Friday, 11 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1309

Última Hora abre acervo na internet


Leia abaixo a seleção de quinta-feira para a seção Entre Aspas.


 


************


Folha de S. Paulo


Quinta-feira, 25 de novembro de 2010


 


INTERNET


‘Última Hora’ abre acervo na internet


Parte de um vasto painel social, econômico, político e cultural dos anos 1950 e 1960 no Brasil ganhou visibilidade na internet.


Mais de 50 mil fotos, muitas inéditas, e outras mil ilustrações do acervo do jornal ‘Última Hora’, do Rio, foram colocadas no site do Arquivo Público de São Paulo em agosto (www.arquivoestado.sp.gov.br).


O material, que pode ser consultado on-line gratuitamente, faz companhia a milhares de páginas da publicação que estão disponíveis desde 2008 na rede.


Fundado pelo jornalista Samuel Wainer (1910-1980) em 1951, o ‘Última Hora’ é um caleidoscópio de um período de transformações do Brasil, que abrange desde o segundo governo de Getúlio Vargas, iniciado no mesmo ano, até a ditadura militar.


Essa é a visão do historiador Lauro Ávila Pereira, diretor do departamento de preservação e difusão do acervo do Arquivo Público.


Ávila ressalta que as cores do ‘Última Hora’ não são só políticas: ‘Teatro, futebol, economia e o dia a dia de diversas camadas da sociedade eram retratadas’.


‘Popular e dinâmico’, diz Ávila, o ‘Última Hora’ é fonte de pesquisas de um ‘importante período histórico, social, econômico e político, entre o início da década de 50 e o golpe militar de 1964’.


Às 50 mil imagens colocadas recentemente no site, devem se juntar mais 30 mil ainda neste ano.


Dessas fotografias, ‘muitas foram vistas apenas duas vezes: por quem clicou e pelo editor que não quis publicá-la’, diz Ávila.


Isso porque o conjunto vem de mais de 500 mil negativos que não chegaram a ser ampliados para publicação. Ou seja, material inédito.


CORVO


De 1951 a 1971, quando o jornal era controlado por Wainer, publicaram no ‘Última Hora’ do Rio profissionais como o fotógrafo Jean Manzon (1915-1990) e os chargistas Nássara (1910-1996), Octavio e Lan.


Foi ali que Lan, por exemplo, retratou o jornalista Carlos Lacerda (1914-1977) como uma ave negra -’O Corvo’, como Wainer o chamava.


O editor do ‘Última Hora’, que apoiava Getúlio Vargas, era inimigo de Lacerda, opositor radical do presidente.


Em 1965, a empresa Folha da Manhã SA comprou o jornal, que mudou o foco e foi publicado até 1979.





Folha planeja digitalizar edição SP do jornal


O ‘Última Hora’ também foi importante na inovação da imprensa brasileira: sob o comando do artista gráfico paraguaio Andrés Guevara (1904-1963), investiu no uso de muita cor, fotos e ilustrações para se tornar popular.


Outra novidade foi a capilaridade nacional. Além da matriz carioca, a publicação chegou a ter edições regionalizadas em São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre, entre outras.


A Folha é proprietária do acervo do jornal ‘Última Hora’ de São Paulo.


O material compreende um arquivo com cerca de 500 mil fotogramas que cobre a década de 1960, diz o gerente do banco de dados da Folha, Carlos Henrique Kauffmann.


‘Temos o objetivo de estancar o processo de envelhecimento e higienizar, indexar e digitalizar esse material’, diz Kauffmann.


As imagens estão editadas de forma inicial: nas pastas, já em ordem cronológica, há uma descrição sucinta do assunto das fotografias.


‘A qualidade da imagens é muito boa. O corpo de fotógrafos do ‘Última Hora’ tinha uma proposta que revolucionou o jornalismo, com fotos mais fechadas e com assuntos próximos do leitor’, afirma Kauffmann.


Para recuperar os documentos, existe ‘uma conversa bem avançada, um projeto de parceria entre a Folha e o Arquivo do Estado’, diz Raimundo Cunha, gerente administrativo da redação.


 


 


LÍNGUA


Aldo Pereira


Apologia da norma culta


Muitos fatores concorreram, desde o descobrimento, para fragmentar a língua portuguesa de Caminha em dialetos brasileiros: extensão territorial, precariedade de comunicações, nível rudimentar da educação dos colonos, diversidade tribal afro-indígena.


Mas a literatura e a mídia atestam que sobrepaira na diversidade atual um dialeto minoritário associado a prestígio e poder.


Toda língua evolui, claro. Preferivelmente, contudo, em processo similar ao de leis e costumes, conducente à assimilação gradual das mudanças. Estabilidade de padrões é indispensável à organização social, a ponto de justificar coerção do Estado; pense na moeda e no sistema métrico.


A norma culta (hoje menos referida por esse nome), tem provido a língua de um referencial resguardado contra variações que, se prematuras e indiscriminadas, poderiam comprometer a eficiência da comunicação.


A norma culta tem favorecido também a comunicação inteligente na atividade intelectual, na política e no ordenamento jurídico: nenhum sistema legal poderia operar com eficiência, em país algum, sem rigor gramatical e semântico, tanto na prescrição das leis quanto na jurisprudência.


Diante dessas evidências, por que a norma culta inspira tanta controvérsia episódica e veemente?


A principal das várias razões pode ser sua conotação de elitismo tingido de racismo, a tácita e presunçosa inferência de que falar e escrever ‘bem’ (em geral, extensão de outros privilégios no acesso ao saber) legitima a hegemonia duma classe.


Outra razão pode estar no desconhecimento de como variantes dialetais fragmentam as línguas.


Quantos percebem, por exemplo, que a língua aprendida na infância é sempre um dialeto? Ou que a escrita é um dialeto da fala?


Quer se destine à leitura em voz alta (rádio, TV, artes cênicas, discursos, palestras), quer à leitura silenciosa processada no ritmo e grau de concentração do leitor, a escrita se caracteriza por atributos próprios e cumpre papel distinto do imediatismo da fala.


Por isso, caluniar a necessária identidade dialetal da norma culta para impugnar o padrão homogêneo de comunicação é o avesso do preconceito. Traz, entre outros contraproducentes efeitos, o de entorpecer a aquisição do conhecimento necessário à proficiência em outras disciplinas.


Terceira razão da crítica às vezes abusada que a norma culta inspira talvez advenha do nome antipático. Experimente substituí-lo, digamos, por português acadêmico (no sentido de ‘aprendido na escola’), e ensiná-lo como segunda língua (em relação ao dialeto trazido de casa), com precauções como evitar correções em classe, para não humilhar o aluno principiante perante seus pares; melhor limitá-las à vistoria dos cadernos.


O ensino desse português acadêmico pressuporia rigor na escrita, limitada tolerância gramatical e vocabular na fala, mas liberdade ilimitada na prosódia: afinal, por que desbotar o colorido de pronúncia e entonação dos falares regionais do Brasil?


ALDO PEREIRA é ex-editorialista e colaborador especial da Folha.


 


 


MÍDIA E POLÍTICA


Breno Costa


Em entrevista a blogs pró-governo, Lula faz críticas à imprensa


Na primeira entrevista já concedida a um grupo de blogueiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os entrevistadores se uniram nas críticas à grande imprensa.


Dez blogueiros autoclassificados ‘progressistas’ participaram da entrevista, de duas horas, na manhã de ontem no Palácio do Planalto.


Um dos blogueiros, Altamiro Borges, é filiado ao PC do B. Outro, conhecido como ‘Sr. Cloaca’ [ele não revela o nome], é assessor de imprensa de político do PT no Rio Grande do Sul, cujo nome também não revelou.


O blog Amigos do Presidente Lula, que não estava na lista divulgada pelo Planalto, também participou. O Planalto disse que o blog não entrou na lista por ‘erro’.


Dos 10 sites, 8 têm como linha a defesa do governo Lula e se alinharam, na eleição, à candidatura de Dilma Rousseff, reproduzindo uma série de ataques ao candidato do PSDB, José Serra. Os outros têm uma linha mais neutra.


O blogueiro Eduardo Guimarães, fundador do Movimento dos Sem Mídia, que já fez protestos em frente à Folha, citou a sigla ‘PIG’. Coube ao secretário de imprensa do Planalto, Nelson Breve, traduzi-la a Lula: ‘PIG é o que ele chama de Partido da Imprensa Golpista’.


Ao lado do ministro Franklin Martins (Comunicação Social), Lula voltou a afirmar que não lê jornais e revistas, mas que, quando sair da Presidência, vai ‘reler tudo’.


‘Eu quero saber a quantidade de leviandades, de inverdades que foram ditas a meu respeito, quantas coisas que não foram ditas.’


Ainda sobre a relação com a imprensa, disse que ‘o jogo não é fácil’. ‘Sobretudo quando você não quer se curvar.’ Afirmou que órgãos de imprensa se assustaram com sua popularidade ‘pois trabalharam o tempo inteiro para não acontecer isso’.


Para Lula, que prometeu virar ‘blogueiro e tuiteiro’, ‘não existe maior censura do que a ideia de que a mídia não pode ser criticada’.


O presidente voltou a defender uma regulação da mídia, mas rechaçou a ideia de censura. Ele quer entregar ao menos um esboço de marco regulatório para o setor.


Lula ainda disse que o pior momento vivido em seu governo foi o dia do acidente da TAM, em São Paulo, que deixou 199 mortos. ‘Nunca vi tanta leviandade’, disse, sobre a cobertura da mídia.


Afirmou que sentiu ‘alívio’ ao descobrir que não houve falha do governo e que o acidente tinha sido provocado, essencialmente, por erro humano. ‘Foi uma sensação de alívio por ter descoberto a verdade.’


SERRA


Lula também retomou o episódio da agressão a Serra por militantes ligados ao PT em ato de campanha no Rio.


Ele voltou a dizer que o tucano simulou uma agressão grave, e se disse ‘decepcionado’ com a Globo. ‘Foi uma cena patética, uma desfaçatez. Fiquei decepcionado [com a Globo] porque quiseram inventar uma outra história, um objeto invisível que até agora não mostraram.’


Serra, que estava ontem em Brasília, respondeu. ‘Como foi comprovado, foi um outro objeto atirado em mim, inclusive está filmado, e o presidente sabe disso.’


O tucano continuou: ‘Lula talvez já tenha começado sua campanha para 2014, dizendo mentiras inclusive’.


IRÃ E STF


Lula defendeu a relação com o presidente Mahmoud Ahmadinejad e tentou explicar a posição do iraniano sobre o holocausto. ‘Ele explicou que o que quis dizer, na verdade, era que morreram 70 milhões de pessoas na Segunda Guerra, e parece que só morreram judeus’, disse.


Ele afirmou que deixará a indicação do novo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) para Dilma Rousseff, no caso de o Senado não sabatinar o escolhido até o próximo dia 17, quando o Congresso entra em recesso.


Luís Inácio Adams, a advogado-geral da União, e Cesar Asfor Rocha, presidente do Superior Tribunal de Justiça, são os mais cotados.


 


 


Blog oficial do Planalto critica pergunta da Folha


O embrião da primeira entrevista do presidente Lula a blogueiros surgiu após a realização, em agosto, em São Paulo, do ‘1º Encontro de Blogueiros Progressistas’.


Após o encontro, o grupo pediu ao Palácio do Planalto uma entrevista com Lula.


A confirmação veio na semana passada. O Planalto disse ter imposto só a duração da coletiva. Os blogs participantes foram definidos pelos próprios blogueiros.


Ontem, após a Folha questionar a assessoria de imprensa do Planalto sobre a data de pedido da entrevista e a da confirmação, o Blog do Planalto criticou o jornal.


Sob o título ‘Preconceito é uma doença’, escreveu: ‘Uma pergunta inédita. O presidente já concedeu 960 entrevistas à imprensa ao longo dos dois mandatos. A Folha nunca teve a mesma curiosidade em relação a outras entrevistas’.


 


 


LIBERDADE


TV Cultura debate liberdade de imprensa


A TV Cultura promove hoje e amanhã um seminário para discutir a liberdade de imprensa no Brasil e na América Latina.


O evento será realizado das 9h às 18h e terá transmissão ao vivo pela internet (www.tvcultura.com.br/seminario).


Entre os participantes estão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), Franklin Martins (ministro de Comunicação Social do governo Lula) e Carlos Ayres Britto (ministro do Supremo Tribunal Federal).


Segundo a emissora, a programação do encontro está dividida em quatro pilares: controle social da mídia, legislação, liberdade de imprensa nas TVs públicas e relação entre novas mídias e liberdade de expressão.


Os temas estiveram na agenda política deste ano. Durante as eleições, o presidente Lula queixou-se da grande imprensa.


Além disso, alguns de seus ministros patrocinaram eventos para discutir novos controles sociais da mídia ao sugerir que a legislação atual não seria suficiente para garantir um fluxo democrático de informações.


Ainda neste ano, a Assembleia Legislativa do Ceará aprovou a criação de um conselho para monitorar a mídia. Outros três Estados (Bahia, Piauí e Alagoas) preparam iniciativas semelhantes.


A programação inclui os jornalistas Sérgio Dávila, Renata Lo Prete e Carlos Eduardo Lins da Silva (Folha), Merval Pereira (‘O Globo’), Ricardo Gandour (‘O Estado de S. Paulo’), Américo Martins (Rede TV!), Fernando Vieira de Mello (TV Cultura) e Tereza Cruvinel (TV Brasil).


 


 


ELEIÇÕES


Gabriela Guerreiro


Projeto cria restrições a pesquisas eleitorais


A Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado aprovou projeto de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) que, entre outras mudanças, estabelece regras mais duras para a realização de pesquisas eleitorais próximas às eleições


Pelo projeto, as pesquisas realizadas 30 dias antes do pleito têm que ouvir pelo menos 0,01% do eleitorado nacional, o que equivale a cerca de 13 mil eleitores. A maioria das pesquisas ouve, em média, 4.000 brasileiros.


A regra também vale para as eleições municipais e pode entrar em vigor em 2012 se o projeto for aprovado até meados do ano que vem.


Segundo Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, a regra de ouvir pelo menos 0,01% do eleitorado ‘praticamente inviabiliza, do ponto de vista financeiro, a realização de pesquisas’.


‘CENSURA INDIRETA’


Para ele, trata-se de uma ‘forma indireta de censurar esses levantamentos’.


Paulino afirma que, do ponto de vista técnico, a medida é inócua. ‘Não é o número de entrevistas que garante a qualidade da pesquisa. Se o processo amostral for inadequado, aumentar o número de entrevistas só vai potencializar possíveis erros.’


Ele lembra que, no segundo turno das eleições presidenciais, os institutos acertaram o resultado, dentro da margem de erro, ouvindo em média 0,004% do eleitorado (menos de 6.000 eleitores).


Procurado, o Ibope não se manifestou porque a diretora do instituto, Márcia Cavallari, não foi localizada.


OUTROS PONTOS


O projeto também endurece as regras para a inauguração de obras públicas durante o período eleitoral, ao ampliar de três para quatro meses antes do pleito a proibição para que agentes públicos realizem inaugurações.


O projeto reúne mais de 60 artigos rejeitados pela Câmara durante as discussões da minirreforma eleitoral.


O objetivo de Azeredo é garantir a aprovação das mudanças no Senado. Se os deputados modificarem o projeto, ele retorna para nova análise dos senadores.


O texto seguiu para análise da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que vai analisá-lo em caráter terminativo (sem a necessidade de ser votado em plenário).


Outra mudança permite oficialmente o veto à participação de ‘nanicos’ nos debates realizados em rádio, televisão ou internet.


 


 


CANUDO


RN aprova lei que exige diploma para contratar jornalista


A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte aprovou anteontem, por unanimidade, o projeto de lei que exige o diploma específico para quem for disputar vagas para o cargo de jornalista no poder público estadual.


A lei contraria o que determinou o STF (Supremo Tribunal Federal), que desconsiderou a necessidade do diploma para a profissão.


O líder do governo na Assembleia, deputado Fernando Mineiro (PT), que apresentou o projeto, disse que o objetivo era ‘a contratação de profissionais que possam oferecer, à administração pública, qualificação e preparo’.


O projeto segue agora para a sanção do governador Iberê Ferreira de Souza (PSB).


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


Mudança de curso


A imagem célebre da equipe econômica alinhada voltou ontem, ao vivo pelos canais de notícias e agora também pelos portais e sites de jornais. O nome de Henrique Meirelles foi evitado.


Depois, UOL e Folha.com destacaram, do futuro presidente do Banco Central, que ‘Dilma garante a autonomia’. O Valor Online destacou, do ministro da Fazenda, que a missão é ‘consolidar o crescimento’. No ‘Jornal Nacional’, ‘conter gastos’.


No ‘Wall Street Journal’, ‘Equipe promete conter gastos’. Abrindo outro texto, ‘no que parece indicar uma surpreendente mudança de curso, os assessores disseram que o novo governo prepara medidas firmes para controlar gastos e assegurar queda nos juros’. Na Bloomberg, ‘Juros futuros mergulham no Brasil com a política de Guido Mantega’.


ENTUSIASMO


Na manchete do Valor Online no fim da tarde, a declaração do presidente da associação da indústria de máquinas, sobre a saída de Meirelles: ‘Tiraram a raposa do galinheiro’.


Naquele momento, o ‘WSJ’, que havia publicado reportagem apontando ‘preocupação entre investidores’ com a mudança, postou que a nomeação de Alexandre Tombini, ao lado da menor tensão com as notícias da Europa e da Ásia, ‘entusiasma o mercado’ acionário no Brasil.


SEM DÓLAR


No Drudge Report, linkando ‘China Daily’, ‘China e Rússia abandonam dólar’ no comércio, em reunião de Vladimir Putin com Wen Jiabao


EUA RECORREM À CHINA


Depois de publicar na manchete de papel que os EUA enviariam um porta-aviões para exercícios na Coreia do Sul, como resposta ao bombardeio do dia anterior, o ‘New York Times’ fechou o dia com a manchete on-line ‘Casa Branca busca ajuda chinesa com a Coreia do Norte’, também destaque no ‘WSJ’.


‘RED COMMAND’


Abrindo ‘JN’ e outros telejornais há dias, com cenas de carros queimando e traficantes armados, a violência no Rio de Janeiro começou a ecoar pelo mundo.


O ‘NYT’ deu pequena nota, ‘Gangues enfrentam polícia nas favelas do Rio’. O canal de notícias da BBC retransmitiu as cenas e falou em ‘onda de violência’. O britânico ‘Guardian’ postou ontem que a ‘Polícia do Rio lança grandes operações nas favelas’, em resposta ao ‘Red Command’. O espanhol ‘El País’ mostrou ‘Tiros contra polícia’. E o ‘Christian Science Monitor’ levantou dúvidas sobre a Copa de 2014.


PÂNICO NA ZONA SUL


De repórter da Globo News, pela manhã, ‘nada foi confirmado, mas há muita correria, muito pânico aqui por Ipanema… as pessoas estão apavoradas’. De uma apresentadora da própria Globo, depois, ‘duas caixas deixadas em Ipanema… e o esquadrão antibombas foi chamado’. No G1, por fim, ‘constatou-se que a caixa fazia parte de ação promocional’.


Foi destaque também de Folha.com e UOL, manchete no portal Terra -e o iG informou em submanchete que a ‘Caixa que criou pânico era de campanha do Avião do Faustão’, uma promoção ‘cujo garoto-propaganda é o apresentador Fausto Silva’.


BLOGUEIRO, TUITEIRO


Lula deu entrevista a 11 blogs ‘progressistas’, dois deles apoiadores de Marina Silva, o restante pró-Dilma. No final, os blogs postaram que a ‘entrevista marca novo momento da blogosfera’ e entra ‘para a história política brasileira’. E também que ‘Lula diz que será blogueiro e tuiteiro’.


Também no alto da home do G1, ‘Lula diz que será tuiteiro’. Outros portais e sites deram destaque, além de reproduzir a transmissão ao vivo. E a Associated Press despachou a promessa de Lula de que não haverá atrasos na Copa.


 


 


MERCADO


Grupo americano aprova entrada no espanhol ‘El País’


Os acionistas do fundo norte-americano Liberty Acquisition Holdings aprovaram a injeção de capital de US$ 868 milhões no grupo espanhol de mídia Prisa (dono do jornal ‘El País’).


O negócio envolve uma espécie de troca de ações, e o Prisa vai se tornar dono de 100% do Liberty, que, por sua vez, passará a ser acionista do grupo espanhol.


As empresas dizem que a operação (que tem de ser aprovada pelos acionistas do Prisa) vai ajudar a espanhola ‘na sua expansão nos mercados internacionais, especialmente nos EUA, no Brasil [onde é dona de editoras como Moderna e Objetiva] e no México’.


 


 


PRÊMIO


Aberje concede à Folha o prêmio Mídia do Ano na categoria Jornal


A Folha receberá hoje o prêmio Mídia do Ano, na categoria Jornal, concedido pela Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial).


Em sua 36ª edição, o Prêmio Aberje é um dos mais prestigiados na área de comunicação empresarial. Essa é a terceira vez que a Folha vence a categoria -foi premiada anteriormente em 2007 e 2008.


Também serão premiados neste ano a ‘piauí’ (categoria revista), a Jovem Pan FM (categoria rádio), a Globo News (categoria televisão), o jornal ‘Valor Econômico’ (categoria mídia especializada) e o Globo.com (categoria mídia digital).


Os premiados são escolhidos por um júri formado pelos diretores e pelos membros do conselho e da diretoria da Aberje.


EXCELÊNCIA


De acordo com a entidade, o prêmio tem por objetivo ‘reconhecer a excelência da comunicação organizacional no Brasil por meio do incentivo e difusão das melhores práticas do setor’.


Na edição deste ano, foram 388 veículos inscritos em todo o país, dos quais 80 foram selecionados para essa fase final, de abrangência nacional.


Fundada em 1967, a Aberje é uma sociedade civil sem fins lucrativos constituída com o objetivo de promover a comunicação empresarial e de organizações ‘como função administrativa, política, cultural e simbólica de gestão estratégica das organizações e de fortalecimento da cidadania’.


Fazem parte da associação pessoas físicas e jurídicas que desenvolvem a atividade de comunicação empresarial ou que contribuem direta ou indiretamente para esse fim.


A entrega do prêmio acontece em um almoço para cerca de 300 convidados, em São Paulo.


 


 


ASSINATURA


Sofia Fernandes


Anatel dá sinal verde para teles oferecerem TV a cabo


As concessionárias de telefonia fixa estão com o caminho quase livre para atuarem no mercado de TV a cabo. O conselho da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovou ontem o fim da restrição dessas empresas no setor, veto imposto em 1998.


Ainda há um impedimento legal para que as teles aproveitem esse filão. A lei de TV a Cabo, de 1995, proíbe a participação das concessionárias, a menos que não haja nenhum concorrente para prestar o serviço.


Esse último obstáculo deve durar pouco, já que tramitam no Senado mudanças na lei que abrem o mercado para as teles, projeto já aprovado em comissão na Câmara.


O único voto contrário de ontem foi da conselheira Emília Ribeiro. Ela lembrou que o entendimento da agência sempre foi o de que a abertura do mercado de TV a cabo geraria prejuízos à competição e implicaria concentração econômica.


O superintendente de Serviços Públicos da agência, Fernando Pádua, afirma que a decisão é uma modernização da lei, mas que caberá aos parlamentares a decisão final da abertura.


‘É natural e bom termos serviços convergentes. Se aprovada a proposta, ficará para os legisladores decidirem essa questão’, afirmou.


O segmento de TV por assinatura amarga um crescimento tímido de clientes, ao passo que a telefonia móvel e outras plataformas, como telefonia transmitida pela internet, registram incrementos cada vez mais vultosos.


Com a abertura, as concessionárias poderão comercializar TV por assinatura, internet banda larga e telefonia em pacotes, por exemplo.


 


 


LIVRO


Carlos Eduardo Lins da Silva


Marc Weingarten faz competente biografia do novo jornalismo


O novo jornalismo não tinha nada de novo e tinha muito pouco de jornalismo, segundo seus críticos. Em alguns casos extremos, sem a menor sombra de dúvida, não era nem novo nem jornalismo.


No entanto, foi um movimento espontâneo, sem teorias, atabalhoado, que resultou em reportagens e livros geniais, influenciou pelo menos já duas gerações de escritores, sacudiu a imprensa americana nos revolucionários anos 1960 e deixa saudade em muita gente até agora.


Marc Weingarten escreveu a biografia do novo jornalismo, que chega às livrarias em edição brasileira neste final de 2010. É um trabalho competente, centrado na vida e obra de alguns dos expoentes do gênero: Tom Wolfe, Gay Talese, Norman Mailer, Joan Didion e Hunter Thompson, em especial, mas não apenas. Tem alguns problemas.


Por exemplo, não coloca John Reed entre os primeiros jornalistas que fizeram exatamente o que o novo jornalismo praticava: colocar as técnicas da literatura de ficção a serviço da não ficção.


Mas tem muitas qualidades. A principal, oferece uma boa amostragem da maneira como esses autores chacoalhavam as redações e os leitores com suas abordagens inteligentes, originais, e com sua audácia narrativa diante de assuntos manjados demais.


Um caso desses: enquanto todos os colegas de jornais e revistas se concentravam no relato que a TV e o rádio já estavam martelando no público durante todo o dia 22 de novembro de 1963, Jimmy Breslin focava a sua matéria sobre a morte do presidente John Kennedy nas impressões individuais do médico que comandou o seu atendimento. No dia do enterro de Kennedy, seu personagem foi o coveiro.


EDIÇÃO BRASILEIRA


Para o público brasileiro, os editores poderiam ter providenciado algumas notas para oferecer contexto a quem não tem o referencial dos americanos ou dos muito interessados pela cultura e política dos EUA.


Nomes e situações passam batido no texto, o que vai deixar muita gente sem entender a dimensão que o autor implica ao citá-los.


A tradução também bobeia aqui e ali. Um episódio é contado em detalhes: Norman Mailer ficou furioso com os editores que mudaram o título de uma reportagem sua sobre as eleições de 1960 porque eles alteraram a palavra ‘supermarket’ para ‘supermart’.


E o leitor brasileiro fica na mão, sem saber que importância essa alteração poderia ter tido para o escritor.


QUESTÕES ÉTICAS


O livro poderia ter explorado mais a fundo algumas das grandes questões éticas que o novo jornalismo levanta.


Como dizia Tom Wolfe, o estilo devia fluir livremente, mas os fatos do texto tinham de ser irrefutáveis.


E frequentemente não eram. Não eram nem fatos, na verdade.


Algumas invenções foram flagradas. Outras, não. Hunter Thompson foi um dos que mais se excederam na liberdade com que misturava mentiras com verdades (e às vezes ficava só nas mentiras, sem verdade alguma). Era genial, mas não era jornalismo.


A TURMA QUE NÃO ESCREVIA DIREITO


AUTOR Marc Weingarten


EDITORA Record


QUANTO R$ 54,90 (392 págs.)


AVALIAÇÃO bom


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


Record assedia afiliadas para duplicar cobertura


De olho na movimentação de afiliadas do SBT, a Record traçou um plano agressivo de crescimento de cobertura de sua rede para 2011.


A Folha apurou que, na convenção da Record realizada esta semana, em Campinas (interior de São Paulo), a emissora deixou claro que vai partir para cima das afiliadas da concorrência, a fim de melhorar sua rede na TV aberta e expandir o alcance do seu canal de notícias, a Record News, no país.


A estratégia da Record é tirar praças fortes da concorrência, com sinal melhor, em regiões onde ela já tem emissora própria. A Record News assumiria o sinal na emissora própria e a nova afiliada então passaria a transmitir a Record. Com isso, a rede teria dois sinais em regiões importantes, minando a cobertura das outras redes.


Essa expansão tem como alvo afiliadas em Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Belém e Goiânia. Em Goiás já existem conversas com a TV Serra Dourada, praça do SBT.


O primeiro passo nessa direção virá da TVB, que transmite o SBT em Campinas e Santos e passará, a partir de janeiro, a exibir a Record.


Procurada, a Record não comenta o assunto.


Já o SBT, via assessoria, garante que suas afiliadas estão seguras quanto ao futuro da emissora e que não pretendem deixar a rede.


ORIENTE


Em festival de cinema no Qatar, Maria Candida entrevistou o ator Kevin Spacey. O bate-papo vai ao ar hoje à noite, no ‘Programa Amaury Jr.’ (Rede TV!)


Voto Após algumas dissidências, a AR (Associação de Roteiristas) reelegeu anteontem Marcílio Moraes como seu presidente. Walcyr Carrasco é o novo vice da entidade.


Dama Em episódio com Sonia Braga, ‘As Cariocas’ (Globo) registrou anteontem 18 pontos de audiência, ante 16 da Record no horário. (Cada ponto corresponde a 60 mil domicílios na Grande SP)


Tensão O clima é de apreensão na TV Cultura por um grande corte de funcionários no início de 2011. Por ser empresa pública, a lei proíbe demissões de contratados com carteira assinada três meses antes das eleições e até a posse do novo governo, em janeiro. Os diretores que saíram recebiam como pessoa jurídica.


Mr. Bean A Band vai espalhar em seus intervalos em 2011 esquetes curtos de humor de um grupo canadense, ao estilo ‘Monty Phython’.


Sopão Para um viciado em crack e morador de rua, Danilo (Cauã Reymond), em ‘Passione’ (Globo), não está um pouquinho acima do peso?


Flashes Uma série sobre os descobridores de modelos brasileiras, uma espécie de ‘TV Fama’ semanal e um especial com a trajetória de Victor e Leo estão entre as novidades de canal pago E! para 2011.


Glu-glu ‘Programa do Gugu’ e o ‘Tudo É Possível’ disputam na Record a volta de uma ‘pérola’ da TV, a ‘Pegadinha do Mallandro’, com Sérgio Mallandro.


com SAMIA MAZZUCCO


 


 


 


************


O Estado de S. Paulo


Quinta-feira, 25 de novembro de 2010


 


MÍDIA E POLÍTICA


Leonencio Nossa


A blogueiros, Lula critica ‘mídia antiga’


Em entrevista a blogueiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem ataques à ‘mídia antiga’ e, ao mesmo tempo, exaltou a liberdade de imprensa. ‘Com todos os defeitos, eu sou o resultado da liberdade de imprensa deste País’, afirmou. ‘Eles pensam que o povo é massa de manobra como era no passado, eles se enganam. O povo está mais inteligente, mais sabido.’


Ao final do encontro, Lula confidenciou que, após deixar o governo, pretende retomar o debate sobre a crise política de 2005. ‘Quando eu desencarnar da Presidência, vou resgatar essa questão do mensalão no Brasil com profundidade’, afirmou, segundo um dos entrevistadores.


A entrevista foi concedida a Renato Rovai, articulador do encontro, José Augusto Duarte, do Blog Os Amigos do Presidente Lula, Rodrigo Vianna, do Blog Escrevinhador, entre outros.


MENSALÃO


Descontraído, depois da entrevista, Lula confidenciou que, quando deixar o governo, quer retomar o debate sobre a crise política de 2005. ‘Quando eu desencarnar da Presidência, vou resgatar essa questão do mensalão no Brasil com muita profundidade’, afirmou, segundo um dos entrevistadores. O presidente demonstrou não estar satisfeito com os esclarecimentos sobre o caso que atingiu o Planalto e o PT no terceiro ano do primeiro mandato, avaliou o blogueiro que relatou a declaração dele.


INFORMAÇÃO


‘Vocês sabem que eu parei de ver revista, parei de ver jornal. A raiva deles é que eu não os leio. Então, pelo fato de não os ler, eu não fico nervoso. Mas podem ficar certos de que eu trabalho com muita informação, mas não preciso ler muitas coisas que eles escrevem.’


LIBERDADE DE IMPRENSA


‘Com todos os defeitos, eu sou o resultado da liberdade de imprensa neste País. Quem tem que julgá-los não sou eu, não vou ficar xingando. O que eles se enganam é que eles pensam que o povo é massa de manobra, como era no passado, que eles podem derrotar um candidato, tirar candidato, pôr candidato, eles se enganam. O povo está mais inteligente, está mais sabido, e eles agora têm que lidar com uma coisa chamada internet que eles não sabiam como lidar.’


CONTROLE DA MÍDIA


‘Acho que é diferente ser dono de banco e ser dono de um meio de comunicação. Nós precisamos ter claro: um trabalha com o bolso e o outro trabalha com a cabeça das pessoas. Então, eu acho que nós temos que ter um certo controle da participação de estrangeiros, sim. A gente não pode abrir mão do controle, essa é a minha tese.’


FUTURO MULTIMÍDIA


‘Pode ficar certo que eu serei tuiteiro, que eu serei blogueiro, que eu serei… vou ser um monte de coisas que não fui até agora.’


ARAGUAIA


‘Nós estamos para apresentar o resultado de uma investigação em que participou não apenas o governo, mas a sociedade civil. E o resultado vai ser o de que não encontramos aquilo que nós queríamos encontrar. Eu ainda não (tenho) o resultado das investigações, mas parece que até agora não foi encontrado nada. Essas pessoas vão ter que apresentar o relatório para mim para que eu possa passar o relatório para a Dilma. (…) Eu fiz o que eu sabia e o que eu podia fazer na questão de direitos humanos. Gostaria de ter encontrado os cadáveres que as pessoas queriam que encontrasse. Espero que a Dilma tenha mais sorte do que eu.’


TRISTEZA


‘O dia em que eu sofri mais aqui na Presidência foi o dia do acidente da TAM no Aeroporto de Congonhas. Eu nunca vi, nunca vi tanta leviandade. (…) Ninguém falava de erro humano. Esse foi o dia mais nervoso, mais triste da minha vida. Eu não quero nunca mais que isso se repita.’


PLANO DE DIREITOS HUMANOS


‘Eu cometi um erro, porque eu disse textualmente que, para aprovar um texto daquela magnitude, a gente deveria ter feito um debate dentro do governo e não foi possível fazer isso. Então, refizemos algumas coisas que era preciso fazer, sem ferir aquilo que era a principalidade do texto.’


 


 


ASSINATURA


Karla Mendes


Anatel abre mercado de TV a cabo para teles


As concessionárias de telefonia fixa receberam o aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para oferecer o serviço de TV a cabo em sua área de concessão.


Depois de muita polêmica, a Anatel aprovou ontem a alteração dos contratos de concessão que vão vigorar a partir de 1.º de janeiro de 2011, excluindo a cláusula que determinava que as operadoras de telefonia fixa só poderiam explorar o serviço caso não houvesse nenhuma outra empresa operando na mesma região.


Na prática, as teles ficaram a um passo de poder entrar de vez no mercado de TV a cabo e oferecer o serviço em pacotes convergentes que contemplam banda larga, telefonia fixa e telefonia móvel, faltando apenas a aprovação no Senado Federal do Projeto de Lei Complementar 116 (PLC 116, antigo PL 29), a chamada Lei do Cabo.


O projeto de lei, já aprovado na Câmara dos Deputados, além de acabar com a proibição de as concessionárias oferecerem serviços de TV a cabo na área de concessão, joga por terra também a restrição do controle de operadoras de TV a cabo apenas por grupos nacionais, além de impor cotas de conteúdo nacional.


Fontes do setor disseram ao Estado, porém, que temem que a alteração das regras da Anatel antes da mudança da lei no Congresso incite uma forte pressão na agência para que as novas outorgas ocorram antes mesmo da aprovação da nova Lei do Cabo. Se isso ocorrer, alertam para a enxurrada de ações na Justiça.


Em seu voto, o conselheiro João Rezende, relator da matéria, acolheu as propostas apresentadas pela Superintendência de Serviços Públicos da Anatel para a ampliação das concessões, sob o argumento de que a atual configuração do mercado de TV a cabo está ‘estagnado e monopolizado’.


Rezende destacou também a possibilidade de ofertas convergentes e do aumento da concorrência no setor, o que traria um efeito benéfico sobre o mercado de banda larga, com o incremento de ‘redes convergentes de alta capacidade’.


Tarifas. O Conselho Diretor da Anatel também deliberou outras alterações importantes nos contratos de concessão das empresas de telefonia fixa. Uma delas acaba com o teto das tarifas de ligações de longa distância nacionais e internacionais.


O superintendente de serviços públicos da Anatel, Fernando Pádua, reconheceu que essa mudança pode implicar aumento de preços para os usuários, mas ponderou que qualquer alteração das tarifas terá de passar pelo crivo da Anatel.


A medida tem impacto direto para a Embratel, hoje a única prestadora de serviços de longa distância em regime público e, por consequência, com compromisso de continuidade do serviço. ‘Se ela fechar, acabou (esse compromisso)’, alertou.


Pádua explicou que essa mudança é necessária porque hoje a Embratel tem concorrentes, como a Intelig e empresas que prestam o serviço via protocolo de internet (IP), como o Skype, que têm liberdade total tarifária e não têm compromissos de continuidade.


Outra mudança relevante é a inclusão das receitas de interconexão (tarifas oriundas de ligações entre fixos e celulares) e prestação de serviços adicionais no cálculo da receita líquida das empresas. Do total dessas receitas, 2% são encaminhados para a União, a cada dois anos. A mudança, segundo Pádua, eleva os atuais R$ 800 milhões devidos para cerca de R$ 1,2 bilhão.


PARA ENTENDER


Empresas aguardam nova lei


A Lei do Cabo, que trata somente desse serviço de televisão por assinatura, é de 1995. Anterior, portanto, à Lei Geral de Telecomunicações (LGT), de 1997, e à privatização do Sistema Telebrás. A Lei do Cabo impede as concessionárias de telefonia, que na época eram estatais, de operar TV a cabo em sua área de concessão. Também veta o controle estrangeiro nas empresas de cabo, restrição que não existe na LGT.


Sem a mudança na Lei do Cabo, a Oi e a Telefônica não podem ter empresas de cabo na sua área de concessão. Ela também impede a Telefônica de assumir o controle da TVA e a Embratel o controle da Net, por causa da restrição ao capital estrangeiro. A Telefônica é espanhola e a Embratel, mexicana.


O projeto de lei para modificar essa situação é o PLC 116 (antigo PL 29), que já foi aprovado na Câmara e aguarda votação no Senado. Se aprovado, esse projeto acabará com as restrições da entrada das teles no mercado de TV paga. Apesar disso, ele é cercado de polêmica, ao propor cotas de programação para conteúdo nacional.


 


 


TELEVISÃO


Band mantém R.R. Soares na faixa nobre


Entusiasmada com as novidades de programação anunciadas para 2011, a direção da Band só desanima quando o assunto é a milionária locação de horário para o Show da Fé, de R.R. Soares, em plena faixa nobre. ‘Nós gostamos de televisão, torcemos por isso’, disse o vice-presidente da Band Marcelo Meira, questionado pelo Estado sobre a tão aventada (e nunca consumada) possibilidade de o Show da Fé liberar horário tão crucial para a audiência. ‘Este ano já conseguimos reduzir para 20 minutos’, completou Meira – na verdade, R.R. ocupa hoje o horário das 20h35 às 21h. Segundo ele, o atual contrato do religioso com a Band vai até ‘setembro ou outubro’.


Jogo dos sete erros


Personagem dos idos do Balão Mágico, Orival Pecini, o Fofão, garante um momento Trash’s 80 ao programa de Eliana no SBT. Participa do quadro Os Opostos se Atraem em cena que vai ao ar neste domingo.


800 publicitários embarcam amanhã no Navio SBT, cruzeiro que sai do porto de Santos, passando por Rio, Búzios e Ubatuba. É mimo de fim de ano ao mercado.


‘Não importa quantos anos eu tenho. Eu tenho 52 anos.’ Do sempre espirituoso Silvio Santos, prestes a completar 80, em gravação do programa que vai ao ar neste domingo


O meio musical pode contar com isso: a exemplo do que ocorria em Paraíso Tropical e, mais frequentemente em Celebridade, Gilberto Braga informa que sua próxima novela, Insensato Coração, abrirá muito espaço para pocket shows inseridos na ficção.


Chico Xavier, o filme, repetiu na TV o efeito garantido nas bilheterias: em sua estreia no Telecine Premium, dia 13, o longa-metragem de Daniel Filho levou o canal à liderança de audiência na TV paga no horário.


Tudo sobre Lady Gaga em um documentário que o Multishow anuncia como exclusivo no Brasil é promessa para 3 de janeiro, às 21h30. Taking the World one Sequin at a Time mostra a história da diva desde que ela era conhecida como Stefani Joanne Angelina Germanotta.


A Globo informa que o GloboDoc, vendido para 30 países e finalista ao Emmy, já foi visto no Brasil, sim, ao contrário do que cá foi dito. Pelo Canal Futura. E só a 1.ª temporada.


Na fila das renovações de contrato em andamento na MTV, chegou a vez de Bento Ribeiro, que acaba de acertar sua permanência na emissora por mais um ano.


Produto da Globo Marcas, o esmalte Luíza, adereço da personagem de Guilhermina Guinle em Ti-Ti-Ti, lidera lista mais recente de pedidos feitos por telespectadores à central de do plim-plim.


A GloboNews faturou mais um Prêmio Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), o sexto de sua galeria.


O que há em comum entre Erasmo Carlos, Sandy, Daniela Mercury, Zeca Pagodinho, Céu, Samuel Rosa, Bebel Gilberto, Dinho Ouro Preto e Carlinhos Brown? Estarão todos no palco de encerramento do 10.º ano do Altas Horas. Grava dia 6, no Rio.


 


 


 


************