Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Diretrizes curriculares para os cursos de Jornalismo

No dia em que se comemoram os 205 anos da implantação da imprensa no Brasil, as entidades profissionais e acadêmicas abaixo relacionadas vêm a público saudar a aprovação das Novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Jornalismo, ocorrida no último mês de fevereiro na Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional da Educação, e clamar por sua imediata homologação pelo Exmo. Sr. Ministro da Educação.

As novas diretrizes curriculares representam o corolário de uma luta secular da área de Jornalismo pela qualidade e especificidade de sua formação profissional, inaugurada no I Congresso Brasileiro de Jornalistas, que fundou a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) em 1908, e reafirmada no 32o. Congresso promovido pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) em 2006 e pelo 9o. Encontro do Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo (FNPJ) promovido naquele mesmo ano. A revisão curricular aprovada no CNE tem apoio de entidades acadêmicas da área, e incorpora as recomendações da Unesco para a formação profissional específica.

As novas diretrizes vêm sanar o problema crônico de falta de ligação entre teoria e prática na formação profissional em Jornalismo, provocado pela forma como os currículos mínimos de Comunicação Social foram implantados no Brasil pela ditadura militar e reproduzidos na norma ainda em vigor. Elas poderão, desta maneira, dar novo impulso à área acadêmica da Comunicação – que está revisando simultaneamente as diretrizes curriculares de suas outras vertentes profissionais, como Cinema e Relações Públicas –, permitindo que melhor cumpra sua missão de ciência aplicada, no sentido de apontar caminhos e desenvolver projetos e soluções que garantam a liberdade de expressão e o direito à informação do povo brasileiro, em consonância com a democracia já conquistada e seu aprofundamento pela inclusão social.

O Jornalismo enquanto atividade intelectual enfrenta enormes desafios, não apenas devido à crise dos modelos de negócio que até agora sustentaram sua vertente comercial predominante, mas também quanto ao amadurecimento de uma vertente de jornalismo público, coerente com a democracia pluralista, e as necessidades de expressão e informação de segmentos emergentes, organizações, movimentos e novos atores sociais. O tamanho desses desafios é proporcional à necessidade de uma formação profissional que desenvolva o potencial criativo e inovador das novas gerações de jornalistas que deverão enfrentá-los, com fundamentação teórica, consciência cívica, consistência científica e competência tecnológica.

A urgência desta tarefa inspira este apelo público ao Exmo. Sr. Ministro Aloizio Mercadante, para que homologue com urgência as DCN aprovadas no Conselho Nacional da Educação, a fim de que não se retarde ainda mais a atualização dos currículos das centenas de cursos universitários de Jornalismo em funcionamento no país, que aguardam esta definição já há quatro anos, desde o início da tramitação do processo em 2009.

Brasília, 1 de junho de 2013, Dia da Imprensa

Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor)

Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)

Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo (FNPJ)