Sunday, 05 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

Jornalistas argentinos são atacados

A organização Repórteres Sem Fronteiras declarou no dia 19/9 seu repúdio ao ataque contra o jornalista Tomás Eliaschev, no dia 13/9, em Buenos Aires. Eliaschev, editor do perfil.com, sítio noticioso que faz parte do grupo Perfil, faz parte do Sindicato de Trabalhadores da Imprensa de Buenos Aires (UTPBA) e, acredita-se, foi atacado por sua posição em defesa dos direitos trabalhistas.

Segundo os RSF, o ataque é indicativo do péssimo clima atual na mídia argentina. A organização também condenou a prisão e linchamento do radialista Carlos Furman pela polícia, em Entre Ríos, no dia 13/9.

‘Não podemos nos posicionar num conflito entre a administração do grupo Perfil e a UTPBA’, disseram os RSF. ‘Mas as proporções e a violência mostram que o assunto tornou-se bem mais que uma disputa jornalística. O ataque a Eliaschev, assim como a prisão de Furman, são sintomas de um clima de violência que não parece minguar.’

A organização lembra ainda que com a aproximação das eleições no dia 28 de outubro, ‘jornalistas, organizações midiáticas e autoridades governamentais devem trabalhar junto para dissipar essa situação.’

Grupo Perfil na alça de mira

Jornalistas do grupo Perfil entraram em greve no dia 10/9 por causa da demissão de um repórter do perfil.com, Alejandro Wall. A situação se degenerou no dia 13/9, quando Eliaschev ia à UTPBA prestar contas de sua ausência do trabalho por dois dias. O jornalista fora atacado e espancado, apresentando ferimentos na cabeça. Segundo a UTPBA, alguns de seus membros foram alvo de vandalismo e intimidação algumas horas depois, por sujeitos que se autodenominavam representantes do Partido Trabalhista, o qual tem ligações com o Grupo Perfil.

Já Furman, diretor de programação da rádio local 2 de Octubre, afirmou no dia 17/9 que havia sido enquadrado e espancado por policiais quatro dias antes, após receber ameaças de morte. A polícia afirmou que Furman foi preso sob acusação de ‘insulto’. O jornalista foi preso por uma noite. Em seu programa, Furman muitas vezes acusou as autoridades provincianas de corrupção e enriquecimento pessoal. Ele escapou a um ataque armado no dia 10/6/06, escondendo-se em um hotel por três meses, sempre usando colete a prova de balas.