Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Juliano Barreto

‘Músicos brasileiros famosos e menos conhecidos já começaram a aderir ao formato de distribuição da licença Creative Commons. Criada para servir como opção à troca ilegal de músicas pela internet e impulsionar a criatividade dos artistas, a licença permite que os usuários copiem e troquem os arquivos de música digital e, em alguns casos, possam até mesmo editá-los.

‘A Creative Commons permite um acesso mais amplo à música. O consumidor não fica restrito a ouvir um CD. Ele pode distribuir a música pela internet, fazer mixagens ou até compor uma nova letra usando a canção original’, afirma Carlos Afonsso Pereira de Souza, coordenador-adjunto do Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas, entidade responsável pela adaptação da Creative Commons para as leis vigentes no Brasil.

Onde encontrar

Entre os artistas brasileiros que já dispõem de músicas para download nesse formato de distribuição, os mais diversos estilos estão representados. Quem aprecia batidas dançantes deve visitar sites como o do DJ Dolores (www.candeeiro.com.br/djdolores.html), o de Alex Mono & Modal Transgress (www.alexmono.com.br) e o do grupo Gerador Zero (www.geradorzero.com). Outra opção é o site www.recombo.art.br, que traz canções, textos e vídeos de diferentes artistas.

Quem prefere ritmos mais calmos deve acessar as páginas do Axial (www.axialvirtual.com) e da banda alternativa Luísa Mandou um Beijo (www.luisamandouumbeijo.8k.com). Outras canções podem ser baixadas em www.mombojo.com.br e em www.invernia.com.br.

Apesar da maioria de artistas alternativos, a Creative Commons também atrai músicos mais famosos, como o ministro da Cultura, Gilberto Gil (que colocou uma música sob esse tipo de licença). ‘A Creative Commons é aberta a todos os artistas e serve como um meio de divulgação que atinge uma gama de usuários muito maior’, acredita Souza.

É importante lembrar, no entanto, que a licença protege os direitos autorais e não permite a comercialização das músicas.

No site oficial da Creative Commons (creativecommons.org), há um sistema de busca para encontrar músicas, vídeos e livros que usam a licença de livre divulgação. Na mesma página, também há informações para artistas que tenham a intenção de utilizar a licença para distribuir suas músicas.

Novo Napster

Enquanto a Apple domina o mercado de venda de músicas on-line com o site iTunes, o Napster (serviço pioneiro de trocas ilegais, que se transformou em sistema de loja virtual) adota estratégias mais agressivas para ganhar espaço. Segundo o site The Register (www.theregister.co.uk), a empresa passará a vender músicas em papelarias e lojas de conveniência na Inglaterra.

As lojas reais venderão planos de assinatura mensais que, de acordo com o valor pago, permitirão que o usuário baixe de dez a 33 músicas.

Acordo de gigantes

As músicas das gravadoras Universal, Sony BMG e Warner serão vendidas por um único site no início de 2005. A empresa responsável pela futura loja anunciou que o serviço funcionará de forma parecida com os programas de troca de arquivos P2P, como o KaZaA e o antigo Napster.’



Thais Aline Cerioni

‘Brasil tem enorme potencial para banda larga móvel’, copyright TelecomWeb, 1/12/04

‘O crescimento da base de telefones celulares e dos assinantes de banda larga, a disseminação de aplicativos de comunicação eletrônica como os instant messengers e a presença massiva dos brasileiros em redes de relacionamento como o Orkut são apenas alguns dos fatores que dão base à crença – e à estratégia – da Ericsson. ‘O potencial do mercado para aplicações de banda larga móvel é imenso’, garante Jesper Rhode Andersen, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da companhia.

O executivo explica que, para fazer essa análise, é necessário olhar para o país de forma segmentada, com foco no público de alto poder aquisitivo. Levando em conta as diversidades do país, Andersen destaca como alvo para esse tipo de aplicação um universo de aproximadamente 6 milhões de pessoas, ou seja, cerca de 10% dos usuários de telefone celular já atendidos pelas redes EDGE. ‘Os clientes desses serviços são os que fazem do Brasil um país de grifes, do ‘carro do ano’, comenta.

A redução do custo – e a disseminação – dos laptops, ao lado da quantidade de horas que o brasileiro passa online, são outros fatores que apontam para a oportunidade que as aplicações de banda larga móvel têm no país. ‘Hoje, um laptop e um smartphone têm praticamente o mesmo custo. Assim, as pessoas que têm o costume de ficar algumas horas por dia na internet, e sentem falta desse acesso quando estão ‘na rua’, começam cogitar a possibilidade de partir para a banda larga móvel’, avalia o executivo.

Todo esse potencial deve esquentar o mercado de telecomunicações móveis, gerando benefícios para operadoras e fornecedores. ‘Essa é uma das principais formas de as telcos aumentarem a receita média por usuário’, diz Andersen, comentando que o gasto mensal médio dos consumidores ‘high end’ é de US$ 35 atualmente. ‘O maior problema, hoje, é que as operadoras estão muito mais preocupadas em aumentar o número de assinantes do que em elevar o valor de cada cliente’, alerta. ‘Isso acontece, principalmente, porque as próprias teles são avaliadas pelo mercado com base no tamanho de sua base de assinantes.’

Para a Ericsson – fornecedora de diversas operadoras móveis brasileiras que utilizam a tecnologia GSM -, a disseminação da banda larga móvel deve impactar no aumento da demanda por infra-estrutura, especialmente por estações rádio-base compatíveis com EDGE. ‘Até agora, comercializamos 7,5 mil ERBs no Brasil, 4,5 mil das quais são EDGE’, revela o executivo. ‘E, há 1,5 ano, todas as estações que fornecemos já estão preparadas para a oferta desse tipo de serviço.’’



RÁDIO
Laura Mattos

‘Cultura FM terá Osesp ao vivo e jornalismo’, copyright Folha de S. Paulo, 4/12/04

‘Aquele congestionamento insuportável, tudo parado, e o motorista liga o rádio na Cultura FM para ouvir uma música clássica e relaxar. Na hora de decidir por um caminho ou outro, no entanto, ele muda de estação à procura de informações sobre o trânsito.

É exatamente essa ‘fuga’ de ouvintes que a emissora (103,3 MHz em SP) quer evitar a partir do próximo ano. Especializada em música erudita, terá jornalismo pela manhã (horário nobre do rádio) e boletins sobre o trânsito na hora do ‘rush’.

A intenção da Cultura FM, sob nova direção desde setembro, é ampliar sua média atual de audiência, de 11 mil ouvintes por minuto (as líderes ultrapassam os 150 mil). Além do jornalismo, que pode segurar os ouvintes fiéis mais tempo no ar e conquistar novos, a FM pretende atrair um público simpatizante do som erudito, porém menos ‘iniciado’.

Assim, grande parte da programação será reformulada. Às 16h30 de hoje, estréia o semanal ‘Osesp ao Vivo’, com apresentação do maestro John Neschling. Serão transmissões de concertos da Orquestra Sinfônica do Estado de SP (só essa primeira será gravada, segundo a direção da FM).

‘O Neschling irá fazer uma introdução sobre a apresentação, sublinhar e explicar os trechos mais interessantes, abrir a porta para o público compreender e ouvir melhor o programa. A intenção é manter o foco da rádio na música erudita, mas ampliar a audiência para um ouvinte mais leigo’, diz José Roberto Walker, 50, novo diretor da Cultura FM e AM.

No intervalo do concerto, Neschling fará uma entrevista com algum músico e tentará manter uma conversa mais didática.

Nessa linha, entra no ar no início de janeiro o ‘Pergunte ao Maestro – Tudo o que Você Queria Saber sobre Música mas não Tinha Coragem de Perguntar’.

O maestro João Maurício Galindo, da Orquestra Sinfônica Jovem, responderá a perguntas de ouvintes. ‘A idéia é ser bem introdutório, explicar por que maestro usa batuta, o que é opus [obra musical classificada e numerada]’, afirma Walker.

Serão quadros breves veiculados ao longo da programação.

Outro nesse tom será ‘Concertos Matinais’, com o violista Marcelo Jaffé. A partir do próximo dia 18, todos os sábados e domingos, às 9h, ele apresenta uma obra importante, que seja mais acessível e introdutória à música erudita.

A Cultura FM também quer resgatar a era dos programas de auditório. No próximo dia 8, estréia o mensal ‘Cultura ao Vivo’. O primeiro da série, apresentado pelo musicólogo Zuza Homem de Mello, transmitirá uma apresentação do teatro Sérgio Cardoso (aberta ao público, com ingresso a R$ 5) lembrando os dez anos da morte de Tom Jobim.

Antenas e AM

Além da reformulação da programação, a Cultura FM passará por uma mudança em seus transmissores, a fim de melhorar a qualidade do som. Atualmente, segundo o diretor, a transmissão está com apenas a metade da potência autorizada pelo governo.

A Cultura AM também terá uma sintonia melhor, com a mudança da antena do Parque Novo Mundo para um terreno próximo à represa Guarapiranga.

Após a FM, a AM, especializada em jornalismo e MPB, passará por reformulação na programação. O telejornal matutino será o mesmo para as duas, como ocorre com a Jovem Pan e a Eldorado.’



SENHORA DO DESTINO
Painel do Leitor, Folha de S. Paulo

‘Homossexualidade na TV’, copyright Folha de S. Paulo, 5/12/04

‘‘A novela ‘Senhora do Destino’ apenas retrata a nossa realidade. Sou solteiro, por azar, e, como sempre quis uma filha, hoje ajudo cinco meninas e vejo nelas semelhanças com algumas personagens da novela (três delas não tem pai, uma gosta de garotas, uma é deficiente). Aprendo muito com elas, pois perdi meus preconceitos. Há coisas mais importantes sobre as quais refletir do que me preocupar com a raça, o fato de ser lésbica e de ser deficiente, fatores que afetam só elas. Por que não ver a corrupção, a exclusão generalizada e o preconceito, que afetam a todos ? Na novela, o casal de lésbicas (Jenifer e Eleonora) ou o casal inter-racial (Constantino e Rita) apenas buscam a felicidade. Será que a felicidade alheia nos incomoda tanto?’ Ricardo Hiroaki Kurauchi (São Paulo, SP)

‘Quero sair em defesa da universitária Bárbara Carvalho Pereira, que criticou no ‘Painel do Leitor’ de 28/11 a cena de homossexualismo na novela ‘Senhora do Destino’. Os demais temas tratados na novela, como o político corrupto, a prostituição e o seqüestro são casos de policia. Homossexualismo é caso de moralidade, que fere os conceitos básicos da célula-mater da sociedade que é a família, pois, quando Deus criou o homem e a mulher, disse: ‘Crescei e multiplicai-vos’. E isso só é possível entre um homem e uma mulher de verdade. Se fosse para haver um terceiro sexo, Deus o teria criado. Quem quiser pode me chamar de preconceituoso, mas vejo no homossexualismo simplesmente pessoas recalcadas querendo influenciar outras pessoas com seu modo de vida.’ Edésio Cláudio Verduro (Presidente Prudente, SP)’