Saturday, 04 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

Jornais apresentam queda de circulação

A circulação média dos jornais americanos nos dias de semana caiu 2,6% em um período de seis meses que terminou em 30/9. É a maior queda já registrada em um semestre desde 1991. De acordo com relatório do Audit Bureau of Circulation, órgão responsável pela auditoria dos jornais e revistas dos EUA, este número sobe para 3,1% se for considerada apenas a tiragem de domingo no período de um ano.


O declínio deve-se, em parte, à migração dos leitores – em especial, os jovens – para a internet, onde lêem a versão online dos jornais e fazem uso de outras fontes de informação, e também devido ao aumento do número de diários gratuitos nos grandes centros urbanos.


A tiragem dos três maiores jornais do país manteve-se estável. O USA Today, diário mais vendido nos EUA, e o Wall Street Journal tiveram uma leve queda; o New York Times registrou pequeno aumento. Além dele, e entre os 20 maiores jornais dos EUA, apenas o Star-Ledger of Newark apresentou ganhos na circulação diária. Mesmo assim, os ganhos foram modestos: 0,46% para o Times e 0,01% para o Star-Ledger, respectivamente. No semestre anterior ao analisado, a circulação média diária dos jornais havia caído 1,9% e a dominical, 2,5%.


John Murray, vice-presidente de circulação e marketing da Newspaper Association of America (NAA), a mais importante entidade representante dos jornais americanos, afirmou que, de maneira geral, os jornais de circulação nacional tiveram melhor desempenho do que a média e que os grandes jornais metropolitanos mostraram um desempenho pior. Em relação às edições dominicais, foram vendidos mais jornais nas cidades menores do que nas metrópoles.


Versões online


Murray alega que a notícia da queda da circulação não é tão ruim, já que é preciso lembrar que muitos leitores migraram para as páginas de internet dos próprios jornais. Mais de 47 milhões de pessoas visitaram as versões online de jornais em setembro – quase 1/3 de todos os internautas nos EUA e o maior número registrado desde que a NAA começou a monitorar o uso da rede, em janeiro de 2004. ‘O alcance dos jornais é bom, então é uma boa notícia. A má notícia é que não sabemos como transformar isto em dinheiro’, relatou Murray.


O San Francisco Chronicle apresentou uma das maiores quedas: 16,58%. Porta-voz do jornal alega que a má atuação foi o resultado da decisão de interromper a distribuição de cópias gratuitas ‘patrocinadas’, que eram pagas por anunciantes, e de não fornecer mais grandes descontos nas assinaturas.


A circulação do Boston Globe, da New York Times Company, caiu 8,25%. Alfred S. Larkin Jr., porta-voz do jornal, alegou que metade do declínio foi resultado de uma decisão similar tomada pela empresa para reduzir o número de cópias pagas por anunciantes e que a outra metade refletia as tendências da indústria dos jornais, incluindo a migração dos leitores para outras fontes de informação, como TV a cabo e internet. Outros problemas enfrentados atualmente pela indústria são a queda em publicidade e a preocupação dos investidores com o valor das ações dos jornais. Informações de Katharine Q. Seelye [The New York Times, 8/11/05] e Seth Sutel [AP, 7/11/05].


ABC aperta cerco às revistas


Sob as novas regras do Audit Bureau of Circulation, exemplares de revistas americanas patrocinados por anunciantes e distribuídos gratuitamente em locais como escolas, salões de beleza, hotéis e consultórios médicos serão contabilizados em uma categoria separada de tiragem, noticia Holly M. Sanders [New York Post, 8/11/05].


As editoras classificavam as cópias patrocinadas como pagas e as incluíam em sua circulação total. Como o valor estabelecido para a venda de espaços publicitários é baseado no índice de circulação das revistas, a contagem combinada criava um índice ilusório para os anunciantes.