Tuesday, 12 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1313

Roberto Carlos nega
ter censurado biografia


Leia abaixo os textos de quinta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


************


O Estado de S. Paulo


Quinta-feira, 24 de maio de 2007


CASO ROBERTO CARLOS
Jotabê Medeiros


‘Estarei curado em breve’, diz Roberto Carlos


‘Ao vencedor, as batatas. Quentes. Roberto Carlos venceu a parada, ao levar a melhor na Justiça e conseguir o recolhimento de sua biografia não-autorizada, Roberto Carlos em Detalhes (Editora Planeta), de Paulo César Araújo. Mas o cantor sabe que agora tem um desafio duplo pela frente: sair da pele de vilão em que se enfiou (grande parte da intelectualidade brasileira condenou publicamente seu gesto, gente como o escritor Paulo Coelho e o cantor Caetano Veloso) e, ao mesmo tempo, dar um fim ao lote de 11 mil livros que amealhou e guarda num galpão em São Bernardo do Campo (SP).


Roberto parece saborear uma vitória amarga, embora se escore na legalidade de seu ato para rebater as críticas, como as de Paulo Coelho, que disse que o autor teve uma ‘atitude infantil’ ao processar seu biógrafo. ‘Eu acho que foi feito tudo nos princípios da lei, daquilo que a Constituição diz, aquilo que a lei me dá direito, a mim e ao cidadão brasileiro. Antes de fazer qualquer coisa, antes de tomar qualquer atitude, consultei que direitos eu tinha para tomar a decisão que tomei. E a conclusão, através dos meus advogados, é que eu tenho direito, como todo cidadão tem direito, de proteger sua privacidade. E foi isso que nós fizemos. De acordo com a lei e com o que a Constituição diz’, respondeu Roberto Carlos.


Roberto chegou no fim de semana a Miami, para o que será o seu primeiro show nos Estados Unidos em quase dez anos. Os cerca de 5 mil ingressos postos à venda para os dois concertos, hoje e amanhã, no Carnival Center, foram vendidos em pouco mais de 24 horas. No show, será gravado o primeiro DVD em espanhol do cantor brasileiro, para o mercado de língua espanhola. Sua entrevista coletiva, num hotel de Miami, foi concorrida: muitas TVs e jornais de gossips do mundo das celebridades hispânicas, como Escándalo e Paparazzi TV; executivos da gravadora; o staff inteiro do cantor; e até o antigo ‘Casal Telejornal’ da TV Globo, Eliakim Araújo e Leila Cordeiro, estavam lá.


‘Lembra de mim? Pois é, a última vez que a gente conversou foi em 1998’, anunciou-se Leila Cordeiro, que se disse representante dos brasileiros. ‘Você sabe que a comunidade brasileira aqui, nos Estados Unidos, é enorme, e está todo mundo morrendo de saudade de você.’ Era esse o clima: chistes e aplausos reiterados a cada declaração do músico.


Roberto fez piadas com os repórteres. ‘Fale um pouco mais devagar, porque até em português não estou te entendendo’, disse para uma jornalista. Para outra, que confessou ter a mesma mania de nunca sair por porta diferente da que entrou, ele aconselhou: ‘Sugiro que comece imediatamente uma terapia.’ O músico também explicou a demora em vir aos Estados Unidos. ‘Eu estava muito mal, sangrava muito. Não queria chegar aqui com as feridas abertas’, disse. O empresário do cantor, Dody Sirena, anunciou que Roberto, talvez no segundo semestre, inicie uma turnê pela América Latina após o lançamento do DVD em espanhol, passando por Argentina, Chile e México. ‘Estou muito nervoso, depois de tantos anos fazer um projeto como este. Quando entro no palco, esse nervoso passa. Sobretudo aqui, vou me sentir como se estivesse em casa. É algo que me acalma.’


O cantor falou também, com grande desenvoltura (quase sempre em espanhol), sobre seus problemas com obsessões compulsivas, o fato de vestir sempre azul, de não cantar jamais determinadas canções. ‘Eu queria que fossem realmente manias, porque seria muito mais fácil. Pensei durante muitos anos que fosse muito supersticioso. Depois que me inteirei do que realmente tinha, que é o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), cheguei à conclusão de que não sou tão supersticioso. O TOC é que é muito grande. Superstição é uma coisa muito tranqüila’, disse. ‘Algumas coisas hoje eu faço com menos dificuldade. Se tiver de entrar por uma porta e sair por outra, é sempre muito difícil. Mas se não há outro jeito…’ E anunciou: ‘Brevemente estarei curado.’


Ele descartou completamente a possibilidade de autorizar uma nova edição de Roberto Carlos em Detalhes sem as partes que o incomodaram, que se recusa a apontar – diz que se trata apenas de ‘invasão de privacidade’. Segundo Roberto, se ele apontasse os trechos do livro que contém incorreções de informação, aí, sim, estaria cometendo um ato de censura. ‘Se eu disser ‘isso pode, isso não pode’, aí é realmente censura. Já propuseram isso, e não aceitei’, afirmou. ‘O livro não saiu de circulação por uma ação policial, mas por um acordo entre as partes. Nada foi imposto. Eu estava dentro dos meus direitos’, afirmou.


E voltou a dizer que sua biografia oficial será a única que poderá ser escrita a respeito de sua vida, mas que não tem prazo nem previsão de concluí-la – para a tarefa, a que diz se dedicar há 15 anos, o cantor tem a ajuda do jornalista Okky de Souza. ‘As coisas que vivi, ninguém pode saber melhor que eu, porque eu as vivi’, disse.


Roberto repetiu como um mantra sua obstinação em defender sua privacidade, falando várias vezes em Constituição. ‘A Constituição brasileira diz que existe uma diferença entre a liberdade de expressão e a proteção à privacidade. A informação tem valor enquanto é de interesse da nação. Desde que não haja um interesse, prevalece a proteção à privacidade. Quando pensei em tirar esse livro de circulação, a primeira coisa que fiz foi procurar saber que direitos eu tinha dentro da Constituição. Somente então decidi entrar com a ação.’ O cantor diz que não forçou ninguém a fazer algo contra sua vontade. ‘Se a outra parte concordou, se fez o acordo, foi porque quis. Um ou outro poderia ter se negado.’


‘Andam dizendo que eu iria queimar os livros. Não sei de onde tiraram isso, porque nunca pretendi queimar os livros. Na verdade, não sei exatamente o que fazer, porque queimar não pretendo. Porque seria muito agressivo isso e não é do meu estilo fazer coisas tão drásticas. Temos dois caminhos, na realidade: guardar para sempre em um lugar ou reciclá-los. Também não sei exatamente o que fazer. Estou pensando se poderia haver uma outra opção, não sei exatamente. Vou pensar muito bem no que fazer.’


Na volta ao Brasil, Roberto fará shows de 28 a 30 de junho, no Citibank Hall, no Rio.


Frases


‘Eu estava muito mal, sangrava muito. Não queria chegar aqui com as feridas abertas’


SOBRE TER DEMORADO A VOLTAR A FAZER SHOW NOS ESTADOS UNIDOS


‘Eu queria que fossem realmente manias, porque seria muito mais fácil.’


SOBRE SUA SÍNDROME (TOC)


‘Se tiver de entrar por uma porta e sair por outra, é sempre muito difícil. Mas se não há outro jeito…’


TAMBÉM SOBRE A SÍNDROME


‘As coisas que vivi, ninguém pode saber melhor que eu, porque eu as vivi’


SOBRE A POLÊMICA DA INVASÃO DE PRIVACIDADE


‘Se a outra parte concordou, se fez o acordo, foi porque quis. Um ou outro poderia ter-se negado ao acordo.’


SOBRE A DECISÃO DA JUSTIÇA EM PROIBIR A VENDA DE SUA BIOGRAFIA NÃO -AUTORIZADA


‘Temos dois caminhos, na realidade: guardar para sempre em um lugar ou reciclá-los. Não vou queimá-los.’


SOBRE O QUE FAZER COM OS LIVROS APREENDIDOS’


***


Roberto conta que repertório surgiu por sua curiosidade sobre ‘los hermanos’


‘Quando o Brasil não pára pelo futebol, seguramente o faz por qualquer notícia relacionada a Roberto Carlos, escreveu o jornal El Sentinel sobre os shows que o cantor brasileiro faz aqui em Miami, hoje e amanhã. Somente o iminente show de Ricky Martin na cidade parece rivalizar em interesse (ao menos nas comunidades hispânica e brasileira) com o de Roberto Carlos.


‘Fique mais entre nós e nós o curaremos!’, bradou um repórter mexicano durante a coletiva de imprensa, dirigindo-se ao cantor. Não é por acaso todo o interesse: há 30 anos que Roberto grava em espanhol, sejam versões de seus sucessos em português ou músicas compostas especialmente para aquele mercado, como El Gato Que Está Triste y Azul e Abre las Ventanas a el Amor. Roberto também firmou sua posição na América Latina com suas gravações de clássicos, como Solamente una Vez, El Día en Que me Queiras, Inolvidable e Abrázame Asi, além de Sonrie, de Charles Chaplin. Há sucessos que são excepcionais nas duas línguas, como Desahogo (Desabafo, de 1979), cujo início ficou assim: ‘Porque me arrastro a tus pies/Porque me doy tanto a ti.’


Para Roberto Carlos, o repertório em espanhol foi uma conseqüência natural de sua primeira curiosidade sobre ‘los hermanos’ latinos. ‘Eu já cantava Abrázame Asi em Cachoeiro do Itapemirim, quando tinha 10 anos. São inesquecíveis os arranjos do maestro Bebu Silvetti’, afirmou o cantor. ‘Haverá muitas coisas nesse show que nunca foram gravadas em disco’, disse. Mesmo as que conhecemos profundamente, como Emoções, nas gravações em espanhol de Roberto parecem adquirir novo sentido. ‘Pero yo estoy aquí viviendo este gran momento/Estando frente a tí, nuevas emociones siento.’’


MÍDIA & POLÍTICA
O intelectual e a política


Gilberto de Mello Kujawski


‘Roberto Mangabeira Unger costuma ser tratado duramente pela grande imprensa. Mas nem por isso se dá por achado. Ironizado, ridicularizado, desqualificado, resiste impavidamente a todos os ataques. Sua ambição política é tão desmedida, seu messianismo tão estratosférico que mede com indiferença seus críticos, como um Gulliver cercado por anões.


Até agora nenhum jornalista foi mais ferino e impiedoso com o empertigado professor de Harvard como o repórter Bob Fernandes, ao tempo em que trabalhava para a revista CartaCapital. Faz alguns anos que, em entrevista com aquele intelectual, Bob Fernandes lhe desfechou à queima-roupa a interpelação que todos os brasileiros gostariam de lhe fazer: ‘O senhor tem sido visto ao longo dos últimos quatro anos, desde que se integrou mais recentemente à cena política brasileira, ora como um ET, ora como um maluco, ora como um personagem ridículo, quando não como um ET maluco e ridículo. A que o senhor atribui essa percepção?’ (CartaCapital nº 202)


Impassível com a agressividade da pergunta, o entrevistado respondeu: ‘Em primeiro lugar, as elites brasileiras ficam muito inconfortáveis com idéias, sobretudo com idéias que não estejam já aprovadas e padronizadas, que não venham no navio de um dos lugares que se acostumaram a imitar. A tendência é dizer que quem sai daquele caminho é corrupto, maluco, ET ou romântico, ou o que seja.’


A resposta demonstra que Mangabeira Unger não se enxerga. Põe-se a falar de ‘idéias’, quando o foco do repórter não era seu pensamento, mas seu estilo de conduta e apresentação em público. Ele não toma conhecimento da estranheza que desperta por sua pronúncia arrevesada, sua aparência bizarra e caricatural. O que ele faz questão é de se apresentar como um homem ‘de idéias’. E aí é que mora o perigo. Já foi dito que ao lado de um político demagogo e populista está sempre um filósofo extravagante, uma ‘aranha intelectual’ tecendo conceitos absurdos, do tipo faca sem cabo nem lâmina, roda quadrada ou mover o moinho com as águas do ano passado.


O intelectual, em geral, com algumas exceções, é um tipo arrogante e megalomaníaco, acreditando, piamente, que com suas idéias vai transformar o mundo. Por isso gosta de se aliar às correntes políticas mais progressistas que prometem a mudança radical da sociedade. É verdade que as idéias transformam o mundo. Mas nunca a frio, automaticamente, como se bastasse serem proclamadas em alto e bom som por alguém para que se operasse a transformação. Um pensador pode ser genial e eloqüente, escrever obras notáveis, colaborar nos jornais diariamente, mas nem por isso sua doutrina produzirá efeitos de imediato. As idéias, para transformarem o mundo, precisam antes ser assimiladas e incorporadas pela opinião pública, precisam converter-se em crenças públicas para agirem sobre o corpo social e provocar transformações. O lema da Revolução Francesa, ‘liberdade, igualdade, fraternidade’, só serviu de instrumento para a mudança da sociedade na medida em que deixou de ser idéia privativa de um grupo de intelectuais para se sedimentar em crença viva animando o cotidiano da burguesia francesa ascendente. As idéias, enquanto idéias, não possuem nenhuma força para desencadear o processo de transformação social. E é isso o que ignora o intelectual, do alto de sua vaidade e de sua pretensão. Acreditar que as coisas acompanham docilmente as idéias é a convicção anacrônica do racionalismo, segundo o qual a realidade não passa da réplica das idéias claras e distintas.


Nem política de idéias, nem política sem idéias (Ortega). O que cabe é uma política com idéias, na qual as forças atuantes sejam escoltadas à distância pelo poder iluminador da inteligência. A associação do intelectual com o poder nunca deu certo na História. Platão teve ocasião de se arrepender amargamente de sua colaboração com o tirano de Siracusa, que acabou vendendo o filósofo como escravo. Sêneca, o preceptor de Nero, foi forçado a suicidar-se por ordem do imperador. Na Idade Média, Guilherme de Ockam ofereceu seus serviços ao imperador Luís da Baviera, em pé de igualdade (‘tu me defenderás com a espada, eu te defenderei com a pena’), mas foi reduzido à subserviência. E, em nossos dias, Jean-Paul Sartre defendeu o stalinismo até o final, obstinado em sua cegueira voluntária em relação às barbaridades cometidas na União Soviética, e Martin Heidegger, por amor ao poder, se converteu, vergonhosamente, ao nazismo.


Em certo momento da entrevista à CartaCapital, Roberto Mangabeira Unger cita uma frase de Proust que explica às mil maravilhas seu papel de colaborador com Lula. A frase do romancista francês é a seguinte: ‘Somos amigos daqueles cujas idéias estão no mesmo nível de confusão que as nossas.’ Será preciso dizer mais?


A respeito de certos empresários e economistas de destaque em nosso país, declara Paul Evans, diretor de gerenciamento de pessoas do Insead, na França: ‘Brasileiros adoram teorias complexas.’ Teorias complexas são produtos de mentes como a de Mangabeira Unger, com sua dupla personalidade de brasileiro americanizado e de acusador feroz de Lula que de uma hora para outra se desmente, aliando-se àquele presidente que encabeça o ‘governo mais corrupto’ que já houve entre nós.


Definitivamente, o papel do intelectual não é mandar, nem participar do mando, e sim dar tudo de si para entender o mundo e iluminar seus caminhos, de sorte que os encarregados de mandar enxerguem melhor seus objetivos. Ao tentar investir-se do poder temporal, o intelectual trai sua missão, esquecido de que a busca da verdade lhe confere um poder muito maior do que o do simples varejo político, a saber, o poder espiritual, que tem seu primeiro mandamento no exemplo de Sócrates: Conhece-te a ti mesmo.


Gilberto de Mello Kujawski, escritor e jornalista, é membro do Instituto Brasileiro de Filosofia’


VENEZUELA
O Estado de S. Paulo


RCTV ficará fora do ar durante apelação


‘O Tribunal Supremo da Venezuela ordenou ontem que a emissora de televisão RCTV suspenda suas transmissões enquanto os magistrados analisam a apelação do canal. O governo venezuelano decidiu não renovar a concessão da RCTV, que vence no dia 27, porque a emissora ‘atende a interesses de uma elite’. A programação da RCTV será substituída por um canal de ‘serviço público’.’


TELEVISÃO
Cristina Padiglione


MJ dialoga com TVs


‘Está agendada para hoje a primeira reunião entre o Ministério da Justiça e as emissoras de TV comerciais, representadas pela Abert – Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão. Em pauta: os itens contestados pelas emissoras na portaria 264, que reajusta os termos da classificação indicativa de TV no País e teve sua entrada em vigor adiada justamente a pedido da Abert.


A principal reivindicação das TVs comerciais é que se derrube a vinculação entre conteúdo indicado e horário. A situação está em vigor no momento, mas só por obra de um mandado de segurança dado pelo STJ e pode ser derrubado a qualquer momento.


No dia 30 de junho, o MJ vai reunir-se com as TVs públicas, a Andi (Agência de Notícias dos Direitos da Infância), Ministério Público e outros grupos notoriamente favoráveis à classificação indicativa com horários vinculados a faixas etárias. E, no dia 13 ou 14 de junho, ocorrerá o encontro dos dois grupos, os contrários e os favoráveis, para um extenso debate que poderá ser acompanhado pela imprensa.


Titular da pasta, Tarso Genro é esperado em todos os encontros.


entre-linhas


Está confirmado para o segundo semestre o programa de Fernanda Torres no GNT, que será produzido pela Conspiração Filmes. Na semana do Dia dos Pais, em agosto, também estréia Paidecendo no Paraíso, especial de quatro episódios do casseta Hélio de La Peña.


Fernando Faro recebe Agnaldo Timóteo em seu Ensaio hoje, às 21 horas, na Cultura.


Na terça-feira, o Sítio do Picapau Amarelo e o TV Xuxa atingiram sua maior audiência desde a estréia da nova programação, em abril. O Sítio marcou 11 pontos de média e o TV Xuxa, 12.’


************


Folha de S. Paulo


Quinta-feira, 24 de maio de 2007


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Cassetete, gás, molotov


‘Começou na internet, que desistiu do PMDB nas manchetes e passou ao ‘choque entre manifestantes e polícia’, no G1, da Globo, e Terra, Folha Online, iG.


Não demorou e o ‘Brasil Urgente’ entrava ao vivo, com Luiz Datena dizendo que ‘são trabalhadores que têm que ser respeitados, mas têm que manter calma’. Daí ao ‘SPTV’ -e César Tralli abrindo com ‘um dia de protestos pára o trânsito’, ‘professores fecham as duas pistas da avenida Paulista e’, por fim, ‘entram em confronto com policiais’. Na locução das imagens, ‘golpes de cassetete’ etc. Nas entrevistas, nada dos professores, só três pessoas reclamando do trânsito.


Depois, foi a manchete do ‘Jornal da Record’, ‘Dia de protesto em todo o país: em São Paulo, professores e estudantes tentam invadir a Assembléia; no Pará, trabalhadores rurais ocupam Tucuruí’. No ‘Jornal Nacional’, por fim, apesar das cenas dos confrontos, até mesmo com coquetel molotov, nada da manchete.


APOIO DA MALÁSIA


Em segundo plano no dia, os estudantes na reitoria da USP colecionaram apoios em seu blog, dos professores em greve a mensagens socialistas até da Malásia. E a cobertura avançou pelas agências Efe, Ansa e, claro, Prensa Latina.


GREVE QUE DIVIDE


A greve dos professores da USP entrou na escalada do ‘Jornal da Band’. Mas para a Globo, no regional ‘SPTV’, ‘a paralisação é parcial e divide ainda mais a universidade’. Ouviram-se dois professores que questionaram a decisão.


PMDB NÃO, CPI


Com notícias como ‘Governo decide que quem fica com o ministério é o PMDB’, à tarde na Globo, e ‘Ministério fica com o PMDB do Senado, diz Temer’, no portal UOL e outros, a cobertura da Operação Navalha esfriou, ontem.


No esforço de manter a primeira manchete, o ‘JN’ abriu apostando na ‘mudança de clima’ no Congresso, que deu maior esperança de se criar uma CPI da Navalha.


NOVA ARQUITETURA GLOBAL


Um dia depois do ‘Wall Street Journal’, ontem foi o ‘New York Times’ que tratou longamente da necessidade de um nova ‘arquitetura global’, quer dizer, mudanças no FMI, Banco Mundial, OMC. A idéia, também no ‘WSJ’, é que as organizações do pós-guerra, em crise (ilustração à dir.) e atacadas no texto pelos ex-secretários Robert Rubin e George Shultz, devem abrir espaço às novas ‘potências’.


O ‘Financial Times’ segue outra linha e pressiona para o presidente do Banco Mundial não ser mais americano. Ontem, usou para tanto a cobrança pública feita nesse sentido pelo representante brasileiro, Otaviano Canuto.


TOYOTA E O ETANOL


Nem Navalha nem confrontos. O destaque na busca de notícias do Brasil no exterior, ao longo do dia, foi a decisão da maior montadora do mundo, a japonesa Toyota, de produzir carros ‘flex’, com etanol e gasolina, com reflexo global. É notícia de repercussão desde segunda, quando saiu no japonês ‘The Nikkei’.


CUBA E O ETANOL


Fidel Castro voltou a escrever contra o etanol, ontem no ‘Granma’. Mas contrastou com um despacho da agência Associated Press, de que ‘Cuba está modernizando, sem barulho, seus equipamento de produção de etanol’. Atualiza 11 de suas 17 refinarias, segundo Conrado Moreno, da Academia de Ciências de Cuba.


BEN-HUR


No alto da primeira página e com vídeo em seu site (esq.), o ‘WSJ’ destacou ‘os novos Ben-Hurs’, não sem ironia. O enviado a São Simão (SP) retratou Luiz Alves Oliveira, um ‘fazendeiro de cana cujo plano épico é resgatar a glória das corridas de carruagens’’


INTERNET
Folha de S. Paulo


CCJ não vota projeto de controle da web


‘A Comissão de Constituição e Justiça do Senado não conseguiu votar ontem o projeto de lei substitutivo do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) que obriga provedores a informar eventuais crimes e cria o conceito de defesa digital para permitir o ataque a eventuais hackers (invasores de sites).


Segundo a assessoria do senador, três sabatinas com indicados pelo presidente Lula para ocupar cargos no Superior Tribunal Militar e na Defensoria Pública da União levaram tempo da comissão.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Novos quadros derrubam audiência do ‘Fantástico’


‘Um dos pilares da programação da Globo, o ‘Fantástico’ perdeu 5,2 pontos em abril, uma queda de 14,6% em relação a março. Sua audiência era de 35,7 pontos na Grande SP em março. Baixou para 30,5.


A queda, bastante significativa, é atribuída ao fim de ‘Big Brother Brasil’, que alavancava a ‘revista eletrônica’, e a estréia de novos quadros.


Aparentemente, novidades como o ‘Emprego de A a Z’, com Max Gehringer, e ‘Etiqueta Urbana’, com Glorinha Kalil, não agradaram tanto como as séries de Drauzio Varella e Marcelo Gleiser (origem do universo), findas em março


A participação do ‘Fantástico’ no total de televisores ligados caiu de 53% em março para 46%. Como o total de ligados só oscilou dois pontos (de 68% para 66%), isso significa que o programa perdeu público para outras TVs. A permanência do telespectador no ‘Fantástico também caiu, de 49% de sua duração (em março) para 45%.


A Globo contesta a interpretação de que os novos quadros derrubaram o ‘Fantástico’. Argumenta que o programa sofre efeitos sazonais e do interesse do público pelo noticiário.


Para a Globo, o ‘Fantástico’ mantém em 2007 o mesmo comportamento de 2006, tanto que sua audiência em abril do ano passado (30,3) era quase a mesma do mesmo mês deste ano (30,5). Mas, em março de 2006, o ‘Fantástico’ tinha menos audiência (32,8 pontos).


ESCOLTA 1


Presidente do Grupo Bandeirantes, Johnny Saad acaba de nomear mais um vice, o sexto. Nesta semana, assumiu a nova vice-presidência de Tecnologia, Interatividade e Inovação o executivo Marcelo Ballona (ex-Submarino e Yahoo Brasil).


ESCOLTA 2


Ballona se junta ao time de vices já composto por Antonio Teles (chefe dos demais vices), Marcelo Parada (vice da Band), Marcelo Meira (rede e financeiro), Paulo Saad (canais pagos) e Mario Baccei (rádios).


VOLTA, RENÉE


Uma das boas surpresas de ‘Paraíso Tropical’, Renée Vielmond voltará no final da novela para ajudar Daniel (Fábio Assunção) a resolver um grande problema. Mas Rodrigo Veronesi (ainda bem) não retorna.


TREINADOR


Silvio de Abreu (‘Belíssima’), que acaba de supervisionar a estréia de Elizabeth Jhin como autora-solo, em ‘Eterna Magia’, já está preparando outro nome para a equipe de teledramaturgos da Globo: Andrea Maltarolli (uma das criadoras de ‘Malhação’). Andrea deve entrar no ar em janeiro na faixa das 19h com ‘Beleza Pura’ (título provisório). A sinopse deve ser apresentada à cúpula da Globo na semana que vem.


TUDO A VER


O ‘Programa da Tarde’, apresentado por Maria Cândida na Record, vai ficar mais parecido como o matinal ‘Hoje Em Dia’. A partir de junho, ganhará novo cenário, que terá uma cozinha, e ambientes específicos para merchandising. Olivier Anquier será o Edu Guedes da atração.’


************