Monday, 06 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

Internet modifica os
paradigmas da publicidade


Leia abaixo os textos de segunda-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Segunda-feira, 4 de setembro de 2006


INTERNET
Marili Ribeiro e Renato Cruz


Na internet, o público é quem faz o anúncio


‘Interatividade é a palavra de ordem na publicidade da internet. As agências mapeiam tendências em comunidades virtuais, como o Orkut, e criam blogs para verificar o que quer a audiência. Criam sites de produtos em que os internautas podem intervir no conteúdo. Divulgam filmes por correio eletrônico, que acabam atraindo audiência no site de vídeos YouTube. Anunciantes marcam presença no MSN Messenger, serviço de mensagens instantâneas. E não é só isso. Em breve, toda essa experiência será transposta para a TV digital, interativa, com imagem de qualidade.


‘Há uma revolução de comportamento em curso, em que a interatividade dá o tom. E não é só na publicidade’, prevê Eduardo Fischer, presidente da Fischer América, do Grupo Total. ‘O consumidor deixou de ser passivo e está assumindo o papel de produtor de conteúdo, sendo até mesmo convidado, através da internet, a sugerir finais para campanhas publicitárias’, completa ele.


GAMES


Buscar ferramentas que facilitem a interação com o público está virando condição necessária para o negócio da comunicação. Foi por isso, segundo Fischer, que o Grupo Total acaba de comprar a BG Interativa, uma empresa especializada em projetos de interatividade.


‘A BG, por exemplo, desenvolveu para uma companhia automobilística a possibilidade de o consumidor fazer um test-drive online. Tudo a partir dos princípios dos games’, conta Fischer. O site, feito para o lançamento do novo Honda Civic, recebeu 200 mil visitantes únicos no primeiro mês. ‘O tempo de permanência, num site interativo, é de 10 a 15 vezes maior’, diz Araken Leão, diretor da BG.


Em janeiro deste ano, a BG criou um vídeo com um personagem dos comerciais da Caixa Econômica Federal – Monstro, um boneco de pêlos roxos e dois metros de altura – imitando jogadas do Ronaldinho, mas com um assistente vestido de azul que controlava a bola, para ser apagado depois com efeito de chroma-key. O vídeo foi distribuído por e-mail para cerca de 30 mil pessoas. Quatro ou cinco dias depois, estava no YouTube, sem intervenção da agência, e chegou a ser assistido por 3 milhões de pessoas.


Fenômeno mundial, o YouTube, site em que o internauta pode colocar seus vídeos, tem um crescimento surpreendente no Brasil. A audiência residencial subiu de 57 mil em dezembro de 2005 para 2,654 milhões em julho.


‘Toda essa experiência será aproveitada na TV interativa’, afirma Araken. O governo promete que a televisão aberta digital, com interatividade, chegará a São Paulo em meados do ano que vem. A empresa tem oito pessoas em seu departamento de pesquisas em novas tecnologias, cujo foco principal é a TV interativa. ‘Ela virá em três etapas. Primeiro, o espectador poderá comprar pela televisão. Depois, poderá interagir com os programas. E, em terceiro, poderá participar da edição do programas.’


ANIMAÇÕES


O Brasil tem experiências pioneiras em publicidade interativa. No ano passado, a AgênciaClick criou para a Coca-Cola um theme-pack, pacote de itens personalizáveis, para o MSN Messenger, da Microsoft, para ser baixado pela internet. O pacote incluía recursos como fundos de tela, animações e emoticons (‘carinhas’ usadas no sistema de comunicação).


Um exemplo prático ainda dos primórdios dessa realidade, que agora começa a ganhar musculatura com o avanço da tecnologia, foi desenvolvido pela F/Nazca Saatchi & Saatchi para a marca de cerveja Skol há cinco anos. A agência queria incorporar ao seu dia-a-dia uma turma jovem ligada na linguagem da web . E foi dessa turma que partiu a proposta de colocar no ar uma propaganda em capítulos, em que o final seria decidido pelos telespectadores.


Foram inventadas cinco alternativas que, no total da votação feita no site da empresa, receberam 300 mil votos. Chamado Paquera, o anúncio exibia uma moça na praia que convidava, através de mímica, um rapaz numa ilha próxima para beber com ela. A maioria decidiu colocar no ar a situação de indecisão do rapaz, que não conseguia entender o convite da moça.


Se há alguns anos propostas como a da F/Nazca eram casos isolados, agora devem se tornar corriqueiras e cada vez mais incorporar recursos técnicos e participação do público externa. ‘Direito autoral e ficha técnica de filme publicitário, tão reverenciadas no meio publicitário, vão cair em desuso’, brinca Fábio Fernandes, presidente e diretor de criação da agência.


CAMPANHA


O reconhecimento de que esse caminho é uma tendência que se confirmou com a premiação da campanha do carro inglês Mini Cooper no Festival Internacional de Cannes. Em 2005, a agência Crispin Porter + Bogusky criou uma campanha que acabou vitoriosa na categoria Titanium Lions. A campanha se baseou na participação dos consumidores apaixonados pelo veículo. Esses fãs foram chamados a integrar uma comunidade na internet que defendia o Mini de possíveis falsificações. Tudo inventado com uma boa dose de humor. A campanha foi sucesso de público. Várias situações engraçadas surgiram em que, pelas leitura dos fãs, outros carros tentavam se transfigurar em Mini.’


Stuart Elliot


Anunciantes ajudam a criar roteiros de TV


‘Existem filmes curtos e existem também filmes muito curtos. E qual a sua duração? Seis filmes de um website lançado na semana passada duram entre 60 a 90 segundos – tempo de fazer uma xícara de café expresso da máquina.


E não é coincidência. O website (espressoshorts.com) é patrocinado pela fabricante de aparelhos elétricos Krups, para promover uma linha de máquinas para fazer café que está sendo lançada nos Estados Unidos. A Krups pretende também divulgar os ‘Espresso Shorts’ criados por estudantes de cinema da Universidade de Nova York em websites como o video.google.com e o youtube.com, e patrocinar uma série de eventos relacionados a cinema, entre eles o Festival de Cinema de Sundance de 2007.


Os filmes de curta duração são mais um exemplo de uma tendência que está mudando o panorama do marketing , conhecida como ‘branded entertainment’ – entretenimento de marcas – onde as empresas vinculam cada vez mais suas marcas a entretenimento. Ao invés de comprar simplesmente o tempo de um anúncio durante os programas de televisão, os anunciantes estão pagando para seus produtos serem incorporados na própria trama dos programas.


Esse tipo de patrocínio de programas também dá aos anunciantes um controle maior sobre os ambientes em que seus produtos aparecem. Basta ver o problema enfrentado pelos profissionais de marketing que planejavam adquirir espaço para anúncios durante a temporada da série ‘Survivor’, e souberam que o produtor, Mark Burnett, dividiria as equipes em linhas étnicas e raciais.


‘Precisamos encontrar outras formas interessantes para nos comunicar com os consumidores’, disse Steve Jones, diretor de marketing da unidade americana da Krups, em Medford, Massachusetts, que é parte do Groupe SEB, empresa francesa.


Alguns marqueteiros envolvidos com o entretenimento de marcas dizem ter descoberto a importância de uma estratégia equilibrada. ‘Nosso objetivo é fazer com que esses investimentos não pareçam propaganda’, disse Russel Weiner, vice-presidente de marketing da Pepsi-Cola North America.


Desde julho, a Pepsi vem apresentando a usuários de computador o programa ‘The 9’, produzido pelo Yahoo, e que pode ser visto na seção de entretenimento do site yahoo.com.


O programa, que dura cerca de cinco a seis minutos, oferece aos visitantes uma seleção de videoclipes de artistas como Britney Spears, Destiny’s Child ou Eminem, e os convida a votar nos seus favoritos. ‘Nós temos o controle criativo, mas a Pepsi é nossa parceira’, diz David Katz, principal executivo do Yahoo Studios.


Um outro exemplo de empresa aderindo ao entretenimento de marcas é a Honda, que acaba de lançar uma campanha do novo modelo Acura RDX 2007, na rede de televisão a cabo IFC, da Rainbow Media Holdings, unidade da Cablevision Systems. A campanha ficou a cargo da agencia RPA, com sede em Santa Monica, Califórnia.


Para a campanha, o canal IFC criou um programa centralizado no RDX, que aparecerá no próprio canal, no seu website (ifc.com), no cinema Center da IFC, em Greenwich Village, e na rede de vídeo por encomenda Mag Rack, que é operada pela Rainbow Media.


A peça central da campanha é uma série de filmes curtos que levam o título ‘The Projectionists’ e apresentam as aventuras de quatro rapazes, na faixa dos trinta anos – como o público alvo ao qual se dirige o modelo Acura RDX – e fãs de cinema.


‘Para muitos consumidores, especialmente os jovens ligados em tecnologia, o botão ‘fast-forward’ tornou-se uma parte importante da experiência televisiva’, disse Evan Shapiro, vice-presidente executivo e diretor geral da IFC. Como resultado, os anunciantes precisam patrocinar o que Shapiro qualifica de ‘mensagem contextual’, que garante que os clientes potenciais estão expostos aos seus produtos.’


Ricardo Anderáos


Sandrinha e Zezinho


‘Zezinho tem sete anos de idade e está cursando o primeiro ano do ensino fundamental em uma escola particular paulista. É um menino esperto e hiperativo, como muitos garotos dessa idade. Seu nome é fictício porque a história que vou contar aqui é absolutamente verdadeira.


Zezinho tem um amigo com 12 anos de idade chamado Huguinho. Os dois cresceram praticamente juntos, mas agora moram afastados. De vez em quando as famílias se encontram e eles podem brincar juntos novamente.


Só que, como muitos pré-adolescentes, Huguinho começou a ficar particularmente sensível a tudo que se relaciona a sexo. Por conta disso, na última vez em que os dois meninos se encontraram, ele resolveu mostrar para o amiguinho menor uma de suas últimas descobertas: as imagens de sexo explícito que descobriu no site www.sandrinha.com.br.


Huguinho tem na sala de sua casa um computador que não possui nenhum tipo de filtro ou programa para barrar sites impróprios. Assim ele conseguiu não apenas descobrir essa página, como também mostrá-la para o amiguinho de oito anos de idade.


O site é recheado de fotos para lá de explícitas. Quem clica no link ‘entrar’ de sua home page acessa uma tela com o seguinte aviso: ‘Não nos responsabilizamos pelas fotos extraídas da internet e enviadas pelos usuários do site. Caso exista alguma foto sua publicada contra a sua vontade basta entrar em contato que retiramos imediatamente do site.’


Só que não há nenhum endereço para os incomodados entrarem em contato. E nem para os mais safadinhos enviarem as suas próprias fotos. Mas os meninos ficaram acreditando que era possível enviar imagens de mulheres nuas para lá.


O mais irônico é que a mãe do pequeno Zezinho é tão preocupada com os absurdos que existem na internet que nunca deixou o menino usar o computador livremente em sua casa. Ele freqüenta uma lan house na vizinhança para brincar com seus games preferidos e está prestes a ganhar seu próprio computador. Ou melhor, estava.


O endereço do site é tão simples de ser memorizado, mesmo por uma criança que acabou de se alfabetizar, que, quando Zezinho voltou para a escola, resolveu dividir a descoberta com seu colega de classe Luizinho. Não sei onde os dois viram o site da Sandrinha. O fato é que, depois de entrar na página, eles não conseguiam falar de outra coisa. Também, pudera.


Aí eles tiveram uma idéia brilhante. Resolveram procurar três coleguinhas de classe, Lalá, Lelé e Lili, também com sete anos de idade, para convencê-las a posar para algumas fotos que eles queriam colocar em uma página na internet. As meninas anotaram o endereço do site em suas agendas escolares e ficaram de olhar depois para ver do que se tratava.


Mas quando Zezinho e Luizinho contaram que planejavam fotografá-las no banheiro fazendo xixi e mostrando as bundinhas, elas ficaram completamente indignadas. ‘Ah é? Nós é que vamos tirar fotos de vocês pelados e mandar para lá’, explodiu uma delas. Ato contínuo, Lalá, Lelé e Lili foram para a diretoria reclamar da ousadia dos coleguinhas.


Não é difícil imaginar o rebuliço que tomou conta da escola. Todos os pais dessa turma foram informados do acontecido. A indignação foi geral. O pai de Zezinho era o mais revoltado. Depois de apertar o filho, descobriu os detalhes da história. Desnecessário dizer que o computador, ansiosamente aguardado pelo menino, agora deve demorar bastante a chegar.


Colocar um computador sem nenhum tipo de software que filtre conteúdos pornográficos ou controle o tempo de navegação nas mãos de uma criança é uma tremenda irresponsabilidade. O diabo é que pouca gente se dá conta disso para valer.


Os pais dessas crianças têm mais de 30 anos de idade. Gente que saiu da adolescência antes de o acesso à internet comercial começar no País. Muitos ainda dizem que não gostam ou não entendem de computadores. Mas, a partir do momento em que colocam essas máquinas em casa, para seus filhos utilizarem, passam a ter a obrigação de controlá-las melhor do que as crianças.


E não estou falando apenas dos pequenos, com menos de dez anos de idade. O catálogo de horrores e obscenidades a um clique do mouse é tão bizarro que mesmo os adolescentes devem ser preservados. Não se trata de censura: trata-se de exercer a paternidade de forma responsável e consistente.


Já publicamos vários artigos sobre esse tema aqui no Link. Alguns psicólogos defendem a idéia de que filtrar os conteúdos é uma violência, que o diálogo é a única coisa que podemos fazer. Eu não concordo. Claro que o diálogo é importante. Mas me sinto na obrigação de escolher o que meus filhos vêem. Aos poucos, à medida que se desenvolverem, vou baixando a guarda.


Você daria a chave de um carro para uma criança pequena? Com os computadores, vale o mesmo raciocínio. É claro que a criança não pode se matar com o computador ali na esquina. Mas pode sim sofrer danos irreparáveis.’


Pedro Dória


O Corcunda de Notre Dame


‘Que na briga pelo domínio tecnológico a Microsoft venceu a Apple, não há dúvidas. O motivo é esperteza estratégica que vem dos anos 80 – e não poderia ser diferente. A empresa de Bill Gates partiu para dominar a tela de todos os computadores; a de Jobs tentou bancar o padrão vendendo (caro) tudo, da máquina ao software. Venceu o esperto, não o melhor.


Estou há três semanas na Europa, atravessando a Espanha a pé com um PowerBook Macintosh na mochila. Ele roda o último sistema operacional e tem instalados os programas que acompanham o pacote básico da Apple. No Brasil está Laura, minha filha de 4 anos – e ela faz uma falta desgraçada. É muito jovem para ler cartas e as conversas ao telefone, necessariamente curtas, têm um quê de frias.


Dentre os programas da Apple, o iTunes, que gerencia músicas e iPods, é popular também entre usuários de PC. Esta semanas, comecei a usar outro para o qual nunca achei que encontraria utilidade: o iMovie. Ele edita filmes. Não é profissional, mas aprende-se a usá-lo como se aprende a usar coisas que a Apple faz. Em dois ou três segundos. A câmera fotográfica faz filmes.


O estalo veio em Paris, onde uma escala me permitiu passar um dia. Dentre os desenhos favoritos de Laura está o Corcunda de Notre Dame. Passou-me pela cabeça tirar uma foto ao lado da catedral – mas não creio que ela acharia tanta graça assim. Então me filmei apresentando a ela o prédio. À noite, no hotel, editei o filmezinho usando ao fundo a música tocada por um violoncelista que estava no pátio interno do Louvre em busca de alguns euros.


Coisa boba, o filme: três minutos e pouco. Mas tem corcundas, cenário de desenho, pirâmide de vidro, roda-gigante e o pai contando histórias. Laura adorou, pediu à mãe para vê-lo de novo e de novo.


Neste momento em que escrevo a coluna, estou enviando por e-mail a quarta carta para Laura. Esta última vem de La Rioja, terra de um dos melhores vinhos do mundo, e acompanha de contrabando uma história de princesa e dragão tirada do folclore local.


Eram duas coisas para as quais, é sempre bom reiterar, jamais imaginei que teria uso: o modo de filmagem das câmeras fotográficas digitais e o simples software de edição de vídeo que acompanha todo Macintosh. E, no entanto, fazia todo o sentido. Não há maneira melhor para se comunicar com uma menina que, embora não escreva ou leia ainda, já é de todo alfabetizada na linguagem do vídeo. Todos em sua geração o são.


Tecnologia, principalmente tecnologia de comunicação, não é algo frio. Não deve ser – comunicação não é. Pode cair desapercebida no dia-a-dia, mas quando um oceano separa pai e filha, um novo uso, uma nova descoberta na máquina que já está em nossas mãos, traz sentido a tudo. Num Mac tem isso, esse pacote muito simples de programinhas que permitem tais descobertas. Jamais interferem no seu uso: você abre e, embora nunca o tenha visto, simplesmente começa a usar. E tudo funciona.


Quando percebi que estaria usando muito o iMovie durante a viagem, passei na primeira loja para comprar um mouse pequeno. É mais preciso do que o trackpad dos notebooks para editar filme. É da Microsoft. Instalei o programa que o gerencia e joguei fora o CD. Calculei que não seria difícil baixar da rede quando fosse necessário de novo e que seria um trambolho na mochila.


Para quê? Agora ele sempre altera minha configuração de monitor a não ser que o mouse esteja plugado. Dá um zoom na tela e tenho que encaixar o raio do negócio para voltar ao normal. Como não tive tempo ainda de investigar o site da Microsoft para descobrir como desinstalar o sistema, vou convivendo com o inconveniente. Coisas da Microsoft. Nunca funciona como se espera e tem sempre uma surpresa esperando o pobre do usuário.


À inteligência estratégica não corresponde uma equivalência de qualidade. O uso, com tecnologia, é tudo. É bom quando as coisas simplesmente funcionam – plug & play, diz um slogan antigo. Ligue e comece a usar. Plug & pray, ligue e reze, brincavam os críticos da Microsoft. As coisas decididamente não precisavam ser assim. Bastava um pouco mais de cuidado, de capricho.’


TELEVISÃO
Etienne Jacintho


Ratinho só em 2007


‘O SBT, depois de demitir toda a equipe do Programa do Ratinho, adiou a volta de Carlos Massa à emissora. Fora do ar há cerca de um mês, o apresentador está em Curitiba cuidando da campanha de seu filho, que é candidato a deputado federal. Segundo sua assessoria de imprensa, Ratinho está tranqüilo em relação ao seu futuro no SBT porque confia nas mudanças que Silvio Santos planeja para sua atração.


Nas reformulações que seu programa sofreu anteriormente, Ratinho teve participação ativa na produção. Desta vez, o apresentador está fora dos bastidores porque Silvio Santos está no comando. A Ratinho caberá animar a platéia do programa idealizado pelo patrão. E isso, segundo a assessoria de Ratinho, lhe dá segurança de que seu programa está em boas mãos.


Cortesias à parte, outro fator que deixa Ratinho confortável está sacramentado no contrato mantido com o SBT e que vence em 2008: uma cláusula prevê multa robusta em caso de geladeira, ou seja, de ficar fora do ar.


Segundo comunicado do SBT, o novo Programa do Ratinho, previsto primeiramente para estrear ainda este ano, irá ao ar só em 2007.’


Keila Jimenez


José Mayer defende seus mulherengos


‘Acusado de viver sempre o mesmo papel nas novelas de Manoel Carlos, o de mulherengo sedutor, José Mayer garante que apesar de seus personagens serem semelhantes nesse aspecto, são distintos na forma de ver as mulheres. ‘Um vaqueiro, um médico e um canalha têm formas diversificadas de entender as mulheres. O Maneco realmente gosta de mim, porque faz esse enorme favor de me permitir decifrar o grande mistério que são as mulheres. Esse é o grande objetivo da vida dos homens e a graça de nossas vidas’, filosofa o sedutor.


Baila, Gianne


Terminada a maratona do especial Xuxa 20 Anos – no ar dia 14 de outubro -, Xuxa recebeu Reynaldo Gianecchini para gravar um quadro do TV Xuxa. O ator revelou que, no passado, foi vencedor de concurso de lambada e aproveitou para dançar com Xuxa.


ENTRE-LINHAS


– A Globo abriu na surdina, na sexta-feira, as inscrições para o Big Brother Brasil 7.


– Depois de Rockstar Supernova, o reality do People+Arts que permite votação mundial via internet, o grupo Discovery disponibiliza no site do Home&Health (www.homeandhealthbrasil.com) um link para internautas fazerem perguntas destinadas ao programa Simplesmente Sexo.


– O canal Nickelodeon estréia hoje, às 20 horas, novos episódios de Bob Esponja.


– O A&E estréia amanhã, às 21 horas, a série inglesa Hex.’


O Estado de S. Paulo


Uma viagem que completa 4 décadas


‘No dia 8 de setembro de 1966 a rede norte-americana de televisão NBC exibiu o primeiro episódio do seriado que se transformaria no mais influente programa de TV de todos os tempos. Mas, para seus fãs, Jornada nas Estrelas é mais do que isso. É ‘um modo de vida, uma filosofia, uma obsessão’, como definiu um artigo da revista Forbes.


Em seus 40 anos de história, a saga original do capitão James T. Kirk, de seu oficial de ciências Spock e da nave Enterprise gerou mais 4 séries de TV e 11 longas-metragens no cinema, contando com o que está atualmente em produção. Isso sem falar em 46 videogames, 7 role playing games, 3 máquinas de fliperama, 10 jogos de tabuleiro e 1 jogo de cartas.


Não é exagero dizer que maioria dos apaixonados por computadores e alta tecnologia pode ser classificada como trekkies – ou fãs de carteirinha da série. Com Jornada nas Estrelas, a cultura pop vê surgir o fenômeno dos universos expandidos, no qual uma obra serve de base para outras, criadas por seus fãs, que preenchem os vazios deixados em aberto pela trama original.


A série clássica, criada por Gene Roddenberry, usava a viagem espacial como pretexto para discutir problemas bem terrenos, como racismo, guerra e desigualdade social. ‘A maior característica dos fãs de Jornada nas Estrelas é acreditar no lado positivo do homem’, afirma Wilton Ferreira Jr., fundador da Frota Estelar do Estado de São Paulo.


Além das fronteiras da ficção científica, Jornada nas Estrelas inspirou criações que estão transformando a face do presente, como o telefone celular e o computador de mão. Na semana em que a veiculação de seu primeiro episódio, intitulado O Sal da Terra, completa 40 anos, revisitamos as diversas facetas de um ícone da ficção científica só rivalizado pela saga Star Wars, de George Lucas.’


Guilherme Werneck


De série rejeitada a potência ‘sci-fi’


‘Mais do que ir aonde nenhum homem jamais esteve, a tripulação da Enterprise desbravou territórios que nenhum seriado de televisão de ficção científica dos anos 60 havia explorado até então. E pagou caro por isso.


A série criada por Gene Roddenberry estreou em 8 de setembro de 1966 e durou apenas três temporadas nos Estados Unidos. Foi tirada do ar em razão de sua baixa audiência. Os executivos de TV preferiram apostar em Perdidos no Espaço.


Considerando o quanto as duas séries renderam nesses 40 anos, tanto em licenciamento de produtos quanto com desdobramentos no cinema e na TV, a decisão de tirá-la do ar parece disparatada hoje.


Enquanto Jornada nas Estrelas deu origem a mais 4 séries de TV e 10 longas-metragens no cinema (com mais um em produção no momento), Perdidos no Espaço rendeu apenas um filme, bastante fraco, em 1998.


O motivo pelo qual a série original sofreu com a falta de expectadores é simples. Ela estava à frente do seu tempo. Ou melhor: seu posicionamento político estava à frente do seu tempo porque a série tomava posições sobre questões que estavam longe de ser resolvidas na época.


A Enterprise era multicultural e seus objetivos, humanistas. Em sua tripulação estavam a tenente Uhura, mulher e negra, o senhor Sulu, oriental, e Chekov, russo, por exemplo. Isso quando os Estados Unidos estavam no meio da Guerra Fria e os negros, numa guerra interna para conquistar seus direitos.


Mesmo assim, Jornada nas Estrelas conseguia ser politicamente humanista sem deixar de lado as fraquezas humanas. E o dr. Spock, com sua lógica, fazia o contraponto às decisões quase sempre influenciadas pela emoção do capitão Kirk e do dr. McCoy.


Esses elementos foram fundamentais para que, mesmo sem novos episódios produzidos, Jornada nas Estrelas fosse ganhando uma aura cult ainda nos anos 70.


Mas nada foi mais importante para que o universo de Jornada nas Estrelas se expandisse do que outro filme com estrelas no título. Foi o sucesso comercial da aposta de George Lucas em Guerra nas Estrelas que abriu as portas para que o primeiro longa-metragem inspirado em Jornada nas Estrelas chegasse aos cinemas em 1979, dois anos depois do filme de Lucas, com os atores da série original nos papéis principais.


Depois de 4 longas lançados no cinema, Jornada nas Estrelas (78), A Ira de Khan (82), À Procura de Spock (84) e A Volta para Casa (86), a série volta à televisão, desta vez como a Nova Geração, com uma tripulação totalmente diferente.


A Enterprise agora está sob o comando do capitão Picard e retoma conflitos semelhantes aos da série original. Mas, até por ter durado 7 temporadas, conseguiu expandir esses conflitos.


Embora tenha sofrido para conquistar espectadores nas três primeiras temporadas, a Nova Geração foi a série mais assistida e a única a ganhar um Prêmio Emmy.


Em 1993, foi criada a Deep Space 9. Mesmo tendo ficado no ar por 7 anos, essa talvez é a mais fraca de todas as Jornadas nas Estrelas, porque trocou a exploração do universo pelo confinamento em uma estação espacial.


Os fãs da Enterprise voltaram a viajar pelo espaço com a série Voyager, em 1995. E, em 2001, ganharam uma volta ao passado com Enterprise, série que mostra o primeiro contato com os vulcanos, antes da série original.’


Ricardo Anderáos


No primeiro episódio, a lascívia impera


‘‘Diário de bordo, data estelar 1513.1. Nossa posição, órbita do planeta M-113. A bordo da Enterprise, sr. Spock, temporariamente no comando. No planeta, ruínas de uma civilização antiga e desaparecida há muito tempo. O médico da nave, McCoy, e eu somos teletransportados à superfície do planeta.’


Assim começa O Sal da Terra, primeiro episódio exibido pela TV dos EUA, há 40 anos. A mistura de passado e futuro, tecnologia e antigas civilizações era uma tônica da série.


Outro ingrediente indispensável era a sensualidade. Nesse episódio um alienígena, o último de sua espécie, consegue tomar a forma humana que quiser. Sua estratégia de sobrevivência é sempre a mesma: apelar para os desejos sensuais dos tripulantes, transfigurando-se no parceiro sexual mais desejado por cada um deles.


Uhura, aliás, estava tão assanhadinha nesse episódio que jogou charme até em cima do oficial de ciências Spock. Claro que de nada adiantou.


Já o capitão Kirk, que ao longo da série clássica provou ser o maior galinha da galáxia, até que estava calmo e recatado.


Primeiro episódio exibido, O Sal da Terra foi o sexto a ser gravado. O piloto da série, inclusive, nunca foi ao ar. Provavelmente porque, nele, o capitão da Enterprise não era James T. Kirk.’


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Folha de S. Paulo


Segunda-feira, 4 de setembro de 2006


ELEIÇÕES 2006
Fernando Rodrigues


Horário eleitoral falido


‘O horário eleitoral em rádio e em TV é possivelmente uma das formas de financiamento público mais democráticas no mundo ocidental. A sociedade paga para que os políticos tenham espaço na mídia eletrônica. A idéia é que exponham suas idéias. Na prática, como se sabe. Dá tudo errado.


Nas disputas pelos 27 governos locais e na eleição presidencial foram quase nulas as mudanças do humor do eleitorado depois da propaganda eletrônica. A exceção mais visível foi o Ceará, com um novo favorito na disputa local. Muito diferente do que se imagina, o horário eleitoral não é gratuito. As emissoras abatem grande parte de suas perdas na hora de pagar imposto. Não há valor oficial, mas a estimativa modesta é de R$ 500 milhões de renúncia fiscal apenas em anos eleitorais.


No atual modelo, é dinheiro jogado pela janela. Não há como um candidato a deputado expor suas idéias em apenas cinco segundos. Só em São Paulo, 2.877 políticos registraram suas candidaturas para deputado federal e estadual. Será impossível conhecer a feição facial de todos eles durante os 45 dias de propaganda na TV.


O financiamento público desse tipo de propaganda não está errado na essência. Nos Estados Unidos, a maior democracia já consolidada no planeta, cerca de 50% de todo o gasto de campanha são para pagar o tempo usado pelos candidatos no rádio e na TV -com dinheiro privado. Não é ruim que a sociedade brasileira pague do seu bolso para evitar a abertura de um novo flanco de lobby sobre os políticos.


Mas há um esgotamento no modelo. Pior. Não existem propostas para valer de alguma alteração que permita, pelo menos, que o dinheiro público seja bem gasto. Em quatro anos estaremos todos falando novamente do mesmo assunto.’


Mauro Paulino


Déjà vu


‘‘EU NÃO sou igual a ele’ bradou Fernando Henrique na semana passada. Para quem acompanha as eleições da janela de um instituto de pesquisas e compara as campanhas pela reeleição de Lula e Fernando Henrique, há mais coincidências do que diferenças em suas trajetórias. A disputa deste ano dá uma sensação de filme já visto.


Em 1998, Fernando Henrique iniciou o mês de setembro, pelo Datafolha, com 48% das intenções de voto, Lula obteve 26% enquanto Ciro Gomes e Enéas somavam 11%. Esses números não são diferentes, segundo a estatística, dos atuais 50% de Lula, 27% de Alckmin e 10% de Heloísa Helena.


A curva de intenção de voto também é semelhante. Fernando Henrique sofreu um revés em maio de 98, após a repercussão de uma declaração infeliz sobre os aposentados, recuperou-se a partir de julho e chegou ao dobro de seu adversário com duas semanas de horário eleitoral.


Lula iniciou 2006 com apenas 30%, seu menor percentual nessa disputa, reflexo das denúncias de corrupção em seu governo, reagiu e atinge agora também o dobro das menções obtidas por Alckmin.


Fernando Henrique baseou sua campanha na exposição de feitos de sua primeira gestão, enfatizando a política de estabilidade e prometendo continuar o Plano Real. Com a exposição na TV, alavancou a aprovação a seu governo para 43%. Lula adota a mesma fórmula, garantindo que manterá a economia estável e ampliará os benefícios sociais. O impulso da TV também elevou sua aprovação a 48%.


Mas aqui começam as poucas, porém importantes diferenças. Enquanto as principais motivações para reeleger Fernando Henrique apontavam para a área econômica, como conter a inflação e aumentar o poder de compra, Lula é valorizado pelas realizações na área social, principalmente pela criação do Bolsa-Família.


É esse aspecto que diferencia a atual eleição e gera contrastes nas avaliações por nível de renda. Em 98, o melhor desempenho de Fernando Henrique se dava entre os eleitores com renda familiar mais alta.


Sua vantagem em relação ao segundo colocado chegava a 26 pontos nesse estrato. Hoje, Lula amarga uma desvantagem de 13 pontos para Alckmin entre os que têm renda familiar acima de R$ 6.000. Mas esse segmento representa menos de 5% dos eleitores.


Entre os mais pobres Fernando Henrique superava seu principal oponente por 21 pontos. Hoje, Lula supera Alckmin por 35 pontos entre os que têm renda familiar até R$ 600. São os que decidem a eleição pois representam 51% do eleitorado.


O roteiro de 98, que a média da população vem seguindo até aqui, só mudará se parte desses eleitores de baixa renda desistir de votar em Lula. Após a mudança de tom das campanhas oposicionistas na TV, as pesquisas desta semana darão mais pistas sobre esse desfecho.


MAURO PAULINO é diretor-geral do instituto Datafolha’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Esses brasileiros


‘Começou antes, mas a expressão maior veio dias atrás, no horário eleitoral, com Jefferson Péres, eleito pelo PSDB, hoje no PDT, dizendo para a câmera que ‘falta vergonha na cara de muito eleitor que aí está’.


Ontem, jogo da seleção, Galvão Bueno saiu a dizer:


– O torcedor invade, o inglês não está acostumado com isso… [Sai um gol.] Fora a vergonha que alguns brasileiros estão fazendo de invadir, está tudo bonito. Esses brasileiros não sabem, né, Uchôa, que a pena é dois anos sem ir a estádio, se apresentar à delegacia…


Entra o correspondente Marcos Uchôa, sem graça:


– É, o rigor tem mais a ver com a violência que com a invasão, talvez não possa ir ao estádio, não sei… Um dos garotos aqui estava com a camisa do Brasil. Tem muito inglês aqui com a camisa, não sei se eram…


‘Esses brasileiros’, que não têm ‘vergonha na cara’.


OS PRISIONEIROS


Alan Marques – 3.set.2005/Folha Imagem


‘CONDIÇÕES DEGRADANTES’ O site Repórter Brasil se dedica sem parar ao combate à escravidão, como ao noticiar, dias atrás, o flagrante de milhares, em três fazendas de Goiás; o site sugere uma ‘carta-compromisso’ a eventuais candidatos, para priorizar a questão -e por enquanto só Cristóvam Buarque assinou


Sob o título ‘Prisioneiros da floresta tropical’, a revista do ‘Sunday Times’ retratou ontem como ‘fazendeiros na Amazônia estão não apenas destruindo’ mas explorando ‘brasileiros destituídos’, mantidos em ‘cativeiro’. Com depoimentos de frei Xavier Plassat, dominicano no Pará, e membros da Anti-Slavery International, de Londres, o texto é pouco otimista -em especial quanto aos libertos, que sem opção de sobrevivência retornam ao cativeiro.


PF


Foi manchete dois dias seguidos no ‘Jornal Nacional’, ‘Jornal da Band’ e outros:


– A Polícia Federal flagra bandidos… têm ligações com os atentados em SP… A PF desmantelou quadrilhas do PCC em dez Estados… A PF investiga… A PF prende…


‘FÁCIL’


No ‘Perfil’, diário dominical argentino, o mais crítico numa imprensa pouco crítica, duas páginas de eleição no Brasil -com perfil do publicitário João Santana, da ‘campanha de Duhalde’, entrevistas com Paulo Skaf, da Fiesp, e o diretor do Sensus. No título, ‘Lula vai ser reeleito fácil’.


DEPOIS


O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, hoje muito ouvido em publicações e até blogs de esquerda, virou manchete do site Carta Maior ao avaliar, sobre o PIB, que ‘com esse câmbio e esses juros não dá para crescer’. Mais à frente:


– Não é tão difícil mudar isso, mas este debate pode ser realizado de maneira mais racional fora da época eleitoral.


BLOQUEIO


Os sites de ‘Wall Street Journal’ e ‘Financial Times’ noticiam o agravamento do confronto comercial de Brasil e EUA, até com ‘bloqueio’ na OMC, por conta do algodão -e pós-colapso de Doha.


SOBERANIA


Reuters e outras agências despacham que o juiz federal José Lunardelli deu duas semanas para o Google ceder às exigências do Ministério Público, quanto aos criminosos do Orkut, e apontou ‘profundo desrespeito pela soberania nacional’ -com o repúdio da empresa às leis brasileiras. O tema não sai mais dos blogs americanos do setor, como Valleywag, e já atinge publicações como ‘BusinessWeek’.


Por aqui, o ‘Fantástico’ dedicou seus primeiros blocos a crimes de ódio e outros, como pedofilia, pela internet. Sem concentrar a reportagem no Orkut, o programa teve como principal entrevistado o procurador federal do caso.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Ruth & Raquel


‘Alessandra Negrini foi escolhida pela Globo para assumir os papéis que Cláudia Abreu não mais poderá fazer em ‘Paraíso Tropical’, próxima novela das oito da Globo, de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, com direção de Dennis Carvalho.


A decisão foi tomada no fim de semana, após uma reunião entre autores e todos os diretores e co-autores da novela. Antes de levar o nome de Alessandra a Mario Lucio Vaz, diretor artístico da Globo, a equipe ouviu a opinião de Fábio Assunção, que será o mocinho da trama e contracenará com ela. Fábio, é claro, a aprovou.


Alessandra, que saiu da casa de Gilberto Braga, no sábado, com uma cópia da sinopse de ‘Paraíso Tropical’, irá fazer duas gêmeas, uma boa e outra má. Claudia Abreu teve de abrir mão dos personagens porque está grávida.


Cai audiência do horário eleitoral da tarde


A audiência do horário eleitoral vespertino caiu 33% na Grande SP entre sua estréia, no dia 15, e a última quinta-feira, 31. Ou, seja, um terço dos telespectadores da propaganda política das 13h perdeu o interesse.


No dia 15, o horário eleitoral da tarde marcou 18 pontos na soma de todas as emissoras. No dia 31, essa audiência já era de apenas 12 pontos. A Globo, que tinha oito pontos no dia 15, caiu para quatro, audiência que ela só marca de madrugada.


O índice de televisores ligados também despencou. Eram 31% no dia 15, contra 23% na última quinta _índice normal para as 8h. Em outras palavras, o dia está recomeçando para as redes após o horário eleitoral vespertino, às 13h50.


A diferença entre o total de TVs ligadas e a audiência do horário eleitoral, 11 pontos na última quinta-feira, indica que milhares de telespectadores estão vendo DVD ou TV paga ou jogando videogame durante a propaganda política.


A audiência do horário eleitoral vespertino só não foi menor do que na estréia nos dias 19 e 29, datas frias e chuvosas. Cada ponto de audiência e cada um ponto percentual no total de televisores ligados correspondem a cerca de 55 mil domicílios na Grande São Paulo.


Já o horário eleitoral gratuito noturno não registrou queda relevante, por causa da espera pela novela das oito da Globo e da Record. Tem se mantido pouco acima de 40 pontos.


TELA QUADRADA 1A Globo faturou R$ 303 milhões com publicidade nos jogos da Copa do Mundo da Alemanha. Segundo relatório financeiro divulgado na última sexta, a promoção ‘Seleção do Faustão’ rendeu outros R$ 61,3 milhões à emissora.


TELA QUADRADA 2 A Folha apurou que a Globo teve prejuízo de quase R$ 20 milhões com o evento, pelo qual pagou US$ 84 milhões pelos direitos (fora os custos de produção e transmissão). Copa do Mundo dá dinheiro, mas custa muito caro (em 2002, o rombo foi de R$ 316 milhões).


TELA PLANADe acordo com o relatório da Globo, sua dívida total, que era de US$ 2,2 bilhões em 2004, cairá a US$ 632 milhões em 20 de outubro próximo.


XÔ, COLESTEROL 1A Band exibe no próximo dia 24 o documentário ‘Super Size Me – A Dieta do Palhaço’, inédito na TV aberta brasileira. No filme de 2004, o diretor Morgan Spurlock passou um mês se alimentando no McDonald’s. Engordou 11 quilos.


XÔ, COLESTEROL 2A exibição de ‘Super Size Me’ faz parte das ‘comemorações’ da Band pelo Dia Mundial do Coração (25 de setembro). Nessa semana, todos os programas da emissora falarão de saúde cardíaca.


ANOS DOURADOSA Globo fará uma festa temática dos anos 50 para lançar em São Paulo, dia 8 de outubro, a novela ‘O Profeta’, próximo título das 18h. O evento terá uma lanchonete de filme americano da década de 50 e hits da época.’


HQ
Pedro Cirne


Sai no Brasil HQ do criador de ‘Chihiro’


‘Há duas novidades para os fãs de mangás (quadrinhos japoneses): o lançamento de ‘Nausicaä do Vale do Vento’, de Hayao Miyazaki (diretor de ‘A Viagem de Chihiro’), e uma exposição que reúne, em São Paulo, no Istituto Europeo di Design, ilustrações da artista Junko Mizuno.


Miyazaki começou a publicar ‘Nausicaä do Vale do Vento’ em fevereiro de 1982. Artista de quadrinhos e desenhos animados de sucesso no Japão, Miyazaki ficou famoso no Ocidente pelos longas-metragens ‘A Viagem de Chihiro’ (Oscar de melhor animação em 2003) e ‘O Castelo Animado’ (indicado ao mesmo prêmio neste ano).


O que está sendo publicado no Brasil é o primeiro volume de ‘Nausicaä’ -são sete no total, sendo que o último foi lançado no Japão em 1994.


A personagem-título é uma princesa que vive em um futuro apocalíptico -quase todos os humanos morreram em uma guerra cuja maior vítima foi a Terra, transformada em um planeta praticamente estéril.


Em meio a misteriosos monstros gigantes e a uma floresta poluída, Nausicaä tem a tarefa de comandar seu pacífico povo em uma guerra contra um adversário mais numeroso e tentar preservar a natureza que ainda não foi devastada pela humanidade.


Exposição


Junko Mizuno é uma expoente do ‘kawaii noir’, o gênero de mangá que mistura a beleza ao grotesco. Por exemplo: em ‘Cinderalla’, livro seu recentemente lançado no Brasil, ela reconta a história de Cinderela em um universo de zumbis e onde o que a protagonista apaixonada deixa para trás, como pista para o príncipe amado, não é um pé de sapato, mas seu olho esquerdo.


As ilustrações selecionadas para a exposição contemplam os dois lados da arte de Mizuno: o fofinho e o grotesco, os traços simples e coloridos e a temática que beira as histórias de terror e o humor negro.


Enquanto o livro de Miyazaki traz batalhas aéreas, reflexões ecológicas e ilustrações criativas, mas mais sérias, a mostra expõe a arte colorida e ‘fofo-bizarra’ de Mizuno.


NAUSICAÄ DO VALE DO VENTO – VOLUME UM


Autor: Hayao Miyazaki


Editora: Conrad


Quanto: R$ 29,90, em média (136 págs.)


JUNKO MIZUNO – EXPOSIÇÃO


Onde: Istituto Europeo di Design (r. Maranhão, 617, tel. 0/xx/11/ 3660-8000)


Quando: de seg. a sex., das 9h às 18h; até 8/9


Quanto: entrada franca’


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