Thursday, 02 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Carta Capital

HISTÓRIA DA FEIÚRA
Rosane Pavam

Espelho, espelho meu

‘Os pobres, pintados por Daumier, foram historicamente vistos como seres degradados A feiúra existe, já que a percebemos nos outros. Mas o que acontece quando a descobrimos em nós? O escritor italiano Umberto Eco tem uma idéia do desdobramento desse fato corriqueiro, encoberto pelas noções contemporâneas do belo (ninguém é feio hoje em dia, ninguém envelheceu). Quando descobrimos a feiúra em nós, tratamos de encará-la à moda do Dorian Gray de Oscar Wilde, como um retrato sob o pano. Todos são príncipes, diria Fernando Pessoa, e guapos. Mas, presos com outros homens no quarto infernal descrito em Huis Clos, onde a luz está sempre acesa, esses mesmos príncipes mostrarão a todos o lado avesso do que aparentavam ser.

História da Feiúra (Editora Record, 453 págs., R$ 160) convida a essa viagem interior, como naquela peça canônica, célebre por mal citada, de Jean-Paul Sartre. A reflexão de Eco se faz em meio à tarefa árdua de recolher textos e imagens referenciais do Ocidente sobre aquilo que está dentro de nós e parece ser prudente tratar com distância e negação. A feiúra é o íntimo que, a qualquer momento, apodrecerá diante de todos. É tudo o que morreu e que, anjos decaídos, insistimos em restaurar. A feiúra é o passado que retorna, o presente que condena, nada além daquilo que, uma hora ou outra, fomos ou seremos.

Tais coisas vão sendo percebidas aos poucos neste livro que, encadernado e impresso belamente, revela-se agudo como a digestão de um problema existencial. De acordo com o que sugeriu o poeta Arthur Rimbaud durante suas temporadas infernais, será preciso sentar a beleza no colo apenas para amaldiçoá-la se desejarmos aceitar tudo o que Eco diz.

Estamos no espírito de ‘ano-novo’ e temos de ouvir coisas tão duras? Pois então. Umberto Eco é um desconstrutor na pós-modernidade, mas, neste livro, escreve limpidamente, sem subterfúgios ou especulações de natureza psicológica, sobre o que é feio, ruim, insípido e purulento na fantasia artística construída pelo homem desde muitos séculos. Não há, aqui, arqueologia de textos médicos, de esgares de laboratório, fotos de múmias ou esqueletos reais. Vemos a feiúra como a viram centenas de escritores, pintores e escultores da civilização mediterrânea.

E se eles viram a feiúra, não há prova maior de que ela tenha existido. Ou ainda exista. Em algum ponto, naquele início medieval, era publicamente execrada como pertencente aos pobres sem assistência ou comida. A feiúra poderia ser, então, a loucura da mulher privada e histérica, a feiúra era o monstro de chifres que representava o cotidiano dos vassalos em meio aos ratos. E os pobres, que insistiam em viver, em cantar no carnaval, representando-se a si com máscaras até hoje repetidas. Os pobres ameaçavam os ricos com a simples idéia de finitude. Mereciam, por consenso, a caricatura.

Eco aceita que exista um feio formal, aquele das desproporções ou desarmonias encontradas em rostos por demais assimétricos ou corpos sem ritmo, mas haveria, segundo ele, um horror ainda mais preciso, o ‘feio em si’, detectado nas carnes adoecidas de pus ou dissecadas e desfalecidas, comumente associadas, por um mecanismo de controle social, a uma classe de desfavorecidos. E haveria, como terceira categoria, o ‘feio artístico’, sobre o qual não caberia prova médica, mas ilusória, o feio representado, inconscientemente, por uma civilização ou um intérprete.

É curioso como o humor, a caricatura, as falas do grotesco e do paródico intrometem-se nesta análise de feiúra representando um fator de purgação de uma dor social. Se são feios, os personagens caricaturizados também são reais. Nas figuras monstruosas e cínicas de Rabelais residiu o riso que impediria a sociedade de se enganar sobre si e morrer, como se pode observar neste trecho de Gargântua e Pantagruel: ‘E não penses que a beatitude dos heróis e semideuses, que estão nos Campos Elíseos, esteja no abrótano, na ambrosia ou no néctar, como dizem estas velhas. Está, segundo penso, em limparem o cu e com um ganso novo’.

As situações de extrema feiúra, como as do crime serial, também mereceram que as retratassem os ilustradores rápidos de uma imprensa incipiente. Para ela, personagens como Gilles de Rais, jovem marechal companheiro de batalha de Joana D’Arc que, após orgias, matou meninas e meninos, ou o exímio conde medieval Vlad, o Drácula empalador, seriam motivos de lembrança da existência de um mal social aleatório e permanente. Eram representações moralizantes, como as do diabo do início, um demônio distante de todos e merecedor de reprovação, tal qual um camponês insidioso à beira da morte.

Foi preciso que alguns séculos se passassem para que os artistas enxergassem o diabo como um ser injustiçado por Deus, Drácula solitário, parecido em certa medida com todos nós, ou até mais belo e aristocrático do que seríamos dignos de nos tornar. O livro toma-se de intensidade quando trata da transformação de um ser medonho de exclusão para esse belo espécime de aceitação simbólica, o diabo de casaca mais refinado que o Dorian Gray de Wilde. Segundo uma nova visão, aquela capaz de admitir a feiúra dentro de cada um, o demônio não teria sido condenado por reles vaidade, como Gray, mas por honesta insubordinação a um ser autoritário e supremo, Deus.

O que é feio, o que é belo nas representações? O poeta Charles Baudelaire teria precisado uma inquietação ao se perguntar: ‘Que buscam estes cegos ver no Céu?’ Sua elegia ao personagem torturante de todos os tempos, à mulher feia como o diabo, é exemplar e bem-humorada em Ninfa Macabra: ‘Nunca me causam tédio ou sono/ Os teus quarenta (ou o que tiveras),/ Prefiro os teus frutos, outono,/ À floração das primaveras!/ Jamais me deste tédio ou sono!/ Tua carcaça tem encantos/ E singulares harmonias/ No oco dos ombros há recantos/ Onde degusto especiarias’.

Impressiona que outra figura, a de Jesus Cristo, seja continuamente lembrada quando se fala da caracterização do que é feio artisticamente ou em si. A sensação é a de que o culto ao sofrimento do personagem, renovado nos crucifixos caseiros e no coração descoberto tanto quanto em um filme como A Paixão de Cristo (de Mel Gibson), congelou o filho de Deus em uma única representação possível. Porque não está autorizada à mudança, a imagem de Jesus martirizado, conforme Eco a vê, encontra-se sujeita à classificação do mau gosto kitsch, como nas imagens impressas no verso de orações.

São, por certo, visões arriscadas sobre o que é feio. Será horrível o transexual Divine em Pink Flamingos, de John Waters? Ou as mulheres cubistas? Ou o santinho com as chagas de Jesus? Marilyn Manson, um garoto punk? Por que seria medonho admitir o tormento de um rosto contemporâneo consciente e multifacetado, como em um auto-retrato de Francis Bacon? Ou a foto de uma velha nua? Eco sugere que o feio existe, representa o que vivemos e mora em nós. Há, portanto, menos coisas entre o que somos e Divine do que supõe a filosofia vã. O que os cultores do kitsch e de seu desenvolvimento fizeram foi um achado estético, conclui o pensador. Mas também existencial: seja feio e será bom.’

 

JOSÉ DIRCEU
Mino Carta

E onde fica a razão da política?

‘José Dirceu é personagem do enredo político brasileiro há quatro décadas e é justo que desperte interesse jornalístico. A revista Piauí entregou à repórter Daniela Pinheiro a tarefa de relatar dias recentes, passados em companhia do ex-ministro e ex-presidente do PT.

Das páginas, sai a confirmação de que o retratado é animal político na acepção mais óbvia da expressão, ou mais corriqueira. Um crente nas razões da política (seria com P grande?), a justificar os meios pelo fim. Maquiavel, aquele grande humorista, escreveu a respeito o tratado definitivo. Mas não ousarei dizer que Dirceu é a encarnação do príncipe Valentino. Mesmo porque pergunto aos meus perplexos botões se agiu conforme as razões da política ao se oferecer à pena da repórter da Piauí.

Não me refiro apenas às fraquezas humanas largamente exibidas. Tracejado por Daniela Pinheiro, surge em cena um cidadão determinado, eventualmente frio, vaidoso e razoavelmente provinciano. Ele se acha, diriam meus netos. Formoso, luxuoso, garboso.

E sobre o provincianismo direi que cavalheiros do mundo e de fino trato empenham-se obsessivamente para esconder as grifes e jamais extrairiam dos bolsos um pente para usá-lo em público. De mais a mais, um pente verde.

Depois de ler a reportagem, não me surpreendeu saber da intervenção cirúrgica a que Dirceu foi submetido, espero com pleno êxito, para implante de cabelos. No Recife, dia 10, pelas mãos do cirurgião plástico Fernando Barros, amigo pessoal. O tempora, o mores. Faz 37 anos, o mesmo Dirceu, destemido resistente à ditadura, enfrentou outra cirurgia em Cuba para mudar as feições do rosto.

As fraquezas, humanas sublinho, não param por aí. Ele não esconde seu apreço pelo luxo, pelas iguarias refinadas, pelos ambientes faustosos, tampouco a capacidade de alugar aviões para deslocações intercontinentais urgentes. Isso tudo convém a alguém movido pelas razões da política? Os meus botões fecham-se em copas.

Refiro-me, porém, e sobretudo, à metralhadora giratória que Dirceu põe a disparar, contra e a favor. Contra, faz duas denúncias das mais graves. A primeira contra os petistas do Rio Grande do Sul, réus, segundo o ex-ministro, por terem recorrido ao Caixa 2 para erguer a sua sede em Porto Alegre. A segunda, contra o Lulinha, filho de Lula, segundo a Piauí, desmentida em seguida pelo próprio retratado. Diz ele ter falado de outro Lulinha. Um jornalista, talvez.

Ficou claro, de todo modo, que o ex-ministro, ao menos em outras oportunidades, implicou com aquele Lulinha, a ponto de ser chamado às falas pelo pai presidente. Surge, nos dois casos, uma questão jurídica. Trata-se de ‘notícias de crime’ e o Ministério Público tem o poder e o dever de investigar a respeito, o que determinaria inquérito policial.

Por outro lado, a Piauí, desmentida, e prejudicada pelo fato de não ter gravado as declarações de Dirceu, por imposição do próprio, poderia ser alvejada por uma ação judicial aforada, como se diz, pelo ex-ministro. E ainda caberia ação criminal, pela Lei de Imprensa.

Em relação à conveniência política da metralhadora, os botões mostram-se desabridamente céticos. A Justiça nativa, ora a Justiça nativa… Aliás, há outro ponto intrigante: por que a repórter não indagou a respeito do relacionamento de Dirceu com o banqueiro Daniel Dantas, aquele senhor já condenado em Nova York, Londres e nas Ilhas Cayman, e ainda incólume no Brasil, embora indiciado em mais de uma frente?’

 

TELECOMUNICAÇÕES
Carta Capital

A BrT de bandeja para a Oi

‘Há várias e complexas amarras pela frente, inclusive a necessidade de mudar o Plano Geral de Outorgas, que impede a união de operadoras fixas, mas a compra da Brasil Telecom pela Oi (ex-Telemar) é hoje um negócio muito mais provável do que era no ano passado. A oferta de 4,8 bilhões de reais pelo bloco de controle agradou aos principais acionistas da BrT, principalmente o Citibank, que anda louco para se livrar de sua participação na telefonia brasileira e compensar um pouco as perdas com a crise de crédito nos Estados Unidos. O governo também deu a bênção à negociação. Na quinta-feira 10, os acionistas das empresas estiveram no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para discutir a possibilidade de um empréstimo capaz de cobrir a operação.

Pelo desenho, os principais controladores passariam a ser a Andrade Gutierrez e o Grupo La Fonte, de Carlos Jereissati. Os fundos de pensão Previ, Petros e Funcef também continuariam a ter participação mais ou menos equivalente à posição que detêm hoje na Oi. Com isso, a idéia de pulverização do controle das empresas no mercado acionário passa a segundo plano.

Integrantes do governo argumentam que os principais acionistas da Oi são os únicos grupos privados nacionais com interesse e capacidade de formar uma empresa brasileira no setor de telefonia forte o suficiente para competir com as estrangeiras. Mas a negociação, nos termos atuais, fornece munição ao banqueiro Daniel Dantas.

Dantas, em processos judiciais no Brasil e nos Estados Unidos, afirma ter sido perseguido pelo governo e pelo PT por ter se tornado, como sócio das empresas de telefonia, empecilho à fusão, que sempre interessou à Andrade Gutierrez e ao La Fonte. O banqueiro ressalta a amizade de Lula com o empresário Sérgio Andrade e os investimentos da Oi na Gamecorp, empresa de Fábio Lula da Silva, filho do presidente. Insinua que os petistas receberam propina para tirá-lo do caminho, em favor dos dois grupos.

O mais provável é que Dantas conhecesse o desejo antigo de fusão, acalentado por ele mesmo, e criou a fantasia persecutória para justificar seus crimes. Isso não elimina, porém, os pontos nebulosos da operação. Por que há tanto empenho do governo para concretizar a fusão nesses moldes? Com a palavra, Brasília.’

 

MÍDIA & POLÍTICA
Carta Capital

Requião proibido de falar

‘Prossegue a disputa entre o governador do Paraná, Roberto Requião, contra os procuradores do Estado e parte da mídia local. O desembargador Edgar Lippmann Júnior, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, proibiu Requião de usar o programa ‘Escola de Governo’, exibido na tevê educativa do estado, para defender as realizações de sua administração e atacar os adversários, entre eles os promotores, empresários e os grandes grupos de comunicação paranaenses.

No ano passado, outra decisão havia tentado calar o governador, que recorreu e derrubou uma liminar que o impedia de falar no mesmo programa. ‘Hoje tentam censurar o governador. Amanhã pode ser qualquer cidadão’, afirmou Requião, que promete recorrer da decisão de Lippmann.

Em nota, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) criticou a medida judicial e a classificou de ‘censura prévia’.

Requião atribui as seguidas decisões à briga que comprou com o Ministério Público ao criticar os salários e as mordomias de promotores e procuradores estaduais.’

 

GLOBO DE OURO
Ana Paula Sousa

Goodbye, limusines

‘Tem sido instigante, como uma boa série de tevê, acompanhar a greve dos roteiristas norte-americanos. Não bastasse deixar os programas sem diálogos novos, os grevistas melaram a festa do Globo de Ouro, marcada para o domingo 13.

Desta vez, o prêmio que serve de ante-sala ao Oscar não terá tapete vermelho. Nem limusines. Nem modelitos fashion. Nem George Clooney, Angelina Jolie ou Johnny Depp. Os astros estão entre aqueles que, para desespero dos empresários de Hollywood, anunciaram o boicote à cerimônia em solidariedade aos escritores parados desde novembro de 2007.

Ante a ameaça de piquetes em frente ao hotel Beverly Hilton, em Beverly Hills, sede do evento, e preocupados com um quórum vexatório, a Associação da Imprensa Estrangeira e a Rede NBC, que transmite a cerimônia, disseram na segunda-feira 7 que, em vez do anúncio pomposo, haverá apenas uma espécie de entrevista coletiva.

Para além do sentido simbólico, o episódio terá efeitos financeiros nada desprezíveis. Estima-se que o Globo de Ouro movimente, em cada edição, cerca de 80 milhões de dólares. A noite de gala tem deixado, nos últimos anos, 20 milhões de espectadores sentados em frente à tevê. Com o fim da transmissão, fechou-se o pote de ouro da publicidade. Empresas como HBO e Warner também anunciaram o cancelamento de suas festas.

Os 10,5 mil roteiristas que exigem, dos estúdios, o pagamento de direitos autorais sobre as novas mídias, como internet e DVD, acabaram, com a greve de palavras, criando um ótimo enredo. E, antes do desenlace, é possível adivinhar cenas de suspense. De acordo com a revista Variety, o temor é que a confusão se estenda para o grande momento anual do cinema hollywoodiano, o Oscar, cuja cerimônia está marcada para 24 de fevereiro.

O cinema de viés político que, nas edições recentes, tem comparecido de smoking à festa do Oscar (em filmes como Boa Noite, Boa Sorte, Uma Verdade Inconveniente e Crash), talvez seja menos ficcional do que parece. Até Hollywood, quem diria, ganhou seu reality show.’

 

TECNOLOGIA
Felipe Marra Mendonça e André Siqueira

Fazer ligações é o de menos para quem tem um iPhone

‘O melhor iPod da companhia só perde para o BlackBerry no mercado americano O iPhone é divertido. Essa é imagem que a Apple passa para os consumidores. ‘Ele é o melhor iPod’ produzido pela empresa, dizem os comerciais, ao enfatizar a capacidade do aparelho de mostrar vídeos e fotos. Esse telefone não deveria ser a escolha de profissionais que querem acesso a e-mails, editar documentos, enfim, trabalhar. Contudo, um estudo feito pela consultoria inglesa Canalys destrói essa percepção.

O mercado do estudo é o norte-americano (incluídos Canadá e México) e o segmento é o de smartphones. No primeiro trimestre de vendas, o modelo da Apple ultrapassou todos os aparelhos que possuem Windows Mobile, Symbian, Linux e Palm OS. O líder continua sendo a linha BlackBerry, da canadense RIM, mas o segundo lugar do iPhone impressiona, porque o aparelho estava disponível apenas nos Estados Unidos e por meio de uma só operadora, a AT&T. Os demais podiam ser encontrados com facilidade nos outros países e em quaisquer das outras operadoras, como Sprint, Verizon Wireless e T-Mobile.

O iPhone ainda não existe no México e no Canadá, e alguns estados americanos não são cobertos pela AT&T, como Vermont, Dakota do Norte, Dakota do Sul e Alaska. Ou seja, há muitos consumidores que adquirem o aparelho para se divertir e trabalhar.

‘É realmente divertido, muito popular’, disse Mike de la Cruz. Ele é o vice-presidente da gigante alemã SAP, que oferece variadas soluções de software para indústrias. O objetivo é ‘otimizar processos’ e muitos outros jargões importantes do mundo corporativo. Por isso, a SAP informou que iria lançar um dos seus pacotes de gestão de relacionamento com clientes para o iPhone, antes de fazer o mesmo para aparelhos BlackBerry ou Palm. A decisão foi motivada pelo clamor da própria equipe de vendas da SAP.

O apoio da SAP é importante. Mais difícil vai ser conseguir a ajuda da Microsoft para que o iPhone consiga se conectar ao Microsoft Outlook, usado por empresas para gerenciar e-mails, e ao Exchange, programa para servidores que sustenta o sistema de mensagens eletrônicas.

Isso deve demorar, principalmente porque a Apple cresceu muito acima das expectativas da Microsoft. É importante lembrar as palavras do CEO da empresa, Steve Ballmer. Ele afirmou em janeiro que o iPhone não conseguiria mais do que 2% ou 3% do mercado e que o Windows Mobile logo chegaria aos 60% ou 80% de participação.

Fora do mercado americano, a luta promete ser mais acirrada. Os aparelhos com base no sistema Linux, de maior aceitação na China e no Japão, ainda não vendem bem na América do Norte ou na Europa e a maioria dos telefones comercializados na Ásia é bloqueada para uso em uma só operadora.

O lançamento recente do iPhone nos mercados britânico, alemão e francês pode dobrar o ritmo das vendas e acelerar o crescimento da Apple no mercado ocidental e ele deve chegar ao Japão pela NTT DoCoMo ainda neste ano. Ou seja, o telefone ‘divertido’ fechou o ano mais profissional do que os consumidores e os competidores esperavam.’

 

 

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