A Sociedade Americana dos Editores de Revista (Asme, sigla em inglês), em parceria com a escola de Jornalismo da Universidade de Colúmbia, anunciou nesta terça-feira (9/5) os vencedores do National Magazine Awards de 2006. A revista Time ganhou o prêmio por excelência geral, entre os títulos com circulação superior a dois milhões de cópias.
A última vez que a Time recebeu o prêmio nesta categoria foi em 1985. A revista foi reconhecida por sua edição especial sobre o furacão Katrina – que também recebeu o prêmio de edição de tema único – e por sua reportagem sobre as salas de interrogatório da Baía de Guantánamo, em Cuba. Segundo os jurados, ‘a Time continua revigorando seu papel como uma revista de notícias semanal’, ao fornecer aos leitores reportagens aprofundadas, análises críticas e fotografias impressionantes.
Os vencedores dos prêmios por excelência geral em categorias com outras tiragens foram: ESPN Magazine, Esquire, New York Magazine, Harper’s Magazine e The Virginia Quarterly Review. Além do prêmio por excelência geral, a New York Magazine ganhou por Design. A The Virginia Quarterly Review venceu também na categoria Ficção por matérias de Joyce Carol Oates, R.T. Smith e Alan Heathcock. O sítio da National Geographic levou o prêmio por excelência geral online, por ‘fotografias surpreendentes, aplicações interativas inovadoras de texto e vídeo e jornalismo de primeira linha’.
De aquecimento global a golfe
O prêmio de Interesse Público foi para Elizabeth Kolbert, da New Yorker, por sua série sobre aquecimento global, qualificada pelos jurados pela ‘clareza e síntese que só um bom jornalista pode reunir’. A New Yorker foi nomeada em cinco categorias e ganhou dois prêmios; além de Interesse Público, venceu na categoria Comentário, pelas colunas Talk of the Towns, escritas por Hendrik Hertzberg. A revista já ganhou 46 prêmios, sendo a que mais recebeu prêmios nos 40 anos do National Magazine Awards.
A Golf Magazine venceu na categoria Lazer pelo artigo The New Way to Putt, que descrevia uma nova técnica para acertar a bola no buraco. Em Perfil, a premiada foi a Esquire, por um artigo de Robert Kurson sobre um homem cego de infância que se tornou analista e mergulhador da CIA, e recuperou a visão depois de receber um transplante de córnea e célula tronco. A Harper’s venceu por Críticas, escritas por Wyatt Mason.
Fotos de Salgado e artigos póstumos
Na categoria de Reportagem, a vencedora foi a Rolling Stone, por um artigo de James Bamford sobre rumores, imaginário e informações usadas para a guerra do Iraque ser aceita. A Rolling Stone venceu o prêmio de ensaio fotográfico com o trabalho The Edge of the World, sobre a Antártica e a Patagônia, do brasileiro Sebastião Salgado. A W levou o prêmio de Fotografia, por trabalhos que os jurados afirmaram ‘quebrar as barreiras convencionais do imaginário da moda’.
Em Feature Writing – textos narrativos ou pessoais –, uma das categorias mais estimadas pelas revistas, The American Scholar levou o prêmio por um artigo de Priscilla Long sobre genoma humano. A Vanity Fair venceu na categoria Ensaios, por artigos de Marjorie Williams publicados postumamente – ela registrou sua luta contra o câncer de fígado.
A Self foi mencionada por Jornalismo de Serviço, por um manual sobre câncer de mama. A Backpacker foi citada por sua seção Basecamp, classificada pelos jurados como a informação na medida certa para o que os leitores precisam saber, ‘sem excesso de palavras’. Uma das surpresas foi a The Atlantic Monthly, nomeada a oito categorias, que não recebeu nenhum prêmio.
Mais de mil editores de revistas, jornalistas e designers estiveram presentes na premiação, chamada por muitos de ‘Oscar da indústria das revistas’. Mais informações no sítio da Asme. Informações de Katharine Q. Seelye [The New York Times, 10/5/06].