Sunday, 05 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

Estatísticas questionáveis sobre a guerra

A guerra do Iraque e o número de mortos naquele país foram temas da coluna do ombudsman do New York Times deste domingo [7/10/07]. Segundo uma matéria publicada no NYTimes que citava um funcionário do Ministério do Interior, 1.654 civis iraquianos foram mortos de forma violenta no país no mês passado. Já para o grupo britânico Iraq Body Count, seriam 1.280. A Reuters noticiou que 844 foram mortos em setembro e o Washington Post, 827, tendo como fonte o Ministério da Saúde.

Um debate sobre estes dados intensificou-se desde que o general David Petraeus, chefe das forças americanas no Iraque, afirmou no Congresso, no dia 10/9, que as mortes de civis diminuíram em mais de 45% desde dezembro. Trata-se de uma informação importante, porque quando o presidente George W. Bush anunciou o aumento de tropas, em janeiro, afirmou que a violência contra cidadãos iraquianos seria reduzida para que o país pudesse resolver suas questões políticas em relativa segurança.

Questionamentos

Porém, desde que Petraeus depôs, as estatísticas vêm sendo questionadas. O NYTimes publicou que especialistas dentro e fora do governo têm dúvidas sobre a maneira como a contagem é feita. Para tentar entender como isto funciona, o ombudsman Clark Hoyt consultou funcionários do governo e bancos de dados independentes sobre o Iraque. Hoyt descobriu, por exemplo, que ao contrário do que alguns artigos afirmavam, tiros dados na frente da cabeça contam como assassinatos, assim como explosões de carro.

Após analisar todos estes detalhes, Hoyt concluiu que há evidências de que a morte de civis relacionadas com a violência no Iraque tenha diminuído desde o final do ano passado, embora seja discutível em qual proporção – se significativa ou insignificante – e por quais motivos. Mesmo assim, ele avalia que, independente dos números, ‘não se trata de um panorama agradável’.