Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

A imprensa precisa gritar

Continua a vergonhosa exploração eleitoral da nova onda de ataques do PCC. Tanto o governo como a oposição não parecem ter pudor em tirar proveitos desta tragédia cívica. E alguém precisa dizer isso.


Os jornalões nacionais só noticiaram a ofensiva, ontem, quinta-feira, mas a função da imprensa, sobretudo nesta Era da Internet, não consiste apenas em informar. Cabe a ela analisar, contribuir para a formação de juízos já que o cidadão está hoje mais desnorteado do que nunca.


Na quinta-feira, o Estadão simplesmente não se manifestou a respeito da nova ofensiva terrorista. A Folha identificou o ponto crucial: a retórica dos políticos confunde e ofende a opinião pública. O Globo tocou igualmente na questão central: se as autoridades não se entenderem a crise se converterá em barbárie.


Mas em situações de emergência como esta, se a imprensa quer influir precisa falar mais alto. Gritar.


O leitor médio não costuma ler os editoriais, a não ser quando eles vão para a primeira página. Em momentos como este é que a imprensa torna-se indispensável. Por isso não pode ficar aos sussurros.