Tribunal das Nações Unidas acusou o jornalista croata Domagoj Margetic, que trabalha como freelancer, de desobediência por revelar os nomes de duas testemunhas que depuseram em um caso de crimes de guerra. Margetic teria citado os nomes das testemunhas do julgamento do general Tihomir Blastik em seu sítio na internet em julho e agosto deste ano.
Blastik foi condenado a 45 anos de prisão, em 2000, pelo tribunal da ONU responsável pela investigação de guerras na Iugoslávia na década de 90. O general foi comandante das forças croatas na Bósnia Central, e era acusado de crimes contra a humanidade. Sua sentença foi reduzida a nove anos de prisão, em 2004, mas os promotores das Nações Unidas pediram a reabertura do caso com base no depoimento de novas testemunhas.
‘Margetic prejudica a confiança na habilidade do tribunal em garantir medidas de proteção efetivas’, afirmava o processo contra o jornalista, ressaltando que atos como o dele causavam danos a testemunhas sob proteção que prestaram, ou irão prestar, depoimento. Margetic era editor do semanário croata Hrvatsko Slovo quando a publicação divulgou trechos do depoimento de outra testemunha sob proteção e revelou sua identidade.
Em agosto, o tribunal multou um ex-editor de um jornal croata em US$ 25 mil por revelar que o presidente Stjepan Mesic havia testemunhado no julgamento do general Blastik. Informações da Reuters [11/9/06].