Sunday, 05 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

Owen Gibson


‘Durante a última década, News Corp., Viacom, Time Warner e todos os outros gigantes da mídia vêm lutando para encontrar uma forma de penetrar no mercado chinês. As vantagens são óbvias – uma fatia das receitas originárias de uma população de 1,3 bilhão de habitantes que está passando por uma mudança monumental em seus hábitos de consumo de mídia.


Segundo Anthony Tse, diretor de desenvolvimento corporativo de um conglomerado de mídia de Hong Kong, o Tom Group, o mercado total de mídia e entretenimento já vale US$ 25 bilhões, sendo que somente o mercado de televisão, relativamente subdesenvolvido, vale US$ 7 bilhões.


O fragmentado setor de publicidade em outdoors já vale US$ 1,6 bilhão, com milhares de operadoras. Os jornais, ainda fortemente controlados pelo Estado, valem US$ 3 bilhões, e a venda de revistas, US$ 1,5 bilhão. Qualquer empresa que possa começar a introduzir economias de escala a esses empreendimentos, ao mesmo tempo em que negocia com o imprevisível mundo da burocracia chinesa, tem uma óbvia dianteira.


Mas, segundo Tse, a verdadeira oportunidade está na mídia noticiosa. Apesar dos freqüentes relatos sobre a censura na web, Tse diz que os celulares, em particular, oferecem às provedoras de conteúdo uma certa latitude que essas não conseguiriam na mídia tradicional.


Existem entre 100 milhões e 110 milhões de usuários da internet na China, cerca de metade deles conectados à banda larga de alta velocidade. E o país já tem assombrosos 378 milhões de usuários de celular, os centros metropolitanas cheios de lojas da China Telecom e o setor de conteúdos está crescendo a um ritmo atordoante.


Tse acredita que a forma como o conteúdo em celulares tem decolado na China, Japão e Coréia do Sul, enquanto as operadoras do Ocidente lutam para convencer os consumidores a gastarem dinheiro em conteúdo, deve-se ao fato de as operadores de telefonia celular asiáticas estarem assumindo uma visão de mais longo prazo. Enquanto a China Telecom, controlada pelo Estado, fica com 15% da receita das provedoras de conteúdo e assim incentiva a inovação, as operadoras de telefonia móvel celular ocidentais ficam com 50% a 60%, diz Tse.


As gigantes ocidentais da mídia ainda precisam penetrar na China, porque elas também se recusam a jogar um jogo de longa duração, diz ele. ‘Eles vão para a China e sempre tentam fazer gols imediatamente. Mas, num mercado emergente, você não pode ser tão míope.’’



AL-JAZEERA


O Globo


‘Al-Jazeera divulga vídeo antigo da al-Qaeda como novo’, copyright O Globo, 8/12/05


‘A rede de TV qatariana al-Jazeera cometeu uma gafe ao levar ao ar imagens de um vídeo de setembro do número dois da al-Qaeda como se tivessem sido divulgadas ontem. Nas imagens, o egípcio Ayman al-Zawahri diz que a al-Qaeda ainda está sendo liderada por Osama bin Laden e exorta os militantes islâmicos a atacarem os oleodutos do Iraque para impedir que o ‘petróleo roubado’ sirva aos ‘inimigos do Islã’.


O vídeo fora divulgado em sua totalidade por um site islamista na internet normalmente usado pela al-Qaeda com esse fim. Não ficou claro por que o site resolveu somente agora divulgar o vídeo, quase três meses após a al-Jazeera levar ao ar trechos dele em 19 de setembro. Nos trechos liberados na época, Zawahri assumia responsabilidade pelos atentados de 7 de julho em Londres.


A emissora qatariana logo reconheceu o erro de ter apresentado como novas as imagens de um vídeo que ela própria já levara ao ar meses atrás.


– Houve um mal-entendido e apresentamos esses trechos por engano – disse o editor-chefe da al-Jazeera, Ahmed Sheikh.


A última vez em que Zawahri apareceu em vídeo foi em outubro, pedindo que os muçulmanos ajudassem as vítimas do violento terremoto que matou 73 mil pessoas no Paquistão. Já Bin Laden não aparece desde dezembro do ano passado, quando o líder da al-Qaeda exortou numa gravação de áudio os muçulmanos a resistirem à ocupação americana no Iraque.’