Monday, 29 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Francenildo vs. Época

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.


O caseiro Francenildo vai pedir indenização por danos morais à Caixa Econômica e à revista Época pela quebra do seu sigilo bancário. Até agora a mídia vinha tratando o caseiro como o herói destemido que enfrentou o poderoso ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Será que agora Francenildo merecerá o mesmo tratamento? Quando se trata de indenizações a mídia em geral age corporativamente e não perdoa quem ousa desvendar as suas mazelas.


O Circo Richthofen foi armado há 10 dias e parece que continuará nos próximos meses. Os produtores do espetáculo são os advogados da assassina de seus pais, Suzane von Richthofen, mas sem a ajuda explícita e decidida da mídia este espetáculo não poderia ser iniciado.


É preciso não esquecer que Veja e Fantástico sabiam que naquele fim de semana tratariam do mesmo assunto e na mesma linha, a prova disso está na matéria de Veja, que menciona a presença das câmeras da Globo quando fazia a entrevista para a sua matéria de capa.


Suzane aparece nas duas produções com a mesma blusinha infantil, cor-de-rosa, e os mesmos adoráveis passarinhos aparecem tanto na Veja como no Fantástico. Está evidente que estes dois grandes veículos – talvez os de maior audiência do país – não se incomodaram com a armação. E o fato de que o Fantástico pulou fora ao revelar as instruções do advogado à sua cliente não o coloca em posição mais favorável do que a da Veja.


O episódio evidentemente não tem implicações políticas, mas serve para mostrar como certas inocentes ‘produções’ jornalísticas podem levar a opinião pública a colocar a mídia sob suspeição.