Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Record nega separação da Universal

Leia abaixo a seleção de sexta-feira para a seção Entre Aspas.


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Comunique-se


Sexta-feira, 21 de novembro de 2008


 


TELEVISÃO
Comunique-se


Record nega separação da Universal


‘O presidente da Record, Alexandre Raposo, afirmou que a emissora não deixará de transmitir conteúdo religioso nas madrugadas de sua programação em 2010, como foi divulgado pela imprensa. ‘[A programação da igreja] Não vai sair. Não tem por que sair. É um horário em que a emissora fatura e que não atrapalha em nada [na média do Ibope], porque a audiência que conta é a das 7h à 0h’, disse ele, em entrevista à Folha de S. Paulo.


O vice-presidente comercial da Record, Walter Zagari, disse ao M&M Online na semana passada que o projeto de eliminar o conteúdo evangélico estaria na fase inicial e que a direção não tomou nenhuma posição definitiva sobre o assunto, como afirmou Raposo.


‘O Zagari deu uma declaração condicional, não foi uma afirmação’, disse a assessoria da Record sobre a entrevista do vice-presidente comercial ao M&M.


‘Considero que 99% das pessoas do mercado já entendem não existir nenhuma relação empresarial entre a igreja e a televisão. O 1% que sobra são os mais radicais, que não conseguem enxergar a realidade como ela é’, disse Zagari.


Investimento de R$ 400 milhões em 2009


Em reunião realizada em Florianópolis, a direção da Record informou que o investimento para o próximo ano será de R$ 400 milhões. O Recnov, onde são gravadas as novelas da emissora, receberá a maior parte deste montante – R$ 250 milhões. Já o centro exibidor em SP para TV digital receberá R$ 30 milhões e o restante será investido em reality shows, filmes e séries. O jornalismo segue padrão orçamentário.


A meta de crescimento no faturamento para 2009 é de 15%.’


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Sexta-feira, 21 de novembro de 2008


 


TELES
Gerusa Marques


Governo retira último entrave à compra da BrT pela Oi


‘Depois de sete meses do anúncio da compra da Brasil Telecom (BrT) pela Oi, o governo legalizou o negócio ontem, com a assinatura do decreto presidencial instituindo o novo Plano Geral de Outorgas (PGO) da telefonia fixa. A publicação das novas regras, prevista para hoje, permite que as duas empresas iniciem a segunda etapa para a conclusão da compra, dando entrada na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) com o pedido de aprovação do negócio. A expectativa é que os documentos sejam enviados hoje à agência.


‘O PGO é o primeiro passo para modernizar o setor de telecomunicações’, disse o ministro das Comunicações, Hélio Costa, ao anunciar a assinatura do decreto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Palácio do Planalto manteve o texto sugerido pela Anatel, liberando fusões entre duas concessionárias. O novo PGO também permite que o mesmo grupo empresarial tenha duas concessionárias fixas, como é o caso da Oi e a BrT.


O texto inclui, porém, algumas pequenas modificações do ministério, como um dispositivo determinando que em qualquer fusão deva ser observado ‘o princípio de maior benefício do usuário e do interesse social e econômico do País’.


Segundo Costa, esse dispositivo tem o objetivo de proteger o consumidor e, com ele, as operadoras se comprometem a apresentar propostas que atendam a programas sociais do setor de telecomunicações. ‘O que nós procuramos foi deixar claro que o consumidor tem de ser lembrado como o mais importante objeto a ser beneficiado num momento de uma fusão como essa’, afirmou.


POLÊMICA


Mas, mal saíram do forno, as novas regras já estão provocando polêmica. O deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) disse ontem que vai apresentar um projeto de decreto legislativo para sustar o novo PGO. Ele ameaçou também recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a conclusão da compra da BrT. ‘É evidente que essa alteração foi casuística. É um arranjo para beneficiar exclusivamente um interesse empresarial’, afirmou.


O ministro Hélio Costa disse que a Anatel, para aprovar a compra, deve exigir contrapartidas das empresas, como o cumprimento de obrigações que transfiram para os clientes os ganhos com o negócio. Mas não deu detalhes do que poderia ser exigido.


Costa acredita que a união das duas empresas trará mais competição ao mercado e, conseqüentemente, redução de preços das tarifas. Segundo o ministro, não haverá concentração de mercado com a fusão entre Oi e BrT, mesmo quando a nova Oi estiver atuando em praticamente todo o Brasil, com exceção de São Paulo, Triângulo Mineiro e a região de Londrina, no Paraná.


Na opinião do ministro, ‘há tempo suficiente’ para que a Anatel decida sobre o negócio até 21 de dezembro, data fixada pela Oi para concluir a compra, sob pena de ter de pagar à Brasil Telecom uma multa de R$ 490 milhões. Ou seja, para evitar o pagamento dessa multa, a Anatel teria de aprovar o acordo em um mês ou menos.


Costa ponderou que a agência já vem discutindo a compra da BrT desde fevereiro, quando começou a elaborar a proposta de mudança de regras. Ele negou, no entanto, que a Anatel esteja trabalhando com um cronograma estabelecido pelas empresas. ‘Todos os procedimentos estão se encaminhando, sem pressões. Estamos seguindo o cronograma do governo’, disse o ministro.


A aquisição, que criará uma operadora com posição dominante em todos Estados menos São Paulo, tem sido criticada por associações de defesa do consumidor.’


 


 


FUTEBOL
O Estado de S. Paulo


Maradona: festa pela filha e elogios da mídia


‘Há muito tempo Maradona não tinha um dia tão feliz como ontem. Ganhou elogios da imprensa argentina por sua boa estréia à frente da seleção nacional e levou sua filha Giannina para casa, após dois dias de internação. A jovem está grávida de seis meses e passou mal na terça-feira. ‘Acabei de deixar Giannina em casa, ela está bem e vai ter o bebê perfeitamente. Esse foi meu grande triunfo na semana’, festejou o craque, finalmente sorrindo.


Maradona estava em Glasgow, na quarta-feira, dirigindo a Argentina pela primeira vez, na vitória por 1 a 0 sobre a Escócia. No jogo, foram raros os momentos de descontração. O craque estava tenso e preocupado com a saúde da filha. Deixou o estádio à meia-noite, passou rapidamente pelo hotel onde a delegação estava hospedada e foi para o aeroporto.


A Associação Argentina de Futebol (AFA) pagou US$ 18 mil (cerca de R$ 43,2 mil) para colocá-lo num vôo particular. Maradona chegou a Madri por volta das 4 da manhã, ainda vestido com o agasalho da seleção. Encontrou-se com a ex-mulher Claudia Villafañe e com a outra filha, Dalma. Juntos, foram ao Hospital Montepríncipe para visitar Giannina. A família passou a manhã no local até os médicos darem alta.


O treinador deixou a filha em casa e prometeu passar alguns dias com ela, que mora com o atacante Agüero, do Atlético de Madrid e da seleção argentina. ‘Estou muito feliz, pois Giannina voltou a sorrir ao saber que o bebê está bem’, disse Maradona, aliviado.


Alegria na família, paz na crônica esportiva. A imprensa argentina não se cansou de elogiar a estréia de Maradona. ‘A seleção jogou bem e mostrou motivação’, destacou o Clarín. ‘A equipe recuperou a mística. Apesar do pouco tempo de trabalho, foi possível observar marcas de Maradona, como atitude e controle de bola’, completou o diário Olé.’


 


 


CULTURA
O Estado de S. Paulo


MinC lança blog para discutir a Lei Rouanet


‘Para manter a sociedade informada dos passos para a reformulação dos mecanismos de incentivo fiscal à cultura, o MinC criou o Blog da Reforma da Lei Rouanet, que põe à disposição todo o acervo de documentos, dados e propostas elaborados nos diversos fóruns que discutem o tema. Há, também, a apresentação que o ministro Juca Ferreira tem feito pelo País sobre as idéias do MinC sobre as mudanças – os chamados Diálogos Culturais. Por meio do blog, é possível ainda enviar sugestões e comentários sobre a proposta de alteração que deve ir ao Congresso em breve. O endereço é blogs.cultura.gov.br/reformadaleirouanet.’


 


 


TELEVISÃO
Keila Jimenez


O sotaque sumiu


‘Regravação de cenas, queda de audiência, saída do protagonista… As coisas não andam nada fáceis em Negócio da China. Que o diga a trupe de atores portugueses que integra o elenco da trama. Segundo jornais lusitanos, eles tiveram de regravar, recentemente, boa parte dos capítulos já prontos. Motivo: o sotaque em cena. Demais? Não, de menos.


Os atores Maria Vieira (Aurora), Ricardo Pereira (João), Joaquim Monchique (Belarmino) e Carla Andrino (Carminda), que integram o núcleo português do folhetim, resolveram neutralizar um pouco o acento português e passaram a falar mais ‘abrasileirado’. A idéia era tornar mais fácil, aos ouvidos brasileiros, a compreensão de seus diálogos.


O problema é que Falabella não gostou da ‘licença poética’. Segundo a imprensa lusitana, ele queria uma família portuguesa no folhetim que falasse como se tivesse acabado de chegar de Lisboa, e não que parecesse que mora no Brasil há anos.


Falabella pediu então aos atores que regravassem alguns capítulos, carregando no sotaque, como se fosse uma novela portuguesa. As cenas regravadas devem ir ao ar na próxima semana.’


 


 


 


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Folha de S. Paulo


Sexta-feira, 21 de novembro de 2008


 


TELES
Lorenna Rodrigues e Humberto Medina


Lula assina decreto que libera venda da BrT


‘O ministro Hélio Costa (Comunicações) informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem o decreto do novo PGO (Plano Geral de Outorgas, documento que divide o país em área de atuação para as teles).


O novo plano acaba com a proibição de que uma concessionária de telefonia fixa compre outra que atue em área diferente. A mudança permite que a Oi compre a Brasil Telecom, um dos negócios mais controversos do país.


De acordo com Costa, o decreto será publicado hoje no ‘Diário Oficial’ da União. Quando isso acontecer, a Oi deverá apresentar à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) um pedido de anuência prévia da operação de compra.


Apesar de ter sido anunciado em abril, o negócio só poderá se concretizar com a concordância da agência reguladora da telefonia.


O operação de compra da Brasil Telecom pela Oi é uma negociação que movimenta aproximadamente R$ 13 bilhões.


No contrato, está previsto o pagamento de uma multa de R$ 490 milhões pela Oi à BrT se a operação não for aprovada até 21 de dezembro pela Anatel.


Para o ministro, a agência reguladora deverá concluir a análise da operação até a data prevista no contrato. Ele negou que esteja havendo pressão para que a agência haja rapidamente.


‘Menos problemática’


‘Estamos em uma etapa menos problemática. Necessariamente, a Anatel não tem prazo, ninguém nunca disse que ela tem que fazer isso ate o dia 21 de dezembro. Nós só achamos que já tem dez meses que estamos tratando disso, e acho que o tempo é hábil’, disse o ministro.


O novo PGO obriga que, caso uma concessionária de telefonia fixa compre outra, ela terá que atuar em uma terceira região. Dessa forma, ao comprar a Brasil Telecom, a Oi terá que oferecer telefonia fixa em São Paulo. ‘Isso aumenta a competitividade das empresas. Entendemos como um benefício para o usuário, porque você vai ter mais ofertas de serviços, e o preço cai’, disse Costa.


Depois de aprovada pela Anatel, a operação precisará ainda da aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).


Costa defendeu que a Anatel imponha contrapartidas sociais para a aprovação da operação -como a obrigação de levar telefonia a áreas de fronteira e remotas.


O Ministério das Comunicações incluiu no texto do PGO aprovado pela Anatel em outubro a determinação de que, em caso de transferência de concessão ou controle, as empresas terão que observar princípios que levem ao maior benefício do usuário. Costa não deu detalhes de como isso seria feito.


‘As empresas estão preparadas para receber algumas dessas exigências, e foi uma preocupação fundamental do ministério das Comunicações incluí-las aqui’, disse.


O ministério modificou ainda o critério de exigência de que as empresas de telefonia tenham capital aberto. O novo texto prevê que possa ter capital aberto o concessionário ou a sua controladora.


Foi modificado ainda artigo que previa a obrigação de expansão das redes das concessionárias. A expansão foi mantida apenas para a rede de telefonia fixa, e não para banda larga, como estava no texto que saiu da Anatel.’


 


 


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Lula compareceu a jantar da OI na terça-feira


A assinatura do decreto que permite a fusão BrOi pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi precedida de um jantar na terça-feira à noite em comemoração aos 60 anos da Andrade Gutierrez, proprietária da Oi. Lula compareceu após reunião com os presidentes do Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES. Segundo o Planalto, o presidente foi convidado para o jantar assim como várias outras autoridades.’


 


 


FISCALIZAÇÃO
Folha de S. Paulo


Governo quer mais controle na importação de papel-jornal


‘O Ministério da Fazenda prepara mudanças no regime tributário de importação e comercialização de papel para a impressão de jornal, periódicos e livros. A Receita Federal quer verificar quais são as empresas que compram este material, que conta com isenção de impostos quando importadas.


O procurador-geral do Ministério da Fazenda, Luís Inácio Adams, disse que a mudança será no registro de compra do papel. Não haverá mudanças de alíquota. As empresas que têm o direito à imunidade tributária continuam sem pagar o imposto.


‘Hoje, o regime de registro de papel tem falhas. O benefício da imunidade é aplicado de forma ilegal para outros setores, o que cria concorrência desleal’, disse Adams.


Ao instalar o novo sistema para lastrear as empresas que importam papel para impressão de jornal, a Receita poderá impedir, por exemplo, que indústrias de embalagens comprem o produto sem imposto, afirmou.


Em reunião na Câmara dos Deputados, o ministro Guido Mantega (Fazenda) apresentou o projeto como um ‘novo marco regulatório para as atividades de comercialização e importação de papel destinado a impressão de livros, jornais e periódicos’.’


 


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


Site da Globo terá bastidor em tempo real


‘Dentro da nova estratégia da Globo de usar a internet como ferramenta de convergência e de interatividade, o site da emissora será reformado e ampliado a partir de dezembro.


As principais novidades serão uma sessão, a ‘Por Dentro da Globo’, que promete trazer informações em tempo real sobre todos os programas, e um serviço de respostas instantâneas aos telespectadores. A home também terá mais vídeos.


A Globo dobrou a equipe que se dedica às páginas de seus programas, de cinco para dez funcionários. Além deles, profissionais do jornalismo, das produções e da assessoria de imprensa estão sendo treinados para abastecerem o site.


Eles passarão a usar o Twitter, ferramenta que permite a publicação de informações curtas por meio de celulares, sem o uso de computadores, o que dá maior agilidade. A idéia da emissora é que o Twitter sirva para notas como essa, hipotética: ‘Fátima Bernardes acaba de chegar ao estúdio do ‘JN’ com novo corte de cabelo! Veja a foto em www.g1.com.br/JN’. Ou ‘Patrícia Pillar grava a morte de Flora. Assista hoje!’.


Já a Central de Atendimento ao Telespectador, em 2009, terá um banco de respostas prontas. A telespectadora que quer saber qual a marca do vestido de Patrícia Poeta não precisa mais mandar e-mail ou telefonar (até 10 mil fazem isso todos os dias). Bastará escrever essa pergunta numa área do site.


BARREIRA


A Record começou anteontem a gravar sua próxima novela, de Lauro César Muniz, em Palermo, na Itália. Os trabalhos atrasaram. A emissora teve problemas de deslocamento devido a greve de funcionários de companhia aérea italiana.


EXPLOSÃO


Ontem, a Record iniciou a gravação em Palermo da explosão de um Jaguar preto (na verdade, uma carcaça em bom estado), que deflagra toda a ação da novela, sobre a máfia italiana. As cenas só serão concluídas hoje. A novela, ainda sem nome, estréia em março, no lugar de ‘Chamas da Vida’.


NACIONAL


A exibição de ‘Rio Ink’, sobre tatuados brasileiros, triplicou a audiência do canal pago People+Arts.


CARTADA


Em mais uma tentativa de alavancar a caída ‘Negócio da China’, a Globo convenceu Cláudia Gimenez a entrar na novela. Novos reforços no elenco estão por vir.


A REJEITADA


‘A Favorita’ também enfrenta problemas de audiência em Portugal. Lá, não aparece nem entre os dez programas mais vistos. Fica atrás até das reprises de ‘Paixões Proibidas’ (Band) e de ‘O Cravo e a Rosa’.


DISFARCE


Ontem, no ‘Fala que Eu Te Escuto’, uma repórter apareceu usando o microfone da Record. Para tentar disfarçar o vínculo da emissora com a Igreja Universal, responsável pelo programa, apelou-se a um efeito que desfocou o logotipo da Record no microfone. Tosco.’


 


 


Cristina Luckner


Irene personifica dilemas femininos


‘‘Os dilemas da mulher moderna são outros. Queremos tudo’, diz a atriz Mônica Martelli, 40, a protagonista de ‘Dilemas de Irene’, série que estréia hoje, às 23h30, no GNT.


Enquanto Caetano Veloso cantarola ao fundo que quer ‘ver Irene dar sua risada’, ela enfrenta imbróglios comuns às mulheres: que roupa usar para arrasar naquela festa? Como trocar um pneu? Casar ou não casar? Eis as questões.


Mônica se tornou uma especialista em casos femininos depois do sucesso com a peça ‘Os Homens São de Marte… E É pra lá que Eu Vou’, em cartaz em São Paulo há mais de um ano.


‘Escuto muitas reclamações das mulheres sobre o amor.


Não acredito nessa de querer ficar solteira para sempre. Essa fase passa rápido’, afirma.


Na série, Irene acaba de se divorciar e namora um garoto um pouco mais novo do que ela.


Seu primeiro dilema é decidir o que fazer quando o namorado quer oficializar a relação.


E é nos acontecimentos do intervalo, em que divaga se sai da condição de ‘titia’ e entra para o rol das comprometidas, que as telespectadoras se identificam com as histórias da personagem. Especialistas -como psicólogos, advogados e até tarólogos- participam dos quadros, numa tentativa de explicar racionalmente a emoção.


DILEMAS DE IRENE


Quando: hoje, às 23h30


Onde: no GNT


Classificação indicativa: não informada’


 


 


SATIAGRAHA
Mônica Bergamo


Só depois


‘O delegado Protógenes Queiroz comunicou ao ‘Roda Viva’ que só vai ao programa, na próxima segunda, se o juiz Fausto De Sanctis já tiver proferido a sentença no caso Daniel Dantas. Há alguns dias, ele afirmou que voltará a falar com a imprensa depois da ‘condenação do banqueiro bandido’.


HERÓI


E a equipe do novelista Lauro César Muniz, da Record, também procurou Protógenes Queiroz. Queriam mais informações sobre o trabalho dele para a novela ‘Vendetta’ (nome provisório), que tem na trama ações da Polícia Federal. Muniz criou o personagem Telônio, um delegado ‘que, assim como Protógenes, será amado pelo público’.’


 


 


INTERNET
Folha de S. Paulo


UE inaugura biblioteca digital Europeana


‘A União Européia lançou ontem, com 2 milhões de obras na íntegra, a biblioteca Europeana (www.europeana.eu), que reunirá na internet acervos das bibliotecas nacionais do continente. Entre os títulos, estão clássicos como ‘A Divina Comédia’, de Dante, documentos e manuscritos de compositores como Beethoven e Mozart. A meta do projeto é atingir 10 milhões de obras em 2010.’


 


 


LIVRO
Carlos Heitor Cony


‘Os Irmãos Karamabloch’


‘FAMÍLIA DE 17 PESSOAS chegou ao Rio de Janeiro em 1922, na terceira classe do ‘Re d’Italia’. Eram ucranianos, genericamente russos, mas, sobretudo, judeus. O patriarca, Joseph Bloch, tivera uma gráfica em Kiev, chegara a imprimir o dinheiro do efêmero governo de Kerenski. Decidira tentar inicialmente os Estados Unidos, mas a cota de imigrantes para aquele país estava fechada, a alternativa foi vir para o Brasil.


Este não foi o início dos Blochs.


Antes da viagem, já se podia falar numa ‘saga’, com lances que um dos descendentes do clã acaba de lançar: ‘Os Irmãos Karamabloch’ (Companhia das Letras, 344 págs., R$ 48).


Para levantar a sua história, Arnaldo pesquisou durante sete anos, foi a Jitomir e Kiev, entrevistou muita gente e foi testemunha da etapa final de um império da comunicação que teve ascensão e queda -como, de resto, todos os outros impérios tiveram e terão.


O assunto era bom e vasto. Muitos o tentaram, mas desanimaram por um motivo ou outro. Uma biografia tradicional, com princípio, meio e fim, na linguagem correta e oficial para este gênero de livro, com obediência da ordem cronológica e sem assumir deliberadamente a lenda e a história, não daria o resultado que Arnaldo Bloch conseguiu. Antes de mais nada, ele usou a linguagem e a técnica do romance -gênero no qual estreou, com ‘Amanhã a Loucura’, e continuou com ‘Talkshow’.


O charme do livro é que o narrador funciona como personagem da trama, recurso que Proust e outros memorialistas também usaram.


Evidente que o foco principal é dedicado aos três Blochs que Otto Lara Resende, frasista famoso, que também é personagem do livro, chamou de ‘Irmãos Karamabloch’.


Ou seja, os filhos do patriarca: Boris, Arnaldo e Adolpho. As filhas de Joseph funcionam, na narrativa, como o coro das tragédias gregas: comentam a ação, sugerem e sofrem, de certa forma, as conseqüências.


Uma noite dos anos 80, Leonardo e Iná, pais de Arnaldo, trouxeram o rebento para jantar em minha casa, trazendo também o Rodian, um setter que era parente da minha Mila.


Naquela época, Arnaldo estava numa encruzilhada vocacional: por gosto e influência de sua geração, queria se dedicar à música -e era bem dotado para isso. Sentia apelos pela literatura e pelo jornalismo, mas, se dependesse dele, naquela ocasião, seria um músico, intérprete ou compositor.


O pai não era contra, mas preferia que Arnaldo fosse escritor. Daí que me pediu para conversar com o filho. Conversa vai, conversa vem, Arnaldo saiu lá de casa levando alguns livros que lhe indiquei, inclusive um de Balzac, ‘Grandeza e decadência de César Biroteau’. Levou também Kafka, Goethe e outros.


Mais tarde, após ocupar diversos cargos na empresa da família, foi para ‘O Globo’, onde, hoje, assina uma crônica semanal e faz reportagens especiais. Um dia, me procurou com os originais de seu primeiro romance, que seria publicado pela Nova Fronteira e que hoje tem uma edição de bolso. Depois veio o segundo, já na Companhia das Letras, que apostou em Arnaldo e patrocinou sua ida a Kiev.


Foi longa a escritura do livro, mais romance do que biografia, embora seja as duas coisas. Basta citar o princípio e o fim da ação: o pai de Arnaldo no salão escuro do apartamento, olhando em silêncio a praia de Copacabana. Cena que se repete ao final, fazendo da ação principal um enorme flashback, em que misérias e grandezas compõem um movimentado gran guignol que lembra Dostoiévski em alguns momentos, em outros o Máximo Gorki de ‘Os Pequenos Burgueses’.


A figura de Abrascha, que se tornaria Adolpho e que na opinião do tio Jorge ‘nem era para ter nascido’, ocupa grande parte do primeiro plano da narrativa. Com suas contradições, a compulsão pelos grandes gestos e a submissão aos momentos de cólera, nem sempre justa, fazem dele um dos personagens mais polêmicos, que encantou e provocou ódios de duas gerações de jornalistas e banqueiros.


Por isso mesmo, o livro do seu sobrinho-neto só podia ser escrito como Arnaldo o fez. Sem elogio e sem censura. Não funcionou como o biógrafo preocupado com o rigor histórico e a opinião da crítica. Escreveu mais do que a história de sua família. Fez a primeira parte de sua possível autobiografia.’


 


 


 


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