Monday, 29 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Cristina Padiglione

‘Diretor de programação da Record, Luciano Callegari chegou ontem à sede da Record, na Barra Funda, e, em vez de dar início ao expediente do dia, encaminhou seu pedido de demissão. Oficialmente, Callegari disse que estava de partida porque já teria cumprido sua missão no pedaço. Extra-oficialmente, no entanto, é sabido que Callegari não tinha a autonomia que deveria lhe caber no cargo que ocupava. Algumas de suas decisões esbarravam na contrariedade do presidente da Record, Dennis Munhoz.

O contrato com a emissora teria validade até 2006, mas não previa multa por rescisão, justamente para que ele tivesse a liberdade de deixar a casa quando bem entendesse. O destino de Callegari deve ser mesmo o retorno ao SBT, rede que ajudou a fundar. Conhecido como braço direito de Silvio Santos, desde os idos da Caravana do Seu Peru, Callegari havia deixado o SBT em 1998, após discordâncias com o patrão. Os dois, no entanto, nunca deixaram de se freqüentar fora do cenário profissional. No fim do ano, ambos embarcaram juntos para Miami, onde passaram o réveillon.’



MULTISHOW
Cláudia Croitor

‘Multishow ‘mira’ público jovem e produção nacional’, copyright Folha de S. Paulo, 26/03/04

‘Atrair o público jovem e aumentar a participação de produções nacionais em sua grade são os dois objetivos do canal pago Multishow (Net/Sky) com suas novidades a partir de abril.

A primeira estréia voltada para os jovens entra no ar no dia 1º, sob o comando de Paulo Vilhena, o Paulo César da novela das oito da Globo, ‘Celebridade’. Em ‘Tribos’, Vilhena vai acompanhar gente famosa que se identifica com algum grupo específico, como surfistas, motoqueiros, tatuadores etc. A primeira participação será da atriz Carolina Dieckmann, freqüentadora de bailes funk.

O público adolescente também está na mira do canal com a faixa ‘Mandou Bem’, apresentada pela atriz Danielle Suzuki, do seriado ‘Malhação’, da Globo. Com estréia prevista para maio, o programa diário terá uma atração diferente a cada dia. Uma delas será o seriado ‘Degrassi: The Next Generation’, que vai abordar questões polêmicas da adolescência, como gravidez, drogas, racismo.

A produção nacional aparece na faixa ‘Patrola’, programa de reportagens sobre moda, comportamento e esportes produzido pela RBS -afiliada da TV Globo no Rio Grande do Sul-, que será exibido nas tardes de sexta. Às segundas, ‘Mandou Bem’ exibirá ‘Zero Km’, quadro voltado para novas bandas nacionais.

No ‘Multishow ao Vivo’, vai ao ar neste domingo o show e o ‘making of’ de Dudu Nobre & Convidados, com participação de Zeca Pagodinho e Gabriel, o Pensador. Serão reformuladas atrações como ‘Ensaio Geral’, apresentado por Lorena Calábria, que será gravado no Rio, e ‘Momento Jazz’, que será apresentado pelo saxofonista Leo Gandelman.

Para fãs de séries, a novidade mais aguardada é a estréia da sexta e última temporada de ‘Sex & the City’, que teve seu capítulo final exibido em fevereiro nos EUA. A partir do dia 5, Carrie, Miranda, Samantha e Charlotte voltam ao ar pela última vez em capítulos inéditos. O desenho ‘South Park’ também volta com episódios inéditos, agora da sétima temporada, com estréia no sábado, dia 3, à meia-noite.’



PROGRAMAÇÃO REGIONAL
André Silveira

‘Regionalização em debate’, copyright Meio & Mensagem, 22/03/04

‘A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) pediu aos integrantes do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional, que não sugiram modificação ao projeto de lei de sua autoria que regulamenta o artigo 221 da Constituição Federal, definindo percentuais para a regionalização da programação de emissoras de rádio e TV. O argumento é que eventuais mudanças significarão retrocesso na tramitação do projeto, que já foi aprovado na Câmara dos Deputados e está em tramitação no Senado Federal. ‘Qualquer mudança deverá passar por nova análise na Câmara. Como estamos em ano eleitoral, a Casa irá trabalhar efetivamente até meados do ano. Após isso, só em 2005. Esse projeto já está no Congresso Nacional desde 1991. Não podemos fazer com que a tramitação demore ainda mais’, argumenta.

A deputada afirmou, também, que já conseguiu fazer com que muitos senadores, inclusive os da bancada evangélica, se comprometessem a votar o projeto (denominado no senado de PLC 59/2003) dentro de um curto espaço de tempo. ‘Eu me comprometo a realizar modificações na lei depois de sua promulgação, se for necessário, mas não impeçam esta Lei de existir’, reiterou a deputada, que participou da última audiência pública promovida pelo conselho sobre o assunto, realizado no último dia 2 de março.

O projeto estabelece que as emissoras deverão veicular programas regionais. Essa programação deverá durar entre dez e 22 horas semanais, de acordo com a região. O texto também estabelece que 40% dessa programação deverá ter produção independente.

Constitucionalidade

Apesar do pedido, o conselheiro Roberto Wagner ressaltou que o inciso II do artigo 3º é inconstitucional, pois limita o direito de trabalho. ‘A lei pode ter sua constitucionalidade questionada depois de aprovada. Se o conselho não apresentar sugestões ao projeto de lei, eu o farei por meio de voto em separado’, ressaltou. O artigo em questão define o que é produção independente. O inciso define que produção independente é ‘aquela realizada por produtor ou produtora independente que não tenha qualquer relação econômica ou de parentesco com os proprietários, cotistas ou acionistas da emissora exibidora, seja pessoa física ou jurídica.’

O vice-presidente de Relações Institucionais das Organizações Globo, Evandro Guimarães, também participou do debate e ressaltou que as operadoras de TV paga são as únicas emissoras que podem admitir a transmissão de vídeo sob demanda por empresas de telecomunicações, conforme determina o projeto. O executivo sugeriu que os conselheiros ouçam opiniões de emissoras regionais.

O economista da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Alex Galvão, ressaltou que o segmento de audiovisual só é forte nos lugares em que o Estado impõe a regulamentação. O economista argumentou a afirmação mostrando dados do mercado nos Estados Unidos e na Europa. ‘Nesses lugares, o governo se preocupou em criar mecanismos que impedissem que as emissoras fossem as únicas produtoras de seus conteúdos.’

Alexandre Annenberg, diretor executivo da ABTA, também participou da audiência pública. Para ele, as operadoras de TV a cabo, MMDS e DTH terão dificuldade em cumprir a lei, caso ela seja aprovada como está. Segundo ele, muitos canais não são utilizados nas diversas tecnologias, justamente por falta de programação disponível. No caso do MMDS, o problema para se cumprir o que determina o projeto de regionalização está no fato de a tecnologia permitir o uso de no máximo 31 canais e, em outros casos, por determinação da Anatel, só podem ser utilizados 15 ou 16 canais. Para o DTH, o problema estaria no fato de sua autorização ser para todo o território nacional. Outro item colocado em discussão pela ABTA é o parágrafo 2º do artigo 4º do projeto de regionalização, que determina a obrigação da veiculação de 50% de programas ou obras audiovisuais nacionais nos serviços sob demanda das empresas de telecomunicações. Annenberg ponderou que, por se tratar de serviços de demanda do cliente, é impossível cumprir esta meta. A sugestão inicial da ABTA é a supressão dos itens em questão.’