Monday, 29 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Ativista perde olho em agressão israelense

Exceto as honrosas exceções de O Globo, Diário de Pernambuco e do CMI nenhum outro órgão de informação relevante se interessou pelo incidente envolvendo a norte-americana Emily Henochowicz.

Em 31 de maio de 2010, a ativista norte-americana foi atingida no rosto por uma bomba de gás lacrimogêneo durante uma manifestação em Qalandiya. Emily Henochowicz, estudante de 21 anos de idade, está atualmente no Hospital Hadassah, em Jerusalém, e foi submetida a uma cirurgia para remover seu olho esquerdo. O incidente ocorreu após a manifestação que foi realizada em protesto ao assassinato, por Israel, de pelo menos, 10 civis a bordo do Freedom Gaza Flotilha em águas internacionais.

O acesso ao petróleo

O resultado do incidente é previsível. Todos sabem o que o governo dos EUA fez ou vai fazer contra Israel por causa desta vítima norte-americana: absolutamente nada.

O navio norte-americano USS Liberty foi afundado durante a Guerra dos Seis Dias, em 8 de junho de 1967, por torpedos lançados de aviões israelenses (ver aqui). Até hoje os parentes das 171 vítimas exigem que a Casa Branca responsabilize Israel, mas isto não ocorreu e nunca vai acontecer. Muito pelo contrário: depois do afundamento do USS Liberty pelos israelenses, os EUA vetaram dezenas de resoluções contra Israel na ONU.

Para o governo dos EUA, a parceria com Israel é muito mais importante que a vida de cidadãos e militares norte-americanos. Os israelenses dão aos gringos graúdos a certeza do controle sobre o petróleo do Oriente Médio e o controle do petróleo é a chave para a estabilidade política interna dos EUA (a gasolina barata faz com que os norte-americanos acreditem que são livres e os leva a apoiar ou não se opor às guerras neocoloniais dos EUA). O acesso ao petróleo também permite aos EUA manter sua capacidade de fazer a guerra em qualquer lugar do planeta para garantir o acesso àquilo que os gringos graúdos desejam: mais petróleo, minérios indispensáveis e mercados para os seus produtos industriais (filmes, jogos, programas de computador, supercomputadores etc.).

Um olho humano tem menos valor que um barril de petróleo? Com a palavra os jornalistas que omitiram o fato.

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Advogado, Osasco, SP