Tuesday, 07 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

Globo terá “monopólio”
da visita do Papa ao Brasil


Leia abaixo os textos de quarta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007


PAPA NO BRASIL
Leandro Beguoci, Rafael Cariello e Laura Mattos


Globo vai liderar transmissão da visita de Bento 16 ao Brasil


‘A Globo foi escolhida pela Igreja Católica para coordenar a transmissão de imagens da visita do papa Bento 16 ao Brasil, em maio. A decisão foi comunicada ontem às demais redes, em reunião realizada na sede da Globo na capital paulista.


A igreja convidou as outras TVs a formarem um pool, coordenado pela Globo. Um pool consiste em um trabalho conjunto de emissoras, pelo qual são geradas as imagens do evento. Procuradas pela Folha, nenhuma das emissoras quis se manifestar sobre o assunto.


No encontro de ontem, estiveram presentes a Radiobrás (estatal de comunicação), canais católicos e as principais redes do país, inclusive a Record, ligada à evangélica Igreja Universal do Reino de Deus.


‘A Globo foi escolhida por ter experiência das outras visitas, pela abrangência nacional e pelo quesito técnico’, afirma d. Odilo Scherer, secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) um dos responsáveis por negociar com a emissora – que não receberá nada nem pagará ao Vaticano para liderar o pool.


Quando João Paulo 2º esteve no Brasil, em 1980, 1991 e 1997, a Globo também liderou o pool.


As imagens da visita de Bento 16 serão enviadas a um satélite, e qualquer TV do mundo poderá utilizá-las gratuitamente. Haverá nova reunião para definir detalhes técnicos no próximo dia 22. Serão discutidas regras para inserção publicitária. ‘Não queremos vincular a imagem do papa a algum produto ou serviço que não seja condizente à mensagem cristã’, afirma d. Odilo.


O bispo não se opõe à publicidade, mas diz que há produtos que, ‘por óbvio’, não serão aceitos. Ele não quis indicar quais seriam, mas a Folha apurou que propagandas de cervejas e preservativos, por exemplo, serão vetadas.


As conversas entre a igreja e a Globo começaram no início deste ano. Ontem foi a terceira visita de bispos à emissora.


Na Globo, os preparativos são para uma ampla cobertura, que contará com a transmissão ao vivo de duas missas, a do Campo de Marte, na capital, e a de Aparecida.


A evangélica Record não decidiu se fará parte do pool. Já está definido que dará pouco espaço à visita do líder católico. A viagem será registrada nos telejornais ‘como a de qualquer outra autoridade’, nas palavras de um dirigente do canal. A visita do líder budista Dalai Lama, em 2006, é usada como parâmetro.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Diz delegado


‘No enunciado dos portais, ‘Suspeitos viram menino ser arrastado, diz delegado’, ‘Delegado: suspeitos por morte de menino demonstram frieza’ etc.


Na Folha Online, ‘Suspeitos sabiam que estavam arrastando garoto, diz polícia’, isto é, diz delegado. No SBT, ‘a polícia’, isto é, o delegado, ‘tem certeza de que eles viram a criança ser arrastada’.


SERRA E MAIORIDADE


Do governador José Serra, ao vivo para José Luiz Datena, ontem na Band:


– [Reduzir a maioridade] é muito difícil, porque tem que mexer na Constituição, vai dar polêmica, mas tem uma alternativa que não precisa mexer. É você permitir que o menor que cometeu crime grave fique preso até depois dos 18. Ele não vai ficar com prisioneiros comuns, mas não vai ficar com a garotada. Vai ficar numa parte especial, que é o correto a fazer.


LEMBO E BOBAGEM


Do ex-governador Cláudio Lembo ao Terra Magazine:


– Em relação à redução da maioridade, acho isso uma bobagem. O que se tem que permitir é a internação do menor por mais tempo, hoje está em três anos.


Sobrou para a proposta de estadualizar as leis:


– Isso não é bom. Temos tradição de normas penais que valem para todo o país.


Ele chamou as sugestões do governador Sérgio Cabral, do Rio, de ‘preocupantes’.


‘O ROSTO AFRICANO’


Enquanto o Rio é violência sem fim, da morte do menino à guerra dos morros, de Salvador só se fala em Carnaval. Ou melhor, na longa reportagem do ‘El País’ intitulada ‘O rosto africano de Salvador’, o destaque é a raiz negra dos ‘romances de Jorge Amado e canções de Dorival Caymmi’, retratada na exposição ao ar livre na cidade, com fotos de afrodescendentes.


‘A INVASÃO HOLANDESA’


Quando muito, contra Salvador, o que se encontra é que ‘Carnaval perde seu ritmo para DJs estrangeiros’, no ‘Guardian’. A idéia é que ‘cresce entre puristas o temor de que o avanço de ‘performers’ como Fatboy Slim soe o sino da morte para o autêntico Carnaval afrobrasileiro’. Além do DJ britânico (acima), vão à Bahia a colombiana Shakira, o jamaicano Ziggy Marley, o mexicano Carlos Santana e os paulistas Marky e Patife.


A INFLAÇÃO ESPREITA


O alarme soou dias atrás, ao sair a inflação argentina de 1,1%, bem abaixo da previsão -o que, como se lia no ‘Wall Street Journal’ e em outros, ‘dilapidou a credibilidade’ dos números oficiais num ano eleitoral. Desde então, é destaque diário no argentino ‘El Cronista Comercial’ a pressão para conter a inflação à maneira brasileira.


Editorial do próprio jornal e declaração da ministra da Fazenda responderam ontem com um sonoro ‘não’.


DE TODOS OS LADOS


Já o ‘Los Angeles Times’ avisa que também ‘Crescem os temores de inflação no México’ e ‘A inflação irrita a Venezuela’, títulos de duas longas reportagens.


No primeiro, tudo começou com as ‘tortilhas’ de milho, mas já alcança ovos, açúcar, leite, ‘criando ansiedade nos economistas de que a alta está fora de controle’.


Sobre a Venezuela, além do ‘LAT’, também o ‘Financial Times’ já se pergunta ‘como Hugo vai parar a inflação?’’


MÍDIA & RELIGIÃO
Folha de S. Paulo


Ex-funcionários da TV Gospel fazem protesto


‘Ex-funcionários da TV Gospel, controlada pela Igreja Renascer, farão hoje um protesto com a CUT e os sindicatos dos radialistas e dos jornalistas. Eles entregarão uma carta dirigida a Lula em que pedem que o governo casse a concessão da emissora, transformando-a em uma TV educativa, e obrigue a igreja a pagar os direitos dos 75 profissionais despedidos em fevereiro.


A TV Gospel não foi encontrada para comentar a manifestação.’


INTERNET
Théo Azevedo e Gustavo Villas Boas


Vida dupla


‘Já são 3,4 milhões de habitantes e a sociedade virtual de Second Life não pára de crescer. Lá, cada pessoa -ou avatar, como se diz na linguagem local- leva uma vida bastante semelhante à real: pode ter uma casa, trabalhar, comprar roupas, conhecer pessoas e até fazer sexo e ganhar dinheiro.


Previsto para chegar ao Brasil nas próximas semanas, depois de alguns adiamentos, o mundo 3D existe desde 2003, mas agora vive seu auge. Calcula-se que 100 mil brasileiros participem do jogo.


Produzido pela Linden Lab, Second Life é a bola da vez das comunidades virtuais. Trata-se de um universo 3D interativo, onde a criatividade encontra recursos para ser exercida na sua máxima potência.


Cada um constrói o seu próprio personagem, que pode assumir formas inusitadas, como a de um dinossauro, e comprar recursos para modificar o ambiente ou adquirir a sua gleba particular.


A sociedade on-line despertou o interesse de empresas, de universidades e até de órgãos governamentais. A agência de notícias Reuters fez uma série de entrevistas com participantes do Fórum Econômico Mundial, em Davos, por meio de sua redação virtual.


A rede de hotéis proprietária da cadeia Sheraton lançou primeiro em Second Life um novo empreendimento para ser testado pelos habitantes do jogo.


O departamento de psiquiatria da Universidade da Califórnia criou uma simulação das alucinações visuais e auditivas sofridas pelos portadores de esquizofrenia para ser experimentada por alunos e por interessados. E o governo sueco pretende estabelecer uma embaixada no mundo virtual, que vai ajudar a obter informações sobre o país.


Dinheiro real


O metaverso (meta+universo, tradução de metaverse, uma das várias definições para Second Life) tem uma economia forte, movida pela moeda linden dollar (L$). Em janeiro, segundo a Linden, mais de 20 mil personagens lucraram dentro do jogo. Desses, 97 conseguiram mais de US$ 5.000. Por dia, mais de US$ 1 milhão chega a circular nas cibertransações.


A chinesa Ailin Graef, mais conhecida como Anshe Chung (o nome de sua avatar), foi anunciada como a primeira milionária da sociedade virtual, ao ganhar US$ 1 milhão graças à sua imobiliária em Second Life. A especulação com terrenos é um dos motores da economia.


O jogo é um universo aberto e com poucos limites. Recentemente, a Linden Lab liberou o código-fonte para os residentes e agora é possível modificar o software visualizador.


‘Second Life possui o mais criativo e talentoso grupo de usuários já reunidos. É chegada a hora de permitir que eles contribuam para o desenvolvimento’, diz o executivo da companhia Cory Ondrejka.


Excessos


Com tal livre-arbítrio, a vida virtual pode se tornar mais divertida que a real. Não raro, jogadores passam horas em mundos como Second Life e World of Warcraft, um dos mais bem-sucedidos do gênero. Afinal, existem até empregos fixos para os personagens digitais.


Tamanho envolvimento deixou estudiosos em alerta: uma pesquisa conduzida pela Nottingham Trent University, da Inglaterra, apontou que um em cada nove usuários de jogos massivos on-line acaba viciando no game.


Parte disso se deve à estrutura desse tipo de jogo, que, ao contrário dos convencionais, não tem um final definitivo.’


Kevin Maney


Criador do jogo quer recriar a internet


‘DO ‘USA TODAY’ – Philip Rosedale não criou o Second Life para ser um brinquedo. Ele acredita estar redesenhando a internet, da mesma forma como aconteceu com a invenção do navegador Mosaic ou da World Wide Web. ‘O que seria fazer sucesso?’, pergunta Rosedale. O norte-americano está sentado na cafeteria da Linden Lab, empresa fundada por ele e que administra o mundo on-line Second Life. Sacos de salgadinhos comidos pela metade e tigelas de frutas estão sobre as mesas.


Rosedale usa jeans e um pulôver e tem os cabelos com gel e repicados. Dono de um rosto de beleza clássica e manifestando grande entusiasmo, Rosedale parece um cruzamento de Brad Pitt e Bill Nye, cientista e apresentador do programa ‘Bill Nye, the Science Guy’.


‘Não é ter dinheiro’, responde, depois de um tempo. ‘Mas vou olhar para trás e perguntar: fizemos o quanto podíamos para atingir o maior número de pessoas possível?’


Celebridade


Enquanto o Second Life vira um produto de massa, Rosedale se transforma na celebridade da hora no mundo da tecnologia. Cerca de 10 mil internautas ingressam nesse mundo virtual a cada dia. A Reuters criou uma agência virtual de notícias dentro dele, políticos passaram a fazer campanha ali, bandas como o Duran Duran realizam apresentações virtuais e cadeias de hotéis usam o game para testar novos produtos. Mais recentemente, o site chegou às manchetes por disponibilizar o acesso a pedaços de seu código-fonte para acelerar seu desenvolvimento. O Second Life diz possuir mais de 2 milhões de usuários registrados, mas provavelmente apenas 10% desse total participa regularmente do jogo.


A aparência do Second Life é semelhante à do jogo de simulação Sims, com ruas, prédios e avatares, representações gráficas dos usuários, que conversam, constróem, iniciam negócios e saem juntos. O simulador chamou a atenção de especialistas como o cientista-chefe da Sun Microsystems, John Gage, e o chefe de estratégia tecnológica da IBM, Irving Wladawsky-Berger. ‘As pessoas gostam de interagir de forma mais visceral’, diz Wladawsky-Berger, que convenceu a IBM a abraçar o Second Life.


Rosedale é o deus do Second Life, ou talvez o Thomas Jefferson do game: o visionário que criou um sistema e colocou-o em movimento. Desde 1999 o norte-americano insiste no projeto que, por muito tempo, foi visto como um parque de diversões para supernerds. A empresa vem sendo bancada por alguns dos grandes nomes do mundo da tecnologia, como Mitch Kapor, fundador da Lotus, Jeff Bezos, fundador da Amazon, e Pierre Omidyar, fundador do eBay. Ainda assim, quase ficou sem fundos algumas vezes.


Rosedale nasceu em San Diego (EUA), em 1968. ‘Minha mãe foi a maior incentivadora dos meus vários e bizarros projetos de infância’, conta o inventor do Second Life, que ainda criança ganhou dos pais um computador Apple II, o que o deixou eufórico. ‘Fiz com que árvores crescessem na tela. Foi então que percebi que era possível simular a natureza’, relata. O jogo começou a ganhar forma quando, já adulto, Rosedale saiu da RealNetworks, onde trabalhava, e ligou-se à empresa de capital de risco Accel Partners, como empreendedor caseiro. Foi quando Mitch Kapor entrou na jogada.


Investimento


Kapor, uma lenda do setor de computadores pessoais dos anos 1980, reuniu-se com Rosedale pela primeira vez ainda por meio da RealNetworks. Kapor diz ter achado interessantes as idéias de Rosedale sobre um mundo virtual. ‘Discordei dos valores que a Accel queria investir, o que me deixou livre para dizer: se você quer começar e está procurando um investidor caído dos céus, gostaria de ajudá-lo’, conta Kapor. O capital de Kapor foi somado ao da venda da FreeVue, empresa criada por Rosedale e que desenvolvia sistemas de videoconferência. Do montante nasceu a Linden Lab, cujo nome faz referência à rua onde ficava a primeira sede da companhia.


Desde o início, dois conceitos importantes permearam a criação e o desenvolvimento do Second Life. O primeiro foi a forma como o serviço deveria ser visto: uma existência alternativa e que tentaria ser melhor do que a do mundo físico. O segundo, mais sutil, poderá acabar se revelando mais poderoso. Com exceção das salas de bate-papo, a internet é um espaço desprovido de gente. Se alguém está fazendo compras na Amazon, essa pessoa não consegue descobrir se está sozinha ou se há 20 mil outros clientes naquele local naquele momento.


Um dia, os usuários poderão chegar à Amazon pelo Second Life e não mais por meio de um navegador. E então caminharão nas lojas e conversarão com clientes e atendentes. ‘Hoje está claro que alguma coisa como o Second Life se tornará algo imenso’, diz Kapor. ‘A Linden tem a chance de ser a empresa que fará isso, mas nada está garantido.’


Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO’



Folha de S. Paulo


Justiça belga manda Google tirar do ar notícias de jornais


‘A Justiça belga determinou que o Google retire de seu serviço de notícias, o Google News, os links de manchetes dos jornais locais que não autorizarem a sua publicação.


Se a decisão permanecer nas instâncias seguintes, o caso pode abrir um precedente nos processos que envolvem serviço de busca de notícias na internet. A agência France Presse tem processos contra similares contra o Google: um nos EUA e o outro na França.


Segundo o Tribunal de Primeira Instância, de Bruxelas, ‘não há exceção’ para o Google na lei de proteção aos direitos autorais. A corte afirma que a empresa usava manchetes, algumas linhas de texto, fotos e links do material original. ‘O Google está reproduzindo e publicando material protegido por direito autoral.’


O grupo Copiepresse, que entrou com a ação representando 17 jornais belgas, reclama do cache do Google -as páginas armazenadas pela empresa de buscas que permitem que o conteúdo seja acessado mesmo quando o site original não está no ar. Esse sistema, diz o Copiepresse, permite que os usuários tenham acesso a artigos que os jornais cobram a visualização. Algumas publicações permitem o acesso gratuito ao seu material apenas por um certo período.


O Google disse que irá tirar do ar o material solicitado pela Justiça belga e que apelará da decisão.


Com agências internacionais’


TELEVISÃO
Daniel Castro


SBT faz Bárbara Paz virar cantora até de rap


‘Vencedora da primeira edição de ‘Casa dos Artistas’, a atriz Bárbara Paz, 32, bem mais magra do que na época do ‘reality show’, está sendo transformada em cantora pelo SBT.


O plano da rede de Silvio Santos é fazer de Bárbara Paz uma nova Thalia, cantora mexicana que fez muito sucesso nos anos 90. Bárbara será a protagonista de ‘Maria Esperança’, próxima novela do SBT, versão de ‘Maria Mercedes’, original da Televisa, estrelada por Thalia.


Se ‘Maria Esperança’ fizer sucesso, o SBT irá produzir as outras duas novelas da chamada ‘Trilogia de Thalia’ (‘Marimar’ e ‘Maria do Bairro’), sempre com Bárbara Paz como protagonista. E, se Bárbara der certo como cantora, ela interpretará também as trilhas sonoras das duas outras novelas.


Para ‘fabricar’ a nova cantora, o SBT pagou um curso intensivo de canto para Bárbara Paz e escalou um produtor musical para acompanhá-la. A atriz acaba de gravar sua primeira música, um rap, e deixou os executivos do SBT muito entusiasmados. A idéia agora é que Bárbara cante todas as músicas do CD de ‘Maria Esperança’, mesclando músicas inéditas com regravações.


O SBT terá participação na venda dos CDs e nos eventuais shows de Bárbara Paz. No ano passado, a emissora faturou mais de R$ 1 milhão líquidos só com participação nos CDs da banda RBD, que promoveu por meio da novela ‘Rebelde’.


SHOW DA CICA O novo programa de Daniella Cicarelli na MTV vai se chamar ‘Batalha das Modelos’ e estréia no próximo dia 4, um domingo, às 22h. A atração será uma disputa entre três aspirantes a modelo, que desfilam e fazem testes de fotos e comerciais, mas não ganham nada _só um kit de produtos. Cicarelli continua com o ‘Beija Sapo’, que volta ao ar no próximo dia 23.


FORA DO AR O VJ Rafael Losso está fora da nova programação da MTV. Mas ele continuará trabalhando no canal, como produtor.


CHOCOLATE Roberto Justus passará o Carnaval em Zurique (Suíça) acompanhado de sete profissionais da Record. Lá, gravará a abertura de ‘Aprendiz 4 – O Sócio’, que estréia em maio.


APOCALIPSE NOW 1 Parecia ‘merchandising subliminar’ da Igreja Universal o ‘Repórter Record’ de anteontem, sobre aquecimento global. Repleto de citações bíblicas, anunciou o ‘fim dos tempos’.


APOCALIPSE NOW 2 O programa de Adriane Galisteu no SBT, agora nas noites de segunda-feira, deu só três pontos anteontem _metade da estréia, duas semanas antes. Tomou uma lavada da Record (‘Repórter Record’), que deu o triplo da audiência no horário.


NOME LIMPO Anteontem, no mesmo ‘Diário Oficial’ em que suspendeu a concessão de um canal em Limeira (SP) à Igreja Renascer, o Ministério das Comunicações deu duas retransmissoras para TV Cidade Modelo, de Dourados (MS), do bispo R.R. Soares.’


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007


VENEZUELA
O Estado de S. Paulo


Programa de Chávez agora irá ao ar de segunda a sexta


‘O presidente venezuelano, Hugo Chávez, apresentará agora seu programa Alô, Presidente! – antes exibido aos domingos – de segunda a sexta-feira. O Ministério de Comunicação e Informação anunciou ontem que o programa terá agora uma hora e meia de duração e só a edição da quinta-feira será transmitida pela rede estatal Venezolana de Televisión. As demais edições serão emitidas apenas pelo rádio.


‘Adotaremos uma estrutura segmentada em módulos, mais adequada às exigência da nova era revolucionária’, informou uma nota do ministério. Em algumas edições, o programa no antigo formato dominical chegou a ter mais de sete horas. ‘A atração será tão noticiosa quanto os telejornais de mais audiência e terá um recorde de informações de primeira mão, tanto na versão radiofônica quanto na televisiva.’


Ainda de acordo com a nota, o programa reestréia amanhã, com a edição para a TV.


Durante o Alô, Presidente!, Chávez entrevista convidados internacionais, ministros de seu gabinete, conversa com telespectadores e exibe imagens de inauguração de obras e viagens presidenciais. No último domingo, o governo surpreendeu e anunciou que o programa não iria ao ar para que fosse remodelado. A atração é considerada peça-chave para que o governo esclareça a população sobre as medida para a implementação do ‘socialismo do século 21’. AP, AFP E EFE’


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Marili Ribeiro


Grupos brigam na Justiça por agência


‘A dissolução da sociedade entre a agência Carillo Pastore Euro RSCG e o grupo francês Havas acabou em briga na Justiça. Fato raro no meio publicitário. Por reunir profissionais dedicados a cuidar da imagem de seus clientes, as pendengas societárias, comuns no setor, sempre acabam sem grandes querelas.


Desta vez, porém, não houve acordo. Há guerra de recursos judiciais. O primeiro deles foi impetrado pelo escritório da Carillo Pastore, o Lazzareschi Advogados, no Fórum paulista em outubro. O último movimento, a cargo do escritório do Havas International, o Demarest & Almeida Advogados, chegou à Justiça na semana passada. A história promete mais desdobramentos e até ação indenizatória por parte dos brasileiros, insatisfeitos com desdobramentos do processo.


O que provocou a reação de um dos sócios, Dalton Pastore, que tem mais de 30 anos de atuação no mercado e é o atual presidente da Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap), foi a atitude do Havas, um dos quatro gigantes globais de comunicação, de levar a discussão aos holofotes.


‘Fiquei perturbado quando recebi o telefonema de uma jornalista dizendo que tinha recebido um documento privado da Justiça em que nossa administração no negócio era questionada e taxada de incompetente’, diz Pastore. ‘Até o momento, não havia dado nenhuma entrevista. Não plantei nenhuma informação. Dediquei meus esforços para proteger os negócios e os clientes. Não quero uma guerra na minha vida, mas não posso ficar passivo diante da movimentação que está se configurando com o objetivo de nos prejudicar’.


A Carillo Pastore Euro RSCG é uma das 25 maiores agências do País, com faturamento de R$ 128 milhões, em 2005. Esse é o último dado disponível pelo Projeto Inter-Meios, que elabora o ranking das agências no Brasil. No seu portfólio de clientes estão Citroën, Peugeot, Reckitt Benckiser, Senac, Ticket, Air France, Votorantim Papel e Celulose entre outros.


No relato de Pastore, os desentendimentos com os franceses coincidiram com a compra de 25,4% de participação no Havas, em 2005, pelo megagrupo Bollorè, que atua numa vasta gama de interesses tanto na França como na África. Sua chegada ajudou o grupo a crescer. No Brasil, os franceses mostraram disposição de comprar a participação de 49% que tinham na sociedade com a Carillo Pastore. Mas fizeram uma oferta desvantajosa. Propuseram 50% abaixo do preço estipulado por Pastore e Carillo. Pela interpretação de Pastore foi aí que teve início uma ‘campanha’ de desvalorização da agência. Procurados pelo Estado, através dos advogados que os representam no Brasil, Roberto Portela e Celso Xavier, os franceses preferiram não se manifestar.


‘Entramos com protesto judicial em outubro, para intimar o Havas a suspender a situação artificial de conflito que estava criando na tentativa de justificar o descumprimento do contrato assinado com os sócios brasileiros ‘, diz Paulo Lazzareschi. ‘Eles estão impedidos de atuar em qualquer atividade do ramo enquanto participarem dessa sociedade. Desvalorizar o negócio, denegrindo a imagem de publicitários conhecidos, somente trará mais argumentos para qualquer atuação deles no País’.


HISTÓRICO


Primeiro recurso : O escritório Lazzareschi Advogados, em nome da Carillo Pastore, entrou com um protesto judicial em outubro do ano passado


Último recurso: O escritório Demarest & Almeida Advogados, em nome do Havas International, entrou com uma ação judicial na semana passada


Razão da discórdia: Os franceses do Havas querem pagar metade do valor estipulado pela agência pelos sócios brasileiros


Próximo capítulo: Exposta a ferida, a sociedade que durou dez anos, com ótimos resultados, pode acabar em ação indenizatória por danos morais.’


INTERNET
O Estado de S. Paulo


Bélgica proíbe Google de publicar notícias


‘Um tribunal de Bruxelas confirmou ontem a proibição ao serviço de buscas na internet Google de divulgar textos e fotografias de vários jornais belgas sem o consentimento destes. A sentença do tribunal de apelação ratifica decisão judicial de setembro, que impôs à empresa multa de 1 milhão de euros ao dia se não deixasse de divulgar conteúdos dos jornais sem permissão. O Google atendeu a decisão.’


CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA
Cristina Padiglione


‘Na democracia é assim’


‘Habituado a receber programas com sugestões de cortes vindos da MTV americana, o diretor de programação da MTV Brasil, Zico Góes, explica por que a emissora, na contramão de todas as outras, apóia publicamente a Classificação Indicativa. Até um filminho, indicando que a televisão brasileira faz muita coisa boa, mas também ‘muita porcaria’, a MTV Brasil colocou no ar.


Quando surgiu a iniciativa de apoiar a classificação indicativa?


Foi quando a gente viu que a Globo e os outros eram contra. A gente acha que eles estão errados.


Por que as TVs vêem classificação como censura?


É fácil dizer ‘é censura’. Não se atentam ao fato de que isso é simplesmente fazer aquilo que está combinado com a sociedade brasileira, que é proteger a criança e o adolescente. Dá trabalho, mas na democracia é assim. É democrático, inclusive, porque tem diálogo com quem fiscaliza (o Ministério da Justiça).


Vocês já foram atendidos pelo MJ em algum pedido de reclassificação? Já. O Chá das Minas foi classificado pra maiores de 14 anos, horário não livre. Não concordamos. É um procedimento administrativo muito simples, eles vão lá e às vezes mudam. No caso do Chá, eles mudaram. Agora, As Quebradeiras, reality show sobre umas meninas da pá virada, foi classificado como livre. E a gente mesmo vai falar a eles que não é livre, que não deve ir ao ar antes das 22 h.


Como são os programas que você recebe da MTV americana?


Lá é mais rigoroso. As empresas têm políticas internas, exercem o próprio controle. Muitos programas, como Os Osbournes, vêm cheios de ‘pi’ (recurso de áudio para encobrir palavrões). E lá ninguém fala em censura. A sociedade brasileira é menos conservadora, mas combinou que devia haver uma classificação.


entre-linhas


Aos empenhados em debater o tema Classificação Indicativa e a nova portaria (264) que reajusta as regras para adequar a programação de TV ao Estatuto da Criança e do Adolescente, vale a pena participar do chat que a Andi (Agência Nacional dos Direitos da Infância) promove amanhã, às 11 h, com o diretor do Departamento de Classificação Indicativa, do Ministério da Justiça, José Elias Romão. Acesse o site.


O Canal Brasil apresenta neste sábado, às 18 horas, o documentário Funk Rio, que analisa as origens do funk carioca nos anos 70.’


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