Wednesday, 01 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Fotógrafo recebe voz de prisão em SC

Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


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Comunique-se


Quarta-feira, 12 de novembro de 2008


 


VOZ DE PRISÃO
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Delegado dá voz de prisão a repórter-fotográfico em SC


‘Repórter-fotográfico do site da Rádio Cidade AM, Paulo Schmidt foi preso pelo delegado regional da Polícia Civil na região de Brusque (SC), Ademir Brás de Souza, na última segunda-feira (10/11). A jornalista Liliane Dias, que acompanhava Schmidt, afirma que houve abuso de autoridade, enquanto o delegado conta que o fotógrafo não respeitou seu pedido de parar de registrar imagens dele durante um acidente de trânsito.


‘É nossa rotina cobrir acidentes. A gente estava lá fotografando quando o delegado me questionou quem eu era. Expliquei que sou jornalista e onde trabalho. Ele já saiu resmungando e disse que fazemos sensacionalismo. Como o Paulo insistiu em tirar as fotos, ele deu voz de prisão e o levou para a delegacia da Polícia Civil’, conta Liliane.


‘Estava chegando ao trabalho por volta das 14h quando vi uma movimentação do Corpo de Bombeiros e percebi que se tratava de um acidente de trânsito. Soube então que a vítima era um funcionário da delegacia regional, onde trabalho. O pai dele estava lá e pediu para os repórteres pararem de registrar fotos. Ela [Liliane] atendeu mas havia outro repórter que pegou a máquina dela e começou a fotografar. Me dirigi a ele e pedi pra não fazer isso. Ele começou a direcionar a máquina na minha direção. Disse que apreenderia a máquina, tentei pegá-la e ele disse q eu o estava agredindo. Dei, então, voz de prisão’, disse o delegado Ademir Brás de Souza.


O repórter-fotográfico foi levado para a delegacia da Polícia Civil, mas liberado em seguida.


Nesta terça-feira, Liliane e Schmidt vão à delegacia da PC prestar depoimento. O delegado registrou ocorrência e conta que o fotógrafo vai responder a um termo circunstanciado, delito previsto em que a detenção não chega a dois anos e é apurado mais rapidamente.’


 


 


VAZAMENTO
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Relatório aponta Protógenes como responsável por vazamento na Satiagraha


‘De acordo com matéria publicada pela Folha de S. Paulo desta terça-feira (11/11), o relatório da corregedoria da Polícia Federal aponta o delegado Protógenes Queiroz como o responsável pelos vazamentos ocorridos durante a Operação Satiagraha. Para chegar a essa conclusão, o delegado Amaro Vieira Ferreira tomou depoimentos de funcionários e diretores da Agência Brasileira de Inteligência, de policiais que participaram da operação e de jornalistas.


No documento, existem indícios de que Queiroz avisou equipe da TV Globo horas antes da operação ser deflagrada. Nenhum dos profissionais da emissora confirmaram a informação. Como indícios, Ferreira se baseou na análise de reportagens sobre outras operações comandadas por Queiroz. Sobre o depoimento de um produtor, Ferreira afirma que ‘ao negar resposta a algumas perguntas e ao responder outras de modo restritivo ou taxativo, contrariou a lógica natural e forneceu elementos que permitem inferir a autoria, bem como atribuí-la ao delegado Protógenes’.


A jornalista da Folha Andréa Michael também está sendo alvo da investigação de Ferreira. Na Satiagraha, Queiroz determinou a prisão da jornalista, que foi negada pelo juiz Fausto de Sanctis. A acusação era de que na reportagem ‘Dantas é alvo de outra investigação da PF’, Andréa teria passado informações sigilosas para a defesa de Daniel Dantas.


O relatório produzido por Ferreira, ainda preliminar, serviu de base para a autorização de buscas e apreensões nas casas de dois funcionários da Abin, de um terceiro sargento da Aeronáutica, de um terceiro sargento da Polícia Militar do Distrito Federal, de um escrivão da PF que participou da Satiagraha, além do próprio Queiroz.


Queiroz negou as acusações e disse que ‘já esperava’ as conclusões contidas no relatório preliminar da corregedoria.


‘Eu sabia desde o início, quando abriram a investigação, que iriam me acusar. Coincidentemente, a investigação foi aberta depois que eu representei contra a cúpula da Polícia Federal, na Justiça Federal e na Procuradoria da República, as denúncias sobre as condições de trabalho que enfrentei durante a Satiagraha’, afirmou o delegado.’


 


 


NA JUSTIÇA
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Veja não terá que indenizar Jader Barbalho


‘O Superior Tribunal de Justiça não vai examinar recurso especial através do qual advogados do deputado Jader Fontenelle Barbalho pretendiam mudar decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) de receber indenização por danos morais da Editora Abril S/A. O político procurou a Justiça de São Paulo por se sentir caluniado, difamado e injuriado e ter sua carreira política prejudicada quando era senador por reportagens publicadas pela revista Veja. A decisão é do desembargador convocado Carlos Fernando Mathias.


Em primeira instância, a ação foi considerada improcedente. Os advogados apelaram e o TJSP deu parcial provimento apenas para reduzir para R$ 25 mil o valor dos honorários advocatícios que teriam que ser pagos por Barbalho.


O TJSP negou provimento à apelação já que as reportagens, baseadas em pareceres do Banco Central, inquéritos policiais, relatos de testemunhas e de outro parlamentar e em gravações telefônicas, para o tribunal, não tinham objetivo de caluniar, difamar ou injuriar. ‘Fatos que embora possam não ser verdadeiros, não foram forjados ou distorcidos maliciosamente’, concluiu a decisão. Embargos de declaração foram propostos, mas também rejeitados.


A presidência da Seção de Direito Privado do TJSP negou então recurso especial que utilizava o argumento de que as reportagens provocaram abalo na higidez psíquica do deputado e em sua carreira política, além de que não teria ficado comprovado o que foi dito sobre ele. ‘Nada pode abalar tão fortemente a higidez psíquica de uma pessoa – ainda mais tratando-se de um então senador da República, um homem público, portanto – do que alegações tão desairosas acerca de seu caráter, caracterizando-o como ‘chefão’ do crime organizado, autor de ‘desfalque’ no Banpará, responsável pelo ‘sumiço’ de documentos públicos, dentre outras aleivosas ‘denúncias’ não menos acachapantes’, argumentou a defesa.


Para o desembargador Mathias, do STJ, o dano moral foi afastado pelo entendimento do TJSP de que a revista se limitou a divulgar fatos que estavam sendo apurados na época.


‘Ora, para concluir-se contrariamente ao que ficou assentado nas instâncias de origem, entendendo-se, como pretende o especial, que a recorrida não se ateve à sua função jornalística, divulgando fatos que não estavam amparados nas referidas investigações, seria necessário promover incursão à seara fático-probatória dos autos, o que encontra óbice na Súmula 7 desta Corte’, concluiu Carlos Mathias.


As informações são do STJ.’


 


 


ELEIÇÕES NOS EUA
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Jornal dos EUA dá manchete de disputa regional em vez de vitória de Obama


‘O jornal regional The Terrell Tribune, de cidade de mesmo nome perto do Texas, nos Estados Unidos, preferiu dar a notícia da disputa regional da cidade, entre os candidatos J.C Jackson e Kenneth Schoen, com o triunfo do primeiro, democrata, em vez da vitória de Barack Obama, em 05/11, dia da revelação das eleições americanas.


O editor de Terrell, Bill Jordan, segundo o jornalista Marcos Guterman, do Estadão, teria recebido inúmeras cartas de leitores, alegando que a disputa nacional era mais importante. Jordan, contudo, defendeu-se: ‘Nós trabalhamos num jornal, e não num livro de registros de memória. Cobrimos a disputa eleitoral local. Consideramos que isso era mais importante’.


O editor também negou qualquer possibilidade de racismo na decisão, pois Jackson, o eleito na cidade, além de ser democrata, é negro.’


 


 


LUTO
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Morre a jornalista Dulce Damasceno Brito


‘A jornalista Dulce Damasceno Brito morreu no domingo (09/11) depois de passar mal e ser levada para o pronto-socorro Santo Amaro (SP), onde já chegou morta. Ela tinha 82 anos e ficava num clínica de repouso no Brooklin. Dulce sofria de mal de Parkinson e estava debilitada, segundo o diretor de cinema e amigo de 30 anos Alfredo Sternheim.


‘Ela foi a primeira mulher brasileira a ser correspondente em Hollywood em um tempo em que Hollywood era fechada a correspondentes estrangeiros e a mulheres. E ela conseguiu um trânsito fantástico entre todos. Além de Carmem Miranda, ela conseguiu amizades e cativar a confiança de celebridades. Ninguém conseguia entrevistar o Marlon Brando e ela conseguiu três vezes’, lembrou Sternheim.


Ela escreveu o livro ‘O ABC de Carmem Miranda’ e escrevia como colunista para uma revista de cinema. ‘Ela estava lúcida e me ditava os textos da coluna. A pauta, a gente escolhia em comum acordo’, contou o amigo.


As informações são do G1.’


 


 


 


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 12 de novembro de 2008


 


ALVO CERTO
Plinio Fraga


Por trás do seu sorriso


‘RIO DE JANEIRO – Quem vê o sorriso espontâneo do presidente eleito dos EUA, Barack Obama, talvez não imagine que o democrata foi beneficiário da mais completa máquina montada na história para analisar as preferências do eleitor.


‘Microtargeting’ é a palavra-chave pare entender a estratégia eleitoral de Obama. Consiste em atuar, como permite deduzir a palavra em inglês, em microalvos, utilizando-se de modelos matemáticos e computadores. Reportagem do ‘New York Times’ explicou como.


Os computadores eram alimentados com dados diversos de uma determinada região: quais os carros mais vendidos, quais as revistas e os jornais mais lidos, quais os produtos mais consumidos, qual a quantidade e linha de grupos culturais, sociais e econômicos preponderantes, além das óbvias informações de renda e escolaridade. A partir daí, era possível construir um arcabouço sobre quais valores e conceitos eram mais importantes para aquela comunidade e adequar o discurso do candidato e as inserções publicitárias a esses anseios.


Por exemplo, uma região de forte atuação de grupos cristãos conservadores, tradicionalmente republicana, mostrou-se bastante sensível a discursos em defesa do ambiente. Tinha uma das maiores taxas de reciclagem de lixo do país. Para conquistar esses eleitores, a campanha de Obama tentava demonstrar quanto o democrata era mais receptível ao tema do que McCain.


O ‘microtargeting’ começou a ser usado pelos republicanos em 2000, mas foi potencializado pelos milhões de dólares arrecadados pelos democratas, que permitiram a extensão das suas bases de dados.


Há muito as campanhas deixaram de ser conduzidas por uma mal definida sapiência política e estão cada vez mais submetidas às regras mercadológicas. Pouca coisa era espontânea na campanha de Obama, talvez nem mesmo o seu sorriso.’


 


 


Sérgio Dávila


Assessor divulga código de ética da transição


‘No primeiro encontro da imprensa com a equipe de transição de Barack Obama em Washington, o coordenador John Podesta disse que nenhum dos cargos principais do gabinete do presidente eleito será anunciado nesta semana, que o processo de mudança de governo custará US$ 12 milhões e que os membros do grupo obedecerão a um código de ética.


Segundo John Podesta, os primeiros cargos a serem anunciados serão na área econômica e de segurança nacional, mas isso deve acontecer só na semana que vem ou mesmo na outra.


Espera-se que nas próximas horas o comando de Obama anuncie o próximo porta-voz da Casa Branca, cargo que deve ficar com Robert Gibbs, que foi coordenador de comunicação da campanha do democrata.


Os importantes secretários de Tesouro, Estado e Defesa, no entanto, ficam para depois da reunião do G20, que acontece neste fim de semana em Washington. Podesta sugeriu mesmo que parte deles pode sair apenas depois do Dia de Ação de Graças, feriado comemorado em 27 de novembro. Desde de John Kennedy, em 1960, ‘nenhum presidente, com exceção de Bush pai, indicou nomes [principais] do gabinete antes de dezembro’, disse.


Indagado sobre a possibilidade de Robert Gates permanecer no posto, o coordenador de transição disse apenas que o presidente eleito ‘tem grande respeito’ pelo atual secretário de Defesa. Podesta adiantou também que os anúncios devem ser feitos por Obama a partir de sua base política em Chicago, e não em Washington.


Do total de custo do processo de transição, US$ 5,4 milhões serão bancados pelo Congresso, e o resto, por doadores. O limite para contribuição individual será de US$ 5.000, e os nomes dos doadores serão divulgados no site change.gov.


Podesta anunciou também que o comando de transição lançou uma série de regras estritas antilobby para os membros da equipe de transição, que já chega a 450 pessoas e já tem representantes atuando nos principais departamentos do atual governo.


Entre as regras, está a proibição de lobistas federais de exercer a função enquanto estiverem na equipe de transição; o impedimento de quem fez lobby nos últimos 12 meses de trabalhar na mesma área de atuação na transição; e uma carência de 12 meses depois da posse de futuros lobistas de atuarem junto ao governo na mesma área que atuaram durante a transição.


‘São as regras mais estritas jamais aplicadas numa equipe de transição’, gabou-se Podesta, que confirmou ainda que Obama não participará da reunião do G20 e afirmou que o presidente eleito não se encontrará com líderes estrangeiros -nem mesmo paralelamente à cúpula.’


 


 


Sylvia Colombo


Schama pede atenção a imagens da dor


‘Usando sapatos amarelos e uma gravatinha verde, que destoavam do sisudo terno cinza, o historiador e performer Simon Schama, 63, discorreu anteontem sobre ‘Arte e Calamidade’, em palestra do Fronteiras do Pensamento, na capital gaúcha.


Os momentos que marcaram a noite e a tarde de entrevistas, porém, foram aqueles em que o britânico falou do presidente eleito dos EUA, Barack Obama, e do que considera ser o fim de uma era de conservadorismo, iniciada com Ronald Reagan.


‘Sabia que a maré iria mudar, só não imaginava que fosse tão rápido’, disse. O estudioso, especialista em artes plásticas, comparou a postura do democrata ao que se pode ver em telas do pintor espanhol Francisco de Goya (1746-1828) que retratam os reis Carlos 4º e Fernando 7º a cavalo. Nelas, os soberanos aparecem altivos, montando animais que mantêm uma das patas para o alto, enquanto eles seguram as rédeas só com uma mão, como demonstração de poder.


‘A diferença é que o cavalo de Obama é a TV. Nunca a imagem e a palavra dita em voz alta ditaram tanto o resultado de uma eleição como agora.’ Ainda fazendo a ponte com representações visuais, Schama afirmou: ‘McCain era um animal dotado de uma fúria adolescente. Obama, o toureiro.’


Schama chamou a atenção para a ironia dos eventos recentes. ‘Apesar de ter provocado o horror de guerras, Bush acabará entrando para a história como o último governante socialista. Ele devia ser enterrado ao lado de Lênin’, brinca.


Com o mesmo estilo informal que exibe em seus programas sobre história da arte na TV, o historiador também relacionou o modo como obras de arte e registros fotográficos de ontem e hoje refletem a dor e o sofrimento humanos.


Da análise de pinturas como ‘O Triufo da Morte’, de Pieter Bruegel, e da ‘Guernica’, de Picasso, às fotos do 11 de Setembro ou das torturas de Abu Ghraib, ele falou sobre como imagens podem criar empatia entre tragédias e o homem.


‘Pensar a história sem elas é empobrecedor, uma vez que boa parte da humanidade que a vivenciou era analfabeta. Hoje convivemos com a morte lenta do planeta por meio das transformações ecológicas e com a morte rápida causada por bombardeios. Como reagiremos é o que determinará nosso legado histórico.’’


 


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Pela Colômbia, tudo


‘‘New York Times’ e ‘Washington Post’ publicaram ontem que, na conversa com George W. Bush, Barack Obama pediu a aprovação do plano de apoio às montadoras americanas, como a General Motors, à beira do colapso. E o presidente republicano indicou que apoiaria, desde que os democratas aprovassem o acordo de livre comércio com a Colômbia.


Diante do escândalo de vincular a sobrevivência de uma corporação americana a um aliado republicano, a porta-voz da Casa Branca negou. E o Drudge Report deu na manchete a ‘raiva de Bush’ pelo vazamento.


Em foto distribuída pela Casa Branca, Bush e Obama no salão oval, quando o primeiro sugeriu salvar a GM em troca de apoio para a Colômbia.


OBAMA E A AMÉRICA LATINA


A nova edição do ‘Latin Business Chronicle’ traz opiniões sobre ‘Obama e a América Latina’. Começa por Otto Reich, que foi enviado especial de Bush à região e aconselha Obama a ‘reexaminar sua oposição aos acordos’ bilaterais e a priorizar Colômbia e México.


E fecha com Albert Fishlow, professor de Columbia, para quem ‘a mudança deve se apresentar no reconhecimento da virada para a esquerda democrática, simbolizada por Brasil e Chile, e da importância de Brasil e México, não só econômica mas politicamente’. E mais, ‘nenhuma política de energia poderá ignorar o etanol de cana’.


ETANOL, O RETORNO? wsj.com


A agência americana de proteção vai medir o ‘desmatamento distante’ dos EUA que é estimulado pelo etanol


Também a instituição Americas Society fez previsões sobre Obama e, no caso, a ‘política de etanol EUA-Brasil’. Registra que ele apoiou aprofundar o programa, mas também é defensor da tarifa sobre o etanol brasileiro. Mais importante, o site sublinha que a gigante ADM anunciou investimentos no etanol de cana, aqui.


Aos poucos os biocombustíveis ressurgem na cobertura, com Andres Oppenheimer propondo que Obama se abra ao etanol de cana, no ‘Miami Herald’. E com o ‘WSJ’, em destaque no site, questionando os ‘efeitos indiretos’ do etanol, como a ocupação da Amazônia com gado.


OBAMA LIGA, MAS NÃO VAI


E Obama enfim telefonou para Lula, postaram ontem a Agência Brasil e outros. Ele ‘aceitou convite para visitar’ o país e ‘reconheceu o Brasil como ator fundamental na construção de propostas para superar a crise financeira mundial e também na América Latina’.


Mas não vai à reunião do G20, o que talvez explique por que Lula, antes mesmo da ligação, declarou à manchete da Reuters Brasil e outras, com pessimismo: ‘Não esperamos muito desse encontro do G20… Será o primeiro encontro, é o começo, um início promissor’.


Por outro lado, o novo site do ‘Financial Times’ destacou ontem, com otimismo, que o ‘G20 está perto de se unir sobre um estímulo fiscal coordenado globalmente’. O ‘mais importante’, afirmou o jornal, é que ‘os líderes das economias avançadas e emergentes concordaram.’


DO JAPÃO


O japonês ‘Yomiuri Shimbun’ deu editorial em apoio à cúpula do G20 e ao ‘fortalecimento da cooperação de países avançados e economias emergentes’, mas também cobrou ‘ação rápida’.


DA AUSTRÁLIA


O australiano ‘The Age’ ressaltou a avaliação do governo local, que vê ‘determinação’ no G20 para agir. O primeiro-ministro vem sendo criticado por excessiva aproximação com a China.


SERRA 2010, AÉCIO 2010


Nas manchetes on-line de ‘O Estado de S. Paulo’ e do Globo Online, o ‘pacote paulista’, do ‘governo de São Paulo’. O ‘Jornal Nacional’, depois, entrou na escalada com ‘Os governos de São Paulo e Minas anunciam ajuda a empresas’. Na reportagem, Minas primeiro.


‘AÇÃO ISOLADA’


O secretário de Segurança surgiu nos escombros, enquanto Fátima Bernardes saudava que ‘a polícia de São Paulo está caçando os homens que usaram explosivos para destruir uma delegacia’’


 


 


REPRESSÃO
Folha de S. Paulo


Mianmar condena 23 dissidentes a 65 anos


‘Mianmar (a antiga Birmânia) condenou ontem um grupo de 23 dissidentes a penas de 65 anos de prisão. Eles foram processados por ‘envolvimento em protestos’ e ‘propaganda contra o governo’ após participarem das manifestações pacíficas contra aumento de preços e por democracia em setembro de 2007. Os protestos, liderados por monges budistas, foram reprimidos pelos militares, que governam o país desde os anos 60. A ONU estima que ao menos 31 manifestantes foram mortos na ocasião.’


 


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


‘Vídeo Show’ será ao vivo e exibirá fofoca


‘No ar há 25 anos, o ‘Vídeo Show’ passará a ser apresentado ao vivo, deixará de só propagandear atrações da Globo e flertará com a fofoca. Não, o programa não falará de novelas de outras emissoras. Mas, em 2009, ampliará suas pautas para os ‘bastidores de celebridades’ -não necessariamente contratadas da Globo.


Esse é o projeto, já pré-aprovado pela cúpula da emissora, de J.B. de Oliveira, o Boninho, que assume a direção de núcleo do ‘Vídeo Show’ em fevereiro. A idéia geral é tornar o ‘Vídeo Show’ um programa de entretenimento, e não apenas sobre a TV Globo. Boninho continuará dirigindo ‘Big Brother Brasil’, ‘Mais Você’ e ‘Estrelas’.


O diretor passará a transmitir o programa ao vivo, provavelmente a partir de abril, para dar mais ritmo e frescor. Assim, poderá explorar cenas do dia ou da véspera de novelas em momentos de grande repercussão e manter um noticiário atualizado de entretenimento, o que inclui cinema e vida privada de pessoas públicas, dentro dos limites do ‘padrão Globo de qualidade’. O ‘Vídeo Show’ também voltará a apostar em making of (reportagem mostrando os bastidores de gravações).


O programa, de acordo com Boninho, ficará um pouco parecido com o ‘Entertainment Tonight’, da rede americana CBS, que o ‘TV Fama’ (Rede TV!) tenta copiar (o logotipo, pelo menos, é igualzinho). Todo o seu visual será reformado.


QUASE FAMOSOS


Apresentadores da Globo, como Fausto Silva e Serginho Groisman, aparecerão nas vinhetas de fim de ano da emissora fazendo cara de surpresos, como se fossem telespectadores reagindo ao que vêem. Nas peças, telespectadores farão papel de artistas e cantarão o tradicional tema natalino.


COPIA E COLA


A Record convidou André Marques, apresentador do ‘Vídeo Show’, para ancorar o reality show com celebridades confinadas em uma fazenda. Ofereceu quatro vezes o que ele ganha na Globo, onde tem contrato até 2010.


CADEIRADA


O Teleton (SBT) bateu recorde negativo. A gincana, que marcou 12,9 pontos de média em 2001, despencou para 3,9.


BAIXA


A Record pretendia adaptar um conto de Guimarães Rosa como especial de fim de ano. Chegou a anunciar dois títulos (‘A Hora e Vez de Augusto Matraga’ e ‘O Duelo’), mas esqueceu de combinar com a família do escritor. Terá de se contentar com um documentário sobre ‘Grande Sertão: Veredas’.


CALDEIRADA


Criciúma x Corinthians, jogo que deu ao clube paulista o título de campeão da Série B, marcou só 14 pontos na Grande SP. Exibido antes, ‘Caldeirão do Huck’ rendeu mais: 15 pontos.


ÚLTIMA GERAÇÃO


A Band inaugura amanhã, com a transmissão do Grammy Latino diretamente de São Paulo, sua unidade móvel de alta definição. Na festa, utilizará dez câmeras de HD.’


 


 


Folha de S. Paulo


Série conta história do documentário


‘Mais do que uma preocupação rigidamente didática, a série ‘Documentário Brasileiro’, que o Canal Brasil estréia hoje, aborda seu tema valendo-se da liberdade que o gênero conquistou nas últimas décadas.


Assim, a narrativa conduzida por Simone Zuccolotto baseia-se na cronologia, mas não se prende a ela, permitindo-se aproximar, em cada um dos quatro capítulos, momentos bem diferentes desses cem anos de história. Essa fragmentação é a marca da série.


O primeiro programa de 30 minutos é o que tem balizas históricas mais claras. Fala das imagens do início do século 20, dos cinejornais, dos documentários ligados ao cinema novo, mas pinça trechos do recentíssimo ‘Pan-Cinema Permanente’, de Carlos Nader, para dialogar com esse passado.


Sempre embaralhando épocas, para mostrar como as influências são difusas, os capítulos vão passando por etapas como a Caravana Farkas, os filmes sobre as greves do ABC na virada dos anos 70 para os 80, as experimentações com a chamada videoarte e as produções recentes de Coutinho, João Moreira Salles, Cao Guimarães e outros, comentadas por críticos e pelos próprios diretores.


As perguntas nem sempre são originais. As respostas também não. O painel, mesmo assim, tem aspectos reveladores.


DOCUMENTÁRIO BRASILEIRO


Quando: hoje e nas próximas três quartas-feiras, às 21h


Onde: Canal Brasil


Classificação indicativa: não informada’


 


 


Cristina Fibe


Atriz de ‘Will & Grace’ estréia nova série


‘Depois de oito anos de ‘Will & Grace’, a ruiva Debra Messing se despede de seu companheiro gay e emenda uma minissérie em que é rejeitada, logo no primeiro episódio, pelo seu poderoso marido (hétero, pelo que se sabe).


Menos histérica e mais poderosa do que Grace, sua nova personagem, Molly, vê-se sendo derrubada da alta sociedade após o pai de sua filha, um executivo do cinema, pedir o divórcio pelo telefone.


Ela então passa por situações que ficam entre ser uma ‘desperate housewife’ e uma solteira-à-procura à la ‘Sex and the City’, com passagens pelo mundo da fama e do glamour de ‘Entourage’. Além de juntar esses elementos, a série ainda foi comparada, pela mídia norte-americana, a uma espécie de ‘Gossip Girl’ para ‘velhos’.


‘A Ex’, que estreou em maio do ano passado nos Estados Unidos, chega ao Brasil hoje, às 21h, pelo People & Arts. Em seu país de origem, os seis episódios deste pacote já evoluíram e viraram série, que foi bem recebida pela crítica, mas que só deve estrear por aqui em 2009.


Dirt


Já Courteney Cox Arquette volta ao canal com a segunda e última temporada de ‘Dirt’, a série sobre pseudocelebridades hollywoodianas e a revista de fofocas dirigida com neurose pela ex-’Friends’.


Sua personagem, Lucy Spiller, se recupera do atentado contra sua vida, uma vingança da perturbada atriz Julia Mallory (Laura Allen), que deve a Lucy seus problemas na carreira e no namoro.


Lucy volta ao batente nervosa com a queda das vendas de sua revista. Entre namoros, fofocas e brigas com o seu único amigo, o esquizofrênico e cansativo Don Konkey (Ian Hart), Cox viu sua série cancelada antes do final da segunda temporada, no sétimo episódio, exibido nos EUA em abril.


Fora da TV, Cox já dirigiu um curta-metragem promocional com a atriz Laura Dern (que pode ser visto no site www.glamalert.com/reelmoments) e atuou, ao lado do ator Adam Sandler, em um filme de Adam Shankman (‘Hairspray’), ‘Bedtime Stories’, que deve estrear no Natal nos EUA.


A EX


Quando: estréia hoje, às 21h


Onde: no People & Arts


Classificação: não indicada a menores de 14 anos


DIRT – 2ª TEMPORADA


Quando: estréia amanhã, às 22h


Onde: no People & Arts


Classificação: não indicada a menores de 18 anos’


 


 


Folha de S. Paulo


Regina Casé mostra uso da internet na periferia


‘Um ex-porteiro de Higienópolis, bairro da zona central de São Paulo, levava cinco horas para chegar ao serviço, que lhe rendia R$ 400 por mês. Resolveu vender sua velha moto, comprou uns computadores de segunda mão e montou uma LAN house no Jardim Maria Elisa, zona norte. Hoje, leva 20 minutos para chegar ao trabalho e conseguiu, entre outras coisas, comprar um carro.


A história é só uma entre as dezenas que a apresentadora Regina Casé vai mostrar a partir do próximo domingo em sua nova série do ‘Central da Periferia’, no ‘Fantástico’.


‘Lan-House’ surgiu a partir da observação da equipe, que percebeu um número cada vez maior de estabelecimentos desse tipo em favelas do Rio de Janeiro, de São Paulo, Fortaleza, Salvador, entre outras.


‘A gente tem infiltrado na nossa equipe um elemento que vive, dorme e come tecnologia, que é o [antropólogo] Hermano Vianna. O olhar da gente, mesmo para tratar de outros assuntos, como música, sempre tinha o olhar dele para ver a importância de internet, celular, fênomenos de massa na periferia’, disse Regina em entrevista por telefone à Folha.


‘As LAN houses são mais uma tentativa de a periferia se comunicar. Não só entre si, mas com o restante da sociedade. É um atalho, encurta distâncias, oferece oportunidades, não só de se comunicar, mas de abrir um negócio, melhorar de vida’, analisou.


Em suas andanças por favelas brasileiras, Regina percebeu que as LAN houses se tornaram espécies de pracinhas modernas, que servem de ponto de encontro para diversão -MSN, Orkut e jogos lideram a preferência dos usuários.


Ao mesmo tempo, ela ressalta, também viraram escritórios. ‘Servem para fazer currículo, tirar segunda via de documentos, preencher ficha de emprego. Virou o escritório da massa’, disse.


A apresentadora avisa que quem tiver uma LAN house e quiser mostrá-la, pode enviar vídeos. Para saber mais, acesse especiais.fantastico.globo.com/centraldaperiferia.’


 


 


TECNOLOGIA
Rafael Capanema


Jornalismo testa novidades nas eleições


‘‘Vocês nunca viram nada assim na televisão’, anunciou o âncora da CNN Wolf Blitzer. Logo depois, surgia no estúdio da emissora em Nova York a correspondente Jessica Yellin. Representada por um holograma, ela estava a mais de mil quilômetros de distância, em Chicago, onde o democrata Barack Obama discursaria depois de sua eleição à Presidência dos EUA, na terça-feira passada.


Sorridente, Yellin se comparou à princesa Léia, que apareceu em forma holográfica já no primeiro filme da série ‘Guerra nas Estrelas’, em 1977.


A CNN levou três meses para construir a estrutura que permitiu a cena inusitada (veja em tinyurl.com/5gbm8l).


Yellin estava em uma sala circular com paredes verdes, tal como na famosa técnica chroma-key. A diferença é que a imagem da jornalista era registrada por 35 câmeras de alta definição, que captavam diferentes ângulos de seu corpo, de forma a permitir uma visualização tridimensional.


A mesma técnica foi usada em uma entrevista com o músico Will.i.am, que se engajou na campanha vitoriosa de Obama.


Segundo Chuck Hurley, produtor de vídeo da CNN em Washington, o contorno brilhante que aparecia em volta dos hologramas era proposital. Foi acrescentado para não causar confusão entre os telespectadores. ‘Poderíamos ter uma cena muito mais nítida e realística, quase a ponto de o telespectador não poder ter nem idéia de que a pessoa não estava lá’, afirmou ao site da CNN.


A emissora havia preparado a mesma estrutura no Arizona, onde estava John McCain, mas a derrota do candidato republicano acabou inutilizando-a.


As opiniões sobre a novidade não foram unânimes. O Engadget (www.engadget.com) não economizou adjetivos para desancar a tecnologia: ‘bizarra’, ‘inútil’, ‘desnecessária’ e ‘completamente assustadora’.


A imprensa norte-americana costuma usar as eleições para testar novidades -durante as primárias, a CNN estreou telonas sensíveis ao toque, operadas pelos apresentadores.


‘New York Times’


Ao longo do dia de votação, o site do ‘New York Times’ (www.nytimes.com) convidou os leitores a informarem seu estado de espírito por meio de palavras.


Quanto mais citadas, com maior peso e tamanho elas apareciam nos painéis virtuais -um para eleitores de McCain, outro para apoiadores de Obama e um terceiro que somava as emoções de todos.


O conceito, que deriva das nuvens de tags (ou etiquetas), popularizadas pela web 2.0, foi mais um dos gráficos interativos usados pelo jornal na cobertura das eleições.


Para expressarem seus sentimentos, eleitores de McCain usaram palavras como chateado, assustado, preocupado e conformado. Do lado de Obama, predominaram expressões como esperançoso, orgulhoso, otimista e aliviado. Veja em tinyurl.com/5m79pv.’


 


 


 


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