Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Governo instrui ministros sobre o uso do Twitter


Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


 


************


Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 10 de março de 2010


 


ELEIÇÕES


Fernando Rodrigues e Valdo Cruz


Governo enquadra ministros ‘twitteiros’


‘O governo decidiu editar uma cartilha sobre como devem se comportar todos os funcionários públicos durante o processo eleitoral neste ano.


Haverá seminários para instruir ministros e assessores de alto escalão. O primeiro será na próxima terça-feira. Entre as recomendações estará a de que os integrantes do governo não devem usar seus computadores e aparelhos de celular funcionais para escrever mensagens em sites de relacionamento social, como Facebook e Twitter.


Vários ministros hoje usam de maneira constante o microblog Twitter. Paulo Bernardo (Planejamento) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) dão opiniões durante o dia, em seus horários de trabalho. A partir de agora, terão de usar telefones particulares, e depois do expediente.


A Advocacia Geral da União não sabe responder como funcionarão as exceções.


Luis Inácio Lucena Adams, advogado-geral da União, foi quem coordenou a força-tarefa para elaborar a cartilha ‘Condutas vedadas aos agentes públicos federais em eleições’. A AGU é órgão no governo encarregado de defender os integrantes do Poder Executivo.


Não é a primeira vez que o governo federal faz uma cartilha eleitoral, mas é a mais ampla iniciativa. Além da AGU, participaram o Ministério do Planejamento, a Casa Civil e a Comissão de Ética Pública da Presidência de República.


Na versão da cartilha à qual a Folha teve acesso (o lançamento oficial deve ser até segunda-feira), o texto diz que ‘o ato do agente público é ilícito quando sua ação intervier no processo político-eleitoral, beneficiando partido, coligação ou candidato, de maneira a influenciar a consciência eleitoral do cidadão’, e alerta que ‘atos que desviam da sua finalidade pública podem ser considerados de improbidade administrativa’.’


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


Agora, Hollywood


‘No dia seguinte ao anúncio da retaliação pelo Brasil, a Reuters destacou a crítica da Câmara de Comércio dos EUA ao governo Obama, por não evitar a decisão brasileira. Citando outros casos, o lobby empresarial disse que, ‘para o bem dos trabalhadores americanos, não podemos permitir que surja um padrão em que a inação de Washington arrisque emprego’.


A AFP acrescentou que o senador republicano Mike Johanns, ex-secretário da Agricultura, alertou contra a ‘escalada’ na disputa comercial: ‘Vocês ficariam chocados com quanto apoio internacional o Brasil conta. Se formos nesta direção [da escalada], o Brasil terá muitos amigos’. Por outro lado: ‘Preparem-se, eles vão pegar os setores mais sensíveis’.


Por fim, a Bloomberg noticiou, sob o título ‘Brasil vai mirar filmes americanos’, que, segundo uma fonte no governo brasileiro, o país já ‘planeja violar direitos de propriedade intelectual de cinema’.


O PRIMEIRO


Com a foto acima e a manchete ‘Escolhendo uma briga’, a home da ‘Economist’ destacou a retaliação como mais um passo na longa disputa. Mas sublinhou que, se chegar aos ‘direitos intelectuais’, como ameaça, ‘o Brasil será o primeiro a fazê-lo’ com ‘permissão da OMC’.


SEM GUERRA


Em manchete, a Folha Online noticiou ontem que, segundo o ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento), o secretário do Comércio dos EUA ‘disse que não interessa ao seu país entrar em guerra comercial com o Brasil’.


EM BREVE


Também em destaque, o Valor Online postou ontem que o secretário Gary Locke ‘garantiu que, em breve, o governo de Barack Obama fará uma boa proposta de negociação com o Brasil em torno do caso’.


‘TERRORISMO’


No ‘JN’ de anteontem, ‘imposto pode ter impacto sobre preço de pães’. No ‘Jornal da Globo’, ‘pãozinho de cada dia pode ficar mais caro’. E por aí foi, até o ministro da Agricultura responder, por toda parte, que ‘falar em aumento do pãozinho é terrorismo’


LULA E A GUERRA


A americana Associated Press fez longa entrevista com Lula. Nos primeiros despachos, ‘Silva para de fumar após 50 anos’ e ‘Presidente faz planos para a final da Copa’. Depois, no texto reproduzido por ‘New York Times’ etc., ‘Silva diz que sanções ao Irã são perigosas’.


Nas palavras do próprio: ‘Nós não queremos repetir no Irã o que aconteceu no Iraque. Não é prudente para o mundo… Uma guerra tem de ser evitada a todo custo. A quem interessa uma guerra?’. No Brasil, o despacho ecoou sob outro foco, ‘Greve de fome não é válida para libertar dissidentes, diz Lula’, na manchete on-line de ‘O Estado de S. Paulo’.


‘NYT’ E O IRÃ


O jornal americano vem publicando uma escalada de reportagens sobre o risco iraniano. No título do dia, ‘Para o Irã, enriquecer urânio é cada vez mais fácil’.


O PRIMEIRO


A agência de notícias JTA, judaica, destacou ontem a viagem de Lula ao Oriente Médio, na semana que vem. ‘Será o primeiro presidente brasileiro a visitar Israel.’


DA CIA


A agência indiana PTI despachou e os sites dos jornais do país destacaram que, ontem em Washington, o diretor da CIA, Leon Panetta, ‘alertou a Índia e o Brasil de que os dois países enfrentam ‘ameaças crescentes’ da Al Qaeda e do Taleban, indicando a necessidade de uma cooperação maior na troca de inteligência’.


Isso, afirma o órgão americano, ‘embora os grupos terroristas estejam em fuga devido à extrema pressão exercida no Afeganistão e no Paquistão’.’


 


 


INTERNET


Daniela Arrais


Leitor automático de notícia gera angústia por excesso de dados


‘Sempre quis saber tudo o que acontece no mundo. Com a internet, esse tudo virou infinito, e a vontade se transformou em exagero.


Um belo dia, me vi angustiada. Era um tipo de angústia diferente, sobre a qual eu nunca tinha refletido e que, pensando bem, teria até um um pouco de vergonha de confessar para os amigos… Resolvi chamá-la de angústia digital.


Você pode nunca ter ouvido a expressão, mas é quase certo que tenha que lidar com seus sintomas diariamente. Simplesmente por conta do excesso de informação a que somos submetidos a cada instante. São milhares de notícias, centenas de e-mails, diversos posts em redes sociais como o Facebook e o Twitter, alguns SMS que recebemos no celular.


É possível dar conta de tudo isso? Achava que sim. Pela experiência do dia a dia, percebi que não. E me vi angustiada em meio a tanta informação. Daí percebi que a gente tem que escolher como estabelece nossa relação com a internet.


Resolvi perguntar a alguns dos meus amigos e conhecidos como eles faziam para se manterem atualizados. A maioria revelou sofrer do problema.


Foi então que a minha angústia se transformou em irritação. E resolvi tomar alguma atitude. O primeiro passo foi identificar qual era o agente causador dela. Tive que voltar um pouco no tempo para perceber que meu grande problema começou quando conheci o Google Reader, leitor de feeds.


Feeds são arquivos atualizados a cada vez que um site recebe novos conteúdos. Funcionam como alertas e chegam a você, leitor, por meio de um programa chamado agregador. Entre os mais populares, estão o NetVibes e o próprio Reader do Google.


Em vez de criar uma pasta com seus links favoritos e abri-la a cada dia em busca de novidades, com o feed você recebe as informações quentinhas, em um lugar só.


Abandonei os favoritos e fiz do Google Reader minha porta de entrada para a internet. Conseguia ler as notícias que me interessavam, acompanhava os blogs de amigos, via algum besteirol para rir um pouco.


Pela facilidade da coisa, acabei criando outro problema: a cada vez que eu encontrava algum site interessante nesta internet infinita, logo assinava seu feed. Não levou muito tempo para que eu chegasse à marca de 828 assinaturas.


Seria impossível acompanhar, diariamente, o que tanta gente quer dizer. Meu Reader ficou parecendo o FarmVille abandonado e me acostumei a vê-lo marcar +1000 (itens não lidos), o terror de todo mundo que usa RSS.


Em uma bela sexta-feira, troquei o bar com amigos pela mesa da sala e fui fazer uma análise do meu Reader. A primeira coisa que percebi foi que ele era dividido por categorias, muitas delas. Por mais que eu tenha algum interesse em ecologia, por exemplo, será que eu precisava mesmo ler sobre isso sempre? A segunda coisa que percebi foi que inventava uns nomes esquisitos para algumas categorias. Mais adiante vi que objetividade é fundamental.


A terceira coisa de que me dei conta foi de que não havia uma hierarquia nos meus feeds. Passei a filtrar as informações, respondendo à pergunta: o que preciso ler todo dia para o trabalho e para a vida pessoal?


Na base da intuição, reorganizei tudo. Desassinei todos os feeds que tinha, não sem antes anotar os preferidos.


Depois de seis horas, cheguei ao Reader ideal. Com cerca de cem sites divididos em apenas 15 categorias, como ‘pra ler todo dia’, ‘arte’, ‘blogs’, ‘música’ e ‘tecnologia’.


A angústia que eu sentia cessou. O eterno +1000 perdeu lugar. Hoje em dia acompanho bem melhor tudo aquilo que é do meu interesse.


Se animam a fazer o mesmo? Então, paciência e boa sorte!’


 


 


Sofia Fernandes


Plano para banda larga ficará para 2011


‘As diretrizes do Plano Nacional de Banda Larga serão apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na primeira quinzena de abril, mas a implementação ficará para o próximo governo, afirmou ontem o coordenador dos programas de inclusão digital do governo federal, Cezar Alvarez.


A informação levou as ações da Telebrás a caírem ontem mais de 30%. No final dos negócios, porém, os papéis PN fecharam em baixa de 11,92%, e os ON, em queda de 8,29%.


Alvarez também informou que o governo planeja, para este ano, um ‘ensaio inicial com metas modestas’ do plano, conforme antecipado pela Folha no último sábado.


Ele afirmou que o serviço chegará a cerca de 300 municípios ainda neste ano -e não mais a 3.200 cidades até o final do governo Lula, como era o objetivo inicial. A conclusão do plano se dará em quatro ou cinco anos, na previsão de Alvarez.


O governo quer instalar até o final de abril a mesa permanente que irá coordenar a condução do projeto. No entanto, o governo afirma que a execução do plano é inviável para este ano e que é preciso considerá-lo um projeto de Estado, e não de um governo.


‘É evidente que não será realizado neste ano. Só um louco acharia que, até o fim do ano, nós teremos banda larga em todo o país’, disse o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins.


Para realizar a tarefa de levar banda larga ‘boa e barata’ a todos os lugares, inclusive onde ninguém tem interesse de atuar, o governo deve dispor de tudo o que está ao seu alcance.


‘Onde o mercado não quiser ir, temos obrigação, como poder público, de garantir esse serviço, cada vez mais estratégico e essencial, a todo e qualquer cidadão’, disse Alvarez.


A Telebrás foi cogitada por representantes do governo para executar o Plano Nacional de Banda Larga, o que até provocou oscilações violentas nos preços das ações dessa estatal ainda negociadas em Bolsa.


A informação chegou a ser ‘confirmada’ por Lula no final de fevereiro, mas foi ‘relativizada’ por Alvarez somente um dia depois.


Preços


O mercado concorda com a atuação do governo como regulador do plano de banda larga, mas reclama da possível participação estatal no mercado.


Para o presidente da Abrafix (Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado), José Fernandes Pauletti, é preciso que haja tratamento igual. O setor exige que governo e setor privado paguem os mesmos impostos e tenham acesso a estruturas de forma isonômica.


O setor privado também reivindica a redução da carga tributária sobre os componentes e serviços de internet, que faz da banda larga brasileira uma das mais caras do mundo.


As cidades que receberão o serviço neste ano ainda não foram escolhidas, mas o governo afirma que vai primar pela diversidade de perfis.


Quem vai decidir o critério de escolha das cidades será a mesa permanente, a ser instalada no final de abril.’


 


 


Leticia de Castro


Famosos viram alvo de piadas em nova febre da internet


‘O que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), o governador José Serra (PSDB), os BBB Eliéser e Tessália e a menina Rafaela, da novela ‘Viver a Vida’, têm em comum?


Embora de mundos completamente diferentes, são todos vítimas da mais nova febre da internet, os blogs ‘Porra,…’, que tiram sarro de famosos com fotos embaraçosas, palavrões e piadas.


Em São Paulo, um dos mais populares é o ‘porrakassab.tumblr.com’, uma ‘homenagem’ ao prefeito.


As enchentes no início do ano foram o mote para a criação do blog, que tem mais de cem seguidores. ‘A cidade estava um caos e o prefeito não se manifestava. Achei absurdo’, diz o autor, o jornalista Brunno Constante.


Questionada pela Folha, a prefeitura não comentou o conteúdo do site.


Quem lançou a moda, no fim do ano passado, foi Pedro Leite, 27, criador do ‘porrafelipe.tumblr.com’, com fotos do cantor carioca Felipe Dylon e mais de 500 seguidores. Estudante de teoria literária na Unicamp, ele pesquisa em seu projeto de mestrado ‘o poder subversivo do mau gosto’.


O sucesso do site inspirou o surgimento de vários outros na mesma linha. A Folha contou pelo menos 30 blogs do gênero.


Todos os sites do tipo são criados na plataforma ‘tumblr’, que une as características de blog e do twitter. Além de textos, é possível postar com agilidade fotos, vídeos e arquivos em MP3, e manter seguidores.’


 


 


TECNOLOGIA


Álvaro Fagundes


Empresas prometem que TV 3D chega ao mercado brasileiro neste ano


‘Nova aposta do setor para crescer, as TVs 3D devem chegar ao país ainda neste ano, prometem as empresas. A primeira a chegar deve ser a da LG, que anunciou na semana passada o lançamento para o mês que vem.


A Samsung afirmou que pretende lançar o aparelho no mercado brasileiro ainda neste semestre, mas não há data nem preço confirmados. Situação parecida com a de Sony e Panasonic, que prometem a chegada do produto para este ano.


Tanto Samsung como Panasonic começam hoje a venda de TVs 3D nos Estados Unidos. Já a Sony disse que a comercialização terá início em junho.


Com o sucesso de ‘Avatar’ e o bom início nas bilheterias de ‘Alice no País das Maravilhas’, o 3D agora é a aposta das fabricantes para a retomada as vendas, especialmente nos países ricos.


A Sony espera vender ao menos 2,5 milhões de TVs 3D de junho até março de 2011, cerca de 10% do total de aparelhos que pretende comercializar no período. Segundo a consultoria iSuppli, a venda global desse modelo (que precisa de óculos 3D) deve passar de 4,2 milhões neste ano para 78 milhões em 2015 -40% do mercado de TV de tela plana.


Como ainda há pouco conteúdo disponível (a ESPN estreia o primeiro canal nos EUA em junho), a aposta da Sony são atualizações nos filmes em blu-ray e no PlayStation 3, para que também possam utilizar a tecnologia.


Com ‘Financial Times’’


 


 


TELEVISÃO


Andréa Michael


SBT desafia vazamento e grava ‘Solitários 2’ inteiro


‘O SBT já terminou de gravar toda a nova temporada do reality ‘Solitários’, mesmo com risco de novo vazamento do resultado final. Na versão de estreia, tão logo o programa foi ao ar, em janeiro, circulou o nome do vencedor, Tom. Conforme a coluna apurou, seria impossível transmiti-lo em tempo real. A gravação acompanha os vinte dias de confinamento, quando os participantes não tomam banho e têm alimentação racionada.


Porém, o programa fica no ar durante sete semanas. Cinco mulheres e quatro homens vão enfrentar provas de resistência, conhecimentos gerais, concentração, entre outras habilidades. O computador Val continua no comando. Uma das inovações é a possibilidade de um outro participante entrar na disputa ao longo do programa, substituindo um dos nove confinados que concorrem aos R$ 50 mil.


A chance de ter um novo solitário surgirá em uma das provas. Ao sair do programa, um eliminado disputará com um candidato a chance de retornar à sua cabine. O vencedor será hóspede de Val. A primeira temporada de ‘Solitários’ conseguiu média de sete pontos de audiência na Grande SP em janeiro (420 mil domicílios ligados no programa). Disputou com os realities ‘A Fazenda’ e ‘BBB’. A ideia agora é fugir do embate e correr sozinho, lançando a nova versão em setembro ou outubro.


SOFÁ


João Gordo fará de casa sua estreia no ‘Legendários’, de Marcos Mion, que irá ao ar aos sábados na Record.Comentará a atração em chats e no Twitter.


DÉJÀ-VU


Pelo anunciado, ao menos dois quadros novos do ‘CQC’ (Band) são semelhantes a atrações da TV paga. ‘Cidadão em Ação’ ‘testa’ reações a situações controversas e parece com ‘O Que Você Faria’, do GNT. Já ‘Trabalho Forçado’ ‘reemprega’ personalidades e lembra o ‘Tira Onda’, do Multishow.


MICROFONE


Ainda sobre o ‘CQC’, Marcelo Tas será o primeiro entrevistado do ‘Caminhos da Escola’, na quinta, às 22 h, no canal TV Escola. Produzido pela Conspiração, vai ao ar por cabo, satélite e também no portal do MEC.


DEVASSA


No especial do SBT para Hebe, surgiu uma dúvida sobre o porquê de as TVs preferirem as loiras-conclusão da anfitriã. Respondeu Marília Gabriela (GNT), na platéia com Ana Maria Braga e Xuxa(Globo): ‘É por causa da luz, que reflete’.


PEREGRINAÇÃO


Padre Evaldo de Souza, diretor da TV Aparecida, diz que a emissora trocou a Sky pela TV A por ‘dificuldades de negociar o valor pago’. A Sky afirma que ‘transmitia o canal como cortesia e recebeu a notícia de que seria descontinuado’.


CORRIDA MALUCA


A RedeTV! comprou os direitos da Copa Chevrolet Montana 2010. Será aos domingos, às 13h, a partir de 11 de abril.


com Clarice Cardoso’


 


 


Lúcia Valentim Rodrigues


‘Dexter’ faz primeiro amigo ao quebrar seu código de conduta


‘Dexter (Michael C. Hall) agora é um homem de família. Mas o canal FX está atrasado na série homônima. Embora os EUA já tenham exibido o quarto ano do programa, no Brasil a TV paga ainda exibe, a partir de amanhã, a terceira temporada. Sem estragar nenhuma surpresa para quem ainda não conhece os desdobramentos, basta dizer que Dexter é um matador. Não um qualquer. Ele mata assassinos em série.


Obedece a um código de conduta sistemático que o obriga a checar a culpa do criminoso e questionar se ele voltaria a matar antes de se preparar para o ataque. Depois de liquidado o assassino, ele guarda uma pequena recordação: uma lâmina com sangue da vítima.


O corpo é picotado, guardado em sacos de lixo e jogado ao mar. Dexter não tem problema com excesso de sangue. Faz parte de seu trabalho. Afinal, é perito em sangue do Departamento de Polícia de Miami.


A vida dupla continua quando ele chega em casa. Sua irmã trabalha na força policial como investigadora. Sua namorada, Rita (Julie Benz), não tem ideia do que ele faz nas noites livres. Os crimes de Dexter já entraram no radar da polícia, mas ele arrumou bodes expiatórios para levar a culpa por ele. Já matou o irmão, um sargento, uma amante. Relacionamentos não importam para Dexter.


Tudo parece bem até começar essa nova leva de episódios. Ele foge do código e, sem querer, mata um inocente. Não teria consequências mais sérias, não fosse esse estranho o irmão de um promotor de Justiça.


Dexter acaba envolvido numa amizade estranha com esse advogado e numa espiral de crimes cada vez mais arriscada. Não é a melhor temporada, mas é uma preparação imprescindível para o quarto ano do seriado, que vai abordar o Assassino da Trindade (ótima atuação de John Lithgow).


A interpretação rendeu a Michael C. Hall o Globo de Ouro de melhor ator em série dramática, semanas antes de ser diagnosticado com câncer. A quinta temporada já foi anunciada, mas não tem data para estrear nos EUA.’


 


 


PUBLICIDADE


Bruno Romani


Propaganda on-line procura se disfarçar


‘O aparecimento de blogs, microblogs e redes sociais abriu para os publicitários e anunciantes as portas de um vasto território, no qual empresas, produtos e serviços podem ser promovidos.


Em alguns casos, porém, as promoções são maquiadas em posts e tuítes que parecem conter resenhas, opiniões e indicações genuínas -sem intenções comerciais.


A prática do jabá (receber algum tipo de recompensa material para falar bem de algum produto ou serviço e não revelar aos leitores e seguidores) em blogs e redes sociais é o tipo de coisa que várias pessoas na internet -blogueiros, jornalistas, assessores de imprensa, publicitários- dizem saber que ocorre. Mas, dificilmente, nomes e endereços são revelados.


Uma das dificuldades para detectar o jabá é que parte dele não ocorre por meio de pagamentos em dinheiro, mas sim por meio de compensações indiretas, como presentes e viagens. ‘Tenho certeza de que isso (blogueiros recebendo compensações indiretas) acontece’, disse à reportagem Ted Murphy, presidente da Izea, empresa que faz a ponte entre anunciantes e blogueiros americanos e que coleciona críticos na rede por supostamente colaborar com o jabá em blogs e redes sociais.


Lei americana


Preocupado como anunciantes e marqueteiros podem utilizar o jabá, o governo dos EUA criou regras que tentam dar transparência à prática.


Elas foram oficializadas no último dia 1º de dezembro pelo FTC, órgão do governo americano que zela pelos direitos do consumidor. O princípio dela é simples: blogueiros, tuiteiros e membros de redes sociais devem deixar claro para seus leitores e seguidores quando recebem pagamentos em dinheiro, presentes e outros agrados materiais para falar de empresas, produtos e serviços.


Richard Cleland, membro do FTC, disse à Folha que o órgão está focando nos anunciantes e suas agências de publicidade e propaganda e não nos blogueiros e membros de redes sociais. Punições para violações, explica Cleland, serão aplicadas a quem vende algo e paga para anunciar.


A declaração de Cleland é bem diferente do rumor existente entre blogueiros americanos pouco antes das normas entrarem em vigor. Na época, eles estavam em pânico por pensar que poderiam ser penalizados em até US$ 11 mil. ‘Quando algo na internet é entendido errado, fica errado’, diz ele sobre os rumores.


Outra preocupação dos blogueiros é que a linguagem usada nas regras seria muito vaga.


Com pouco mais de quatro meses das normas em vigor, Cleland não revela se o FTC investiga algum anunciante por fazer jabá. Ele explica que o momento é de educar empresas e blogueiros e não de punir.


As regras fazem parte de uma revisão no documento do FTC chamado ‘Guia Sobre o Uso de Recomendações e Testemunhos em Propaganda’. Ele foi alterado pela última vez em 1980. As discussões para a revisão começaram em 2006.’


 


 


Tuíte pago tem menção explícita


‘Alguns serviços para ganhar dinheiro com tuítes também estão ao alcance de tuiteiros brasileiros, que discutem sobre como informar o público quando um post é patrocinado.


Um dos mais recentes serviços desse gênero é o TwittePaga (twittepaga.com), que está no ar desde janeiro. Ele funciona assim: anúncios de produtos e serviços em forma de tuitada ficam à disposição do tuiteiro, que decide quais e com que frequência postar. O valor por tuíte varia de acordo com o orçamento do anunciante e o ranqueamento do tuiteiro no serviço.


Para a Folha, Ricardo Delcastanher, fundador do site, disse que o serviço está trabalhando na política de informar o público sobre posts pagos, mas acredita que o encurtador próprio do site para os links das campanhas seja algo suficiente.


Tuiteiros que já cobravam por tuíte mostram ter uma política de transparência. Iberê Rodrigues cobra R$ 3 por tuíte, que leva o aviso ‘Tweet Pago’. ‘Fingir que não se trata de propaganda é insultar a inteligência dos seus seguidores’, diz ele.’


 


 


Nos EUA, acusações de jabá envolvem blogueiros famosos


‘Nos EUA, as acusações de jabá envolvem nomes e blogs conhecidos do mundo da tecnologia. Em 2006, David Pogue, jornalista e blogueiro do ‘New York Times’, foi acusado pelo jornalista Matt Smith, do ‘SF Weekly’, de receber serviços grátis de uma empresa sobre a qual tinha escrito.


A DriveSavers, uma empresa que recupera dados em discos rígidos com problemas, teria oferecido a Pogue serviços no valor de US$ 2 mil. Pogue teria revelado isso aos seus leitores do jornal, mas omitido quando falou sobre a mesma empresa na rádio NPR e no canal de TV CBS -que pediu desculpas públicas aos telespectadores. O ‘New York Times’ disse ter reembolsado a empresa.


No começo de fevereiro, um colaborador do blog TechCrunch foi acusado pelo seu fundador, Michael Arrington, de pedir um MacBook Air para escrever sobre uma empresa emergente.


Mas, como já mostrou uma reportagem do ‘New York Times’, os personagens mais comuns em casos de jabá são chamadas de ‘mommy bloggers’, as mães blogueiras que recebem para falar de produtos para crianças e para o lar.’


 


 


 


************


O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 10 de março de 2010


 


MÍDIA E POLÍTICA


PT diz que vai processar ‘Estado’, ‘Veja’ e Blat


‘O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, emitiu nota ontem para protestar contra o que classificou de ‘escalada de ataques mentirosos’ da imprensa por conta das revelações do caso Bancoop e anunciar que acionará judicialmente o Estado em virtude do editorial publicado na edição de ontem. Dutra informa que igualmente processará a revista Veja, por reportagem sobre o escândalo que circulou na edição desta semana.


‘Também representaremos no Conselho Nacional do Ministério Público contra o promotor José Carlos Blat, fonte primária de onde brotam as mentiras, as ilações, as acusações sem prova e o evidente interesse em usar a imprensa para se promover às custas de acusações desprovidas de qualquer base jurídica ou factual’, afirma o presidente petista em sua nota.


Dutra diz que ‘é com perplexidade e absoluta indignação que o Partido dos Trabalhadores vem acompanhando a escalada de ataques mentirosos por parte de órgãos da imprensa a partir de matéria sensacionalista publicada na última edição da revista Veja’.


Segundo ele, ‘o mais absurdo desses ataques’ se deu na terça-feira, quando o Estado publicou o editorial intitulado O partido da bandidagem: ‘Extrapolando todos os limites da luta política e da civilidade sem qualquer elemento que sustente sua tese.’ Dutra conclui, dizendo que o PT ‘buscará, pelas vias institucionais, a devida reparação judicial’.’


 


 


INTERNET


Gerusa Marques


Plano de banda larga só em 2011, admite governo


‘Apesar de ter virado uma promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma bandeira eleitoral assumida pela candidata do PT à sucessão no Planalto, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o governo admitiu ontem que o Plano Nacional de Banda Larga não sai do papel neste ano – quando muito, serão feitos testes com um projeto-piloto. Ao longo de 2010, admitiu o ministro Franklin Martins (Comunicação da Presidência) em audiência pública no Senado, serão definidas as ‘diretrizes’ do plano.


O anúncio solene das intenções do governo – o que é chamado de plano da banda larga – foi confirmado para a primeira quinzena de abril, quando serão lançadas as ‘diretrizes para a massificação da internet rápida no Brasil’. Os critérios de implantação do programa, porém, só serão definidos depois, por um fórum de discussão que será formado por representantes do governo, da iniciativa privada e da sociedade civil.


Antes de expandir a banda larga para todo o País, o governo fará uma espécie de projeto-piloto para testar o plano em cerca de 300 cidades.


‘É evidente que o Plano Nacional de Banda Larga não será realizado neste ano. Só um louco acharia que, até o fim do ano, nós teremos banda larga em todo o País. Você vai é discutir um plano que permita avançar neste ano e nos próximos anos’, disse Martins. Especialistas ouvidos pela Agência Estado já consideravam as dificuldades que o governo enfrentará para colocar em prática o programa, que depende da solução de questões jurídicas, técnicas e financeiras.


CINCO ANOS


O assessor especial da Presidência da República, Cezar Alvarez, que coordena o grupo de estudos sobre o plano, explicou que os municípios que farão parte do projeto-piloto deverão refletir as diversas realidades do Brasil. As cidades, segundo ele, ainda não foram escolhidas, mas vão desde pequenos municípios a grandes centros urbanos, de lugares ainda não atendidos pela internet rápida a locais onde os serviços já são prestados, mas têm uma população carente que não pode contratá-los.


Nesta fase de testes, serão atendidos municípios por onde já passam as redes de fibras ópticas das estatais, nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A escolha das cidades será feita pelo fórum de discussão, que vem sendo chamado Mesa Brasil Digital. O fórum também definirá quem participará do programa, os planos de ações, os instrumentos de acompanhamento, os investimentos e as parcerias. ‘O que vai chegar, como chegar e com quem chegar, a mesa dirá’, afirmou Alvarez.


No anúncio do plano, segundo ele, estarão definidas as diretrizes do programa e as políticas públicas nas áreas tributária, financeira, industrial e tecnológica. ‘Os objetivos para 2010 são de criar um ambiente para ver como funcionam as parcerias’, afirmou Alvarez, ressaltando que o programa como um todo pode levar até cinco anos para ser implantado.


O secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, um dos idealizadores do programa, disse que as estimativas iniciais apontam custos de R$ 1 bilhão para o projeto-piloto.


As diretrizes do plano de banda larga deverão ser fechadas em reunião, no início de abril, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vários ministros envolvidos na discussão. A expectativa é de que também nesta reunião seja batido o martelo sobre a reativação da Telebrás, para administrar as redes de fibras ópticas das estatais.’


 


 


 


************