Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Robson Pereira


‘Quem assistiu no cinema Adeus, Lenin!, do diretor alemão Wolfgang Becker, certamente se lembra do esforço do jovem Alexander Kerner para evitar que a mãe, recém-saída de um coma, perceba a radical transformação ocorrida na Alemanha (e no mundo) a partir da queda do Muro de Berlim.


Temendo o agravamento do seu estado de saúde, Alexander usa toda a sua criatividade para impedir que a mulher, uma militante comunista, sofra com as mudanças. Vale tudo em sua boa intenção, inclusive reaproveitar embalagens de conservas recolhidas no lixo ou até mesmo recriar programas de televisão que já não existiam mais.


O filme, como outros produzidos nos últimos anos, aborda com competência um fenômeno cada vez mais presente no cotidiano dos alemães de meia-idade que habitavam a parte oriental do país, com as inevitáveis comparações com o período de quase 40 anos em que ficaram afastados do mundo ocidental. Era inevitável que a ‘onda’ ganhasse o mundo virtual. Hoje, a dura, comovente e ao mesmo tempo divertida tentativa de Alexander seria bem mais fácil, com a ajuda da internet.


Embora com objetivos que não guardam a menor relação com o zelo do jovem rapaz, é essa a proposta do Osthits (www.osthits.de), lançado no início do ano. O nome vem da palavra Ostalgie, ou nostalgia, e o portal representa exatamente isto: um imenso supermercado de nostalgias, exclusivamente voltado para produtos que durante muitos anos fizeram parte do dia-a-dia da família Kerner e de todos aqueles que viveram o regime comunista.


Não espere encontrar entre os 2.300 itens colocados à venda modernas câmaras fotográficas ou celulares de última geração. Para isso existem milhares de outros endereços na internet, capazes de atender aos mais exigentes consumistas da face da Terra. Osthits é diferente por conservar o olhar no passado, o que, de quebra, tem garantido aos seus administradores volumes recordes de venda.


A maioria dos produtos expostos no site são réplicas perfeitas, mas existem também aqueles que foram reconstruídos exatamente como eram naqueles tempos, como biscoitos e chocolates russos ou lanternas e abridores de latas e garrafas genuinamente fabricados na Hungria. Vários itens são simplesmente hilariantes, como o Trabi Duft, uma espécie de ‘perfume’ do Trabant, ‘o carro do povo’, um dos principais símbolos da Alemanha socialista.


O souvenir, pedaços de algodão embebidos com a fumaça original dos primeiros Trabant, fabricados entre 1957 e 1962, custa o equivalente a R$ 10, uma pechincha, dependendo do ponto de vista ou do olfato de cada um. É um dos produtos mais procurados no site e, ironicamente, pode ser pago com cartões de créditos ou pelo PayPal, o sistema mais utilizado para pagamentos na internet.


Mas a latinha de fumaça é apenas uma das curiosidades oferecidas aos saudosistas, entre milhares de bytes com quinquilharias de ouro da época comunista. Da lista, fazem parte, por exemplo, embalagens para ovos (para seis unidades no máximo), detergentes para a lavagem de louças, utensílios para sopinhas de crianças, água de colônia, saboneteiras, tintura para cabelo e até mesmo réplicas dos inconfundíveis sinais que orientavam o ‘trânsito socialista’.


Entre os produtos mais vendidos, de acordo com informações recolhidas no próprio site, aparecem, além da fumaça do Trabant, itens de sucesso questionável, como preservativos e até mesmo absorventes femininos, supostamente originais. Podem até não convencer, mas, de certa forma, ajudam a vislumbrar um pouco o passado por trás da cortina de ferro.


MAPUCHE XP


A Microsoft corre o risco de enfrentar mais um processo jurídico de grande repercussão. De acordo com informações divulgadas pela agência Ansa, o líder mapuche e candidato à presidência do Chile, Aucán Huilcamán, ameaça processar a empresa de Bill Gates, caso a multinacional insista em desenvolver uma versão do sistema operacional Windows totalmente baseada na língua mapuche.


A polêmica começou há dois anos, com a assinatura de um protocolo de cooperação tecnológica com o governo chileno, que prevê, entre outros aspectos, alternativas para a redução no fosso tecnológico que separa vários povos indígenas na América Latina. O problema é que a língua mapuche sempre se primou pela oralidade e para converter o idioma tanto para o sistema operacional quanto para uma versão do Office (leia-se Word, Excel e Acess, entre outros programas que integram o pacote) será preciso traduzir pelo menos 150 mil termos mapuches.


Huilcamán teme que os critérios definidos para a tradução, agora em fase final, acabe por distorcer o mapuche original, um idioma que sobrevive há mais de 9 mil anos com base exclusivamente na linguagem oral. Detalhes sobre a polêmica podem ser obtidos a partir do endereço www.rebelion.org/cibercensura/031201mp.htm.


UM LUTADOR


Brice Mellen, um adolescente americano, é o personagem da semana no mundo digital. Cego de nascença, Mellen é imbatível na disputa de games de lutas, do tipo Mortal Kombat, Soul Calibur e outros similares. O rapaz maneja centenas de combinações possíveis a partir das teclas de um joystick com base unicamente no som e na trilha sonora dos jogos. Um detalhe curioso: Mellen obtém melhores resultados quando joga de costas para o vídeo. A indústria está interessada nas habilidades do rapaz, que já demonstrou o desejo de se tornar designer de games.’



Renato Cruz


‘Google e Yahoo! querem mercado brasileiro’, copyright O Estado de S. Paulo, 9/08/05


‘Os olhos de dois gigantes mundiais da internet, Google e Yahoo, estão voltados para o Brasil. No centro da disputa está o mercado de links patrocinados, aqueles anúncios em formato de texto que aparecem no canto dos resultados das buscas ou nos pés da notícia. Trata-se do setor que mais cresce no mundo da propaganda online, respondendo por 40% dos cerca de US$ 6 bilhões movimentados em anúncios virtuais no ano passado em todo o mundo.


No Brasil, os números ainda são modestos. Ou seja, existe muito espaço para crescer. No ano passado, os links patrocinados responderam por cerca de 10% dos R$ 223 milhões movimentados pela publicidade virtual. ‘Nossos usuários, assinantes e parceiros no Brasil são muito importantes’, informou o Google, por e-mail, já que ainda não tem um responsável pelas operações brasileiras. ‘Por isso abrimos uma operação de vendas e adquirimos a Akwan.’


Em junho, o Google contratou o executivo Emerson Calegaretti como gerente sênior de vendas no País. No mês passado, a empresa comprou a Akwan Information Technologies, de Belo Horizonte, criada por um grupo de professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que se transformou no centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Google na América Latina. A Akwan desenvolve tecnologia de busca pela internet. Dos 14 perfis profissionais em que o Google está interessado no Brasil, segundo informações do seu site, 11 são para a o setor de vendas.


A chegada do Google no País aconteceu depois de a Overture, empresa especializada em links patrocinados do Yahoo!, comprar a concorrente TeRespondo, que tinha entre seus clientes UOL, Terra, iG, MSN, AOL e Estadão.com.br, em abril. Com a aquisição, os principais portais do País passaram a ser atendidos pela Overture, que já vendia links para o próprio Yahoo! e a Globo.com, com exceção do Google.


Mas por que o mercado de links patrocinados é tão promissor? Em primeiro lugar, os anúncios são baratos. Na Overture, o investimento mínimo para se abrir uma conta é R$ 90. Uma vez comprados os créditos, eles não precisam ser gastos todos em um mês. Isso abre espaço para que pequenas empresas possam anunciar na internet. O TeRespondo tinha 5 mil clientes ativos, quando foi comprado. ‘As pequenas empresas, como uma floricultura ou um comércio de cortinas, podem anunciar pelos links patrocinados’, explicou Guilherme Ribenboim, gerente-geral da Overture no Brasil.


As empresas escolhem palavras-chave que querem anunciar e pagam somente quando o internauta clica no anúncio. Este é o segundo motivo do crescimento do mercado: o anunciante consegue medir os resultados. O clique pode custar R$ 0,10. Caso haja muitos interessados, as palavras vão a leilão. A tecnologia usada para colocar a palavra, por exemplo, junto a uma notícia, é a mesma empregada para a busca na internet. Daí vem a importância de uma empresa como a Akwan, que trabalha as buscas no contexto do português do Brasil, para o Google. ‘O mercado brasileiro está em franco crescimento’, explicou o diretor de Estratégia da E-Consulting, Daniel Domeneghetti. ‘A demanda latente é muito grande.’’



Richard Waters


‘Internet deve perturbar mais a velha economia ‘, copyright Folha de S. Paulo / Financial Times, 10/08/05


‘Em algum lugar do mundo, nas próximas semanas, o bilionésimo ser humano vai se sentar diante de um computador, conectar-se com a internet pela primeira vez e juntar-se à multidão crescente que povoa o ciberespaço.


É um recorde e tanto, em se tratando de uma mídia que se distanciou de suas raízes acadêmicas há apenas dez anos. Mas pode ser só o indício da reviravolta que os próximos dez anos nos reservam.


Hoje é o décimo aniversário da oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de ações da Netscape, o fato que desencadeou a pontocom-mania em Wall Street. O browser da Netscape fez da internet um lugar mais próprio a ser percorrido por usuários não dotados de conhecimentos técnicos e incentivou a criação de empresas como eBay, Yahoo e Amazon, que já comemoraram suas próprias festas de dez anos de idade -embora a maioria das pontocom não tenha agüentado tanto tempo.


É interessante observar até que ponto os sobreviventes do setor viraram parte do cotidiano de seus usuários. Os US$ 34 bilhões em bens que trocaram de mãos no site eBay no ano passado equivalem ao PIB do Quênia; os 379 milhões de usuários do Yahoo equivalem às populações de EUA e Reino Unido juntas. E o número médio de páginas do Google vistas por cada pessoa no planeta chega a dez por mês.


Mesmo os primeiros entusiastas da internet não previram até onde ela iria abrir caminho na cultura popular. Mary Meeker, analista do Morgan Stanley e uma das primeiras em Wall Street a alardear o potencial da internet, comenta: ‘Era difícil imaginar que os grupos de notícias e murais sobre o Unix iriam algum dia virar grupos de notícias sobre o último Batman ou Harry Potter’.


É claro que parte da euforia inicial em torno da internet estava equivocada. Em outubro, três anos terão se passado desde que a queda no mercado de ações chegou a seu ponto mais baixo, algo que tirou mais de US$ 6.500 bilhões do valor de pico da Nasdaq, a bolsa em que se vendem e compram as ações de muitas empresas de tecnologia americanas.


A maior parte dessa destruição de riqueza refletiu o excesso de investimentos em redes de telecomunicações e nas empresas de tecnologia que estavam erguendo a infra-estrutura da qual a internet depende. O excesso de capacidade nas telefônicas e nas empresas de tecnologia, porém, teve o efeito de reduzir os preços e tornar a internet mais largamente disponível, estimulando uma nova rodada de inovações on-line.


Segundo Mary Meeker, ‘as transformações estão se acelerando’. É difícil argumentar com o peso dos números. De acordo com estimativas do Morgan Stanley, 1 bilhão de pessoas estarão on-line até o final do próximo mês -três vezes mais do que havia no início da década. Aproximadamente 1 em 5 dessas pessoas já usa conexão de banda larga. E o acesso dos celulares à internet mal começou. Em algum momento da próxima década, haverá mais celulares do que computadores pessoais conectados à rede.


O simples fato de haver pessoas on-line não cria um negócio, o que foi demonstrado pelas experiências de muitas empresas pioneiras no setor. Agora, porém, as empresas estão vindo logo atrás da ampliação do público atingido.


No ano passado a publicidade mundial on-line movimentou US$ 15 bilhões, dois terços nos EUA, e está crescendo a 30% ao ano, com os anunciantes correndo para adequar-se à passagem de seu público para a internet. O comércio eletrônico de consumidores movimentou US$ 295 bilhões no ano passado e deve crescer 38% neste ano.


Ao mesmo tempo, as empresas que dominam a mídia aprenderam com os erros e estão aperfeiçoando planos que já fazem com que algumas estejam entre as de maior valor do planeta. ‘Estamos conseguindo mais valor a partir de cada clique dos usuários’, disse o executivo-chefe da Google, Eric Schmidt. ‘Se você expõe anúncios melhores -coisa que, às vezes, significa apresentar menos anúncios-, o movimento aumenta. Aprendemos isso neste último ano.’


Nada disso diz respeito ao impacto menos visível e, potencialmente, ainda mais profundo que a internet vem tendo sobre a maneira como as empresas se organizam, sobre como a vida social e política foi afetada ou como um país como a Índia pôde ingressar na economia mundial de uma maneira que, no passado, teria parecido impossível.


Se essa é a história da internet até hoje, então o que os próximos dez anos nos reservam? A resposta pode ser dada em duas palavras: mais reviravoltas, à medida que as forças que semearam a confusão em muitas grandes empresas no final dos anos 1990 reaparecem, desta vez respaldadas por modelos econômicos mais fortes e tecnologia melhor.


‘Muitas pessoas ficaram muito satisfeitas com a correção imposta ao mercado da internet, que afastou muito dinheiro da rede’, diz Meeker. ‘Mas o setor continuou a avançar. A perturbação causada a muitas empresas tradicionais está apenas começando.’


É provável que muitas companhias que atuam na internet enfrentem tempos difíceis. Meg Whitman, executiva-chefe da eBay, avisa que, daqui a dez anos, metade das gigantes da rede podem muito bem ser empresas das quais você nunca ouviu falar. As avaliações de valor das ações dessas empresas, incluindo a da Google, parecem novamente estar deixando de levar em conta que as barreiras ao ingresso nesse meio de comunicação mundial continuam baixas e que a próxima idéia a mudar a situação pode estar prestes a chegar.


Como aconteceu na década passada, o impacto da rede nos próximos dez anos provavelmente será sentido mais agudamente nos campos que dependem mais da difusão de informações: comunicações, comércio e mídia.


Enquanto o e-mail e a troca instantânea de mensagens foram as comunicações de baixo custo da primeira década da internet, a próxima revolução das comunicações pode muito bem girar em torno dos chamados de voz que são responsáveis pela maior parte da receita do setor das telecomunicações. No primeiro ano de funcionamento do Skype, mais de 140 milhões de pessoas já descarregaram softwares gratuitos da empresa com os quais podem conversar pela internet. É a tecnologia de consumidor de mais rápido crescimento na história.


‘Em muito pouco tempo teremos comunicação mundial gratuita’, diz Paul Saffo, diretor do Instituto do Futuro, um grupo de pesquisas da Califórnia. Ao lado de novas tecnologias de comunicação de baixo custo como Wi-Fi e WiMax, temos uma nova ameaça a um setor que já foi duramente atingido na primeira fase da rede.


Enquanto isso, à medida que vão caindo as barreiras entre comunicações, comércio e mídia, a internet deverá gerar novas tecnologias e desafiar as formas existentes de interação humana.


Duas forças em especial caracterizam essa onda recente: a ascensão dos motores de busca e as ferramentas on-line criadas para apoiar a produção do que é conhecido na internet como ‘conteúdos gerados pelo usuário’.


Os motores de busca já se estabeleceram como forma crucial de distribuição on-line. À medida que parte cada vez maior da mídia se digitaliza, esse papel só deverá ganhar em importância. ‘A internet vai se tornar concorrente muito séria do cabo e do satélite nas casas, e seu impacto sobre a mídia impressa deve ser dramático’, diz Roger McNamee, financista do Vale do Silício especializado na indústria da mídia. ‘Em última análise, é através da tecnologia de busca que o consumidor vai acessar e encontrar esse conteúdo. Isso é uma coisa enorme.’


Uma parte cada vez maior desse conteúdo deve começar a vir dos próprios usuários. ‘Estamos no meio de uma mudança muito grande de mídia de massas para mídia pessoal: o usuário, se quiser, pode responder e criar, ele próprio’, diz Saffo.


Os blogs, hoje um passatempo de mais de 15 milhões de pessoas, vêm sendo uma manifestação inicial inesperada. Outras formas de auto-expressão e criação de comunidades também vêm crescendo, entre elas os sites de partilha de fotos com os quais famílias ou grupos de amigos podem acessar as fotos uns dos outros, o podcasting (uma forma de audioblogging) e as redes sociais que interligam grandes grupos de amigos.


‘O blogging é uma forma de transição, que está a caminho de outra coisa. É interessante, mas não é estável’, diz Saffo. O desejo de comunicação e auto-expressão, e a tecnologia de baixo custo que tornam isso possível, darão lugar a novas tendências.


Vistas desde o ponto de vista do ano 2015, os motores de busca e os blogs poderão parecer idéias antiquadas e pitorescas que já terão sido superadas na internet -uma nova maneira de satisfazer o desejo das pessoas de interagir e obter informações, entretenimento ou produtos para comprar on-line.


Seja qual for sua forma, porém, a próxima tendência provavelmente vai se originar das forças manifestadas nos primeiros dez anos da internet: uma interconectividade onipresente, ajudada por ferramentas de software que descobrem e tornam utilizáveis as fontes de informação sempre maiores no grande banco de dados global e aberto.


Há ainda outra lição que deve continuar válida nos próximos anos: se você quiser pistas sobre como a internet vai mudar sua vida, basta olhar o adolescente mais perto de você. De acordo com Mary Meeker, ‘os jovens de 15 a 20 anos vão nos mostrar o rumo que a internet está tomando’.’



Folha de S. Paulo


‘‘Nova economia’ completa 5 anos de Bolsa no Brasil ‘, copyright Folha de S. Paulo, 10/08/05


‘Há cinco anos, dois animadores fantasiados de Albert Einstein passaram uma manhã na Bovespa. Eles divulgavam o lançamento de ações da primeira empresa brasileira de internet a lançar ações na Bolsa, a IdeiasNet, que estreou no mercado de capitais no início de junho de 2000. Só após quase cinco anos outra empresa do setor faria o mesmo, em março deste ano, quando o Submarino abriu capital.


O Submarino e a IdeiasNet são as únicas empresas de internet brasileiras que se aventuraram, até agora, a entrar no mercado de capitais. O primeiro é hoje um dos maiores varejistas on-line do país e faturou quase R$ 100 milhões no primeiro trimestre deste ano, resultado 65% superior ao obtido nos três primeiros meses do ano passado.


O site de vendas, é verdade, teve prejuízos no primeiro trimestre deste ano. As perdas chegaram a R$ 3,17 milhões, causadas, explica relatório trimestral divulgado pela empresa, pelos custos extraordinários com a própria abertura de capital. Advogados, gastos com apresentações para investidores e as demais operações para lançamento de ações custaram R$ 5,7 milhões. A empresa já avisou que, no segundo trimestre, contabiliza mais R$ 9,1 milhões de gastos similares. Mas, mostram os números, 2004 foi o primeiro período de resultados positivos do Submarino, que, depois de cinco anos de operação, conseguiu seu primeiro lucro anual, que chegou a R$ 6,7 milhões.


No final de março, quando as ações do Submarino começaram a ser negociadas, elas valiam R$ 21,62. Ontem, elas eram cotadas a R$ 23,28 às 19h. Por outro lado, sua companheira virtual na Bolsa, a IdeiasNet, começou no início de junho de 2000 com ações cotadas em cerca de R$ 14, em pleno boom do que então de chamava de ‘nova economia’. As ações, ontem, eram cotadas, no mesmo horário, em R$ 1,58.


A IdeiasNet não é exatamente uma empresa de internet. O objetivo da companhia, que ainda não conseguiu fechar um ano no azul, é investir em uma série de empresas do setor de tecnologia. Na prática, quem compra ações da empresa adquire participação em 18 companhias das quais ela é sócia.


A IdeiasNet ainda não registrou lucro, mas conseguiu, no final do ano passado, um sócio de peso. Por R$ 11 milhões, o Pactual comprou ações que equivalem a 30% do capital da companhia.’



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‘Fisco combate compras ilegais pela web’, copyright Folha de S. Paulo, 10/08/05


‘A Receita Federal decidiu combater o comércio ilegal pela internet. Uma operação realizada ontem em todo o país resultou na apreensão de R$ 400 mil em mercadorias. A operação, denominada ‘Leão Expresso’, foi feita em centros de distribuição dos Correios, responsável pelo envio da maior parte das encomendas feita pela internet.


Entre as irregularidades constatadas pela Receita estão o subfaturamento, o uso de ‘laranjas’, o fracionamento de remessas, falsas declarações de conteúdo e falsificação de documentos e de mercadorias sem documentação fiscal.


Foram vistoriados cerca de 11 mil volumes, dos quais 700 com indícios de irregularidades. A operação foi realizada em 37 pontos no país, com a participação de 170 funcionários da Receita.


Entre os produtos apreendidos estão eletrônicos, informática, perfumaria e programas de computadores. As pessoas e empresas envolvidas nos crimes poderão perder as mercadorias e ainda responder a processo por sonegação e contrabando.’



MEMÓRIA / PETER JENNINGS


O Estado de S. Paulo


‘Jornalista Peter Jennings morre em Nova York ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 9/08/05


‘O veterano jornalista da rede de TV ABC Peter Jennings, conhecido por milhões de pessoas por seu estilo agradável ao apresentar o programa World News Tonight, morreu anteontem em casa, em Nova York, em decorrência de um câncer de pulmão, diagnosticado em abril. Em nota, o chefe dos noticiários da ABC, David Westin, lamentou: ‘Durante quatro décadas Peter foi nosso colega, nosso amigo e nosso líder. Nenhum de nós será o mesmo sem ele.’


Ganhador de 16 Emmys, Jennings, de 67 anos, era considerado o último grande apresentador nos EUA após a aposentadoria de Tom Brokaw (NBC) e Dan Rather (CBS).’



Folha de S. Paulo


‘Morre Jennings, ícone da TV dos EUA ‘, copyright Folha de S. Paulo, 9/08/05


‘Um dos mais famosos âncoras da TV norte-americana, o canadense Peter Jennings morreu anteontem à noite de câncer pulmonar, quatro meses após anunciar no ar que estava doente.


Jennings, 67, era âncora do principal programa noturno de notícias da rede de TV ABC desde 1983. Sua morte encerra um ciclo dos grandes âncoras da TV norte-americana. Ao lado de Tom Brokaw, que deixou o posto na NBC em dezembro, e de Dan Rather, que saiu em março da CBS, Jennings formava os chamados ‘três grandes’ da TV.


O jornalista estava na ABC desde 1964 e participou das principais coberturas pelo mundo ao longo desses 41 anos. Foi o âncora mais jovem da história, aos 26, e, depois de deixar o cargo para ganhar experiência em reportagem, abriu o primeiro escritório de notícias de um canal dos EUA no mundo árabe, em 1968.


Apesar da queda na audiência dos programas de notícias noturnos nos últimos anos, ainda atraía milhões de telespectadores e tinha um salário anual de US$ 10 milhões. Sua morte ensejou reações de personalidades de todas as áreas nos EUA. O presidente George W. Bush, por exemplo, disse que ‘muitos americanos confiavam em Peter Jennings para obter notícias’.


No começo de abril, a voz fraca e rouca do âncora anunciou sua saída do programa para tratar a doença. Disse que voltaria assim que se curasse. Morreu em Nova York, ao lado da mulher e dos filhos, sem voltar à TV.’



OG PREMIADO


O Globo


‘Série do GLOBO ganha prêmio da SIP’, copyright O Globo, 10/08/05


‘Vencedora do Prêmio Esso de Jornalismo 2004, a série ‘Homens de bens da Alerj’ do GLOBO ganhou ontem seu terceiro prêmio internacional de jornalismo investigativo, desta vez da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), uma das principais entidades do gênero nas Américas. A cerimônia de premiação será em outubro, em Indianápolis, nos Estados Unidos.


O prêmio principal foi para reportagem do ‘La Nación’, da Costa Rica, assinada pelos jornalistas Giannnina Segnini e Ernesto Rivera, sobre pagamentos ilícitos feitos por companhias européias a ex-presidentes da América Central, que desencadeou uma das maiores crises políticas da história recente daquele país.


Série revelou evolução patrimonial de deputados


Publicada no ano passado, a série ‘Homens de Bens da Alerj’ mostrou a evolução patrimonial de 113 deputados do Rio, de 1996 a 2001, e revelou que 27 deles aumentaram seu patrimônio em mais de 100%.


A reportagem foi feita com base nas declarações de renda entregues pelos políticos ao TRE e comprovou que, em alguns casos, o aumento patrimonial chegou a 1.500%, em cinco anos. O Ministério Público estadual e a Receita Federal abriram investigações, ainda estão em curso, mas já detectaram indícios de crime tributário. Os autores da série são os jornalistas da Editoria Rio do GLOBO, Angelina Nunes, Alan Gripp, Carla Rocha, Dimmi Amora, Flávio Pessoa, Luiz Ernesto Magalhães e Maiá Menezes.


A mesma reportagem já foi contemplada com o prêmio Rey da España – no qual concorreu com reportagens de outros 27 países – concedido pela agência EFE e entregue pelo Rei Juan Carlos, em abril, em Madri, na Espanha. E recebeu em maio, no México, menção especial de melhor investigação jornalística, um dos prêmios mais importantes do Instituto Imprensa e Sociedade (Ipys) e da Transparência Internacional Latino-Americana e Caribe (Tilac), na qual concorreu com 125 reportagens de 19 países da América Latina.’