Tuesday, 10 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1317

Dois mortos em ataque a jornal ligado a rebeldes

Homens armados atacaram a redação do jornal em língua tâmil Uthayan na noite de terça-feira (2/5), véspera do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, na cidade de Jaffna, no Sri Lanka. O ministro das Comunicações, Anura Yapa, afirmou em declaração que duas pessoas morreram, sem informar se eram repórteres. Jornalistas e autoridades haviam informado inicialmente que apenas uma pessoa havia morrido e que três outras haviam ficado feridas. O diário apóia o grupo separatista Tigres de Libertação da Pátria Tâmil (LTTE). ‘Homens com os rostos cobertos estavam procurando alguns repórteres. Eles não estavam lá, mas mesmo assim os homens começaram a atirar’, contou um jornalista do Uthayan.


Yapa informou que o ataque foi planejado para confrontar o governo. Ele acusou os ‘terroristas armados’, mas o sítio pró-rebeldes Tamilnet afirmou que ‘paramilitares’ foram os responsáveis pelo ataque. O presidente Mahinda Rajapakse condenou o incidente e pediu que as autoridades assegurem que os responsáveis sejam encontrados e julgados o mais rápido possível.


Ataques recorrentes


Os escritórios do jornal Uthayan em Jaffna e Colombo já foram atacados no passado, deixando vários funcionários feridos. Um colaborador do diário foi morto em janeiro, na cidade de Trincomalee. O ataque desta semana ocorreu logo depois que jornalistas do país realizaram uma vigília em Colombo por colegas de vários países que foram mortos a trabalho.


As tensões aumentaram entre as forças do governo e as guerrilhas tâmeis depois de uma trégua de quatro anos. Em abril, mais de 200 pessoas foram mortas em atentados a bomba. Na semana passada, o chefe do Exército, Sarath Fonseka, ficou seriamente ferido e 10 pessoas foram mortas em uma destas explosões. O LTTE foi fundado em 1983 para exigir a criação de um Estado separado para a etnia tâmil, minoritária no país, mas majoritária nas zonas leste e norte. Mais de 60 mil pessoas morreram no conflito separatista nas últimas três décadas. Informações da AFP [3/5/06].