclareceu meu assistente, revirando os olhos à moda das melindrosas.’ (abril de 1991)

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(*) Paraibano, 66 anos de idade e 46 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada ‘Carta a Uma Paixão Definitiva’.’

 

 

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