Thursday, 09 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

Quem terá a culpa pelo estardalhaço?

Do início de novembro pra cá, fomos obrigados a ler, ver, ouvir e conseqüentemente comentar o caso mais bizarro das últimas semanas – e que provavelmente já está escalado para a retrospectiva 2009. Trata-se do vestido curto de Geisy Arruda, a aluna de Turismo da Uniban.

Como todos sabem, essa história só ganhou as manchetes dos jornais e da televisão por que a repercussão do vídeo postado no YouTube foi tão grande que os veículos de comunicação viram-se no direito de noticiar o fato com ênfase numa questão: quem é o culpado e quem é a vítima?

O caso de Geisy Arruda mostra o quão importante é o papel das mídias eletrônicas nos dias de hoje e o que elas podem refletir no trabalho de outras grandes mídias. Até certo ponto, o vídeo seria muito bem visualizado na internet – e apenas isso. Mas como todos nós vimos, virou pauta jornalística em centenas de veículos, como o Estadão, a TV Globo e o popular Super Pop, da Rede TV, além dos veículos de projeção internacional, como é o caso do New York Times.

Mais especificamente no Brasil, mais uma vez a mídia se pautou pelo sensacionalismo, pela banalização de um assunto nada importante para a sociedade. Talvez a discussão se os trajes eram adequados para o ambiente acadêmico seja válida, mas elevar o ego da garota a ponto dela se tornar uma celebridade instantânea da noite para o dia, não é nada interessante – até por que esses assuntos banais são normais na nossa terra tupiniquim.

Saia justa

Infelizmente, vemos que a mídia trabalha o que é interesse do público, influenciando de fato o que a sociedade de massa deve discutir. Talvez nem todos os veículos quisessem cobrir um assunto tão insignificante como esse, mas só o fato da concorrência ir, o veículo também tem que ir. E é isso que gera esse estardalhaço todo.

Foram semanas e semanas cutucando e revirando um assunto sem pé nem cabeça, e que resultou num ponto muito delicado para a Uniban: a qualidade do ensino superior e o nível dos estudantes da instituição – e essa, sim, passou literalmente por uma saia justa.

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Estudante de Jornalismo