Thursday, 02 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

A crônica anunciada do fracasso

No caderno de Esporte da Folha de S.Paulo (17/07), a imagem iconográfica do técnico Mano Menezes coincide com o título da matéria: “A hora de Mano”. O técnico, de mãos postas, olha adiante. É a crônica anunciada do fracasso. Tanto é verdade que – no jogo com os paraguaios – o Brasil caiu e pôs fim aos sonhos de conquistar a Copa América.

Mas, afinal, o que aconteceu em campo? Após o mata-mata de 90 minutos, veio a prorrogação, de 30 minutos, e por fim a cobrança de pênaltis, ou seja, a última chance de classificação dos amarelinhos. Das quatro cobranças brasileiras, dois chutes foram parar na Lua, um caiu na Ponte da Amizade e o último timidamente foi defendido pelo goleirão Villar. Paraguai, 2 a 0. Nosso time não aproveitou nenhum pênalti, ficou evidente que não treinou o suficiente. Nossa seleção foi inobjetiva, burocrática e faltou espírito aguerrido. De modo geral, a mídia questionou o fraco desempenho da seleção brasileira no jogo.

O jogo serviu para mostrar que as coisas não andam tão bem em nosso futebol. O maior culpado é Ricardo Teixeira, que é alvo de uma enxurrada de denúncias no comando da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Então, o que fazer? Entre outras coisas, adequar o calendário brasileiro ao europeu, valorizar o futebol feminino, valorizar a formação de atletas nas diversas modalidades esportivas, aumentar a transparência na gestão da CBF e clubes, pôr fim ao monopólio de transmissão de um único canal de televisão e trocar o comando na entidade máxima do futebol brasileiro. Nota 4,5 para os amarelinhos. É preciso, também, reformular a seleção, porém devemos preservar os garotos.

Por fim, a mídia tem papel indispensável na discussão sobre os problemas do esporte nacional. Seja amador ou profissional. É claro que isso envolve o futebol e sua gestão, bem como a construção de estádios para a Copa do Mundo 2014 e a Olimpíada de 2016.

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[Ricardo Santos é jornalista e professor, São Paulo, SP]