Wednesday, 01 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Curriculando

Quem já participou de alguma seleção de trabalho sabe como é importante ter um currículo bacana para impressionar os futuros chefes. Usar caracteres básicos, ter no máximo duas páginas, não cometer o assassinato da língua portuguesa e ter condições de comprovar tudo que se coloca na apresentação são critérios já bem comentados, que não se admite mais errar.

O que muitas pessoas acabam esquecendo – ou preferem esquecer – é que vivemos em um grande Big Brother e que, além das informações acadêmicas e profissionais, algumas empresas adotam examinar os perfis dos postulantes à vaga pelos perfis nas redes sociais. Segundo a psicóloga organizacional Paula Andrade, dependendo dos cargos, a empresa exige uma pesquisa mais detalhada e muitos profissionais são analisados pelo que estão tuitando, comentando e compartilhando nas comunidades. Ou seja, nem adianta você dizer que é bilíngue e que tem a formação acadêmica ideal para o cargo se em sua página pessoal só falar palavrões, tiver um e-mail como vivipiriguete@blá-blá-blá ou damdamsafadão e fizer parte da comunidade: “Odeio meu chefe”. Atente: hoje podem nos analisar, sem nem conversar conosco.

Há oito anos trabalho com gestão de recursos humanos e não posso negar que, antes de contratar alguém, a minha curiosidade suplanta a folha de papel e chega até os perfis que circulam na internet. Óbvio que essa ação não é decisiva, mas conta, e muito! Pois as empresas querem profissionais brilhantes, mas com capacidade de interação e de tolerância.

Padrões de conduta

A cultura de que a internet é um território livre não se aplica aos profissionais que estão no mercado de trabalho, ou àqueles que almejam entrar. Portanto, na dúvida, faça o que Sandra Annenberg recomenda, “não seja deselegante”, e lembre-se: você está sendo observado por uma sociedade que tem padrões de conduta rígidos e que não perdoa os vacilos (dos outros).

Opa! Não quero também chegar amaldiçoando as redes sociais. Elas servem, sim, para fazer contatos e relacionar-se com pessoas que têm objetivos parecidos com o seu, e a internet é uma arma poderosa para quem quer turbinar o currículo gastando pouco. Uma dica são os cursos oferecidos por instituições como o Sebrae. O internauta cadastra-se nos cursos online, faz em horário conveniente e é acompanhado por um tutor sem fazer nenhum investimento financeiro.

Use as redes sociais para mostrar como você é capaz, use-as como vitrine e boa sorte!

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[Patrícia Alves é comunicóloga]