Tuesday, 30 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Juca Kfouri

‘Em respeito aos leitores do ‘Agora’ e do SI, corrijo aqui algumas das inúmeras, e graves, incorreções da coluna publicada por este jornal, na página B-1 do caderno ‘Vencer’, no último domingo, sem prejuízo de outras ações que o caso obrigue.

Em primeiro lugar, o ministro Agnelo Queiroz não ‘teria exagerado ao politizar’ minhas relações com Pelé. Ele me acusou claramente de ter recebido do governo FHC para elogiar Pelé como seu ministro. Uma leviandade, é óbvio.

Em segundo lugar, não chamei o ministro de ‘ordinário’, assim, pura e simplesmente, como está na coluna. Contrapus o ministro extraordinário do Esporte, Pelé, ao atual ministro, fazendo questão de frisar, entre parênteses, que usava o termo ordinário no sentido de reles. De insignificante.

Em terceiro lugar, a coluna em questão omite criminosamente o final do fax que mandei para Pelé, Celso Grellet e Hélio Viana, como pode ser constatado abaixo, e ainda adultera o documento, colando minha assinatura antes do término do texto original (como se pode constatar no sítio do colunista).

O trecho suprimido, não por acaso, diz, entre outras coisas: ‘Sou jornalista e vou morrer como tal. Tenho de cuidar de não me comprometer, coisa que não seria boa para mim e muito menos para o nosso ministro. Por outro lado, sou empregado, assalariado, sem a mesma liberdade de cada um de vocês para me locomover, pelo menos ‘em hora de expediente.’

‘Estou às ordens para dar palpite, sem querer virar um mero palpiteiro sem responsabilidade. Mas não posso tocar nada, até porque, se estivesse disponível para tanto, teria aceitado o cargo de secretário. Lembremo-nos de como toda essa história começou…’.

Era público e notório que eu havia sugerido o nome de Pelé a FHC ao ser convidado para assumir a Secretaria de Esporte, razão pela qual me sentia sim responsável pelos rumos de sua gestão.

Não custa lembrar, por sinal, que pouco tempo depois eu era nomeado para o Conselho Nacional de Esportes, com o pleno conhecimento do dono da Editora Abril, Roberto Civita, conforme documento que estou publicando em meu sítio na Internet.

Em julho do mesmo ano, no entanto, ao assumir uma coluna na ‘Folha de S.Paulo’, tornei público meu pedido de demissão na própria coluna, como também está documentado, por considerar que se já era difícil conciliar a função de diretor de Placar com a de conselheiro (muito embora a revista, mensal, pouco cobrisse a política ministerial), seria impossível fazê-lo como colunista quase diário do jornal. Colunista que apoiou, e muito, a Lei Pelé e que cobrou providências de Pelé quando sua empresa foi acusada de sonegação.

Finalmente, a coluna do ‘Agora’ remete ao sítio de seu autor na Internet.

Lá as mentiras se avolumam, como, por exemplo, a de mudar para 1995 um evento que foi no ano anterior, conforme comprovam uma foto e uma reportagem da ‘Folha de S. Paulo’.

MILTON NEVES

O comunicador Milton Neves produziu um bestialógico contra mim e tentou publicá-lo, em vão, em diversos veículos.

Frustrado, tratou de distribuí-lo pelo mundo afora. Seu ‘dossiê’, produzido a oito mãos, estava entre as ‘provas’ que Agnelo Queiroz apresentou à TV Record, em Brasília.

Mas, irritado com duas siglas que usei no ‘Lance!’, MN (para designar os mentirosos natos) e GGP (gang dos garotos propaganda), e por me atribuir um título, depois mudado, que não fiz, no sítio ‘Consultor Jurídico’ — ‘Do mesmo lado’ — na matéria sobre o testemunho de Ricardo Teixeira a seu favor em processo que move contra José Trajano, o descontrolado Neves deu um grave passo em falso: publicou no jornal ‘Agora’ e em seu sítio boa parte de suas sandices.

Neves quer convencer as pessoas de que recebi de Pelé para entrevistá-lo na revista ‘Playboy’, em 1993.

Só isso!

Neves imagina que, um dia, Pelé pagou para ser entrevistado. Repita-se: ele não escreveu que Pelé recebeu para ser entrevistado, mas insinua que pagou! E pagou por uma entrevista que redundou no afastamento dele do sorteio da Copa de 1994, pois o então presidente da Fifa, João Havelange, solidário com o então genro, Ricardo Teixeira, resolveu considerá-lo pessoa não grata.

É o mesmo Milton Neves, que calou sobre a quebra da Unicor e sobre a prisão, por emissão de notas fiscais falsas, do dono da Lousano, duas de suas patrocinadoras quem insinua que Pelé também pagou para que ‘Placar’ publicasse um perfil de Ricardo Teixeira, ainda em 1993.

Perfil crítico, diga-se de passagem. Como se alguém precisasse pagar para que uma revista dirigida por mim criticasse Teixeira!

Em resumo: o apresentador Neves, que pôs no ar o suicídio de um soldado da PM e que confrontou a mãe de uma moça estuprada com a mulher do estuprador em seu edificante programa policial, usou notas fiscais de minha microempresa (que abri, ainda quando trabalhava na Abril, exatamente para fazer serviços para terceiros, como está entre seus objetivos) e por mim devidamente publicadas quando Eurico Miranda tentou inventar a mesma farsa (‘Lance!’ de 29/11/2000), para relacioná-las às reportagens das revistas que eu dirigia à mesma época.

E o investigador Neves diz, em seu ‘dossiê’ que recebeu as notas ‘pelo correio’, como se fossem desconhecidas…

DOCUMENTO 1

Aliás, em seus devaneios, Neves supõe estar diante do primeiro caso da humanidade em que o corrupto passa recibo da corrupção. Investigar, de verdade, dá trabalho, não é como encher lingüiça num programa de rádio ou promover palhaçadas na TV. E ele acusa como ilegal um depósito em conta de pessoa física quando não há ilegalidade alguma, posto que feito em cheque, em moeda nacional , contra recibo e de microempresa de um dono só, com sua mulher, com quem é casado em comunhão de bens, ato perfeitamente legal segundo a legislação de então.

E mente deslavadamente ao dizer que a direção da Abril desconhecia o que eu fazia à época, apesar dos debates que organizei e apresentei para duas Feiras Internacionais de Esportes, por iniciativa da Lemos Brito e da Pelé Sports, terem o apoio, explícito, da ‘Placar’, conforme, aliás, amplo material fotográfico comprova.

DOCUMENTO 2

Pobre Neves! Mal sabe que quem me apresentou a Lemos Brito e pediu que o atendesse foi meu chefe, Thomaz Souto Corrêa, vice-presidente da Abril. E que foi, além do mais, por deliciosa coincidência, o próprio Thomaz quem sugeriu a entrevista de Pelé, algo que eu não poderia mesmo decidir sozinho, porque quebrava a política de ‘Playboy’ de não entrevistar alguém que já tinha sido objeto de uma entrevista na revista.

Desconhece, ainda, que a publicação do ‘Placar Urgente’ foi descontinuada exatamente pela crise que o encarte com o perfil de Teixeira provocou em sua primeira edição, uma decisão da direção da Abril, ossos do ofício editorial. E que foi retomada, no relançamento da revista.

Quanto a nomeação para o Conselho Nacional de Esportes, desconhece o descuidado Neves que essa, diante de uma recusa inicial minha, deveu-se a um apelo de Pelé a Roberto Civita, o dono da Abril, que me enviou um bilhete que termina simplesmente assim: ‘Bom divertimento!’.

DOCUMENTO 3

E que, quatro meses depois, já na ‘Folha de S.Paulo’, não só pedi demissão do Conselho como publiquei o pedido em minha primeira coluna no jornal, por julgar incompatível com a função que passaria a exercer, quase diariamente, diferentemente da posição anterior em ‘Placar’, revista mensal que pouco tratava de política esportiva.

DOCUMENTO 4

Neves está mesmo desconsolado por eu ter escrito que não somos da mesma turma. Mas não era para tamanho surto, convenhamos. Complexo de rejeição tem limites, ou deveria ter.

É verdade que deve doer nele não encontrar nada escrito por mim que nem sequer se assemelhe com o que ele escreveu a meu respeito em uma de suas colunas, em 2/11/97, piegas e bajulatório, sob o título ‘Juca Kfouri’: ‘Cerebral, polêmico, leal, bem-informado e ético, Kfouri está escrevendo uma bonita página dentro da imprensa esportiva e ajudando a formar uma nova geração de jornalistas apaixonados pelo esporte e despojados de vaidade, insegurança e futilidades. Kfouri é hoje uma estrela das universidades de jornalismo e um bom caminho para a garotada seguir’.

DOCUMENTO 5

De fato, por mais que em diversas ocasiões o inseguro Neves pedisse para que eu o elogiasse, nem mesmo quando fui entrevistado por ele, pela última vez, em sua coluna auto-referente num jornal paulistano, o destaquei em quaisquer de seus fúteis itens, seja no ‘melhor do rádio’ ou no ‘melhor da TV’.

Imagino o tamanho do sofrimento. Deve ser de tirar o sono. A ponto de ele ver elogio meu num comentário em que registro que o programa ‘Super Técnico’ não tinha ‘apelações publicitárias’ com ele ‘despreocupado em aparecer’.

É que, além do mais, ele não se conforma em constatar que jamais me omiti jornalisticamente em relação a Pelé, ao contrário do garoto-propaganda Neves que ocultou até em seu programa policial o caso Lousano e as milhares de vítimas da Unicor –e acha grave que alguém voe num avião da empresa quando ainda não havia nada contra ela.

E não entra em sua cabeça como é que eu pude me distanciar de Pelé porque este fez acordo com Ricardo Teixeira, no famigerado ‘Pacto do Futebol’.

Até abrir mão de fazer a biografia autorizada do Atleta do Século eu abri.

Como não aceitei o convite, feito por Marcos Moraes, do Zipnet, para implantar, dirigir e ser sócio do Pelé.net, aí sim, incompatível com a independência de quem o tem como notícia — impossível ser sócio de quem é objeto de sua cobertura.

Mas Neves acha feio o que não é espelho, e embora olhe para Pelé como se fosse uma mina de ouro, gostaria que minha microempresa não tivesse cobrado por serviços de consultoria e organização de um seminário, com diversas tardes de debates, destinado a discutir o esporte brasileiro. Uma delas, por sinal, com destaque na ‘Folha de S.Paulo’ do dia 18/11/94, com a presença de Pelé, Zico, Telê Santana, Nelson Piquet e Márcio Braga. A reportagem, de Humberto Saccomandi, teve como título ‘Pelé defende uso de greve no futebol’ e traz declarações como esta, de Nelson Piquet: ‘Não existe democracia no esporte. Existe uma máfia tomando conta de tudo’. Pelé concordou: ‘É normal no Brasil você debater com a máfia’. De fato.

DOCUMENTO 6

Como se vê, era um outro Pelé e o mesmo Piquet de sempre.

Ganancioso, Neves quer ganhar tudo sozinho, quer que os outros trabalhem de graça.

Lamentavelmente Neves não está em situação de discutir ética com quem quer que seja. Ele não!

Em seu sítio na Internet, resolveu publicar, sem checar, que um evento que aconteceu em 1994 foi em 1995, embora haja fotos e a já aludida reportagem da ‘Folha’.

DOCUMENTO 7

Mas o que é isso perto de quem adultera documentos?

E, em sua coluna no ‘Agora’, omite o trecho final de um texto meu para Pelé, Celso Grellet e Hélio Viana e, pior, criminosamente cola a minha assinatura no meio do texto original.

DOCUMENTO 8

Também, pudera. Em sua desmesurada vaidade, e complexado por não ser levado a sério, chega ao absurdo de agredir e processar o narrador Sílvio Luiz porque este não lhe tirou o chapéu num programa de TV!

Ou bota na minha boca coisas que eu jamais disse, como a asneira de que jornalista só pode viver de jornalismo, como se não pudesse escrever um romance, um livro de poesias, dar aulas, fazer palestras, ser dono de restaurante etc. Jornalista não pode é fazer propaganda, algo impensável nos países mais adiantados, embora nem mesmo eu enfie no mesmo saco todos que o fazem, como aliás, o próprio MN sabe muito bem, pois até no ar já discutimos a questão. Mas, especialista em meias verdades, acaba por produzir mentiras inteiras. Uma de nossas muitas diferenças é exatamente esta: ele sabe que não está sendo verdadeiro.

Porque ele sabe com quem anda, quem são suas ‘fontes’, mas não sabe o que faz.

Se bem que, até aí, morreu Neves.

SOBRE HÉLIO VIANA

Minha opinião sobre Hélio Viana está publicada na revista ‘Caros Amigos’ de abril de 1997.

Compreensivelmente ele não gostou.

DOCUMENTO 9

E, diga-se, foi manifestada muito antes do escândalo que fez Pelé dele se separar.

Convivi com ele durante todo o período da gestão de Pelé no ministério do Esporte e, muito embora tenha sido essencial para a aprovação da Lei Pelé, aprendi que ele tem extrema facilidade para se descolar da realidade.

A ponto de dizer que chorei ao ser demitido da Editora Abril e que tentou me arrumar emprego. Ele que já tinha dito que me ajudou a ganhar três Prêmios Esso, embora eu tenha ganhado apenas um, com a equipe de Placar.

Pois não só não chorei como não fui demitido da Abril, mas, sim da Placar. A empresa até um ano sabático me ofereceu. Preferi sair. E saí numa sexta-feira, 23/6/95, para estrear coluna na ‘Folha de S.Paulo’, no dia 25. Devidamente indenizado pela casa para a qual trabalhei durante 25 anos. Convenhamos, não havia motivo para chorar.

Sobre ter escrito que ele, Celso e Pelé ocupavam um lugar especial em meu coração, eu poderia, se fosse cínico, dizer que os dois ocupavam o lado de dentro e ele o de fora. Mas foi apenas uma maneira carinhosa de tratá-los.

Já errei muito na vida, errarei mais, cometi equívocos graves ao acreditar em muitas pessoas, mas jamais fiz alguma coisa de que me envergonhe. Ao contrário, explico tudo.

Razão pela qual até agradeço a dupla MN/HV por ter publicado, mesmo que grosseiramente adulterado, o fax que enviei ao trio. Eu teria constrangimento em fazê-lo.

E acho graça quando HV diz que um filho meu, Daniel, passou uma época aos cuidados dele em sua casa em Joatinga. Jamais! Na verdade, ao ir fazer um estágio no Rio de Janeiro, meu filho, com 21 anos, que iria para a casa de um tio meu, compreensivelmente cedeu à insistência e gentileza do casal Hélio/Leila Schuster, e preferiu ficar, sozinho, no apartamento dela, na Lagoa Rodrigo de Freitas.

Depois, de fato, passou um curto período em apart-hotel de Hélio Viana, sempre só.

A vida é assim.

Milton Neves, por exemplo, nunca se perdoará por ter aparentado tanta intimidade e admiração por mim. A dor da rejeição deve ser insuportável.’



UCHO E O FALSO JORNALISMO
José Paulo Lanyi

‘Falso jornalista entrevista delegados da PF’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 4/03/05

Dizem que só há dois destinos possíveis para aqueles que vivem do crime: a cadeia ou a morte. Claro, isso é um exagero, o País da Impunidade reage e garante que não é bem assim. Exemplo: o Ucho Haddad, aquele falso jornalista denunciado por esta coluna em julho de 2003 (Leia ‘Ucho Haddad, ou Evaldo Haddad Fenerich’), deve adorar aquela frase do Nietzsche, ‘o que não me mata me fortalece’. Para a cadeia ele já foi, e agora está no lucro, firme e forte. Vivo ele é. Põe vivo nisso.

Para quem chegou agora: Ucho Haddad é o ‘nome de guerra’, ou ‘jornalístico’, de – como diriam as antigas crônicas – um velho conhecido da polícia de São Paulo. Aí vai a folha corrida divulgada por esta Link SP, em matéria produzida em conjunto com os jornalistas Fábio José de Mello e Fabiano Falsi. Reproduzo um trecho da reportagem: ‘Evaldo Haddad Fenerich nasceu em 30 de outubro de 1958. Deve satisfação à Justiça há mais de dez anos. Habituou-se, desde 1992, a responder a inquéritos criminais: apropriação indébita, estelionato e outras fraudes, crimes falimentares, falsificação de documento público, falsificação de documento particular, uso de documentos falsos, receptação, ameaça… Mas, ressalte-se, foi condenado em somente um deles: por apropriação indébita, em 02/02/98. A sentença: um ano de reclusão em regime aberto e 10 dias-multa. Concedido o sursis, pôde cumprir a pena em liberdade. Ele responde, hoje, a um processo por estelionato e outras fraudes’.

Haddad vive sendo acusado de estelionato. Bom de papo, o senhor. No início, o seu verbo se fez por meio das newsletters. Depois, mais ambicioso, por um website. Confira, hoje o endereço é www.ucho.info. As notas são ‘bem informadas demais’, preconceituosas, parecem querer constranger os seus ‘alvos’. Como diria o Pelé: entende? O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo entendeu e publicou uma reportagem com base nas investigações desta coluna (leia ‘Jornalismo no Mínimo Esquisito’).

Em meio a pobres mulheres doentes e solitárias (de quem ele costuma tirar grana, dizem a Justiça e testemunhas extrajudiciais), Haddad (ou Fenerich) dedica-se, não é de hoje, a outro modus operandi: aproxima-se de jornalistas respeitados e convence-os de seu ‘espírito público’, de seu pendor ‘investigativo’. No site atual do Ucho, o jornalista e escritor José Nêumanne Pinto, editorialista do Jornal da Tarde, figura entre os colunistas. Tiro o chapéu para Haddad-Fenerich: não é nada fácil enganar o experiente repórter que, em 2000, num furo de reportagem, desmascarou Omar Khayam, aquele ‘guru’, ‘o homem mais sábio do mundo’.

Lá também se vêem links para os sites dos jornalistas Wanderley Nogueira e Claudio Julio Tognolli. Tá na cara: Haddad-Fenerich quer se fazer notar, andando (ou fazendo supor que anda) com gente respeitada. Nogueira é um dos maiores repórteres esportivos de São Paulo. Este colunista já teve divergências com Tognolli, mas reconhece: polêmicas ao largo, é um profissional que muitos admiram.

Volto ao Wanderley, com uma ressalva: pelo menos desde a coluna reveladora, em meados de 2003, ele sabia quem era Ucho Haddad, pois fora informado por este repórter. Na ocasião, se dissera surpreso. Em 27 de janeiro deste ano, porém, lia-se um artigo de Haddad no site do radialista. Curiosamente, o título era ‘Atacante em área estranha’. No pé do comentário, a frase ‘O jornalista Ucho Haddad escreve neste espaço todas as segundas e quintas-feiras’.

Este colunista tem um bom relacionamento com o jornalista da Pan, mas não pode deixar de dizer: – Estou te estranhando, Wanderley!

O que mais Fenerich-Ucho tem feito:

– Ipojuca Pontes, colunista do Mídia Sem Máscara (site do Olavo de Carvalho) e do próprio ucho.info, publicou no MSM uma entrevista que concedeu a Haddad-Ucho. Olavão adora bater no ‘jornalismo esquerdista’, mas, como diriam ‘os mano’ aqui de São Paulo, tem que ficar mais esperrrto, cerrrto?

– Esta saiu na coluna de Cláudio Prisco , do jornal ‘A Notícia’, de Joinville: ‘O jornalista Ucho Haddad, hoje fixado no Rio de Janeiro, tem emplacado informações sobre Santa Catarina em seu site na Internet, atualizado diariamente. Sob o título ‘Deu a louca’, ele faz revelações surpreendentes e dirige críticas a políticos catarinenses, a começar por dois petistas’.

Rio de Janeiro? Lá também?

Estas saíram na ‘Coluna do Neif’, no jornal ‘Oeste Notícias’, de Presidente Prudente:

‘Visita ilustre

Na cidade o jornalista Ucho Haddad, em visita a seus amigos e leitores. O site ucho.com.br e ucho.info, tiveram 130 mil acessos no mês de janeiro. Famoso internacionalmente, Ucho foi quem desvendou as famosas remessas para as Ilhas Cayman, logo enterradas na vala comum pelo poder que comanda. Recentemente, seu site foi retirado da internet em função das publicações das gravações das conversas dos prováveis envolvidos na morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel.

Na mira do PT

O PT, quem diria, fala uma coisa e faz outra totalmente diferente. Lembra-se quando o partido execrava jornalistas que teciam considerações contrárias às suas atividades? Pois bem, hoje o jornalista Ucho Haddad, um dos mais completos profissionais da chamada imprensa investigativa, está na mira da direção nacional do partido, inconformada com seu trabalho sobre o caso Celso Daniel. O PT não é mais aquele e não imita a Conceição, que subiu, ninguém soube, ninguém viu, mas caiu por falta de humildade, a mesma que falta ao pessoal que amou o poder. Veja o site www.ucho.com.br’.

O ilustre Ucho-Evaldo é empreendedor, logo, logo será um dos grandes empresários de comunicação do País. Agora a sua coluna tem uma versão radiofônica, o ‘Torpedo do Ucho’. Não perca e entenda por quê, veja o que Haddad nos diz: ‘Por mais fantasias e interesses que possa despertar, o jornalismo é algo muito mais sério e comprometido do que muitos imaginam. Longe de ser um trampolim para a fama e o sucesso, o jornalismo tem a obrigação de informar o cidadão com total imparcialidade, sempre estando à serviço da verdade. Nos últimos tempos, temos assistido a um total comprometimento da mídia brasileira com o capital e o poder, o que a transforma em uma ferramenta nociva de persuasão e formação de opinião. Diante de um cenário de constantes mudanças políticas e do silêncio de alguns segmentos da mídia, TORPEDO DO UCHO tem como meta o mesmo sucesso alcançado com o site www.ucho.info, que, além de ser a base do programa, foi sua fonte inspiradora’. Sujeito ético…

Agora você vai conhecer a ousadia do picare…, digo, do colega jornalista Ucho Fenerich. Adivinhe com quem ele conversou na ‘Entrevista do Sábado’, uma das seções de seu website?

‘Incontestáveis defensores da lei, Antonio Carlos Cardoso Rayol (foto), 48 anos, Delegado Especial da Polícia Federal, cuja larga experiência lhe proporciona inúmeros convites para palestras e cursos sobre crime organizado, terrorismo e tráfico de entorpecentes, e Lorenzo Martins Pompílio da Hora, 45 anos, também Delegado da Polícia Federal e professor de Ciências Criminais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foram os responsáveis pelo planejamento e execução da ação policial que culminou com a prisão do publicitário Duda Mendonça, o predileto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Afastados das funções tão logo o caso tomou proporções inimagináveis, o que obrigou a interferência nefasta do Palácio do Planalto para salvar Duda Mendonça, Antonio Carlos Rayol e Lorenzo Pompílio da Hora enfrentam o cotidiano com dignidade e altivez, mesmo que cientes estejam de que novidades estão por vir. Senhores de currículos invejáveis dentro da corporação, situação que também se repete na vida pessoal de cada um, Rayol e Pompílio da Hora estão absolutamente convictos de que agiram dentro do que determina a lei, administrando, com o apoio dos colegas de profissão, mais uma covardia cometida por um governo que, ainda no palanque, garantiu ser do povo’.

Os agentes devem ter ficado honrados com a palhinha…

Uma ironia da vida, para fechar: dois jornalistas acusaram Fenerich de tentar negociar o famigerado Dossiê Cayman, no tempo em que ‘Ucho Haddad’ não existia: Renan Antunes de Oliveira e Moisés Rabinovici. Na época, ambos trabalhavam no Estadão. Na entrevista gravada concedida a esta coluna, Haddad-Fenerich disse ter-se ‘infiltrado’ e convivido, em Miami, com integrantes da quadrilha que falsificou os documentos. Falou de um deles em tom nostálgico. Lamentou-lhe a prisão. Duas fontes ligadas a um repórter importante que trabalhou certa época em Miami disseram a esta coluna que Fenerich era um ‘pé-de-chinelo’, o quinto escalão desse mesmo bando. Mas a PF, que investigou o Caso Cayman, não sabe de nada até hoje. É o que dá ler o site errado.

Na próxima coluna, a palavra da Polícia Federal e dos jornalistas citados neste texto.’