Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Organização elege os micos da mídia liberal

A Media Research Center, organização que critica o que chama de ‘tendência liberal’ da imprensa americana, divulgou semana passada [27/12/05] a lista com os vencedores do prêmio das piores notícias de 2005. A premiação anual, em sua 18ª edição, elege as mais engraçadas ou exageradas citações de jornalistas – tudo com um julgamento bastante conservador, é claro. As citações de 2005 foram escolhidas por um grupo de 52 apresentadores de programas de rádio, editores de revistas, colunistas, repórteres e observadores de mídia. Alguns dos trechos ‘premiados’:

‘O dia em que eu disser que Dick Cheney está competindo à presidência, eu me mato. Tudo o que precisamos é de mais um mentiroso.’ – Helen Thomas, colunista da Hearst, citada por Albert Eisele e Jeff Dufour na coluna ‘Under the Dome’, no jornal The Hill (28/7).

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Mike Jerrick, co-apresentador do programa Fox & Friends, do Fox News Channel: ‘O que você acha que vai acontecer domingo?’

Resposta do repórter Steve Harrigan, que havia acabado de voltar do Iraque: ‘Eu acho que haverá um banho de sangue no domingo… em todo o país, especialmente em Bagdá e algumas outras cidades.’ – em 28/1, dois dias antes da ‘pacífica eleição’ iraquiana para eleger a Assembléia Nacional.

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‘Faz 11 dias que dois adolescentes afro-americanos foram mortos, eletrocutados durante uma perseguição policial, o que deu início a tudo isso.’ – Carol Lin, âncora do programa Sunday Night, da CNN, sobre o conflito civil que tomou os subúrbios de Paris entre outubro e novembro. Os dois jovens mortos não eram americanos, mas cidadãos franceses com ascendência tunisina (6/11).

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‘Eu vejo Hillary Clinton dentro – ela é muito consistente naquilo em que sempre acreditou. Ela sempre teve fé religiosa. Ela tem sido uma forte metodista. Ela tem valores sociais conservadores em diversas questões.’ – David Gergen, editor do U.S. News & World Report, no programa Anderson Cooper 360, da CNN (9/2).

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Brian Ross, repórter do Good Morning America, na rede ABC: ‘Mary Mapes foi a mulher por trás da cena, a produtora que apurou, escreveu e organizou a reportagem de Dan Rather no 60 Minutes sobre a participação do presidente Bush na Guarda Nacional – reportagem pela qual Rather e a CBS se desculparam posteriormente…’

Ross se dirige a Mary: ‘Você ainda acha que aquela história era verdadeira?’

A ex-produtora da CBS responde: ‘A história? Absolutamente.’

Ross: ‘É impressionante para mim que você sente aqui agora e diga que ainda acredita que a história ainda se mantém.’

Mary: ‘Eu estou disposta a acreditar que aqueles documentos eram forjados se houver provas, o que eu não vi.’

Ross: ‘Mas isso não acontece de outra maneira? Você não tem que provar a autenticidade deles?’

Mary: ‘Bem, eu acho que é isso que os críticos da matéria diriam. Eu sei mais agora do que sabia na ocasião e acho que ainda não foi provado que eles são falsos.’

Ross: ‘Mas foi provado que eles são verdadeiros? Não é isso que jornalistas fazem?’

Mary: ‘Não, eu não acho que este seja o padrão’ (9/11).